“A necessidade do trabalho é uma lei natural?” (OLE 674)
Com esta pergunta, Allan Kardec abre, no
Livro dos Espíritos, a discussão sobre trabalho. O espírito responde a esta
questão do seguinte modo; “O trabalho é uma lei natural, por isso mesmo é
uma necessidade e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque
aumenta as suas necessidades e seus prazeres.”
Examinemos com mais cuidado esta resposta. Em primeiro lugar, ela diz que, de fato, o trabalho é uma lei natural. Esta colocação nos causa espécie porque, de um modo geral, encaramos o trabalho como uma atividade cultural realizada em certos locais, certas horas e subordinadas a determinadas leis. Entretanto, esta concepção de trabalho nos parece demasiadamente estreita.
Para se dizer que o trabalho é uma lei natural, temos que provar que ela pertence à natureza e não nos parece difícil demonstrar tal coisa. Se não, vejamos: as formigas trabalham incansavelmente (são inclusive, símbolos do trabalho) para manter os seus formigueiros organizados; as abelhas, em suas colmeias, fazem o mesmo; outros insetos trabalham fertilizando as flores; os castores constroem nos rios, diques de madeira; os pássaros fazem seus ninhos; os grandes predadores exercem a atividade da caça e assim por diante.
O homem, por sua vez, muito antes que houvesse a civilização, soube o acicate da sobrevivência; aprendeu a trabalhar. Foi, em verdade, o trabalho, que tornou o homem verdadeiramente humano.
Prestemos atenção, porém, à última parte da resposta onde o espírito fala das relações entre o trabalho e a civilização. Ali se diz que a civilização, aumentando as nossas necessidades e ampliando a nossa capacidade de desejar, aumentou também a nossa necessidade de trabalhar.
Esta é uma questão muito interessante e rica em ensinamentos. O animal trabalha para satisfazer as suas necessidades naturais de alimentar-se, agregar-se ou reproduzir-se; mas o homem cria necessidades artificiais e, por isso, aumenta a sua força de trabalho para produzir cada vez mais e adquirir coisas incessantemente.
Com isto, ele se reduz significativamente, trabalhando para ganhar dinheiro e com o dinheiro, conseguir coisas que nem sempre lhe são essenciais. Alguns homens mais espertos ou mais ativos, levam centenas ou mesmo milhares de outros homens a trabalharem para eles, tornando-se cada vez mais ricos materialmente, enquanto seus empregados ficam cada vez mais pobres.
Essa é uma distorção da ideia de trabalho, uma vez em que o ato de trabalhar transforma-se em suplício para o trabalhador e o faz uma pessoa negativista, que vê o trabalho como uma maldição e não como uma benção. Os exploradores se esquecem de que, ao explorarem o trabalho dos outros, perdem o melhor de si mesmos, chegando ao fim de suas vidas com sólidas contas bancárias, mas inteiramente vazios e com incrível débito ante a lei de Deus.
Quando o Espiritismo nos diz que o trabalho é uma lei natural, não está se referindo ao trabalho alienado ou ao trabalho escravo, mas a uma atividade profundamente útil ao progresso dos espíritos. Se não houvesse o trabalho, mesmo no modelo negativo que ainda o conhecemos, em razão da pouca evolução do planeta, a vida humana seria demasiadamente pobre. O trabalho torna o homem ousado e criativo e, quando feito com prazer, é uma atividade capaz de nos dar felicidade.
Examinemos com mais cuidado esta resposta. Em primeiro lugar, ela diz que, de fato, o trabalho é uma lei natural. Esta colocação nos causa espécie porque, de um modo geral, encaramos o trabalho como uma atividade cultural realizada em certos locais, certas horas e subordinadas a determinadas leis. Entretanto, esta concepção de trabalho nos parece demasiadamente estreita.
Para se dizer que o trabalho é uma lei natural, temos que provar que ela pertence à natureza e não nos parece difícil demonstrar tal coisa. Se não, vejamos: as formigas trabalham incansavelmente (são inclusive, símbolos do trabalho) para manter os seus formigueiros organizados; as abelhas, em suas colmeias, fazem o mesmo; outros insetos trabalham fertilizando as flores; os castores constroem nos rios, diques de madeira; os pássaros fazem seus ninhos; os grandes predadores exercem a atividade da caça e assim por diante.
O homem, por sua vez, muito antes que houvesse a civilização, soube o acicate da sobrevivência; aprendeu a trabalhar. Foi, em verdade, o trabalho, que tornou o homem verdadeiramente humano.
Prestemos atenção, porém, à última parte da resposta onde o espírito fala das relações entre o trabalho e a civilização. Ali se diz que a civilização, aumentando as nossas necessidades e ampliando a nossa capacidade de desejar, aumentou também a nossa necessidade de trabalhar.
Esta é uma questão muito interessante e rica em ensinamentos. O animal trabalha para satisfazer as suas necessidades naturais de alimentar-se, agregar-se ou reproduzir-se; mas o homem cria necessidades artificiais e, por isso, aumenta a sua força de trabalho para produzir cada vez mais e adquirir coisas incessantemente.
Com isto, ele se reduz significativamente, trabalhando para ganhar dinheiro e com o dinheiro, conseguir coisas que nem sempre lhe são essenciais. Alguns homens mais espertos ou mais ativos, levam centenas ou mesmo milhares de outros homens a trabalharem para eles, tornando-se cada vez mais ricos materialmente, enquanto seus empregados ficam cada vez mais pobres.
Essa é uma distorção da ideia de trabalho, uma vez em que o ato de trabalhar transforma-se em suplício para o trabalhador e o faz uma pessoa negativista, que vê o trabalho como uma maldição e não como uma benção. Os exploradores se esquecem de que, ao explorarem o trabalho dos outros, perdem o melhor de si mesmos, chegando ao fim de suas vidas com sólidas contas bancárias, mas inteiramente vazios e com incrível débito ante a lei de Deus.
Quando o Espiritismo nos diz que o trabalho é uma lei natural, não está se referindo ao trabalho alienado ou ao trabalho escravo, mas a uma atividade profundamente útil ao progresso dos espíritos. Se não houvesse o trabalho, mesmo no modelo negativo que ainda o conhecemos, em razão da pouca evolução do planeta, a vida humana seria demasiadamente pobre. O trabalho torna o homem ousado e criativo e, quando feito com prazer, é uma atividade capaz de nos dar felicidade.
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