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05 março 2020

O Pedido de um Fantasma - Um caso real - Antônio Carlos Navarro

(Cena do Filme Ghost: do outro lado da Vida)



O PEDIDO DE UM FANTASMA - UM CASO REAL


Era um ambiente profissional com atividades ininterruptas durante as vinte e quatro horas do dia, em um vai e vem intenso de pessoas e veículos.

A noite a movimentação era bem menor, com determinadas áreas das instalações permanecendo desertas, mas que eram percorridas pelo vigilante de plantão, de meia em meia hora, com a obrigatoriedade de registro manual no relógio de ponto móvel, através de uma chave própria fixada no último poste de iluminação ambiente.

Certa noite, um dos profissionais da vigilância retornou à Base, apressado e lívido, do ponto mais afastado, dizendo que tinha visto um fantasma e que este tinha lhe dito alguma coisa, mas que não conseguiu compreender por conta do medo que sentia.

A ocorrência se repetiu com outros profissionais durante vários dias, tornando o fato público. Alguns diziam que o fantasma pedia por socorro e para que não fugissem dele, afirmando ser conhecido e amigo de muitos que ali trabalhavam, porque também já havia feito parte do corpo de profissionais daquela empresa.

Ninguém tinha coragem de dialogar com a entidade espiritual, e a situação persistia, até que um dia alguém se lembrou de um companheiro espírita e lhe descreveram os acontecimentos pedindo orientações a respeito.

Imediatamente foi “disparado” pedido de orações solicitando intercessão espiritual para aquele fantasma.

Passados alguns dias a situação se normalizou, com ninguém mais vendo o tal fantasma, e o assunto caiu no esquecimento.

Buscando encontrar fatos relacionados, foi constatado um acidente que tinha resultado na morte de um profissional da empresa, cuja aparência física correspondia com a aparência do fantasma.

Essa ocorrência suscita comentários.

Fantasma nada mais é do que uma das designações populares dadas às almas e aos espíritos; e tanto se acredita na existência deles, que se foge deles, e a ignorância a respeito torna-os motivos de assombro e medo.

A Doutrina Espírita, que é o Consolador prometido por Nosso Senhor Jesus Cristo (1), através do trabalho missionário de Allan Kardec, seu Codificador, esclarece-nos:

“A dúvida em relação à existência dos Espíritos tem como causa primária a ignorância quanto à sua verdadeira natureza. Geralmente, são imaginados como seres à parte na criação.” (2)

“…essas almas que povoam o espaço são precisamente o que se chamam de Espíritos; os Espíritos são a alma dos homens sem o seu corpo físico” (2)

“Quando o Espírito deixa a Terra leva consigo as paixões ou as virtudes de sua natureza e vai para o Espaço se aperfeiçoar, ou permanece estacionário até que deseje esclarecer-se.” (3)

“Qual é o propósito dos Espíritos que aparecem com boa intenção? – Consolar as pessoas que os lamentam; provar que existem e que estão por perto; dar conselhos e algumas vezes pedir ajuda para eles mesmos.” (2) “163 A alma, ao deixar o corpo, tem imediatamente consciência de si mesma? – Consciência imediata não. Ela passa algum tempo como num estado de perturbação.” (4)

“165 O conhecimento do Espiritismo tem alguma influência sobre a duração, mais ou menos longa, dessa perturbação? – Uma influência muito grande, uma vez que o Espírito já compreendia antecipadamente sua situação. Mas a prática do bem e a consciência pura exercem maior influência.” (4)

Em todas as épocas da humanidade, e em todos os lugares do planeta, os eventos das aparições espirituais são relatos comuns a todas as religiões, fazendo parte da cultura geral humana. Faltava, no entanto, quem explicasse racionalmente os fatos, e esse é o papel da Doutrina Espírita, que cumpre integralmente a profecia do Senhor quando Ele diz: “Conhecereis a Verdade e a Verdade os libertará” (5).

 “Quem vê um Espírito pode manter uma conversação com ele? – Perfeitamente; é o que se deve fazer nesse caso, perguntando ao Espírito quem é, o que deseja e o que se pode fazer por ele. Se o Espírito é infeliz e sofredor, a compaixão o alivia; se é um Espírito benevolente, pode vir na intenção de dar bons conselhos.” (2)

Cabe, portanto, a nós outros, nos esclarecermos a respeito da nossa própria natureza, e das duas dimensões que experimentamos, dos encarnados e dos desencarnados, que adentramos pelas portas do renascimento e da morte do corpo, em um processo que tem como objetivo a busca pela perfeição.

Envolvido pela vibração proveniente das preces, aquele nosso irmão “fantasma” conseguiu se desvincular do plano dos encarnados e foi amparado pelos Espíritos representantes da Misericórdia Divina, que também nos ampara, mas que espera de nós o esforço para andarmos pelas nossas próprias pernas.

Cabe ainda uma última observação: a questão cento e sessenta e cinco acima anotada não deixa dúvidas, o conhecimento da realidade espiritual ajuda muito em nossa adaptação ao Mundo Espiritual, em nosso retorno a ele, e isso é inevitável, mas é a ação no bem, o agir no bem, que garantirá melhores condições de adaptação, e o bem apontado é aquele que fazemos ao nosso próximo, momento a momento, no dia a dia de nossas existências.

Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro

Referências Bibliográficas:

(1) João 14:26

(2) O Livro dos Médiuns

(3) O Evangelho Segundo o Espiritismo

(4) O Livro dos Espíritos

(5) João 8:32

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