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31 maio 2010

Aparências - Momento Espírita

Aparências


O ser humano costuma se preocupar com a imagem que transmite ao mundo.

Há regras de comportamento e de vestimentas para as mais variadas ocasiões.

Conforme o local, as exigências mudam.

Há ambientes formais e informais, mais ou menos sofisticados.

Para ter uma boa aparência, as pessoas cuidam de seu vestuário e de seu corpo.

Uma imagem desleixada em geral dificulta o sucesso profissional.

Também a vida social oscila conforme o apuro da apresentação pessoal.

É bom e necessário que haja preocupação em ser asseado, agradável no trato e em se vestir conforme a ocasião.

Esse acatamento das regras sociais constitui sinal de respeito às pessoas com quem se convive.

Contudo, convém não cuidar apenas do que aparece.

Tudo o que é material é sempre efêmero.

Boas roupas, corpo bem cuidado e maneiras sofisticadas podem ser apenas uma capa para esconder o que realmente se é.

A polidez é importante, mas representa apenas uma aparência, que pode ser enganosa, ou a porta de entrada das virtudes.

É possível adotar expressões que traduzem atenção e respeito, sem ter o menor interesse no bem estar do próximo.

A título de princípio, vale a disciplina do exterior.

Entretanto, é preciso que o coração também seja convocado a participar.

Não dá para cuidar apenas do exterior e achar que basta.

Cedo ou tarde, as aparências cessarão.

Todo homem é um Espírito momentaneamente vestindo um corpo de carne.

Por lindo que seja esse corpo, seu destino é a sepultura.

A essência da criatura reside em sua realidade íntima.

Cada qual transcende com o que é, não com o que aparenta.

Há pessoas que se ocupam de aparentar pureza.

Mas cultivam pensamentos e sentimentos desonestos e lascivos.

Para os que estão a sua volta parecem exemplos de dignidade.

Mas os Espíritos, que podem perceber seus pensamentos, os veem de modo bem diverso.

Conforme a realidade íntima, assim é a constituição espiritual.

Alguém de aparência e modos irretocáveis pode ter estrutura espiritual apodrecida.

Talvez passe uma imagem respeitável à sociedade, que lhe ignora o íntimo.

Contudo, é visto pelos Espíritos como um decaído.

Exala fluidos deletérios, literalmente cheira mal, para quem consegue perceber.

Será como um lascivo decadente que ressurgirá após a morte do corpo.

Convém pensar nisso, para evitar surpresas desagradáveis.

Mais cedo ou mais tarde, sua realidade íntima aparecerá, sem nenhum disfarce.


Redação do Momento Espírita

30 maio 2010

Últimas Vontades - Momento Espírita

Últimas Vontades

Você já se deu conta de que, de modo geral, costumamos doar nossos bens, somente após a morte?

Naturalmente, isto equivale a dizer que legamos nosso patrimônio a parentes próximos ou distantes, registrando em testamento as nossas vontades.

Estabelecemos divisões eqüitativas ou não, dispondo de bens móveis e imóveis, jóias, títulos financeiros, cédulas e moedas, em favor dos que permanecem na carne.

Alguns de nós, mesmo nessas disposições últimas, impomos condições aos herdeiros a fim de que possam colocar as mãos no que lhes legamos.

Registramos desejos absurdos que retratam, em síntese, que mesmo partindo para a vida espiritual, pretendemos prosseguir a comandar vidas alheias, graças aos legados que lhes dizemos doar.

Por vezes, vamos ao ponto de determinar o que os herdeiros deverão fazer com os valores que lhes dispensamos.

Colocamos cláusulas testamentárias estabelecendo que certas porcentagens sejam direcionadas à prática da caridade, de forma direta ou através de instituições.

Nesse caso, convenhamos, se somos cristãos sabemos que é nosso dever atender o irmão sofredor, o quanto antes, e por nós mesmos.

Pois que Jesus nos ensinou que mais importante do que dar é dar-se.

Igualmente temos consciência de que o bem só tem valor real quando parte do coração e ao coração se dirige.

O que quer dizer que distribuição do que quer que seja, por imposição, não trará jamais o selo do amor e da doação espontânea.

Temos a pensar ainda que, se durante os anos de nossa vida, não nos esmeramos em exemplificar a caridade, se não nos preocupamos em ensinar aos filhos, netos, sobrinhos, ou quem quer que seja, o verdadeiro sentido da caridade, como pretendermos que eles a pratiquem, sob dispositivo de cláusula testamentária?

Cumpre-nos revisar nossa postura perante a vida. Primeiro, iniciando a partilha do que excede em nossos armários, sejam roupas, calçados, alimentos, livros, etc.

Segundo, educando aqueles por quem somos responsáveis, à meridiana luz do verdadeiro Cristianismo.

Tudo isso, enquanto é tempo, enquanto estamos a caminho, enquanto a lucidez nos comanda o raciocínio.

Repartir o pão do corpo e da alma, distribuir o de que disponhamos, em favor do nosso irmão, é medida que prescreve o Cristianismo, desde os versos primeiros da Boa Nova.

* * *

Você sabia que os recursos amoedados devem sempre ser entendidos como meios e não como meta em nossas vidas?

E que na Terra, as coisas têm o valor que lhes damos? Entre outras, o dinheiro tem o peso exato que lhe oferecemos.

Redação do Momento Espírita, com frases finais baseadas no verbete Dinheiro, do livro Repositório de sabedoria, v.1, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

29 maio 2010

Compreensão e Vida - Emmanuel

COMPREENSÃO E VIDA

Pesquisemos os próprios sentimentos e verificaremos quão difícil se nos faz a renovação íntima.

Quantas vezes, no mundo, teremos sentido a inconveniência de certos hábitos com manifesta incapacidade para desvencilhar-nos deles?

Em quantas ocasiões, sabíamos previamente quanto nos doeriam as conseqüências de determinada ação infeliz e a ela nos atiramos para nosso próprio sofrimento?

Referimo-nos ao assunto para destacar o impositivo da tolerância.

Ante os irmãos que te pareçam afastados do caminho que que a vida lhes marcou, não lhes condenes a trajetória.

Ao invés disso, auxilia-os, através da providência que lhes consiga aliviar a carga das obrigações assumidas e com a boa palavra que lhes desanuvie o espírito atribulado.

Esse erra sob a pressão das necessidades de ordem material; aquele cedeu à tentações que se lhe figuravam irremovíveis; outro penetrou nos labirintos da culpa, acreditando-se sob graves constrangimentos no campo doméstico; e ainda outro conhecia a extensão do problema em que se emaranhava, entretanto, de momento, não encontrou forças, em si próprio, a fim de livrar-se dele.

Ampara-os, quanto possas.

Não será com aspereza que lhes resseguraremos a tranqüilidade, tanto quanto não será espancando uma ferida que lhe conseguiremos a cura.

O remédio destinado à recuperação do corpo é o símbolo do amor com que nos será possível reajustar a harmonia da alma doente.

O medicamento age, dose a dose.

O amor opera, gesto a gesto.

Diante dos companheiros de experiência na Terra, estende-lhes a beneficência da compreensão que lhes reerga o entendimento na estrada que lhes cabe trilhar.

Se não conseguimos, de imediato, fazer de nós aquilo que mais desejamos e se, muitas vezes, no Plano Físico, escapamos das piores situações, a preço de lágrimas, não será justo exigir dos outros uma condição diferente da nossa.

À frente do irmão, considerado em desvalimento, em vista desse ou daquele erro por ele cometido, compadece-te e auxilia-o para que se retome no equilíbrio próprio, por quanto, habitualmente, onde o próximo terá surpreendido a pedra de alguma dificuldade poderá, talvez, transformar-se no grande obstáculo que nos fará cair amanhã.

Pelo Espírito Emmanuel
Do livro: Atenção
Médium: Francisco Cândido Xavier

28 maio 2010

Falar Para Quem Quer Ouvir - Valentim Lorenzetti

FALAR PARA QUEM QUER OUVIR

O espírita não deve ter a preocupação de converter quem quer que seja. Deve, isso sim, preocupar- se em informar tudo sobre a Doutrina, desde que lhe solicitem informações. Deve, na medida de seus conhecimentos, dar explicações baseadas na lógica doutrinária aos problemas e aflições que seu semelhante lhe apresentar. Nunca, porém, dizer: "Faça assim, que você vai melhorar". Dar ao semelhante aos informações simples e corretas, que poderão ser utilizadas por ele em benefício próprio; se ele quiser. Se a pessoa que nos pede informações e dados achar que nossa resposta - a explicação da Doutrina - não lhe serve, é um direito que não devemos, nem podemos, tomar- lhe. A responsabilidade de melhorar ou piorar de vida é intransferível; cabe a cada indivíduo. Ao espírita cabe tão somente fornecer às pessoas os elementos necessários à tomada consciente dessa responsabilidade; daí para frente, o trabalho é do próprio indivíduo.

Jesus, quando ensinava a multidão em geral ou as pessoas em particular, nunca disse: "Não faça isto, que lhe acontecerá aquilo". Sempre propunha parábolas, que são as melhores formas de estimular o raciocínio e de não ferir o livre- arbítrio de ninguém. Dizia, por exemplo: "Havia uma pessoa que agiu desta ou daquela forma e lhe aconteceu isto ou aquilo". Cada um que vestisse a carapuça. Cada qual que fizesse as analogias, se colocasse no lugar do cidadão referido na parábola, e tomasse as decisões que melhor achasse acertadas para o seu caso. O desfecho daquele procedimento, Jesus já lhe havia dito pela parábola. Cabia ao ouvinte agir. Jesus nunca o impediria de proceder como melhor lhe aprouvesse. Entretanto, após ouvir a parábola, o ouvinte já estava informado das conseqüências; se continuasse no caminho errado, seria muito mais responsável. "Não foi por falta de aviso", como se costuma a dizer aos amigos que erram.

A divulgação espírita deve, portanto, preocupar- se em informar, esclarecer. Não deve se preocupar com quantidade, mas com qualidade. Não deve ir buscar ninguém que não esteja interessado no Espiritismo, mas fazer todo o possível para esclarecer aqueles que vão ao seu encontro. Nunca fugir às explicações diante daqueles que procuram o Espiritismo; nunca se preocupar em perder tempo com aqueles que não se interessam em ouvir nada sobre a Doutrina. "Não dar pérolas aos porcos e também um ensinamento evangélico. Os porcos nunca saberão o que fazer com as pérolas: é um presente muito requintado para quem só se preocupa em comer. E que não escolhe a qualidade da comida; contenta- se até com detritos. Não perder tempo, entretanto, em convencer alguém, enquanto muitos estão à nossa espera, ansiosos para ouvir explicações, para serem consolados pelo ensinamento evangélico.

O orador espírita deve também se preocupar em levar sua mensagem para a média das pessoas. Não muito elevado, mas também não muito rasteiro para não confundir as inteligências que estão exatamente lutando para sair do lodo. Ter o bom senso para avaliar a capacidade de apreensão e compreensão do auditório é responsabilidade de todo orador espírita. Não falar muito em citações evangélicas, "ipsis literis", mas utilizar a essência de tais citações, aplicando- as a fatos de nossos dias, a eventos ligados à vida da média do auditório. Pois é preciso ter em mente também penetrar o entendimento dos ouvintes daquela época; sua essência perene e universal, mas sua vestimenta, a forma, é transitória e mortal - morre com a mudança dos costumes. Deve, portanto, o orador "vestir" a essência evangélica com motivos atuais e próximos de todos seus ouvintes. Do contrário, a palestra soará falsa, soará de uma erudição ridícula. E o caso de falarmos, por exemplo, na linguagem bíblica, com todos os vos e os "ides". Numa palestra informal, essa preocupação gera frases ridículas.

Se a multidão vem até um Centro Espírita, é importante saber o que realmente ela quer. Tomar nas mãos o material que ela nos oferece; o material de suas preocupações e aflições. E, assim, jogar inicialmente a tábua para aquele que se está afogando a fim de trazê-lo à margem. A seguir, se o candidato ao afogamento estiver realmente interessado, ensiná-lo a nadar. Pois que todos terão de aprender a nadar para vencer as correntes do rio da Vida. Mas muitos não se sentem "maduros" para entrar na escola de natação; preferem sofrer mais algumas experiências de afogamento. Porém devemos estar sempre prontos a lhes jogar a tábua mais uma vez e, também, mais uma vez a lhes respeitar o livre-arbítrio.

De "Caminhos de Libertação"
de Valentim Lorenzetti

27 maio 2010

Estás triste? - Camilo

Estás triste?

"A maior caridade que praticamos em relação à Doutrina Espírita é a sua divulgação." - Emmanuel

Cada ângulo sombrio que se desenhe na faixa da tua vida, sem qualquer impedimento, será desafio à tua capacidade de produzir claridade ao teu redor.

Cada lágrima de dor que se derrame dos teus olhos, traz o apelo para que te superes, e valendo-te da resignação, e aproveitando as experiências dos padecimentos, possas criar o brilho do sorriso onde estejas.

Cada indivíduo que se te mostra antipático pelos caminhos por onde transitas, representa permanente repto a tua força interna capaz de promover amizades, onde os espinhos da malquerença se instalaram, perigosos.

Cada frustração que te depara pela vida na Terra, traz em si incontestáveis recursos para que sintas que estás, como todas as pessoas, sob o crivo das leis da vida, não obstante gozes do livre-arbítrio relativo ao teu nível evolutivo.

Em cada momento das tuas experiências pelo planeta abençoado sobre o qual nos movemos, seja momento de júbilo ou de amargura, seja instante de luz ou de sombra, aprende a fazer o melhor sempre com as oportunidades que te foram concedidas pelo Criador.

Se estás triste, seja qual for o motivo, abre ainda hoje as portas de tua alma, permitindo que os favônios celestes refresquem-te o íntimo, na árdua canícula, ou deixando que o fogo da nobre disposição, que vem da inabalável fé, desfaça os gelos que te entorpeceram o mundo interior.

Não te entregues, pois, à tristeza, para que ela não teça teias de amarguras e desolações de difícil erradicação depois de vitalizadas.

Se estás triste, abre os ouvidos para as melodias da vida, melodias que soam das mais profundas regiões do amor celeste.

Se te vês triste, busca ajuda, pede socorro, não dando campo a essas energias, de modo que possas, na condição de filho de Deus, alegrar-te com tudo quanto o Pai Comum construiu e colocou a tua disposição a fim de que pudesses crescer, amar e servir.

Assim, troca por canto de festa a mórbida presença da tristeza teimosa que te faz abatido e bloqueado para as claridades da existência.

De "Revelações da Luz"
de J. Raul Teixeira
pelo Espírito Camilo


26 maio 2010

Homens Prodígios - Irmão X

HOMENS PRODÍGIOS

Conta-se que André, o discípulo prestimoso, tão logo observou o Senhor à procura de cooperadores para o ministério da salvação, compareceu, certo dia, à residência de Pedro, com três companheiros que se candidatavam à divina companhia.

Recebeu-os Jesus, com serenidade e brandura, enquanto o apóstolo apresentava os novatos com entusiasmo ingênuo.

– Este, Mestre – disse, tocando o braço do mais velho –, é Jacob, filho de Eliakim, o condutor de cabras, que tem maravilhosas visões do oculto. Já viu os próprios demônios flagelando homens imundos e, quando visitou Jerusalém, na última peregrinação ao Templo, viu flamas de fogo celeste sobre os Pães da Proposição. Enxergou também os espíritos de gloriosos antepassados entre os sacerdotes, surpreendendo sublimes revelações do invisível.

Ante a expectação do Divino Amigo, o aprendiz acentuou:

– Parece-me excelente companheiro para os nossos trabalhos.

Jesus, contudo, pousando no candidato os olhos firmes, fez interrogativo gesto para Jacob, que, docemente constrangido pela silenciosa atitude dele, informou:

– Sim... é verdade... Sou vidente do que está em secreto e pretendo receber lições da nova escola. No entanto, receio a opinião pública,. Trabalho em casa de Prisco Bitínio, o chefe romano, e recebo salário compensador. Se souberem por lá que freqüento estas fileiras, provavelmente me expulsarão... Perderei meus proventos e minha família talvez sofra fome...

Fez-se grande quietude em torno. Jesus manteve-se quase impassível. Seus lábios mostravam ligeiro sorriso que não chegava a evidenciar-se, de todo.

André, todavia, interessado em colocar os amigos no quadro apostólico, indicou o segundo, judeu de meia-idade, que revelava no olhar arguciosa inteligência:

– Este, Senhor, é Menahem, filho de Adod, o ourives. Possui ouvidos diferentes dos nossos e costuma ser contemplado por sonhos milagrosos.
Escuta vozes do céu, anunciando o futuro com exatidão, e no sono recebe avisos espantosos. Já descobriu, por esse meio, as jóias de Pompônia Fabrina, quando romanos ilustres visitaram Cesareia. Incontáveis são os casos em que funcionou na qualidade de adivinho vitorioso. Passando por Jerusalém, foi procuração por sacerdotes ilustres que, com êxito, lhe puseram à, prova as estranhas faculdades. Leu papiros que se achavam a distância e transmitiu recados autênticos de grandes mortos da raça.

Após ligeiro intervalo acentuou:

– Não seria ele valioso colaborador para nós?

O Cristo fixou. o olhar lúcido no apresentado e Menahem se explicou:

– Sim, realmente ouço vozes do céu e resolvo em sonho diversos problemas, acerca, dos quais sou consultado. Desejaria participar da nova fé, mas estou preso a muitos compromissos. Não poderia vir assiduamente... Meu sogro Efraim, o mercador de perfumes, é riquíssimo e está prestes a descansar com os nossos que já desceram ao repouso. Sou o herdeiro de sua grande fortuna e sei que se escandalizará com a minha adesão à crença renovadora... assim considerando, preciso ser cauteloso... Não posso perder o enorme legado...

Identificando a estranheza que provocava, apressou-se a reforçar:

– Ainda que eu me pudesse desprender de bens tão preciosos, precisaria atender à mulher e aos filhos...

Novo silêncio pesou na paisagem doméstica.

À frente do Messias, que não se manifestava em sentido direto, o pescador diligente apresentou o terceiro amigo:

– Aqui, Mestre, temos Moab, filho de Josué, o cultivador. É um prodígio nas Escrituras. Todos os escribas o olham invejosos e despeitados, porquanto é conhecido pelo dom de escrever com incrível desenvoltura, a respeito de todos os assuntos que interessam o povo escolhido. Homens importantes de Israel formulam para ele vários enigmas, referentes à Lei e aos Profetas, e ele os resolve com triunfo absoluto... Por vezes, chega a escrever em línguas estrangeiras e há quem diga que, sobre ele, paira o espírito do próprio Jeová...

Calou-se o apóstolo e, no ambiente pesado que se abateu na sala, o escriba milagroso esclareceu:

– Efetivamente, escrevo em misteriosas circunstâncias. Uma luz semelhante a fogo desce do firmamento sobre as minhas mãos e encho rolos enormes com instruções e descrições que nem eu mesmo sei entender... Proponho-me a seguir os princípios do Reino Celeste, aqui na Galileia. Não posso, entretanto, comprometer-me muito. Na cidade santa, estou ligado a um grande revolucionário que me prometeu alto encargo político, logo depois de assassinarmos o Procurador e eliminar alguns patrícios influentes. Quero aproveitar as minhas faculdades na restauração de nossos direitos... Conquistarei posição, ouro, fama, evidência... Por isso, não posso aceitar deveres muito extensos...

A quietude voltou mais envolvente.

André, todavia, ansioso por situar os novos elementos no colégio galileu, perguntou ao Cristo:

– Mestre não estás procurando associados para o serviço redentor? Admitirás os nossos amigos.

Jesus, porém, com serenidade complacente, esclareceu:

– Não, André! Sigam nossos irmãos em paz. Por enquanto, o roteiro deles é diferente do nosso. O primeiro estacionou na situação lucrativa, o segundo aguarda uma herança em ouro, prata e pedras e o terceiro permanece caçando a gloria efêmera do poder humano!...

– Senhor – ponderou o irmão de Pedro –, mas é preciso lembrar que um deles “vê”, outro “ouve” e o último “escreve”, milagrosamente...

– Sim – considerou Jesus, terminando a entrevista –, no mundo sempre existiram homens prodígios, portadores de maravilhosos dons que estragam inadvertidamente, mas, acima deles, estou procurando quem deseje trabalhar na execução da vontade de Nosso Pai.

Pelo Espírito Irmão X
Do livro: Luz Acima
Médium: Francisco Cândido Xavier

25 maio 2010

União a Dois - Emmanuel

UNIÃO A DOIS

Lutas do casamento!... Provas do Casamento!...

Quem disse, porém que a concretização do matrimônio é felicidade estruturada a toques de figurino, não atingiu a realidade.

A união a dois, no culto da afinidade ou na execução de tarefas mais amplas da família, é um encargo honroso, qual sucede a tantas obrigações dignas. Nem por isso deixa de ser trabalho a efetuar. E trabalho tão importante que, não sendo possível a um coração apenas, foi preciso reunir dois para realizá-lo.

Quando um companheiro delibera empreender certa pesquisa, ou se outro abraça determinada profissão, não nos aventuramos a iludi-los com visões de felicidade imaginária. Ao invés disso, reconhecemos que escolheram laborioso caminho de serviço em que lhes auguramos o êxito desejado.

De igual modo, o casamento, não é construção sem bases, espécie de palácio feito sob medida para os moradores.

Entre os cônjuges é imperioso que um aprenda a compreender o outro, de maneira a desenvolver as qualidades nobres que o outro possua, transformando-lhe conseqüentemente as possíveis tendências menos felizes em aspirações à Vida Melhor.

Claramente, todos temos vinculações profundas, idiossincrasias, frustrações e dificuldades. A reencarnação nos informa com segurança quanto a isso, indicando para que lado gravitamos em família, segundo os mecanismos da vida que a experiência terrestre nos induz a reajustar.

Em razão disso, todo par e toda organização doméstica revelam regiões nevrálgicas entretecidas de problemas que é preciso saber contornar ou penetrar, a fim de que o futuro nos traga as soluções de harmonia irreversível.

Se te encontras ao lado de alguém, sob regime de compromisso afetivo, não exijas de imediato a esse alguém a apresentação de recursos de que ainda necessite para ser aos teus olhos a companhia perfeita que esperavas encontrar entre as paredes domésticas. Nem queiras que esse alguém raciocine com os teus pensamentos, porquanto a ninguém é lícito reclamar de outrem aquilo que ainda não consegues fazer.

Se não desejas receber-nos próprios ombros a cabeça de quem abraçou contigo as responsabilidades da união a dois, é mais que natural que não possas impor a própria cabeça aos ombros da criatura a quem prometeste carinho e dedicação.

Todos somos filhos de Deus.

O matrimônio é obrigação que os interessados assumem livremente e de que prestarão justa conta um ao outro. Conquanto isso, o casamento não funde as pessoas que o integram. Por isto mesmo a união a dois, além da complementação realizada, recorda a lavoura e a construção: cada cônjuge colhe o que plantou, tanto quanto dispõe do que fez.

Pelo Espírito Emmanuel
Do livro: Astronautas do Além
Médium: Francisco Cândido Xavier e J.Herculano Pires - Espíritos diversos

24 maio 2010

Estás Contente? - Camilo

ESTÁS CONTENTE?

Coadjuvando as experiências do mundo, onde tantos irmãos nossos desfilam sob os mais variados impulsos, apercebemo-nos da importância de avaliar as nossas expressões de vida, a fim de nos darmos conta do nível da nossa contribuição ou desserviço na Grande Oficina do mundo.

Vale a pena te dês conta dos teus prazeres, das tuas alegrias, atentando para o nível do contentamento no qual te achas mergulhado.

Muitas vezes imaginas, como imenso número na Terra, que tudo o que te faça sorrir, que te sensibilize as entranhas será bem-vindo, facilitando as tuas horas de lazer, nos ócios aos quais te dedicas.

Ignoras, às vezes, que o mais importante será a qualidade das tuas alegrias, uma vez que há alegrias nascidas da infelicidade de alguém, quando a insensibilidade moral for proeminente na criatura.

Também há alegrias cujas bases se assentam na criminalidade declarada ou velada, quando o cinismo se faz grotesca marca nessas almas empedernidas.

Casos inúmeros de alegria estão apoiados na indiferença no tocante aos sofrimentos, carências e lutas humanas, o que se caracteriza como lodosa expressão nessas individualidades enfermadas por gélida postura.

Se estás contente, vale a pena que intumesças a alma com esse júbilo, fazendo-o brotar da mente tranqüila, tanto quanto do sentimento de bem e do bom, sem que deixes de operar no campo dos mais fecundos progressos.

Se te sentes contente, será grandioso que te faças embaixador dessas alegrias para tantos quantos vivem ao teu derredor, promovendo estesias e encantos nas vidas de todos.

Imperioso é que não te conspurques pretextando alegria; eloqüente é que não te aconselhes com as faixas da irresponsabilidade por conta da alegria; excelente é que não te ensoberbeças, nem te faças promíscuo pela alegria.

O teu contentamento deverá significar sempre a presença do amor divino em teu íntimo, e, se o amor divino se aninha em teu âmago, ainda que não o percebas, seguirás espargindo nobre luz.

O que o mundo entende, em geral, por contentamento, é a atividade demarcada pela presença dos alcoólicos, dos estupefacientes com tropismo cerebral, das aberrações emocionais de vasto espectro.

Para ti, porém, que vibras no bojo das lições celestes, vale aprender como desenvolver verdadeira alegria, sem ocultar essas energias internas, mas abrindo o íntimo para que em todo e qualquer tempo, o teu contentamento retrate a real vibração da alma feliz que, conduzindo um sol de amor no coração, é capaz de fazer brilhar a própria luz, em homenagem ao nosso Excelso Guia, o Meigo Jesus.

Fonte: "Revelações da Luz"
De J. Raul Teixeira - Espírito Camilo

23 maio 2010

Serenidade - Joanna de Ângelis

SERENIDADE

A faina incessante da vida moderna, a sede de conforto supérfluo, a ânsia pelo prazer exorbitante, as demandas injustificáveis são apresentados invariavelmente como fatores básicos para explicarem os desequilíbrios da emoção que atormenta o homem.

Não há tempo senão para viver.

Viver bem, fruindo as concessões aligeiradas que o corpo enseja-a meta para a grande maioria.

E semelhante a aventureiro ávido de prazer larga-se a criatura no cipoal das lutas, empenhando os valores de que dispões, continuando, no entanto, inquieta, aflita.

Educa-se ou se vai educando para o triunfo fácil.

Disciplina-se ou deixa-se disciplinar antegozando o sabor da vitória em sociedade.

Instrui-se ou deixa-se instruir para vencer...

Educar-se, no entanto, para conhecer, peregrinando pelos meandros da dor humana, a fim de solucionar os milenários enigmas do espírito encarnado; disciplinar- se com o objetivo de renovar as disposições íntimas, no sentido da evolução espiritual; instruir-se para vencer a sombra da ignorância tendo em vista o impositivo da vitória sobre si mesmo, são diretrizes desconsideradas por muitos que, todavia, possibilitam a felicidade em termos reais e duradouros.

De tal conquista frui o homem a satisfação da serenidade.


Marco Aurélio, referindo-se à tranqüilidade, em suas Meditações, denominava como "tranqüilo - um espírito bem ordenado".

A serenidade é o estado de ordem que tranqüiliza interiormente.

Ordem que nasce da educação disciplinada pelo exercício do dever e esclarecida pela instrução que amplia as possibilidades do conhecimento.

Acredita-se erradamente que para a serenidade são indispensáveis o conforto, a independência econômica, a estabilidade conjugal, a saúde e outros ingredientes externos considerados essenciais e rarosde reunir-se num mesmo afortunado indivíduo.

Alguns cristãos, na atualidade, justificam a falta de silêncio para cultivarem a serenidade. Outros dizem-se atormentados por problemas e informam que tudo são convites ruidoso ao desalinho da mente, à enfermidade nervosa, ao desajustamento. ..

Com "olhos de ver" e "ouvidos de ouvir" naturalmente se podem descobrir fontes ricas de belezas capazes de banhar a alma de paz e harmonia.

Painéis invulgares se desenham num raio de sol, numa estrela que fulge, num sorriso de criança, num farfalhar de folhas levemente balouçadas por brisas ciciantes, no tamborilar da chuva no telhado, numa ave ligeira bailando no ar, na harmonia e no colorido de uma flor, em mil nonadas..., convidando à serenidade, a "um espírito bem ordenado".

"Não vos afadigueis pela posse do ouro", disse o Mestre.

A posse exaure aquele que possui.

"O meu reino não é deste mundo", explicou o Senhor.

Em face de tais lições é que Jesus, embora sem encontrar entre os companheiros quem se identificasse com a sua mensagem de amor, amou e serviu a todos indistintamente e quando, mais tarde, sofreu odesprezo dos que mais se beneficiaram da sua presença, expulso da compreensão dos que d’Ele dependiam no vozerio da perseguição em invulgar soledade, manteve-se sereno, acenando com bênçãos para os infelizes e amando os próprios algozes na mais eminente demonstração de que serenidade com paz íntima é conquista do espírito, independente das excentricidades do mundo do mundo das
formas.

Pelo Espírito Joanna de Ângelis
Do livro: Dimensões da Verdade
Médium: Divaldo Pereira Franco - Editora LEAL

22 maio 2010

Esclarecimento e Escândalo - Joanna de Ângelis

ESCLARECIMENTO E ESCÂNDALO

Vez por outra, a cizânia imiscui-se entre os trabalhadores do Evangelho, tentando lançar uns contra os outros, em nome da defesa da verdade, de que cada qual se sente depositário.

Influencia-se a mente através de hábeis manobras do sofisma e semeia-se suspeita, em combate inglório, de que se fazem mercenários a soldo da vaidade ou das paixões infelizes.

Parecendo defender causas nobres e ideais superiores, propagam o mal antes que o extinguem, disseminando informações doentias com deslavada satisfação.

Estão na vigília para o mal.

Nunca possuem uma palavra de estímulo para a ação dignificante. No entanto, vasculham o tremedal até encontrar material para as arremetidas furibundas.

São os fomentadores da desarticulação do programa do bem.

Como não é certo agir em desrespeito à Lei, menos correto é apontar o erro alheio, gerando desconforto e caos.

***

Se tens algo contra alguém, vai a ele, fala com franqueza e cordialidade.

Se te eleges fiscal de alguém ou de uma Causa, não sejas o relator público das mazelas deles.

Busca a quem de direito e observa o que anotaste, imbuído do sentimento edificante de ajudar.

Faze tua a tarefa de esclarecer-ajudando e a de corrigir-educando.

Em nome da verdade não leves ninguém à execração pública, auferindo os aplausos dos apaniguados do escândalo e alimentando-te como a eles com as vísceras expostas da vítima.

Como cristão, recorda-te do ensino de Jesus, a respeito da questão: "Se o teu irmão pecar contra ti chama o infrator em segredo e fala-lhe. Se ele te ouvir tê-lo-ás ganho. Se não te atender leva algumas testemunhas e volta a falar-lhe. Se ele se recusa a ouvir-te reúne a Igreja e expõe o fato. Se permanecer no erro, só então poderás informar à comunidade." (Mateus, 18: 15 a 17).

O Codificador do Espiritismo reportou-se, igualmente, ao assunto, quando considerou que se tem o direito de chamar a atenção daquele que incorre em faltas graves e que atua incorretamente, desde que isso atenda "de preferência ao interesse do maior número." ("O Evangelho segundo o Espiritismo", de Allan Kardec, Cap. X - Item 21 - 52ª edição da FEB. Nota da autora espiritual).

Não olvides, porém, que como é necessário o escândalo ai daquele que o provoca!

***

Jesus, que conhecia as nossas imperfeições e deslizes, jamais se preocupou em divulgar tais erros, inclusive os daqueles que procuravam perturbar-lhe a marcha.

Jamais deixou de ensinar, corrigir e amparar, sempre conferindo oportunidade de edificação ao caído em engodo, sem o infelicitar mais, exibindo-lhe as mazelas diante do público.

Esclarece e ajuda.

Escândalo, não, nunca, pois ele perturba e conspira contra a paz de todos, destruindo-a, inclusive em ti mesmo.

De "Oferenda"
De Divaldo P. Franco
Pelo Espírito Joanna de Ângelis

21 maio 2010

Aviso - Maria Dolores

AVISO

Está sendo procurado:

Homem considerado galileu.

Trinta e três anos.

Pele clara e expressão triste.

Cabelos longos e barba maltratada.

Marcas sanguinolentas nas mãos e nos pés.

Caminha habitualmente, acompanhado de mendigos e vagabundos, doentes e mutilados, cegos e infelizes.

Onde aparece, freqüentemente, é visto, entre grande séquito de mulheres sendo algumas de má vida, com crianças esfarrapadas.

Quase sempre está seguido por doze pescadores e marginais.

Demonstra respeito para com as autoridades, determinando se dê a Cesar o que é de Cesar, mas espalha ensinamentos contrários à Lei antiga, como sejam:
- o perdão das ofensas;
- o amor aos inimigos;
- a oração em favor daqueles que nos perseguem ou caluniam;
- a distribuição indiscriminada de dádivas com os necessitados;
- o amparo aos enfermos, sejam eles quais forem;
- e chega ao cúmulo de recomendar que uma pessoa espancada numa face ofereça a outra ao agressor.

Ainda não se sabe se é um mágico, mas testemunhas idôneas afirmam que ele multiplicou cinco pães e dois peixes em alimentação para mais de cinco mil pessoas, tendo sobrado doze cestos.

Considerado impostor por haver trazido pessoas mortas à vida, foi preso e espancado.

Sentenciado à morte, com absoluta aprovação do próprio povo, que o condenou, de preferência à Barrabás, malfeitor conhecido, recebeu insultos e pedradas, sem reclamar, quando conduzia a cruz às costas.

Não se ofendeu, quando questionado pela Justiça, complicando-se-lhe a situação, porque seus próprios seguidores o abandonaram nas horas difíceis.

Sob afrontas e zombarias, foi crucificado entre dois ladrões.

Não teve parentes que lhe demonstrassem solidariedade, a não ser sua Mãe, uma frágil mulher que chorava aos pés da cruz.

Depois de morto, não se encontrou lugar para sepultá-lo, senão lodoso recanto de um túmulo por favor de um amigo.

Após o terceiro dia do sepultamento, desapareceu do sepulcro e já foi visto por diversas pessoas que o identificaram pelas chagas sangrentas dos pés e das mãos.

Esse é o homem que está sendo cuidadosamente procurado.

Seu nome é Jesus de Nazaré.

Se puderes encontrá-Lo, deves segui-Lo para sempre.

Pelo Espírito Maria Dolores
Do livro: Coração e Vida
Médium: Francisco Cândido Xavier

20 maio 2010

Ensino Universitário - Richard Simonetti

ENSINO UNIVERSITÁRIO

"A maior caridade que praticamos em relação à Doutrina Espírita é a sua divulgação." - Emmanuel

1. Por que há jovens espíritas que se sentem abalados em suas convicções ao entrar para os círculos universitários?

É que nunca assimilaram a Doutrina Espírita devidamente. Falta-lhes a base doutrinária. Por isso são facilmente influenciados pelo materialismo que impera ali.

2. Considerando a cultura e a inteligência dos catedráticos universitários, não seria razoável admitir que eles têm uma visão mais próxima da realidade, desvinculada de fantasias religiosas?

Se a premissa é falsa a conclusão nunca será verdadeira. Nenhum intelectual, por mais brilhante e erudito enxergará a realidade espiritual, se equivocadamente supõe que somos um aglomerado de ossos, carnes e músculos que pensa.

3. Não obstante, são professores de grande poder de persuasão, apoiados em vasta cultura. Como enfrentar esse pressionamento?

Estudando a Doutrina Espírita, a partir da ideia fundamental: somos Espíritos eternos em trânsito pela Terra. O que disso se afastar, por mais deslumbrante seja o raciocínio, é absolutamente quimérico.

4. Mas isso não será sempre mera questão de fé, incompatível com a racionalidade que impera nos círculos universitários?

A existência do Espírito está longe de ser mera questão de fé. Está demonstrada pela Ciência Espírita, a partir de "O Livro dos Médiuns".

5. Se eu me disser espírita, pretendendo explicar determinados fenômenos à luz da Doutrina, para demonstrar a realidade espiritual, vão rir de mim.

Menos mal. No passado matavam os cristãos pelo simples fato de proclamarem sua fé. Além do mais, você está subestimando o alcance da Doutrina Espírita. Há muita gente interessada dentro das universidades, até professores. Ninguém vai rir se você estiver bem consciente do que fala, com base doutrinária.

6. O que se poderia fazer, dentro das universidades, em favor de estudantes espíritas?

Procure identificá-los. Formem grupos de estudos no campus, convidando colegas para debates. Convidem os professores. É preciso mostrar o alcance da Doutrina, que ilumina o entendimento humano, principalmente em relação às ciências psicológicas.

7. E se encontrar resistência por parte da direção?

Não me parece provável. Isso seria de um obscurantismo incompatível com os tempos atuais. De qualquer forma, é impossível impedir que pessoas conversem. Podem até usar o método peripatético, de Aristóteles: debater ideias ao longo de uma caminhada pelo campus.

8. Teremos futuramente universidades espíritas?

Talvez. O mais importante é que futuramente as universidades descobrirão o Espiritismo, principalmente em relação à Medicina e à Psicologia. Saber-se-á, então, que é impossível cuidar com eficiência de problemas físicos e psíquicos da criatura humana sem admitir a existência do Espírito imortal.

De "Não pise na bola"
De Richard Simonetti

19 maio 2010

Advertência Amiga - Trancredo Noronha

ADVERTÊNCIA AMIGA

Enquanto no corpo, ainda mesmo quando extremamente beneficiados pela colaboração da fé renovadora, formulamos concepção muito diversa da “outra vida” que, no fundo, é a nossa vida real – aquela que nos retém invariavelmente, depois das experiências terrestres.

Não conseguimos imaginar a partida para a ocasião em que se verifica, porque, embora soubéssemos o veículo menos habilitado a maior permanência no mundo, aguardávamos novo ensejo de continuação ao lado dos nossos, no mesmo caminho.

Na realidade, o homem nunca se prepara à frente do túmulo e as nossas dificuldades crescem, ante as preocupações que a distância compulsória nos impõe.

O corpo perispiritual herda, por muito tempo, as deficiências da vestimenta da carne, principalmente quando o nosso poder mental se demora arraigado à luta que deixamos para trás. Compreendo, agora, que as melhores gemas e os tesouros mais preciosos passam por nós, na Terra, sem que cogitemos de amealhar-lhes os valores eternos.

Não conheço, hoje, mais alta riqueza que a do espírito e só agora observo que semelhantes bens devem ser procurados pela nossa compreensão, abertas às lições que o mundo nos oferece.

A romagem do espírito, na Terra, é longa e difícil e mais vale ao homem – viajar em trânsito no mundo, – o diamante da verdade e do amor, no coração burilado para Jesus, que os cofres repletos de preciosidades materiais, destinadas ao jogo dos fenômenos financeiros, efêmeros e menos edificantes.

A existência tem muita alegria para conferir-nos e, quando estiver ao nosso alcance, cresçamos no conhecimento divino, para melhor servir às Forças do Alto.

Jesus nos ajudará. Confiemos n’Ele. E, deixando que nossa alma se prenda a essa doce esperança de reunião final, em derredor da Luz Divina, peçamos ao Senhor nos conceda renovadas bênçãos de paz e confiança, para perseverarmos no bem, até ao fim do bom combate.

Pelo Espírito Tancredo Noronha
Do livro: Cartas do Coração
Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos

18 maio 2010

Estrela da Benção - Augusto Cezar

ESTRELA DA BENÇÃO

Era uma criança tão linda que os pais nela perceberam a doce presença de uma estrela.

Sorria e dissipava as sombras que se lhe adensassem ao redor.

A quem se lhe abeirasse do berço, estendia as mãos abertas.

Cresceu amando a natureza e sabia colocar-se em oração, quando pronunciava o nome de Deus.

Muitas vezes, dela me aproximei, para recolher-lhe os pensamentos de ternura, à feição da abelha quando busca na flor o aroma nutriente.

A bela criança caminhou para a juventude e reconheci com alegria que a bondade de Deus a colocava sob proteção de um homem leal e generoso que ela própria cativara com os seus dotes de bondade e beleza.

Somente ai, ao vê-la no rumo de vida nova, é que percebia a realidade em que o Céu nos situava.

Ela residia espiritualmente, dentro de mim, qual a pérola entretecida nas entranhas da ostra, por lágrimas cristalizadas de uma saudade que nunca soube de onde vinha, mas eu, também, estava no coração dela em forma de sonho.

E tanto me vi no espelho de sua alma que, um dia, atendendo-lhe as preces formadas de cariciosas esperanças, permitiu a Divina Providencia que eu tomasse um novo corpo em seu amor e passei a viver nos seus braços de veludoso carinho.

Desde então, encontrei o paraíso que procurava.

Nessa criatura feita por Deus para minha felicidade, cessavam todas as minhas inquietações.

Se cada dia era um pedaço de minha viagem na Terra, cada noite nela recolhia as âncoras de meu barco para repouso e refazimento.

Entretanto, Deus, que nos concedera a oportunidade de construir um céu no mundo, solicitou conduzíssemos o nosso recanto de ventura para as lutas humanas, a fim de que outros corações aprendessem igualmente a ser felizes.

Voltei ao Grande Lar e agitei as campainhas da saudade.

Chorei por ela e ela chorou por min.

A separação nos doía, qual se fôssemos um só coração partido em fragmentos de angústia.

Ainda assim, as recordações do paraíso de união brilhavam comigo e pedi-lhe o apoio de que necessitava.

Ela veio a min com a devoção com que fui a ela no mundo e, juntos de novo, começávamos a semear esperança e amor entre as criaturas irmãs da Terra.

De almas unidas e mãos entrelaçadas, seguíamos de tarefa em tarefa e de caminho em caminho.

É para essa criatura maravilhosa que trago hoje meus parabéns pelo aniversário.

Com jubilosa ternura, ajoelho-me pra beijar-lhe as mãos.

Que ninguém, no entanto, me pergunte quem é essa mulher que oculta no meu peito a bondade dos anjos, já que ela, em verdade, não tem cópias. Bastará que a vejam nos meus olhos, porque essa estrela da bênção tem para min a presença de Deus, nestas duas palavras:

-“MINHA MÃE!...”

Pelo Espírito Augusto Cezar
Do livro: Presença de Luz
Médium: Francisco Cândido Xavier

17 maio 2010

O Que Pensam de Nós - Cenyra Pinta

O QUE PENSAM DE NÓS

Não importa o que pensam ou falem de nós. Importa o que pensamos ou falamos dos outros. Está aí a nossa responsabilidade.

Quase nunca somos aquilo que parecemos ser. As convenções sociais, o meio ambiente, a nossa herança cármica, vários fatores nos levam a ser por fora o que não somos por dentro.

Outros julgam pelo que aparentamos por fora. Ninguém penetra no nosso íntimo. mesmo nós levamos largo tempo a nos visitar e a nos revermos por dentro para saber em que condições estamos. Habituamo-nos conosco externamente e chegamos a nos convencer de que somos aquilo que externamos.

Eis aí a razão de nossas decepções, nossas amarguras. Quando falam algo desagradável a nosso respeito e isso chega ao nosso conhecimento, ficamos revoltados, é que alguém viu, através da máscara tão bem afivelada a nossa face, a fisionomia que realmente possuímos.

Se dermos uma vistoria no nosso mundo interior, talvez descubramos que aquela referência desagradável a nosso respeito tem fundamento.

Iludimo-nos a nós mesmos, e por isso, em vez de nos irritarmos e nos aborrecermos com quem teve a coragem de levantar um pouco a nossa máscara, advertindo-nos sobre a deformação que descobriu, deveríamos ser-lhes gratos, pois poderemos, naquela parte defeituosa, procurar a melhor forma de corrigir o defeito.

Um exame de consciência, uma auto-analise, de quando em quando , não faz mal a ninguém; ao contrário, leva-nos a descobrir nossos pontos vulneráveis, nossos defeitos, e então procurar corrigi-los antes que alguém venha a ser atingido por eles e os desvende diante de todos.

Outros colocam-nos em pedestal, julgando-nos em estado espiritual elevado.

Também não devemos permitir que isso permaneça, pois, forçoso é reconhecer que ainda não nos libertamos da matéria e muitos defeitos ainda nos escravizam a ela. Podemos estar lutando para nos aperfeiçoarmos e darmos provas disso por meio de atos louváveis, mas daí a merecermos um pedestal vai muita distância. Somos humanos, sujeitos às mesmas falhas de todo mundo.

Quanto às referências pouco elogiosas ou de críticas aos nossos atos, podem ser provocadas por vários motivos, alguns até verdadeiros, mas de qualquer forma não nos devem atingir; pois precisamos aprender a ser nossos próprios juízes e saber que só responderemos pelo que fizermos e não pelo que julgam que fizemos.

Perante a lei do eterno, responderemos pelo que somos, não pelo que julgam que somos.

Esforcemo-nos por ser honestos em todas as nossas atitudes, e por fazer na vida tudo com dignidade e amor, ainda que muitas vezes tenhamos que desagradar a alguém.

Sabemos que, mesmo com esse esforço, só lentamente nos conheceremos intimamente.

Os instintos em nós usam muitos subterfúgios e nos iludem mesmo. Por isso, aceitemos as críticas, as censuras ou os elogios com naturalidade. podem todos ter razão; é provável que ora sejamos sinceros e justos, ora hipócritas; ainda não estamos em estágio tão elevado que possamos acertar sempre. Então deixemos que digam, que pensem a nosso respeito o que quiserem, pois cada um responde por si. Se acertarem, melhor para eles, se errarem responderão pelo juízo precipitado.

Devemos continuar a nossa diretriz sem nos afastarmos um milímetro da meta traçada. Perfeição deve ser o nosso lema. Vezes acertando, vezes errando, mas perseguindo sempre a meta que é a razão de nossa estrada no mundo.

Assim, que falem, que nos elogiem ou nos apupem ; isto não pode nem deve alterar o nosso rumo. Marcharemos em direção à luz. " A luz conquista as trevas". Que as trevas das desilusões, das amarguras, dos desenganos, provocadas ainda pela nossa ignorância, sejam, pois, vencidas em nós pela luz da eterna sabedoria.

De "Eu sou o caminho..."
de Cenyra Pinto

16 maio 2010

Abre a Porta - Emmanuel

Abre a Porta

"E havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo." - JOÃO, 20:22

Profundamente expressivas as palavras de Jesus aos discípulos, nas primeiras manifestações depois do Calvário.

Comparecendo à reunião dos companheiros, espalha sobre eles o seu espírito de amor e vida, exclamando: "Recebei o Espírito Santo."

Por que não se ligaram as bênçãos do Senhor, automaticamente, aos aprendizes?

por que não transmitiu Jesus, pura e simplesmente, o seu poder divino aos sucessores?

Ele, que distribuíra dádivas de saúde, bênçãos de paz, recomendava aos discípulos recebessem os divinos dons espirituais. Por que não impor semelhante obrigação?

É que o Mestre não violentaria o santuário de cada filho de Deus, nem mesmo por amor.

Cada espírito guarda seu próprio tesouro e abrirá suas portas sagradas à comunhão com o Eterno Pai.

O Criador oferece à semente o sol e a chuva, o clima e o campo, a defesa e o adubo, o cuidado dos lavradores e a bênção das estações, mas a semente terá que germinar por si mesma, elevando-se para a luz solar.

O homem recebe, igualmente, o Sol da Providência e a chuva de dádivas, as facilidades da cooperação e o campo da oportunidade, a defesa do amor e o adubo do sofrimento, o carinho dos mensageiros de Jesus e a bênção das experiências diversas; todavia, somos constrangidos a romper por nós mesmos os envoltórios inferiores, elevando-nos para a Luz Divina.

As inspirações e os desígnios do Mestre permanecem a volta de nossa alma, sugerindo modificações úteis, induzindo-nos à legítima compreensão da vida, iluminando-nos através da consciência superior, entretanto, está em nós abrir-lhes ou não a porta interna.

Cessemos, pois, a guerra de nossas criações inferiores do passado e entreguemo-nos, cada dia, às realizações novas de Deus, instituídas a nosso favor, perseverando em receber, no caminho, os dons da renovação constante, em Cristo, para a vida eterna.

Autor: Emmanuel
Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro: Vinha de luz III - pág 17, mensagem 11

15 maio 2010

Em Defesa do Centro Espírita - Odilon Fernandes

EM DEFESA DO CENTRO ESPÍRITA

"... e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas." - 2 Timóteo, cap. 4 - v. 4

Infelizmente, são muitos - para não dizer a maioria - os médiuns que abrem mão do bom-senso; não se submetem à disciplina da Doutrina, que lhes contraria os interesses; e estabelecem sintonia com os espíritos autores de teorias fabulescas que nada têm a ver com a Fé Raciocinada.

No Mundo Espiritual, conforme dissemos alhures, existem espíritos independentes que controlam uma infinidade de médiuns - espíritos que invadem a seara espírita e começam a impor os seus pontos de vista, como se tivessem autoridade para falar em nome da Doutrina.

Desrespeitam o código de orientação ética da mediunidade e controlam grupos que, por sua vez, são controlados pelos médiuns que os lideram sem qualquer oposição.

Prevalecendo-se de médiuns que com eles condescendem, certas entidades espirituais, que se recusam "a dar ouvidos à verdade", dominam núcleos espíritas e desvirtuam, neles, a aplicação da Doutrina. Opõem-se às reuniões de estudo, que as desmascarariam, e procuram afastar os companheiros de maior discernimento.

Eis um tópico que merece uma abordagem mais demorada. Se a casa espírita não tem proprietário, se pertence à comunidade, os irmãos sinceros na defesa dos postulados espíritas não devem ceder em seus direitos, opondo-se fraternalmente aos que intentam tomar o templo de assalto. Que se reúnam em conselho e discutam, entendendo que humildade não é conformismo.

Os que se omitem nos destinos do grupo mediúnico, a pretexto de tolerância e simplicidade, estão facilitando a ousadia das trevas. Não se trata de recorrer a qualquer tipo de violência: trata-se de erguer a voz em defesa da Verdade e não permitir que a casa espírita permaneça sob diretrizes comprometedoras.

Aceitaríamos, porventura, que a nossa casa fosse invadida e que não mais tivéssemos voz ativa dentro dela?

O patrimônio espírita - inclusive o material - há de ser preservado, porquanto o espaço de uma instituição espírita, por mais diminuto seja, é um ponto de referência importante para a Doutrina.

Os apóstolos, em Jerusalém, defenderam a Casa do Caminho, da qual inúmeras vezes, as trevas tentaram se apossar. Aquele abençoada núcleo do Cristianismo nascente não poderia cair nas mãos dos adversários do Cristo, sem que as atividades iniciais do Evangelho sofressem duros reveses.

Que, pois, os frequentadores e os conselheiros, que integram a diretoria e a vigilância espiritual do centro espírita, se conservem atentos, coibindo a ação de médiuns que, não raro, pretendem o patrimônio da casa. Neste sentido, que o estatuto que rege os destinos da instituição, devidamente redigido e registrado em cartório, conte com cláusulas que a preservem da ambição dos que, eternizando-se no poder, anseiam por eternizar as suas ideias, fazendo um Espiritismo à sua moda.

Que a democracia impere na casa espírita e que o rodízio entre os elementos que lhe constituem a diretoria impeça o aparecimento de quistos administrativos. Todavia que sempre impere o bom-senso e a fraternidade e, sobretudo, a autoridade moral de seus líderes.

A mediunidade mal orientada numa casa espírita é a principal porta de entrada da obsessão.

De "No mundo da mediunidade"
De Carlos A. Baccelli
Pelo Espírito Odilon Fernandes

14 maio 2010

A Recomendação Detestada - Irmão X

A RECOMENDAÇÃO DETESTADA

Em plena sessão de assistência fraterna, uma senhora mirrada e pálida dirigiu-se ao Espírito de Irmão Calimério, incorporado à médium do grupo, e expôs o seu caso, comovedoramente:

- Meu benfeitor, venho suplicar-lhe proteção!... Salve-me, por piedade!...

- Diga, irmã, em que lhe posso ser útil – respondeu, afável, o interpelado -; reconheço a minha deficiência, mas estou pronto a cooperar com você nas orações.

A sofredora criatura, como se tocada no imo das próprias chagas, prorrompeu em pranto e acentuou:

- Tenho meu lar em extrema luta. Meu esposo e eu debalde procuramos trabalho. Tenho quase certeza de que pesada falange de Espíritos malignos e conturbados nos segue de perto... Certo vidente já me afiançou que retenho forças mediúnicas, em franco desabrochar. Além disso, comumente me vejo em sonhos que são verdadeiros avisos. Ouço vozes noturnas, ao deitar-me, chamando-me em surdina ou implorando socorro que não sei como dispensar. De outras vezes, não somente durante a noite, mas também no curso do dia, vejo-me na posição de peça vibrátil, alimentada por pilhas elétricas, tais os incessantes choques de que sou vítima, qual se vivesse rodeada por diversas pessoas invisíveis a zombarem de minha fragilidade... Tenho procurado o patrocínio de médicos especializados, sem a mínima vantagem. Respiro entre injeções e comprimidos, castigada por regimes cruéis. Acredito que a intervenção espiritual me colocaria a salvo de semelhantes inquie tações...

E elevando o tom de voz, acrescentava:

- Por quem é, meu amigo, estenda-me braços protetores! Diga-me! Como devo proceder para sanar os óbices que me impedem o acesso às fontes da paz? Como livrar-me das determinações dos psiquiatras que me receitaram o internamento com aplicações de insulina?

Ante as lágrimas a inundarem o rosto da consulente, o respeitável mensageiro considerou:

- Noto a extenção de seus obstáculos. Não chore, porém. Reanime-se e viva. Há milhares de pessoas na mesma situação. O seu caso, efetivamente, resume-se em desarmonia vibratória no campo mental. Entidades desencarnadas, sedentas de emoção terrestre, se lhe aproximam da organização psíquica provocando pesadelos e outras complicações. Os médicos do mundo encontrarão sempre reais dificuldades para solucionar-lhe o enigma, porque os sedativos amolecem os nervos, mas não trazem a equação desejável. Você agora defronta com os imperativos da transposição de plano e de renovação da vida. É imprescindível, assim, o seu preparo interno, habilitando-se à sintonia com os mensageiros da esfera superior. E creia que a porta de acesso à posição devida é o trabalho infatigável no bem. Nossa casa é um templo de consolação e serviço. Venha, pois, minha amiga, e inicie o seu ministério de amor cristão. No estudo das realidades eternas e no serviço aos irmãos necessitados, acenderá a sua lâmpada para o caminho. À medida que seu esforço se faça mais dilatado, nas aquisições de sabedoria e de amor, maior brilho adquirirá sua luz. Não convém, entretanto, a sua vinda, até nós, entre hesitação e o cansaço prévio. Apareça, metodicamente, com o espírito de perseverança e fé vigorosa, convencida quanto às montanhas de imperfeições que nos cabe remover, no país de nossa alma, para que a bênção do Senhor resplandeça em nós mesmos. Não pense que nós, os desencarnados, estejamos livres da cadeia benéfica do dever. Não somos emissários infalíveis e, sim, trabalhadores do bem, com o vivo desejo de acertar. Venha e auxiliemos, juntos, aqueles que se encontram mais necessitados que nós mesmos...

A visitante, menos entusiasta, indagou, com desapontamento:

- Então, quer dizer que aqui não me podem curar de vez?

- Sim – esclareceu Calimério, com segurança -, podemos ajudá-la a restaurar-se. Cada Espírito é médico de si mesmo, sob a orientação de Jesus. Ninguém pode antepor-se à Lei. A árvore não cresce num minuto, o sábio não se forma num dia e não podemos criar um anjo à maneira dum pinto na chocadeira. Quem pretender melhoria e perfeição, trabalhará sem desânimo. Assim, pois, minha amiga, sigamos servindo com o mestre, para frente.

A senhora enferma e necessitada nada mais respondeu e, por ter ouvido a recomendação de serviço, ao invés de frases veludosas que a embalassem no colchão de ociosidade espiritual, enxugou os olhos, sob escura revolta, e foi a primeira a varar a saída, empertigada e solene, sem olhar para trás.

Pelo Espírito Irmão X
Do livro: Relatos da Vida
Médium: Francisco Cândido Xavier

13 maio 2010

Oração pelos Homens - Meimei

ORAÇÃO PELOS HOMENS

Deus de Infinita Bondade!

Perdoa-nos se te pedimos compaixão em favor dos homens, no Plano Físico.

Eles te solicitaram conhecimento superior e abriste-lhes escolas.

Entretanto, em se iluminando pela inteligência, muitos deles apenas procuram destaque dinheiroso com menosprezo aos seus irmãos.

Rogaram-te liberdade e inspiraste-lhes leis justas e sábias,com que senhoreassem a independência, em regime de responsabilidade.

Contudo, muitos deles truncam ou confundem os textos legais para que os mais fortes se façam opressores dos mais fracos.

Insistiram contigo para que lhes desses melhores condições de vida com os familiares e enviaste-lhes os recursos preciosos ao levantamento de habitações confortáveis.

No entanto, posseando semelhantes valores, muitos deles amoleceram na ociosidade e no tédio que se lhes faz conseqüente, entregando os próprios filhos a mãos mercenárias pelas quais são orientados fora de Teu Nome, favorecendo-lhes a deriva para orgulho e viciação.

Suplicaram-te possibilidades de vencer a distancia e o tempo e permitiste-lhes a descoberta de engrenagens que os transportam facilmente de um pólo a outro da Terra.

Eles, porém, já conseguem abordar a própria Lua, sem que muitos deles se disponham a aceitar a mínima ponte de amor para a comunicação com vizinhos e amigos, no intuito de auxiliá-los.

Pediram-te providências que lhes suprimissem a dor e cedeste-lhes os medicamentos de misericórdia, com os quais se confiam sem preocupação aos tratamentos de alivio e cura.

Mas muitos deles desencaminham semelhantes bênçãos, convertendo-as em corredores para a fuga, anulando os talentos da vida no fogo da leviandade e no gelo da delinqüência.

Deus de Infinita Sabedoria1

Os homens na Terra e nós outros, os companheiros de evolução, vinculados ao mundo somos todos irmãos.

As conseqüências dos erros de alguns são as dificuldades de todos.

Compadece-te de nós e não nos deixes perpetrar o delito da ingratidão.

Pelo Espírito Meimei
Do livro: Somente Amor
Médium: Francisco Cândido Xavier