Lucas 14:25-27, 33; - João Ferreira de Almeida – RC;
Evangelho Segundo o Espiritismo- - capitulo 23 – item 1 pág.349;
"Ora, ia com ele uma grande multidão; e, voltando-se, disse-lhe: 26 Se alguém vier a mim e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27 E qualquer que não levar a sua cruz e não viver após mim não pode ser meu discípulo. 33 Assim, pois, qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo." (Lc 14:25-27,33).
"ORA, IA COM ELE" – Precisamos saber como pretendemos ir com Jesus. Podemos ir apenas acompanhando os seus passos, como pondo em prática os seus ensinamentos. É evidente que o povo somente o seguia, mas, é desse mesmo povo, dessa mesma multidão que iriam se destacar aqueles que se tornariam os exemplificadores da doutrina do Nazareno. Todos, sem exceção, saímos um dia da multidão.
"UMA GRANDE MULTIDÃO" – Numerosas eram as pessoas que iam ao encalço do Mestre. Ontem, hoje e amanhã, sempre a mesma coisa: multidões prontas a seguir ou seguindo alguém. Isso se verifica também entre os desencarnados. Todos desejam um guia, alguém que se coloque à frente, abrindo picadas. Dispõem-se a isso, enquanto embalados pela euforia do primeiro instante, contudo, à medida que se conscientizam da responsabilidade, vão sentindo o peso da responsabilidade, não poucos desistem, outros adiam para mais tarde. Só os dispostos, perseverantes e de boa vontade continuam. Agem assim porque entenderam e sentiram a mensagem. Em conseqüência, experimentam a alegria ao vivenciá-la.
"E, VOLTANDO-SE," – Em qualquer tempo é imperioso que Jesus se volte, pois Ele está sempre à nossa frente. É o Mestre, o Guia, a Porta... Necessário ficarmos atentos para não perde-lo de vista. Ter os cuidado para que os obstáculos representados pelas nossas próprias imperfeições não interponham entre nós e Ele, impedindo-nos de acompanhá-lo. Todo e qualquer tipo de dificuldade exterior é apenas aparente, porquanto, se bem encarada, se enfrentada cristãmente, só nos ajuda a clarear o alvo e a avançar. Ilustremos a questão: o pobre de qualquer natureza em nosso caminho, constitui o ensejo de praticar o bem; o chefe exigente nos faz acordar para a disciplina; o amigo criador de casos nos encaminha para a tolerância; o parente problema nos induz à compreensão. E assim por diante. Assim, as dificuldades exteriores são (dependendo do modo de aceitá-las) positivas ou negativas com vistas à nossa ascensão espiritual.
"DISSE-LHES" – Sempre que Jesus vai falar algo, imperioso estarmos vigilantes e receptivos. Vigilantes, para não mesclarmos a sua mensagem com os nossos pontos de vistas ou opiniões alheias: receptivos para recolhermos no próprio coração (sentimento) os seus ensinos. Não mencionamos mente, porque ela só serve para decorar o ensinamento. No certo, a intelectualidade somente poderá estabelecer dúvidas. E duvidar do que é verdadeiro, porque de Jesus, não convém. O aprendizado efetivo se processa de coração para coração. A simplicidade do Mestre falando à simplicidade do discípulo. "Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus." (Mt 5:3).
"Se alguém vier a mim e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo." (Lc 14:26).
"SE" – No caso de.
"ALGUÉM" – Não se sabe quem. Qualquer um: não importa a raça, posição ou religião.
"VIER A MIM," – Tomar a iniciativa de ir ao encontro do Mestre. Ele veio até nós, trazendo, com a palavra e o exemplo a lei do Amor. Agora compete a quem deseja segui-lo ir até Ele, através da auto renovação que se obtém com o conhecimento e vivencia de sua doutrina.
"SE ALGUÉM VIER A MIM," – O Filho de Maria quer que todos vão a Ele. E isso acontecerá mais cedo ou mais tarde, pois a evolução é uma fatalidade para todos os seus. Quando, entretanto, coloca "se" (no caso de) demonstra respeito ao livre-arbítrio.
"E NÃO ABORRECER" – E não motivar insatisfação. Não no que está de acordo com a Doutrina do Mestre, mas naquilo que lhe opõe.
"A SEU" – Adjetivo possessivo. Cada um com o que lhe corresponde.
"PAI, E MÃE, E MULHER, E FILHOS, E IRMÃOS, E IRMÃS," – Trata-se da família. Como cada elemento se encontra numa situação evolutiva, traz um acervo diferente de passadas reencarnações, age e reage a seu modo. No que está de acordo com a Doutrina do Mestre, tudo bem, no que foge, não podemos concordar, se estamos dispostos a seguir Jesus. Melhor servir ao Criador do que às criaturas; estar com o Messias, do que com os homens. Como a adesão ao que está errado e, por isso, foge aos preceitos do Senhor, não é possível, surge daí o aborrecimento ou a insatisfação. A ausência de aprovação, porque, com raras exceções, gostamos que os outros pensem e ajam de acordo com a nossa maneira de ser. Com relação aos familiares devemos o respeito, mas não a obediência cega, a subserviência, o partidarismo, inspirado pelo sentimento do clã.
"PAI" – Lembra a causa de origem racional, fruto do intelecto.
"E MÃE" – A causa de origem sentimental, fruto do sentimentalismo. Ambas as causas geram desequilíbrio. Pra nossa libertação espiritual, precisamos de um equilíbrio perfeito entre a mente e o coração. Se não fugirmos à rotina das influencias perniciosas, não conseguiremos apressar a própria evolução. É reagindo cristãmente que iremos transformando a essência das causas ou nos imunizando contra os seus efeitos perniciosos. Para que o cego de Betsaida se curasse, Jesus o levou para fora da aldeia e, depois, lhe recomendou que não entrasse nela. Se as antigas ligações o tinham levado à cegueira, pra continuar restabelecido não poderia restabelecê-las, já que a aldeia, no caso, representava a rotina de sua existência.
"E MULHER" – Renúncia a tudo aquilo que nos impede de seguir Jesus, como o ciúme, o apego, a dominação, a chantagem afetiva, o comercio sentimental, a desconfiança, o desequilíbrio sexual.Para o cristão, marido ou mulher são companheiros, isto é, "uma só carne", interesses iguais no campo material, contudo duas almas imortais, carentes de compreensão a ajuda recíprocas.
"E FILHOS" – Efeitos que, sempre que contrários às novas idéias, as cristãs, devem ser igualmente repudiados. Se não temos condições de remontar às causas para retificá-las que, pelo menos, busquemos amenizar as conseqüências ou corrigi-las com os recursos ao nosso alcance.
"E IRMÃOS" – No campo das idéias, são as tendências de ordem intelectual que encontram ampla ressonância em nosso ser.
"E AINDA TAMBÉM A SUA PRÓPRIA VIDA," – Vida é aquilo que nos causa expressão no campo da realização, da alegria, dos afetos, do bem-estar, tudo isso, se em algum aspecto contrasta com a Boa Nova, a tudo devemos abandonar. Podemos ir mais adiante, dizendo que todo sacrifício nos compete fazer, se isso resulta em beneficio de alguém. Assim, a própria vida física deve ser colocada á margem, se tal providência constituir um bem para alguns, principalmente considerando que a vida na matéria tem importância muito relativa, só valendo para o espírito imortal como instrumento para estágio em mundos materializados como a Terra.
"NÃO PODE SER MEU DISCÍPULO" – Ser discípulo é ser aprendiz. É matricular-se na escola do Mestre. Ora, ninguém é obrigado a ir à escola, a ser aluno. Contudo, se resolvem fazê-lo é claro que fica na obrigação de se submeter às normas. É o próprio candidato que escolhe; no livre uso do seu livre-arbítrio. E com quanto mais boa vontade, mais dedicação se coloca como discípulo melhor. Mais aproveitamento, melhor aprendizado.
"E qualquer que não levar a sua cruz e não viver após mim não pode ser meu discípulo." (Lc 14:27).
"E QUALQUER" – Sem exceção.
"CRUZ," – Não só dos problemas, das dificuldades, como habitualmente se entende, mas também das obrigações, dos compromissos voluntariamente assumidos. Assim, cruz é a doença, o trabalho profissional, os deveres domésticos, as tarefas no campo religioso... Tudo, enfim, que exija da criatura boa vontade, dedicação e labor.
"E NÃO VIER APÓS MIM," – O Mestre deste modo define a quem devemos seguir sem tergiversações. Não se trata de Jesus pessoa, porém de Jesus doutrina, que não pode ser subestimado, nem trocada por qualquer outra ideologia. Temos, em vista disso, a direção e o modo como nos conduzir.
"NÃO PODE SER MEU DISCÍPULO" – Não pode mesmo, porque o próprio se exclui, pelo fato de não se colocar ao encalço do Mestre em tudo e apesar de tudo. Depende da disposição de cada um tornar-se e permanecer como discípulo.
"Assim, pois, qualquer de vós que não renúncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo." (Lc 14:33).
"ASSIM, POIS" – Em vista do exposto, o Mestre encaminha o assunto para a conclusão que é, ao mesmo tempo, uma síntese de tudo quanto falou.
"QUALQUER DE VÓS" – Isto é, qualquer um que tomar conhecimento da lição de Jesus. Sem acepção de pessoas. Qualquer que seja sua condição, raça ou religião. Ele não refere a todos que desejam um dia merecer o nome de cristãos.
"QUE NÃO RENUNCIA" – Renunciar: abandonar, deixar voluntariamente a posse. Não se trata de abandonar por ver-se impedido de continuar retendo, como no caso de quem desencarna.
"A TUDO QUANTO TEM," – Temos o que está em nosso íntimo. Qualidades boas ou más. Detemos, provisoriamente, que se encontra no exterior, até o nosso próprio corpo físico. Ainda mais até o nosso corpo perispiritual, pois, em certas circunstancias, podemos comprometer a sua forma e, quando em estagio superior de evolução, vir a perdê-lo, totalmente, isso, certamente, num futuro muito remoto. O que temos é tão nosso, que não pode ser dado, transferido. Uma mãe, por muito que goste do seu filho, não pode dar-lhe, por exemplo, um pouco de obediência, porque é uma virtude e, como tal, intransferível.
"NÃO PODE SER MEU DISCÍPULO" – Visto acima. Aqui a pessoa se exclui, porque é incapaz de satisfazer, por enquanto, as condições estipuladas por Jesus.
Redação do Blog Espiritismo na Rede conforme estudo realizado na cidade de Belo Horizonte, 15-6-1982.
"E IRMÃOS" – No campo das idéias, são as tendências de ordem intelectual que encontram ampla ressonância em nosso ser.
"E IRMÃS" – Ainda no âmbito das idéias, as de cunho sentimental, às quais podemos nos adaptar muito bem e achar bem. Entretanto, não com "irmãos" como "irmãs" outro deve ser o nosso modo de conceber já que o Evangelho nos proporciona idéias diferentes, às quais só conseguimos aderir, com a mente e o coração, se resolvermos acatá-las, apenas de tudo.
"E AINDA TAMBÉM A SUA PRÓPRIA VIDA," – Vida é aquilo que nos causa expressão no campo da realização, da alegria, dos afetos, do bem-estar, tudo isso, se em algum aspecto contrasta com a Boa Nova, a tudo devemos abandonar. Podemos ir mais adiante, dizendo que todo sacrifício nos compete fazer, se isso resulta em beneficio de alguém. Assim, a própria vida física deve ser colocada á margem, se tal providência constituir um bem para alguns, principalmente considerando que a vida na matéria tem importância muito relativa, só valendo para o espírito imortal como instrumento para estágio em mundos materializados como a Terra.
"NÃO PODE SER MEU DISCÍPULO" – Ser discípulo é ser aprendiz. É matricular-se na escola do Mestre. Ora, ninguém é obrigado a ir à escola, a ser aluno. Contudo, se resolvem fazê-lo é claro que fica na obrigação de se submeter às normas. É o próprio candidato que escolhe; no livre uso do seu livre-arbítrio. E com quanto mais boa vontade, mais dedicação se coloca como discípulo melhor. Mais aproveitamento, melhor aprendizado.
"E qualquer que não levar a sua cruz e não viver após mim não pode ser meu discípulo." (Lc 14:27).
"E QUALQUER" – Sem exceção.
"QUE NÃO LEVAR" – Que não conduzir, por livre espontânea vontade. Quem ouve o convite e resolve aceitá-lo, assumindo as suas obrigações, onde quer que se encontre e em qualquer situação.
"A SUA" – Cada um tem a sua. De acordo com a própria condição evolutiva, conforme as circunstancias da vida de cada um.
"CRUZ," – Não só dos problemas, das dificuldades, como habitualmente se entende, mas também das obrigações, dos compromissos voluntariamente assumidos. Assim, cruz é a doença, o trabalho profissional, os deveres domésticos, as tarefas no campo religioso... Tudo, enfim, que exija da criatura boa vontade, dedicação e labor.
"E NÃO VIER APÓS MIM," – O Mestre deste modo define a quem devemos seguir sem tergiversações. Não se trata de Jesus pessoa, porém de Jesus doutrina, que não pode ser subestimado, nem trocada por qualquer outra ideologia. Temos, em vista disso, a direção e o modo como nos conduzir.
"NÃO PODE SER MEU DISCÍPULO" – Não pode mesmo, porque o próprio se exclui, pelo fato de não se colocar ao encalço do Mestre em tudo e apesar de tudo. Depende da disposição de cada um tornar-se e permanecer como discípulo.
"Assim, pois, qualquer de vós que não renúncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo." (Lc 14:33).
"ASSIM, POIS" – Em vista do exposto, o Mestre encaminha o assunto para a conclusão que é, ao mesmo tempo, uma síntese de tudo quanto falou.
"QUALQUER DE VÓS" – Isto é, qualquer um que tomar conhecimento da lição de Jesus. Sem acepção de pessoas. Qualquer que seja sua condição, raça ou religião. Ele não refere a todos que desejam um dia merecer o nome de cristãos.
"QUE NÃO RENUNCIA" – Renunciar: abandonar, deixar voluntariamente a posse. Não se trata de abandonar por ver-se impedido de continuar retendo, como no caso de quem desencarna.
"A TUDO QUANTO TEM," – Temos o que está em nosso íntimo. Qualidades boas ou más. Detemos, provisoriamente, que se encontra no exterior, até o nosso próprio corpo físico. Ainda mais até o nosso corpo perispiritual, pois, em certas circunstancias, podemos comprometer a sua forma e, quando em estagio superior de evolução, vir a perdê-lo, totalmente, isso, certamente, num futuro muito remoto. O que temos é tão nosso, que não pode ser dado, transferido. Uma mãe, por muito que goste do seu filho, não pode dar-lhe, por exemplo, um pouco de obediência, porque é uma virtude e, como tal, intransferível.
"NÃO PODE SER MEU DISCÍPULO" – Visto acima. Aqui a pessoa se exclui, porque é incapaz de satisfazer, por enquanto, as condições estipuladas por Jesus.
José Damasceno Sobral
Redação do Blog Espiritismo na Rede conforme estudo realizado na cidade de Belo Horizonte, 15-6-1982.
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