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17 dezembro 2016

Obsessão sexual e o espiritismo - Morel Felipe Wilkon



OBSESSÃO SEXUAL E O ESPIRITISMO


O Espiritismo caracteriza a obsessão como a influência nefasta e renitente de um espírito sobre outro. O livro dos Espíritos, na questão 122a trata do tema:

– De onde vêm as influências que se exercem sobre os espíritos?

– Dos espíritos imperfeitos, que procuram apoderar-se dele, dominá-lo, e que rejubilam com o fazê-lo sucumbir.

Essa tentativa de domínio e o prazer decorrente disso é característica da obsessão sexual.

A História mostra que o sexo sempre esteve presente nos grandes dramas da Humanidade. Nada movimentou tanto a civilização quanto o sexo. O sexo é a grande força motriz do processo civilizatório. Como este processo foi concebido e dirigido pelo homem, a mulher foi objeto sexual do homem durante milênios. Em contrapartida, o homem foi chantageado sexualmente pela mulher por todo esse tempo.

Essa situação de dominação e chantagem só teve fim com o surgimento da pílula anticoncepcional, uns cinquenta anos atrás. O sexo deixou de representar um compromisso envolvendo maternidade e paternidade. Sem o risco de uma gravidez indesejada, homens e mulheres se atiraram às aventuras sexuais livres. Como consequência disso houve um aumento inimaginável de doenças, inclusive o surgimento da Aids.

Essa é a parte visível. O que a maioria não percebe, o que a maioria não vê, é que o sexo se tornou definitivamente a ferramenta mais poderosa de obtenção de energia por parte da espiritualidade inferior. São vastas redes espirituais organizadas com o objetivo de vampirizar as energias dos encarnados. Os desvarios sexuais e a pornografia são as maneiras mais eficientes e eficazes de acesso às energias dos encarnados.

Mas não deixaram de existir as obsessões comuns baseadas no sexo. Você sabe que para que qualquer processo obsessivo se instale, é preciso que haja sintonia entre obsessor e obsediado. Dificilmente alguém que exerça controle sobre seus pensamentos, palavras e ações será vítima de obsessão.

Nas obsessões baseadas no sexo um espírito desencarnado exerce o domínio sobre o encarnado. O homem ou a mulher invigilantes, que se deixam levar pelos instintos, tem suas tendências cuidadosamente examinadas pelo obsessor, que se aproveita dessas inclinações para dominá-los. O encarnado chega a enfrentar situações deploráveis. Suas atitudes fazem com que ele sinta vergonha de si mesmo, e essa vergonha é ampliada se pessoas próximas tomam conhecimento de sua situação. Essa obsessão se caracteriza pela profunda simbiose entre encarnado e desencarnado. A atração magnética entre eles é tão forte que sua sintonia vibratória confunde ideias e sensações dos dois, a tal ponto que é difícil saber o que é de um e o que é de outro.

Esse processo obsessivo pode ter continuidade em outras reencarnações através da inversão de papéis. O obsediado de ontem é o obsessor de hoje. A vibração inferior do desejo sexual animalizado torna-se o único estímulo desses espíritos. Suas mentes resistem a qualquer chamado ao progresso moral. Só as vibrações materializadas do sexo lhes interessam. Os problemas gerados pelos desvarios sexuais exigem uma grande mudança interna, uma sincera reforma íntima, além de muito tempo para serem solucionados. A liberdade sexual conquistada com a pílula é até hoje comemorada como um avanço. Por um lado esse avanço é inegável. Mas também é preciso reconhecer que homens e mulheres não estavam e ainda não estão preparados pra isso. Quanto mais livre se é, mais responsável se deve ser.

Quando deixamos que prevaleça em nós o animal que fomos um dia, somos facilmente atraídos pela espiritualidade inferior. Para esses espíritos é fácil aproveitar nossas próprias tendências para nos estimular exaustivamente. Conheço casos de pessoas que se transformaram em verdadeiros trapos humanos pela exaustão, pelo cansaço físico, moral e espiritual ocasionado pelo desregramento sexual.

As consequências sempre são graves. Nenhuma outra energia vincula tão fortemente os espíritos envolvidos quanto o sexo. O sexo é, antes de mais nada, energia atrativa e criadora. Aqueles que se unem sexualmente não estão se unindo apenas momentaneamente.

A energia criadora do sexo nos impulsiona para o progresso. Passamos por um momento histórico decisivo, um período de transição espiritual importante. Já passamos por outras revoluções nos costumes antes. O estabelecimento do cristianismo foi um desses momentos.

Caminhamos, com muitos tropeços, em direção ao amor. Milhares de anos atrás, éramos apenas homens e mulheres, machos e fêmeas. Hoje somos mães, pais, maridos, esposas. De amontoados de pessoas em regime tribal, passamos para os núcleos familiares de hoje, onde os papéis já não são estáticos como no passado. Dos casamentos arranjados e forçados do passado, passamos para a ampla liberdade de escolha de parceiros que temos hoje. Só temos que ser responsáveis…

Morel Felipe Wilkon

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