COMPANHEIROS DE VIAGEM
“Às vezes, imagino a vida como se fosse uma viagem de trem, feita com companheiros que a compartilham em determinados trechos. Quando nasci, entrei no trem em que estavam meus pais.
Eles já conheciam algumas coisas sobre a viagem e sobre o trem. Certamente parte de seus conhecimentos correspondia à verdade e outra parte não passava de ilusões. No meio da minha viagem nasceram meus filhos. A essa altura eu também já conhecia algumas coisas a respeito da viagem e do trem. Igualmente, parte era verdadeira e parte não.Há pouco tempo meu pai deixou o trem e, com sua partida, a dor mudou a maneira de fazermos a viagem. Mas o trem continuou. Quando juntos, cada um dos companheiros de viagem faz suas descobertas e procura passá-las para os outros, sabendo que a riqueza da luz se amplia quando é compartilhada.”
O trecho acima é o início do livro de Roberto Shinyashiki “Companheiros de Viagem”, e nos faz refletir sobre o papel de cada um de nós nos relacionamentos, nas percepções da vida. Ao longo dos séculos esse tem sido o principal desafio da humanidade. Entender e aprimorar a convivência. E o Mestre dos mestres, Jesus de Nazaré, em inúmeras ocasiões deixou, para nós, ensinamentos consistentes de como, a partir de uma mudança comportamental, sermos agentes construtores e consolidadores de um mundo melhor.
É um processo que exige uma determinação muito grande pois, ao longo do caminho, ao longo da existência, ao longo da viagem iremos nos defrontar com situações e circunstâncias que nos colocam à prova. Por que? Porque nas convivências vamos estar vivenciando e experimentando momentos de conflito. Encontramos criaturas que nos auxiliam. De diversas formas. E precisamos estar atentos para perceber qual o grau e qual a espécie de envolvimento. Formas…situações… circunstâncias Oposições ? Algumas. E isso é ruim? Não totalmente. A oposição nos fortalece. Viver é enfrentar oposições. O próprio sistema muscular o comprova. A criança, após algum tempo de nascida começa a engatinhar. Depois de mais alguns meses ela tenta se levantar e enfrenta a primeira oposição. A oposição da lei da gravidade.
Ela se levanta e cai , atraída pelo sistema gravitacional da Terra. E nesse exercício fortalece sua musculação e acaba por vencer o desafio. Temos um exemplo de como a oposição é altamente salutar.Nossos opositores nos auxiliam a partir do momento em que nossas opiniões e ações são expostas à crítica. Bem mais complicado são aquelas pessoas que com o elogio fácil e vulgar nos aplaudem e nos enaltecem e não são autênticos com relação ao nosso comportamento. É comum ouvirmos: fui traído… fui apunhalado pelas costas. E as pessoas decepcionam-se umas com as outras E Joanna de Ângelis no seu livro “Leis Morais da Vida”, ao abordar a Lei da Sociedade alerta-nos para o cuidado de não sermos portadores do elogio gratuito.
Da mesma maneira, termos uma visão crítica e não nos iludirmos com eventuais aplausos e enaltecimentos para fatos que não se justificam. É lógico e natural que todos precisam de estímulo. Mas entre o estímulo sadio e a palavra enganosa existe uma longa distância. E respeitar, acima de tudo, aquelas pessoas com as quais temos contato.E buscar a amizade sincera. Fazer amigos é uma arte. Sermos companheiros nessa viagem (Cum panere…palavra latina que significa : aquele que reparte o mesmo pão comigo).
Autoria: Euripedes Rodrigues dos Reis
Nenhum comentário:
Postar um comentário