NAS SENDAS DO MUNDO
Deus, que nos auxilia sempre, permite-nos possuir para que aprendamos também a auxiliar.
Habitualmente, atraímos a riqueza e supomos detê-la para sempre, adornando-nos com as facilidades que o ouro proporciona... Um dia, porém, nas fronteiras da morte, somos despojados de todas as posses exteriores, e, se algo nos fica, será simplesmente a plantação das migalhas de amor que houvermos distribuído, creditadas em nosso nome pela alegria, ainda mesmo precária e momentânea, daqueles que nos fizeram a bondade de recebê-las.
Via de regra, amontoamos títulos de poder e investimo-nos deles, enfeitando-nos com as vantagens que a influência prodigaliza... Um dia, porém, nas fronteiras da morte, somos despojados de todas as primazias de convenção, e, se algo nos fica, será simplesmente o saldo dos pequenos favores que houvermos articulado, mantidos em nosso nome pelo alívio, ainda mesmo insignificante e despercebido, daqueles que nos fizeram a gentileza de aceitar-nos os impulsos fraternos.
Geralmente repetimos frases santificantes, crendo-as definitivamente incorporadas ao nosso patrimônio espiritual, ornando-nos com o prestígio que a frase brilhante atribui... Um dia, porém, nas fronteiras da morte, somos despojados de todas as ilusões, e, se algo nos fica, será simplesmente a estreita coleção dos benefícios que houvermos feito, assinalados em nosso nome pelo conforto, ainda mesmo ligeiro e desconhecido, daqueles que nos deram oportunidade e singelos ensaios de elevação.
Serve onde estiveres e como puderes, nos moldes da consciência tranquila.
Caridade não é tão-somente a divina virtude, é também o sistema contábil do Universo, que nos permite a felicidade de auxiliar para sermos auxiliados.
Um dia, nas alfândegas da morte, toda a bagagem daquilo de que não necessitas ser-te-á confiscada; entretanto, as Leis Divinas determinarão recolhas, com avultados juros de alegria, tudo o que deste do que és, do que fazes, do que sabes e do que tens, em socorro dos outros, transfigurando-te as concessões em valores eternos da alma, que te assegurarão amplos recursos aquisitivos no Plano Espiritual.
Não digas, assim, que a propriedade não existe ou que não vale dispor disso ou daquilo
Em verdade, devemos a Deus tudo o que temos, mas possuímos o que damos.
Emmanuel (Chico Xavier)
De “ESTUDE E VIVA”, de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos de Emmanuel e André Luiz
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