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16 abril 2016

Em plena era nova - Efigênia Salles Vítor

EM PLENA ERA NOVA

Meus amigos, busquemos, acima de tudo, a bênção do Senhor Jesus!

De fato, a Terra vê-se à frente de uma era nova. Sacudida pelo alvião científico, sente-se a mente do mundo abalada nos alicerces. É progresso em todas as direções, conclamando os homens ao despertamento espiritual para a vastidão soberana da vida. A navegação aérea atendeu ao problema dos transportes, conjugando o fantasma da fome por desterrá-lo do seio das nações. A radiofonia patrocina a expansão do pensamento rápido. A televisão modifica a face do mundo. À maneira dos últimos remanescentes do feudalismo, que foram abatidos no século passado pelos golpes da república, todo regionalismo está sendo, necessariamente, massacrado pelo impositivo da comunhão social mais profunda.

Não precisamos acrescentar qualquer anotação tendente a criar novo anseio à expectação geral em torno dos últimos eventos que impressionaram a humanidade. O domínio do combustível, a evolução da física nuclear e a penetração no reino atômico estão conferindo ao homem novos poderes que, analisados no conjunto, compelem a reflexões muito graves, porque se o propósito da hegemonia política não foi devidamente controlado, criando-se, espontaneamente, mais ampla união da vida continental no planeta, o homem poderá, efetivamente, interferir no movimento pendular da Terra, determinando alterações de consciências imprevisíveis nas calotas polares.

Entretanto, não devemos conduzir a imaginação para qualquer faixa obscura e pessimista. Entendamos na presente renovação do mundo mais alto apelo da Esfera Superior para que o campo da evolução terrestre se incorpore à vida cósmica.

A humanidade está sendo chamada a raciocinar em termos de infinito no espaço e no tempo, e, nesta hora, sem dúvida, o Espiritismo é a força capaz de auxiliar as criaturas, a fim de que se desfaçam as cristalizações dogmáticas do caminho religioso, para que o pensamento do mundo, liberto de todos os cárceres e de todas as fantasias, possa acompanhar a ciência em suas arrojadas iniciativas e a filosofia em suas imensas realizações sociológicas.

Claro que necessitamos da máxima cautela no trato com semelhante assunto, porquanto, se o homem de hoje aspira o contato com habitantes de outros planetas, não podemos olvidar que seres de outros mundos são também todos os desencarnados, que, há mais de um século, estão convidando a atenção da Terra para a glória da vida na vida universal.

Integrados, assim, no conhecimento e na prática de nossas responsabilidades, atendamos aos nossos deveres na condição de obreiros humildes do mundo novo, colaborando cada um de nós no círculo de ação que nos é peculiar para que a nossa Doutrina, com a bênção de Deus e ao sopro renovador do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, possa, com as balizas de Allan Kardec, amparar, tanto quanto possível, a mente surpreendida e desarvorada da multidão.

Todos nos achamos à face de uma época destinada a modificações profundas, mas saudado-a com otimismo e formulando votos para que todos nos arregimentemos na obra de preservação mútua e de redenção recíproca nas linhas multifárias em que se nos desenvolve a existência, recordemos, para a nossa edificação, a palavra do Senhor Jesus – “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”–, para que o espírito de transformação não nos surpreenda acastelados no orgulho da raça e na vaidade regionalista. E lembremos, ainda, o ensinamento monumental de Allan Kardec: – “Nascer, viver, morrer, renascer de novo e progredir sempre, tal é a lei”–, para que o progresso inelutável nos encontre na posição de trabalhadores decididos e resolutos na construção do mundo melhor.

Efigênia Salles Vítor
por Francisco Cândido Xavier
7 de novembro de 1957

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