A QUEM SERVES?
A mulher e o homem contemporâneos, que vivem no mundo, ataviam-se em exagero, a fim de fruírem até a exaustão as concessões enganosas e agradáveis do trânsito carnal.
Fixados às sensações buscam, em contínuos esforços, às vezes, sacrificiais, os favores prazenteiros do momento, sem outros quaisquer compromissos, exceto, os para conseguirem recursos que lhes facultem a continuidade do gozo.
Vivem em função do imediato, celebrando o culto do corpo, sem a preocupação mínima com a essência que o mantém, excepcionalmente quando se instalam distúrbios psicológicos, alguns deles frutos da insensatez, no uso dos eventos de vida.
Desgastam-se com facilidade e, por mais se utilizem dos meios e técnicas de rejuvenescimento, dos recursos valiosos das cirurgias plásticas, sofrem os transtornos que se derivam da opção de comportamento a que se entregam, na incessante correria para ganhar o tempo.
No passado, as religiões preconizavam a fuga do mundo e das suas maquiavélicas manipulações para o isolamento monacal ou as cavernas desérticas para refúgio em rude ascetismo.
Nada obstante, embora a boa intenção, levavam-se a si próprios, as suas necessidades e conflitos que os alucinavam na solidão e, não raro, os vinculavam mais fortemente aos inimigos desencarnados com os quais mantinham conúbios muito perturbadores.
A visão de Jesus sobre a existência terrena é, no entanto, otimista e rica de sabedoria, adornada pela beleza, ao propor viver-se no mundo, embora não dependendo das suas constrições ou excessivas liberações.
É compreensível a ocorrência, porque todos somos servidores a soldo dos nossos amos.
Existem aqueles que, dependentes dos instintos primários, servem aos senhores perversos, que são os desejos infrenes neles dominantes.
Por essa razão, a Mitologia oferece um panteão de deuses, tantos quantos os níveis de consciência e de evolução dos seus adoradores, que se lhes vinculam através da similitude de hábitos e de aspirações.
Outros, são servidores da ira e do ódio, do ressentimento e da inveja, vivendo encarcerados em tormentos inimagináveis.
Igualmente, missionários da luz e da imortalidade renasceram no mundo para oferecer as inestimáveis contribuições que proporcionam a harmonia íntima, a superação das paixões primárias neles em primazia.
Superando, porém, a todos os construtores da fé religiosa e das filosofias idealistas encontra-se Jesus, que alterou a ética do comportamento, demonstrando a transitoriedade da organização física e a perenidade da vida.
Depois dEle, a cultura e a civilização encontraram a diretriz para dar sentido psicológico profundo à existência terrena.
Não padece dúvida que a Sua é a doutrina da mansidão, da paz, da pura alegria.
Servi-lO, passou a ser o objetivo fundamental da jornada humana.
As atrações e divertimentos, no entanto, necessários para proporcionar bem-estar, trabalhadas pelas mentes viciadas, passaram a constituir-se essenciais, superando os deveres e a dedicação ao fundamental, a vida espiritual!
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Face ao tumulto que toma conta irrefreada de quase toda a sociedade, é indispensável que faças uma reflexão cuidadosa e, durante a mesma, uma interrogação: A quem sirvo?
Se abraças a doutrina da compaixão e da caridade, não te permitas os desvios de rota, buscando os prazeres e as futilidades que distraem, mas não preenchem o imenso vazio interior.
Todo aquele que procura a embriaguez dos sentidos consome-se no fogo das ansiosas mudanças de jogos, tentando renovação e preservação das satisfações sensoriais, vivendo sedentos de contínuos gozos.
Os servidores de Jesus são alegres e joviais, mas suas metas são significativas e gratas, duradouras, porque avançam além do portal de cinzas do túmulo.
Não cansam, nem debilitam o organismo, pelo contrário, fortalecem-no e mantêm-no saudável, mesmo quando frágil ou delicado.
Observa os ases campeões do mundo, no seu envelhecimento precoce, no desgaste imposto pelos hábitos doentios, como o álcool, o tabaco, as drogas aditivas, o sexo irresponsável...
...E de quando em quando, os suicídios espetaculares pelos excessos das substâncias destrutivas ou mesmo pela falta de motivação para viver, após alcançarem o topo da fama, na carreira a que se dedicaram, a admiração e a paixão das massas, que os não preencheram de alegria real, mantendo-os em tremenda solidão...
O serviço com Jesus, porém, não te impedirá o sofrimento, as vicissitudes que fazem parte do processo iluminativo, mas que contribuem com o conforto moral e o conhecimento da sua causalidade e da sua significação para o alcance da plenitude.
Como a existência na Terra tem por finalidade a depuração moral e a conquista da harmonia plena, ninguém transita sem a dor nem permanece, indefinidamente, sem a vivência da reflexão em torno do próprio sofrimento.
O servidor do mundo, por desconhecer esse mecanismo superior da evolução, quando chamado ao processo inevitável, desanima ou reage com violência, desespera-se ou recalcitra, tomba ou enlouquece...
O servidor de Jesus, porém, comporta-se de forma tranquila, porque sabe que também a aflição é transitória.
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A quem serves?
Se elegeste Jesus, não te envergonhem a cruz dos testemunhos, nem as problemáticas que te auxiliam no crescimento espiritual.
Cristão sem cruz é apenas simpatizante do ideal que Ele ensinou e viveu.
Conduz, desse modo, a problemática afligente que te crucifica interiormente, mantém a alegria e torna-a fácil de superar, porque o Seu fardo é leve e o Seu jugo é suave.
A quem serves?
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão da noite de
31 de março de 2014, no Centro Espírita Caminho da Redenção,
em Salvador, Bahia.
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