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08 dezembro 2006

A obsessão e suas Máscaras - Marlene R.S.Nobre

 
A OBESSÃO E SUAS MÁSCARAS


É comum no meio espírita, ouvirmos dizer que o espírito é o próprio pensamento. Creio que estamos diante de uma simplificação. Provavelmente, os confrades querem dizer que, através do pensamento, o espírito dá-se a conhecer, exterioriza a sua natureza intrínseca. Sem dúvida, através do pensamento, ele influencia o meio à sua volta, moldando o fluido cósmico universal, e produzindo matéria mental ou correntes de pensamento.

Quanto à natureza verdadeiramente intrínseca do espírito, estamos ainda longe de conhecer, assim como nada sabemos sobre a matéria mental. André Luiz diz em Evolução em Dois Mundos que, no mundo espiritual, os estudiosos já sabiam praticamente tudo sobre o perispírito e que se debruçavam, então, sobre o estudo da natureza do espírito.

Um dos fatos observados é que a obsessão pode ter início entre os desencarnados. Nos livros da coletânea André Luiz, isso fica claro através de inúmeros exemplos de perseguições entre os desencarnados, como se percebe no caso de Antônio Olímpio no livro Ação e Reação.

Os processos depressivos são muito complexos, porque vão desde estados de tristeza, mais leves e simples, até aos mais complicados de apatia e total abandono de si próprios. Estão radicados nos chamados processos de adinamia do corpo espiritual ou perispírito, os quais, por sua vez, se originam no complexo de culpa e na falta de cultivo da fé em Deus.

Como vemos, pode ser um processo obsessivo anímico (auto-obsessão), provocado por um acontecimento da existência em curso, como por exemplo, os casos de depressão que irrompem na menopausa, mas cuja origem pode estar ligada a abortos provocados na juventude.

Esse complexo de culpa pode também estar radicado nas vidas anteriores, provocando surtos de depressão periódica. Na maioria dos casos, porém, deve-se levar em conta o componente espiritual, porque quando a mente enferma, naturalmente atrai companhias que estejam na mesma sintonia, na mesma freqüência dos pensamentos emitidos.

Temos aí o fenômeno anímico-obsessivo, alimentando o processo. Como lembra Bozzano, é raro o fenômeno anímico isolado. Dada a facilidade de acoplamento das mentes em desajuste é mais certo falarmos em ocorrência anímico-espiritual. Nos casos de depressão, deve-se levar em conta a necessidade de evangelização coletiva de encarnados e desencarnados.

É preciso sempre lembrar que só o Bem anula o Mal.



Extraído da Revista Espírita Allan Kardec – nº 47

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