Por entre as aflições e inquietudes que definem os quadros da vida atual, inçada de inseguranças e incertezas, surge a Revelação Espírita como fanal grandioso e humilde a clarear os caminhos.
Tu, meu amigo, tangido pela dor ou assediado pelo desencanto, nas garras do medo ou nas teias do tédio, vais haurir nas fontes dessa revelação os elementos de reconforto e esclarecimento, apoio e bênção, imprescindíveis à tua sustentação e equilíbrio.
Usufruindo os benefícios de uma consolação estimulante, bendizes a Boa Nova como Mensagem do Cristo às tuas necessidades mais íntimas.
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Refazes-te de abalos morais; fortaleces-te em concepções mais seguras e amplas; jubilas-te com as curas alcançadas; nutres a tua mente com o pão da verdade simples e bela.
Mas, meu amigo, preocupado com o que te convém, esqueces do que te cabe. Satisfazendo tuas necessidades imediatas, deténs-te nos benefícios recebidos com esquecimento das obrigações e deveres que te dizem respeito.
Qual beneficiado ingrato, negas fidelidade à própria fonte que curou teus males e ao próprio luzeiro que iluminou com amora tua vida.
Em suma, recebes com a mão espalmada da necessidade, recolhendo-a, com as bênçãos recebidas, ao bolso da inatividade e do egoísmo. Recebes e foges. Melhoras e te escondes, reformado e retraído. Por que não enfrentares os apupos ao Espiritismo, se o reconheces salvador?
Por que fugires ao testemunho de fidelidade à Doutrina dos Espíritos, se ela está impressa em teu íntimo?
Por que te negares à atividade cotidiana dos quadros da Doutrina Espírita, se és endividado dela?
Por que te retraíres e esquivares, embaíres e acovardares, se queres a vitória dos princípios com que te identificaste?
Não, meu amigo, não culpes os ambientes, não critiques os companheiros, não teças restrições a este ou aquele grupo de trabalho, não te furtes à demonstração da Verdade pela identificação do erro. Não te preocupes em localizares as falhas e sim em exemplificar os acertos.
Não te justifiques com esta ou aquela desculpa. O imperativo é claro. Recebeste e deves transmitir. Não te isoles na condição do beneficiado egoísta, do crente desfibrado e do idealista inoperante.
Não te envergonhes da doutrina que te foi refrigério, não lhe negues filiação; não te importem as perdas temporárias no mundo, pelas crenças nos ganhos do além.
Se ela te deu nova vida, não te negues a vivê-la... E assim encontrarás, na crença e no trabalho, as alegrias dulcificantes que o Mestre Jesus reserva, pela Revelação Nova, aos servos fiéis em toda a linha.
Pelo Espírito Emmanuel
De “Luz e Vida”, de Francisco Cândido Xavier
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