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02 junho 2016

A Família é programada no Além? - J.Raul Teixeira


A FAMÍLIA É PROGRAMADA NO ALÉM?

Embora encontremos no Movimento Espírita o pensamento do senso comum estabelecendo que cada fulano vem à Terra para encontrar uma certa “beltrana”, ambos devidamente definidos um para o outro, desde o além, as coisas não se passam exatamente assim. Somente aos espíritos dotados de expressivos valores morais, é permitido a escolha, a seleção, o condicionamento do núcleo familiar com quem irá casar-se ou viver afetivamente na Terra. A livre escolha é quando o indivíduo deseja realizar certos ministérios que lhe exigem entrega total. Geralmente são afetos do passado. Neste caso chamamos de prova.

Faltando esses valores nos espíritos de pouca evolução (a maioria), a escolha é estabelecida pelos Espíritos Mentores que sabem o que será melhor para o progresso e a libertação gradual dos seus tutelados. Trata-se de expiação. Muitas vezes, quando encarnados, desviam-se da pessoa ou do tipo de pessoa que lhe foram planejadas. Exemplo: casam-se com outras pessoas, abortam, diminuem o número de filhos que se comprometeram ter, etc.

Quando os desencarnados, na erraticidade, estão pensando no próximo retorno aos campos terrenos (reencarnação), os Mentores Espirituais costumam se reunir para tratar da questão. Essas reuniões, diálogos e entendimentos só acontecem quando se trata de Espíritos com maturidade suficiente para compreender o que seja melhor para si, na caminhada evolutiva. Os mentores colocam os prós e contras, ou seja, as conquistas, débitos, ações complicadoras, e virtudes trazidos das encarnações anteriores. 

Avaliam os modos de vida que lhes propiciarão liberação rápida ou lenta, verificam suas condições para suportar uma ou outra vereda provacional-expiatória, e estabelecem, desde então, com que “tipo” de indivíduo e não com que indivíduo deverão se encontrar. É desses entendimentos e ajustes que cada ser, que se prepara para o grande retorno ao cenário da matéria densa e que características deverão ter suas relações conjugais, filiais, pater-maternais, ou seja, que caráter deverá ter a esposa ou o esposo, o pai ou a mãe, os filhos, propiciando-lhe oportunidade de expiar o que deve alcançar as virtudes das quais carece, ajustando-se ao contexto das leis do Criador.

Exemplo: Há espíritos que renascerão em corpos masculinos e necessitarão de esposas exigentes, disciplinadoras, sem grandes demonstrações emotivas, em razão da equipagem que trazem do pretérito. Outros deverão encontrar esposas afetuosas, emotivas, românticas e liberais. Outros mais precisarão de companheiras nas quais se misturem essas várias nuances do caráter; há os que reencarnarão com corpos femininos e que, por sua vez, carecerão de esposos, de companheiros portadores de tipos de caráter como os apontados acima. Uns serão esposos rígidos, policiadores, dominadores, afetivamente frios, outros serão sensíveis, amigos, parceiros, atenciosos ou que experimentem no modo de ser combinações dessas características.

Dadas as necessidades, os espíritos são preparados para renascer em novo corpo físico em determinada família cujas características melhor atendam ao reencarnante, seja em termos biológicos, sociais, econômicos ou morais.

A família terrena tem, então, grande importância no processo da reencarnação de cada espírito. Nela este encontrará o que lhe seja necessário para podar os males do caráter, quanto para conquistar as virtudes que lhe faltam.

Caso não consiga perceber essa função divina do grupo familiar, o reencarnado poderá complicar-se ou complicar-se mais, fazendo-se devedor desse benefício que lhe foi concedida pela vontade amorosa de Deus, da qual não fez bom uso.

J.Raul Teixeira

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