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13 maio 2019

Mãe, berço abençoado de amor - Adriana Machado

MÃE, BERÇO ABENÇOADO DE AMOR


Sei que este título pode parecer piegas, mas quem de nós não acha isso de sua mãe? [1]

Por mais que ela possa não representar o papel fiel de mãe amorosa, é a nossa mãe e a amamos do jeito imperfeito e exigente de sermos.

E, por causa disso, é que não acho “justo” [2] o que exigimos de seus corações! Nós as amamos com o nosso jeito imperfeito e, portanto, com toda a exacerbação, por exemplo, do nosso egoísmo, do nosso orgulho bem desequilibrados. Tendo esses maus conselheiros como guias, exigimos de seus corações algo que, por vezes, elas não podem nos dar porque não sabem como!

Daí é que vem a nossa mágoa, indignação, rancor, vitimização, e muito mais, por elas não representarem aquilo que, em nossa ilusão filial, entendemos como o mínimo de perfeição maternal.

Ora, elas são mulheres tão imperfeitas como nós somos como filhos. Elas também têm suas limitações, têm seus medos, suas dificuldades.

Ter se tornado mãe, seja pelo meio da concepção ou do coração, não a faz menos humana, não a torna uma super-mulher.

Admito, porém, que, para a maioria delas, algo fica diferente. Quando se está mãe se percebe, dentre outras coisas, que:

É possível amar alguém muito além do que já tinha experienciado;
Todo o seu ser se converge para a proteção daquele filho que dela depende e que o seu coração aprendeu a amar desde o primeiro minuto que o viu; 

O laço criado pela maternidade jamais será desfeito e, se como filhos nós sentimos essa ligação, elas sentem muito mais; 

Se torna, indiretamente, mãe de outros tantos seres porque se começa a entender que o amor vai além dos laços firmados.

É preciso, no entanto, ficar claro para nós que, até esta reação emocional e psíquica de nossa mãe, acontecerá da forma que ela sabe reagir ao amor que sabe amar.

Se estou complicando, eu explico para vocês: cada um de nós enxerga, sente e vivencia o amor de uma forma peculiar, porque esse será o resultado do nosso caminhar evolutivo. Com o tempo e esforço próprios, aprendemos e aperfeiçoamos o que (e como) sentimos algo e, por isso, no momento de aplicar esse sentimento, estaremos atrelados na forma e intensidade do amor que sabemos amar.

Pode parecer óbvio, mas muitas mães se culpam e se atormentam por sentirem que não amam como “deveriam”, tirando-lhes a paz interior.

Com a conscientização natural pela qual estamos passando, chegará um momento em que quebraremos essa premissa de um comportamento padrão das mães por ser inaceitável! Como eu disse antes, se somos todos diferentes, diferente também será como nos doamos, nos sacrificamos ou amamos alguém!

Nem todas as mães conseguem sustentar essa ilusão e, infelizmente, aquelas que fogem deste papel endeusado de mãe, na maioria das vezes, sentem dolorosamente na pele o seu próprio preconceito, o dos filhos e da sociedade.

Vejo que é por essa razão também que muitas mulheres, hoje, já sobrecarregadas com suas funções cotidianas, acabam temendo abraçar este papel tão divino de ser mãe para não serem cobradas em mais uma incumbência em suas vidas, perdendo (e efetivamente é perder) um ótimo aprendizado sobre o que é amar.

Tudo isso foi dito para repensarmos sobre como podemos ser carrascos com quem a gente mais ama, mas também para valorizarmos ainda mais as nossas mães.

Ora, se com todas as suas imperfeições elas nos amam com desprendimento e sacrifício, imaginem o quanto elas vão além de si mesmas por amor!

O amor de nossas mães é o indicativo mais do que perfeito do que é amar imperfeitamente, buscando a superação de si mesmas em cada dificuldade, em cada adversidade por amor a alguém que não sejam elas próprias, nos trazendo a certeza de que amar é possível, seja a quem for.

Mesmo aquelas que definitivamente não nos amaram, nos deram a oportunidade de sermos amados por outras pessoas, de sermos quem somos, porque aqui estamos.

Nossas mães são um berço de amor, porque não importa a idade que tivermos será em seu colo que nos consolaremos, nos confortaremos, nos aconchegaremos, mas, principalmente, porque com elas aprenderemos o que é amar além de nossas imperfeições e fazendo diferença na vida de um outro algia nauém.

Em tudo isso e muito mais, elas continuarão sendo um berço abençoado, o nosso melhor exemplo, o nosso cantinho de amor.

Referência:

[1] Esse texto foi elaborado para homenagear as mães, mas tentei trazer em seu bojo pequenas mensagens para aqueles que não tiveram em suas mães o melhor exemplo materno, porque somos todos imperfeitos e ainda não sabemos bem amar. Talvez nele vocês possam encontrar pequenas respostas e, quem sabe, a libertação para os seus corações. Aproveitem a leitura.

[2] Destaquei a palavra justo porque sabemos que não há injustiças nas leis divinas e se ainda vivenciamos tal postura social é porque ainda precisamos ser “forçados” a aprender a amar.



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