CAMINHAR JUNTOS
Ao nos casarmos, decidimos caminhar com alguém ao nosso lado.
Mas é necessário entender que caminhar lado a lado não é dar os mesmos passos.
Caminhar juntos pode apresentar descompassos, tropeços ou mesmo algumas paradas vez ou outra para ajuste dos passos.
Isso porque nós e o caminho vamos modificando na medida que os passos vão se desdobrando.
A estrada se descortina com suas surpresas, próprias de trechos ainda não percorridos.
Naturalmente, no transcorrer do percurso, bifurcações surgem, nos obrigando a tomar decisões, escolher para que lado seguir.
Se, individualmente, temos opções a fazer, diante das encruzilhadas que a vida nos oferece, podendo realizar escolhas pessoais, a vida a dois igualmente apresenta tais momentos.
E se nosso desejo é caminharmos um ao lado do outro, importante que optemos pelas mesmas direções nessas oportunidades.
Assim, as decisões deverão ser tomadas de comum acordo, para que não nos distanciemos um do outro ao longo da jornada.
Nesse caminhar decidiremos o tamanho da família que queremos ter, as datas propícias para o seu crescimento, como será a educação dos filhos.
Tomaremos, ainda, decisões importantes relativas à vida profissional de ambos, dos bens a adquirir, e outras que se fizerem presentes.
Quando não existir o diálogo franco, pela falta de ouvir o outro ou não ceder nos propósitos pessoais, é comum os cônjuges optarem por caminhos diferentes.
Dessa forma, seguem individualmente, como se sozinhos estivessem, e não percebem que o outro não mais caminha ao seu lado.
Haverão de se dar conta muitos passos adiante, muito tempo depois, de que estão caminhando a sós.
É quando surgem os desentendimentos, as discussões tolas, por tudo e por qualquer coisa.
Caminhar juntos é cuidar um do outro, é prestar atenção na direção dos próprios pés para que não se distanciem de quem está ao lado.
Importante lembrar que nenhum de nós é obra acabada a ser descoberta aos poucos pelo outro.
Somos obra em construção, modificada, alterada e estruturada a cada dia.
Ocorre, por vezes, que mesmo depois de anos de caminhada, nos surpreendemos com as ações ou reações do outro. Descobrimos, então, que não conhecemos verdadeiramente quem há tanto tempo está ao nosso lado.
Por isso é necessário atentar para os passos, mas também aprender a ler nos olhos.
Será através dessas janelas da alma que conseguiremos penetrar a intimidade do cônjuge.
Por outro lado, também devemos permitir que ele nos leia nos olhos, que nos examine a alma.
Dessa forma, caminhar lado a lado será mais simples porque iremos acompanhando as mudanças íntimas, a conquista dos valores, os desejos e os sonhos um do outro.
Muitos desistem da caminhada. Outros tantos se permitem afastamentos e passam a seguir sozinhos. Não raro são aqueles que se perdem, em uma bifurcação qualquer.
Será sempre valioso aprendizado se, atentos ao caminhar, seguirmos pela longa estrada, vencendo tropeços, acertando passos e escolhendo juntos os caminhos.
Portanto, sigamos com atenção para que juntos possamos estabelecer belo e venturoso percurso e, finalmente, cheguemos ao destino que ambos idealizamos, em uma data qualquer.
Por Redação do Momento Espírita
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