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07 junho 2012

A Educação da Mediunidade - Emílio Manso Vieira


A EDUCAÇÃO DA MEDIUNIDADE

Os médiuns, quaisquer que sejam as suas faculdades, são preciosos instrumentos de observação do mundo dos Espíritos e úteis. Auxiliares na propagação dos princípios Espíritas. Por isso, não devem ser abandonados a si mesmos, sem direção nem educação especial.

Quando um indivíduo se apresenta com sinais de mediunidade, ê quase certo ser aconselhado por diversas pessoas entre elas, até dirigentes de trabalhos espíritas a de desenvolver imediatamente a Mediunidade, para não ser molestado a todo momento por Espírito atrasados e para isso tomar parte em sessões práticas e prestar caridade o que, no dizer dessas pessoas, é por o médium à disposição dos Espíritos e, à medida que o paciente vai demonstrando sinais de perturbação físicas como sejam extremecimento dos nervos; bocejos, crises de choro, etc. – forçá-lo repetidamente a falar, sob a alegação de que um espírito quer se manifestar por ele, que não quer "entregar o corpo". E por "caridade" - entendem que é ficar o médium constantemente à mesa dos trabalhos para que os Espíritos recebam luz através do “doutrinador”.

É certo que o médium é, geralmente, perturbado por entidades espirituais, umas empenhadas em afastá-lo do cumprimento de seus deveres na Terra e outras, em conduzi-lo por meio do sofrimento - ainda que a entidade perturbadora não saiba disso - para o desempenho de uma missão ou a realização de um trabalho necessário a sua elevação espiritual. Mas não é assim que se deve proceder com o médium, confundindo-o, nas mais das vezes, com indivíduos perturbados ou obsidiados, que estão colhendo frutos de suas vidas irregulares passadas ou presentes, é que não são médiuns, mas simples indivíduos em provações ou expiações, a serem tratados de modo diferente.

O médium necessita - não há dúvida - colocar-se a serviço do bem, mas para isso o primeiro passo é EDUCAR-SE e o primeiro esforço deve ser no sentido de: RESISTIR AS INVESTIDAS OCULTAS DOS ESPÍRITOS, tornando-se senhor de sua faculdade, através do estudo e da correção de qualquer falha em sua vida particular. Por isso, deve primeiramente procurar um centro espírita bem orientado reunir-se a outros companheiros e resolver-se a ser um cristão e não tão somente um médium.

Educar a mediunidade não consiste em ensinar o médium a receber facilmente uma boa quantidade de comunicações ou “entregar o corpo” aos espíritos. Os indivíduos que melhor entregam o corpo aos espíritos são os subjugados, os obsidiados, fazendo-o mesmo à luz do sol, sem necessidades de ambientes escuros ou dirigentes de trabalhos a sua frente, pois até nas ruas e, mesmo dentro das igrejas são tomados por Espíritos com a máxima facilidade. Educar a Mediunidade, portanto, consiste nas seguintes principais providências por parte da pessoa que tiver este encargo:

1. FAZER O MÉDIUM COMPREENDER QUE, SENDO UM INSTRUMENTO A SERVIÇO DO BEM, DEVE COMEÇAR POR SE ADAPTAR, AOS POUCOS A UMA VIDA CRISTÃ;

2. INCUTIR NA MENTE DO MÉDIUM A NESSIDADE DO ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRITA PRINCIPALMENTE DO “O LIVRO DOS ESPÍRITOS” FACILITANDO ESSE ESTUDO ATRAVÉS DE AULAS ORGANIZADAS E DE PESSOAS COMPETENTES;

3. FAZÊ-LO COMPENETRAR-SE DE SUAS RESPONSABILIDADES NO DESENPENHO DE SUA TAREFA MEDIÚNICA E DA NECESSSIDADE DE SE DOMINAR QUANDO NÃO FOR OCASIÃO DE RECEBIMENTO DE COMUNICAÇÕES ESPIRITUAIS;

4. FAZÊ-LO COMPREENDER BEM QUAL O COMPORTAMENTO QUE SE DEVE MANTER QUANDO MEDIUNIZADO;

5. ENVOLVIMENTO NORMAL PELA CONJUGAÇÃO SERENA E HARMONIOSA DE SEUS FLUIDOS COM OS DOS ESPÍRITOS COMUNICANTES;

6. ATITUDES MODERADAS, CONTROLE DA ENTONAÇÃO DE VOZ, MANEIRA CORTEZ DE SE EXPRESSAR. E, AINDA QUE, SERVINDO A ESPÍRITO DE POUCO CONHECIMENTO OU ESPÍRITO CHAMADO DE SOFREDOR;

7. AUSÊNCIA COMPLETA DE EXTERIORIZAÇÃO, TAIS COMO RESPIRAÇÃO OFEGANTE, CONTORÇÕES, GEMIDOS, BATIMENTOS DE PÉS E MÃOS E OUTROS MOVIMENTOS QUE CAUSEM MÁ IMPRESSÃO;

8. CONSEGUINDO RESULTADO NO TERRENO EDUCATIVO, FAZER O MÉDIUM COMPARECER ÀS SESSÕES EXPERIMENTAIS, OBSERVANDO OS CONSELHOS CONSTANTES DOS CAPITÚLOS SEGUINTES.


Texto extraído do Livro “Manual do Dirigente Espírita”
Emílio Manso Vieira
Paiva Editora, Lake, São Paulo

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