Perdoem-me os que crêem piamente, mas quem quer saber das coisas como elas realmente são precisa duvidar. Refiro-me à dúvida ativa: aquela que não descansa enquanto não encontra a própria destruição na resposta satisfatória, pois que existe a dúvida vazia, que se esgota em si mesma. Esta última é tão ou mais nociva do que a crença cega porque costuma conservar na ignorância os que com ela expressam apenas acomodação mental e uma tola vaidade intelectual.
Eliminar as dúvidas antes de acreditar, eis uma cautela indispensável ao pensador que não quer ser enganado nem enganador. Questionar nossas idéias e convicções, submetendo-as ao crivo sereno e lógico da razão, é uma providência saudável que nos pode livrar de enganos e decepções futuros.
Vivemos a chamada “Era da incerteza”, na qual a precariedade das nossas percepções foi escancarada pelos avanços das ciências psicológicas hoje imbricadas nas dimensões quânticas da “matéria mental” estudada na Nova Física. Já disse alguém – e disse bem – que só os tolos têm certezas absolutas.
Tais descobertas nos levam a concluir que toda e qualquer concepção humana nada mais é do que mera criação subjetiva, individual. Ou seja, as verdades absolutas, embora possam existir, não cabem na estreiteza da bitola mental do homem hodierno; delas, só logramos captar informações fragmentárias. Daí a necessidade de relativizarmos nossos conhecimentos e desconfiarmos de nossas certezas e crenças, para que não venhamos a ser surpreendidos entre os que se deixam enganar por ideologias equivocadas ou pelas mentiras enfeitadas com que, ainda hoje, os falsos profetas continuam explorando a credulidade fácil das multidões acríticas.
Crer sem entender é uma falta de respeito a si mesmo, uma ofensa à própria inteligência. A crença não validada pela racionalidade tende a infantilizar o espírito humano, gerando mentalidades ingênuas que são facilmente transformadas em marionetes nas mãos de exploradores inescrupulosos, ou levadas a fanatismos por “cegos que guiam cegos”.
Todavia, é fora de dúvida que a inteligência é a luz do homem e, como tal, deve ser colocada no alto para clarificar suas operações e construções mentais. Desse modo, com a luz ao velador – tal como recomendado por Jesus –, o espírito humano poderá reconstruir suas convicções e crenças sobre as bases graníticas de uma consciência amadurecida que adotou a crítica racional como instrumento de validação do conhecimento possível, sabidamente relativo.
Por paradoxal que pareça à primeira vista, é justamente a dúvida sistemática que nos leva à construção de uma fé robusta, raciocinante, baseada no perfeito entendimento daquilo em que se acredita em qualquer campo das realidades físicas, extrafísicas ou espirituais.
“Conheceres a Verdade, e ela vos libertará”, prenunciou Jesus. E que me perdoe o Excelso Mestre se me atrevo a proclamar uma nova bem-aventurança:
- “Bem-aventurados os que duvidam porque encontrarão a verdadeira fé.”
Eliminar as dúvidas antes de acreditar, eis uma cautela indispensável ao pensador que não quer ser enganado nem enganador. Questionar nossas idéias e convicções, submetendo-as ao crivo sereno e lógico da razão, é uma providência saudável que nos pode livrar de enganos e decepções futuros.
Vivemos a chamada “Era da incerteza”, na qual a precariedade das nossas percepções foi escancarada pelos avanços das ciências psicológicas hoje imbricadas nas dimensões quânticas da “matéria mental” estudada na Nova Física. Já disse alguém – e disse bem – que só os tolos têm certezas absolutas.
Tais descobertas nos levam a concluir que toda e qualquer concepção humana nada mais é do que mera criação subjetiva, individual. Ou seja, as verdades absolutas, embora possam existir, não cabem na estreiteza da bitola mental do homem hodierno; delas, só logramos captar informações fragmentárias. Daí a necessidade de relativizarmos nossos conhecimentos e desconfiarmos de nossas certezas e crenças, para que não venhamos a ser surpreendidos entre os que se deixam enganar por ideologias equivocadas ou pelas mentiras enfeitadas com que, ainda hoje, os falsos profetas continuam explorando a credulidade fácil das multidões acríticas.
Crer sem entender é uma falta de respeito a si mesmo, uma ofensa à própria inteligência. A crença não validada pela racionalidade tende a infantilizar o espírito humano, gerando mentalidades ingênuas que são facilmente transformadas em marionetes nas mãos de exploradores inescrupulosos, ou levadas a fanatismos por “cegos que guiam cegos”.
Todavia, é fora de dúvida que a inteligência é a luz do homem e, como tal, deve ser colocada no alto para clarificar suas operações e construções mentais. Desse modo, com a luz ao velador – tal como recomendado por Jesus –, o espírito humano poderá reconstruir suas convicções e crenças sobre as bases graníticas de uma consciência amadurecida que adotou a crítica racional como instrumento de validação do conhecimento possível, sabidamente relativo.
Por paradoxal que pareça à primeira vista, é justamente a dúvida sistemática que nos leva à construção de uma fé robusta, raciocinante, baseada no perfeito entendimento daquilo em que se acredita em qualquer campo das realidades físicas, extrafísicas ou espirituais.
“Conheceres a Verdade, e ela vos libertará”, prenunciou Jesus. E que me perdoe o Excelso Mestre se me atrevo a proclamar uma nova bem-aventurança:
- “Bem-aventurados os que duvidam porque encontrarão a verdadeira fé.”
Autor: Aureci Figueiredo Martins
aureci@globo.com
Porto Alegre-Rs / agosto 2006
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Porto Alegre-Rs / agosto 2006
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