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29 abril 2018

A Medicina não é de nossa alçada - Gebaldo José de Sousa



A MEDICINA NÃO É DE NOSSA ALÇADA


Existem artigos – e também autores espíritas conceituados – que afirmam que Allan Kardec foi médico; e isso sem indicar a fonte em que se apoiam seus autores! Circunstância a nosso ver gravíssima, por desinformar os interessados e apoiar-se em fato não comprovado.

Não sabemos a que atribuir tal conduta. Talvez o façam para valorizar ainda mais quem é, por si mesmo, grandioso, como foi – e é – Allan Kardec!

Grandioso pela clareza de seus textos, sem rebuscamentos, sem complexidades de difícil entendimento; pelo trabalho incansável que realizou em apenas quinze anos; pela coragem de arrostar ásperas críticas; pela perseverança demonstrada e por seus incontáveis sacrifícios de variada natureza – sem os quais não teria chegado a bom termo.

Mas, sobretudo, pela inteligência de perceber em fatos aparentemente insignificantes, a grandeza da Doutrina Espírita, a partir do seguinte raciocínio:

“Diz a razão que um efeito inteligente deve ter como causa uma força inteligente (...)”.2

A Revista Espírita acima indicada publica texto de Kardec, sob o título O Magnetismo Perante a Academia.

Nele afirma que, com um disfarce, o Magnetismo entrou pela janela para a Academia das Ciências, sob o novo rótulo de Hipnotismo!

E também transcreve parcialmente “artigo que o Sr. Victor Meunier”, publicou em revista científica, em 16.12.1859, onde informa que o magnetismo animal foi levado à Academia pelo Sr. Broca. Indica também que ele e outros cirurgiões experimentaram o magnetismo em cirurgias, em substituição a anestésicos.

Nesse artigo é o próprio Codificador quem afirma não ser médico:

“Esperemos tenha o hipnotismo, como meio de provocar a insensibilidade, todas as vantagens dos agentes anestésicos, sem deles guardar os inconvenientes. Mas a Medicina não é de nossa alçada e, para não sair de suas atribuições, nossa Revista não deve considerar o fato senão sob o ponto de vista fisiológico.” (*)

Na Internet, colhemos o registro de que o Codificador “Possuía vasta cultura humanística e conhecia o alemão, o inglês, o italiano, o grego, o latim, todavia não foi médico, como às vezes se ouve dizer.” 3 (*)

Localizado o artigo em que o próprio Kardec informa que não era médico, cremos ociosa a busca de outras comprovações desse fato.

Não nos move outro interesse senão o de buscar fidelidade à história da relevante encarnação desse nobre Espírito, de quem somos todos devedores!

Aqui registramos nossa reverência e gratidão a ele, por nos haver favorecido com a Codificação Espírita que, qual almenara de luz, ilumina nossos caminhos em direção a Deus, nosso Pai!

Revela-nos a existência do mundo espiritual, de onde viemos e para o qual retornaremos, após inúmeros estágios reencarnatórios com o fim de evoluirmos.

Foram os próprios Espíritos que relataram a ele esses fatos, comprovando as relações entre ‘vivos’ e ‘mortos’.

Conhecer a Codificação Espírita e estudá-la é o meio mais adequado para evoluirmos conscientemente, evitando erros que retardam, dolorosamente, essa marcha que nos levará à conquista dessa meta à qual estamos todos destinados pelos desígnios generosos de Deus, nosso Pai!

Não há como fugir à evolução! Podemos retardá-la, com as quedas provocadas por nossa ignorância das Leis Divinas, mas jamais impedi-la.

Gebaldo José de Sousa

Referências:

1. KARDEC, Allan. Revista Espírita. Ano terceiro – 1860. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. O Magnetismo perante a academia, p. 27.

2. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos.Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1.impr. Rio de Janeiro: FEB, 2011, Prolegômenos, p. 69.

3.Grupo de Estudo "Allan Kardec": Allan Kardec (Biografia).

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