MUDANÇAS
Vive-se um momento que a todos nos convoca à união, ao trabalho solidário, à fraternidade, à paz, a fim de que sobrevivamos aos fatores dissolventes que se alastram por todos os lados. O ser humano periclita em seus conflitos e as suas fugas espetaculares são mais perversas e destrutivas do que as causas das suas atuais aflições. Violência e guerra, ausência quase total de valores éticos e alucinações, festas e prazeres exuberantes, quais na antiga Roma antes da ruína total. E as ameaças de horror multiplicam-se através dos crimes hediondos, da banalidade do estupro, individual e coletivo, dos esportes de altíssimo risco, dos empreendimentos sórdidos.
Há, sem dúvida, grandes realizações ao lado da miséria moral, econômica e social, falando a linguagem inigualável da solidariedade, mas parece que se demoram em bolsões que não alcançam as multidões esfaimadas sob o acúleo de diferentes necessidades. Certamente, somos diferentes, temos diversificados pensamentos, o que é muito saudável. Nada obstante, por que ao invés de lutarmos uns contra os outros por causa da nossa maneira de encarar as ocorrências, não valorizamos tudo quanto nos identifica e trabalhamos em harmonia? Recentemente as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) firmaram tratado de paz com o governo, após mais de cinquenta anos de lutas fratricidas e um saldo de mais de uma centena de milhar de assassinados de ambos os lados, raiando esperanças...
Nesse mesmo período, a Grã-Bretanha, através do seu plebiscito, resolveu sair do bloco europeu, gerando grande dificuldade nos países do continente e ao próprio ex-Império, em cujas terras, em alguma época, o Sol não desaparecia. Os fatos têm demonstrado através da História que a união é a única maneira de sobrevivência dos seres humanos assim como das nações. Recentemente o Papa Francisco propôs que, ao invés de pedir-se desculpas aos homossexuais, deveríamos pedir-lhes perdão. A proposta é válida para o nosso comportamento antifraterno.
Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 30.6.2016
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