DIFERENÇA ENTRE EPILEPSIA E MEDIUNIDADE
Este é importante capítulo da Neuropatologia que merece acurada atenção, particularmente dos estudiosos do Espiritismo, tendo em vista a parecença das síndromes epilépticas com as disposições medianímicas, no transe provocado pelas Entidades sofredoras ou perniciosas. Muito frequentemente, diante de alguém acometido pela epilepsia, assevera-se que se trata de «mediunidade a desenvolver» qual se a faculdade mediúnica fora uma expressão patológica da personalidade alienada.
Graças à disposição simplista de alguns companheiros pouco esclarecidos, faz-se que os pacientes enxameiem pelas salas mediúnicas, sem qualquer preparação moral e mental para os elevados tentames do intercâmbio espiritual.
Não obstante suas causas reais e remotas estejam no Espírito que ressarce débitos, há factores orgânicos que expressam as causas actuais e próximas, nas quais se fundamentam os estudiosos para conhecer e tratar a epilepsia com maior segurança, através dos anti-convulsivos”.
Prosseguindo em suas elucidações, Bezerra assevera ser necessário que primeiro o paciente se predisponha à renovação íntima, ao esclarecimento, à educação espiritual, a fim de que se conscientize das responsabilizadas que deve assumir, dando início ao tratamento que melhor lhe convém.
Miranda indaga se realmente ocorrem obsessões cruéis produzindo aparentes estados epilépticos, sendo prestamente esclarecido pelo sempre querido Dr. Bezerra:
“- Indubitavelmente há processos perniciosos de obsessão, que fazem lembrar crises epilépticas, tal a similitude da manifestação. No caso, porém, em pauta, o hóspede perturbador exterioriza a personalidade de forma característica, através da psicofonia atormentada, diferindo da epilepsia genuína. Nesta, após a convulsão vem o coma; naquela, à crise sucede o transe, no qual o obsessor, nosso infeliz irmão perseguidor, se manifesta.
Ocorrência mais comum dá-se quando o epiléptico sofre a carga obsessiva simultaneamente, graças aos gravames do passado, em que sua antiga vítima se investe da posição de cobrador, complicando-lhe a enfermidade, então, com carácter misto.
Conveniente, nesse como noutros casos, cuidar-se de examinar as síndromes das enfermidades psiquiátricas, a fim de as não confundir com os sintomas da mediunidade, no período inicial da manifestação, quando o médium se encontra atormentado”.
O nobre Instrutor, em seguida, recomenda evitar generalizações, não adoptando uma atitude simplista. Também ressalta os benefícios do tratamento fluidoterápico.
Concluímos, portanto, que a diferença básica entre uma crise epiléptica genuína e um transe mediúnico provocado por um Espírito obsessor é que, naquela, após as convulsões a pessoa fica inconsciente por alguns momentos, não fala nada e, nesta, o Espírito manifesta-se realmente, em geral, fazendo ameaças, falando do seu ódio, de sua vingança, etc.
Suely Caldas Schubert
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