Esclarecimento
Um homem que foi general. Seus comandados o atendiam cegamente. Ele colocava em suas mãos granadas e baionetas e ordenava que fossem para o fogo da batalha. E eles iam e morriam e eram mutilados e obedeciam. O que me impressiona é que, quando Jesus manda apenas que empunhemos a Fraternidade, que sejamos irmãos uns dos outros, que amemos a Paz, a Solidariedade, e nós não obedecemos. Preferimos tombar nos campos de batalha do mundo, dando depois lamentáveis testemunhos de dor, fracasso, de sofrimento. Eis agora o testemunho deste nosso irmão (o seu nome é fictício para resguardar a sua personalidade na Terra) que foi General na Segunda Guerra Mundial.
Paul Thompson
Caros irmãos, diante de vocês está um homem que foi preparado para comandar, e que via nisso a suprema realização da vida. Lutei, fui mandado testar os meus conhecimentos no campo de batalha na Itália, festejei com a família e com os amigos. Esperava ansioso as condecorações. Por nenhum instante pensei no sangue que seria derramado, no sofrimento com o qual iria me confrontar e nem tive medo em instante algum. Trazia dentro de mim a força dos heróis. Era rigoroso na disciplina, implacável no comando. Estrategista, realmente me orgulhava de tudo aquilo que havia conquistado e me sentia um homem forte, realizado e capaz. Tinha sobre o meu comando muitos jovens, alguns até imberbes. Muitos choravam por dias e dias e eu os castigava e dizia que o homem devia ser testado nos campos de batalha. Mas muitos haviam recebido apenas treinamento para enfrentar as trincheiras da morte. Eu os desprezava. Aqueles que choravam, aqueles que temiam a morte eram os que eu primeiro mandava para Frente de Batalha, porque me fazia mal a covardia que eles traziam na face, o medo que traziam nos olhos; e nos campos de batalha nunca me importei ao ver jovens e jovens ensangüentados, desfigurados. Recolhia-lhes a identificação para poder notificar a família. E sempre e sempre, quanto mais cruenta era a batalha, mais cruel eu ficava na alma, mais duro do que aço, mais implacável que o fragor dos canhões a fazer dia em plena noite, trazendo dor e vomitando fogo.
Chegou, no meu Regimento, uma freira ainda jovem, voluntária. O anjo consolador de quantos tombavam feridos, desesperados, mutilados. E eu observava essa enfermeira. Via nela a coragem, mesmo quando canhões se aproximavam muito e as granadas explodiam. Em seus olhos não brilhava em nenhum instante o medo. Tinha sempre um sorriso na face. Tinha sempre uma palavra de consolo. Perto daqueles que sofriam ela se transformava em mil mulheres. era mãe, era irmã, era noiva, era filhinha ou era simplesmente a imagem de Maria. E eu, muitas vezes, falava com os rapazes que eu tinha que enviar para as trincheiras de lutas:
Vejam essa freira, menina quase e não tem medo. Não tem medo da batalha. Não tem medo da luta. E vocês que são homens, tremem e choram, sofrem e se escondem.
Muitos e muitos enlouqueciam, quando tinham que correr em direção ao fogo, aos trovões dos canhões. Mas eu não me importava, e um dia perguntei para a freira:
De onde você tira tanta força, para permanecer noites e noites em claro, se alimentar mal e cuidar de tantos enfermos?
E ela disse:-
Eu tiro essa força da minha fé, a força me vem de Deus. A sua força está na sua arma. A sua fé está na vitória que você que obter, mas a minha vitória será reconquistar essa criaturas que não acreditavam mais na bondade nem na paz. A minha vitória será levar a esperança para cada um desses que não recuperarão no campo de batalha o braço, a perna, os olhos, a beleza, a saúde e muitos, nem a vida. A minha vitória está em reconquistar a lucidez dos que ensandeceram diante do horror da batalha. A minha fé é esta e seu eu aqui estou, não estou para ajudar generais, mas para ajudar aqueles que são comandados pelos generais, que ficam nas suas tendas a dar ordem para que morram. Se sentem heróis e no entanto não são capazes de liderar na frente os seus comandados! Jesus lidera os seus comandados, por isso eu o sigo. Jamais seguiria um general.
Naquela noite houve um bombardeio intenso. A freira, que se chamava Irmã Maria Clara, morreu, e com ela morreu também a esperança de muitos que sobreviveram e muitos, em delírio, gritavam por seu nome, gritavam por Jesus, gritavam por Maria. Outros gritavam por suas mães em terras distantes. Gritavam pelos filhos que não iriam mais ver. E naquele dia em que Irmã Maria Clara morreu, nasceu em meu coração a certeza de que Jesus realmente era o Grande General. Era o General, não de pessoas covardes que se amedrontavam diante das provas e das lutas, mas General daqueles que, na fragilidade do ser, possuíam a força do aço. Eu voltei da guerra. Fui condecorado. E vim depois a morrer vítima de enfermidade. Ao chegar ao plano espiritual certamente não ostentava as medalhas que me enfeitaram o peito. Na terra é que se encontram, guardadas em depósitos de veludo. Também não encontrei os Pracinhas, porque a guerra era uma prova coletiva e todos nós teríamos que responder pelas atrocidades cometidas e não pelas ordens que havíamos dado. Mas sofri muito. Sofri muito pelos conflitos que trazia na alma. Sofri pela perseguição dos inimigos que eu adquiri, porque muitos dos Pracinhas que tombaram nem sequer retornaram para as Terras do Brasil. Seus espíritos, ainda muito deles, vagueiam em terras da Itália, em grandes sofrimentos, porque isso eu pude constatar, levado por instrutores, e foi o instante em que eu mais sofri. Eu e tantos outros fomos obrigados a perceber o sofrimento daquelas, para as quais até hoje a guerra não acabou.
É preciso dominar realmente, a violência em nossas almas. E aquele que busca os comandos na Terra, realmente, ainda traz dentro de si muita violência. E aqueles que são comandados precisam aprender também que a violência não é bandeira para ser abraçada e seguida. Jesus nos ensinou a paz. Irmã Maria Clara, vim reencontrá-la depois, na sua humildade, ainda ajudando e servindo, se apagando humildemente, e ainda dizendo que o maior General de todos os tempos ainda é Jesus, e que a mais bela Batalha para se ganhar é a Batalha da Vida, e a maior condecoração que um homem pode receber é o serviço em favor dos que sofrem. Que a maior benção é a disciplina na alma, não resvalando nas trincheiras das quedas morais, mas no entrincheiramento no caráter, buscando o serviço e a luz. Ainda sofro e sofro muito. Ainda aprendo e aprendo pouco. Mas tenho pesquisado, tenho buscado entender as criaturas que se situam no comando estou tentando ser cada dia mais obediente ao Comando do cristo. Espero tão somente que um dia ele possa confiar em mim, e que eu também possa ter confiança.
Eu agradeço a todos que me ouviram. E saibam, meus irmãos, que a violência não resolve situações sociais e muito menos resolverá situações espirituais. Saibamos aceitar o jogo das necessidades e da dor, porque a Terra não está sem governo, porque a terra não está sem Deus. Jesus está no comando e Deus tem enorme amor por todas as criaturas, violentas ou não. Mas aquele que aceita o comando do cristo, que aceite também a humildade e o bem em suas vidas.
Paul Thompson
Caros irmãos, diante de vocês está um homem que foi preparado para comandar, e que via nisso a suprema realização da vida. Lutei, fui mandado testar os meus conhecimentos no campo de batalha na Itália, festejei com a família e com os amigos. Esperava ansioso as condecorações. Por nenhum instante pensei no sangue que seria derramado, no sofrimento com o qual iria me confrontar e nem tive medo em instante algum. Trazia dentro de mim a força dos heróis. Era rigoroso na disciplina, implacável no comando. Estrategista, realmente me orgulhava de tudo aquilo que havia conquistado e me sentia um homem forte, realizado e capaz. Tinha sobre o meu comando muitos jovens, alguns até imberbes. Muitos choravam por dias e dias e eu os castigava e dizia que o homem devia ser testado nos campos de batalha. Mas muitos haviam recebido apenas treinamento para enfrentar as trincheiras da morte. Eu os desprezava. Aqueles que choravam, aqueles que temiam a morte eram os que eu primeiro mandava para Frente de Batalha, porque me fazia mal a covardia que eles traziam na face, o medo que traziam nos olhos; e nos campos de batalha nunca me importei ao ver jovens e jovens ensangüentados, desfigurados. Recolhia-lhes a identificação para poder notificar a família. E sempre e sempre, quanto mais cruenta era a batalha, mais cruel eu ficava na alma, mais duro do que aço, mais implacável que o fragor dos canhões a fazer dia em plena noite, trazendo dor e vomitando fogo.
Chegou, no meu Regimento, uma freira ainda jovem, voluntária. O anjo consolador de quantos tombavam feridos, desesperados, mutilados. E eu observava essa enfermeira. Via nela a coragem, mesmo quando canhões se aproximavam muito e as granadas explodiam. Em seus olhos não brilhava em nenhum instante o medo. Tinha sempre um sorriso na face. Tinha sempre uma palavra de consolo. Perto daqueles que sofriam ela se transformava em mil mulheres. era mãe, era irmã, era noiva, era filhinha ou era simplesmente a imagem de Maria. E eu, muitas vezes, falava com os rapazes que eu tinha que enviar para as trincheiras de lutas:
Vejam essa freira, menina quase e não tem medo. Não tem medo da batalha. Não tem medo da luta. E vocês que são homens, tremem e choram, sofrem e se escondem.
Muitos e muitos enlouqueciam, quando tinham que correr em direção ao fogo, aos trovões dos canhões. Mas eu não me importava, e um dia perguntei para a freira:
De onde você tira tanta força, para permanecer noites e noites em claro, se alimentar mal e cuidar de tantos enfermos?
E ela disse:-
Eu tiro essa força da minha fé, a força me vem de Deus. A sua força está na sua arma. A sua fé está na vitória que você que obter, mas a minha vitória será reconquistar essa criaturas que não acreditavam mais na bondade nem na paz. A minha vitória será levar a esperança para cada um desses que não recuperarão no campo de batalha o braço, a perna, os olhos, a beleza, a saúde e muitos, nem a vida. A minha vitória está em reconquistar a lucidez dos que ensandeceram diante do horror da batalha. A minha fé é esta e seu eu aqui estou, não estou para ajudar generais, mas para ajudar aqueles que são comandados pelos generais, que ficam nas suas tendas a dar ordem para que morram. Se sentem heróis e no entanto não são capazes de liderar na frente os seus comandados! Jesus lidera os seus comandados, por isso eu o sigo. Jamais seguiria um general.
Naquela noite houve um bombardeio intenso. A freira, que se chamava Irmã Maria Clara, morreu, e com ela morreu também a esperança de muitos que sobreviveram e muitos, em delírio, gritavam por seu nome, gritavam por Jesus, gritavam por Maria. Outros gritavam por suas mães em terras distantes. Gritavam pelos filhos que não iriam mais ver. E naquele dia em que Irmã Maria Clara morreu, nasceu em meu coração a certeza de que Jesus realmente era o Grande General. Era o General, não de pessoas covardes que se amedrontavam diante das provas e das lutas, mas General daqueles que, na fragilidade do ser, possuíam a força do aço. Eu voltei da guerra. Fui condecorado. E vim depois a morrer vítima de enfermidade. Ao chegar ao plano espiritual certamente não ostentava as medalhas que me enfeitaram o peito. Na terra é que se encontram, guardadas em depósitos de veludo. Também não encontrei os Pracinhas, porque a guerra era uma prova coletiva e todos nós teríamos que responder pelas atrocidades cometidas e não pelas ordens que havíamos dado. Mas sofri muito. Sofri muito pelos conflitos que trazia na alma. Sofri pela perseguição dos inimigos que eu adquiri, porque muitos dos Pracinhas que tombaram nem sequer retornaram para as Terras do Brasil. Seus espíritos, ainda muito deles, vagueiam em terras da Itália, em grandes sofrimentos, porque isso eu pude constatar, levado por instrutores, e foi o instante em que eu mais sofri. Eu e tantos outros fomos obrigados a perceber o sofrimento daquelas, para as quais até hoje a guerra não acabou.
É preciso dominar realmente, a violência em nossas almas. E aquele que busca os comandos na Terra, realmente, ainda traz dentro de si muita violência. E aqueles que são comandados precisam aprender também que a violência não é bandeira para ser abraçada e seguida. Jesus nos ensinou a paz. Irmã Maria Clara, vim reencontrá-la depois, na sua humildade, ainda ajudando e servindo, se apagando humildemente, e ainda dizendo que o maior General de todos os tempos ainda é Jesus, e que a mais bela Batalha para se ganhar é a Batalha da Vida, e a maior condecoração que um homem pode receber é o serviço em favor dos que sofrem. Que a maior benção é a disciplina na alma, não resvalando nas trincheiras das quedas morais, mas no entrincheiramento no caráter, buscando o serviço e a luz. Ainda sofro e sofro muito. Ainda aprendo e aprendo pouco. Mas tenho pesquisado, tenho buscado entender as criaturas que se situam no comando estou tentando ser cada dia mais obediente ao Comando do cristo. Espero tão somente que um dia ele possa confiar em mim, e que eu também possa ter confiança.
Eu agradeço a todos que me ouviram. E saibam, meus irmãos, que a violência não resolve situações sociais e muito menos resolverá situações espirituais. Saibamos aceitar o jogo das necessidades e da dor, porque a Terra não está sem governo, porque a terra não está sem Deus. Jesus está no comando e Deus tem enorme amor por todas as criaturas, violentas ou não. Mas aquele que aceita o comando do cristo, que aceite também a humildade e o bem em suas vidas.
Um General
Mensagem extraída do livro ”Um Amanhã de Luz”
Mensagem extraída do livro ”Um Amanhã de Luz”
Psicografia de Shyrlene Soares Campos
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