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22 fevereiro 2008

Gravame Cruel - Joanna de Ângelis

GRAVAME CRUEL

Sob qualquer aspecto considerada, a ingratidão é sempre um estado de inferioridade daquele que a cultiva.

Resquício da barbárie, ela fere os sentimentos e estiola as promessas de desenvolvimento do bem nas almas frágeis que lhe sofrem o guante do primarismo.

O ingrato encontra-se enfermo, mascarando a doença com a rebeldia ou anestesiando-se nos vapores da fatuidade de que se reveste, para um posterior despertamento em situação lamentável de abandono e quebrantamento.

O egoísmo é, sem dúvida, o fomentador pérfido da ingratidão, desde que inspira merecimento quer a criatura não possui, mas exibe, perturbando-se na avaliação dos valores da personalidade.
Os que deixam seduzir pelas artimanhas dessa inferioridade latente, que deve ser vencida a penates de sacrifício, vigilância e ação correta na fraternidade, sabem conquistar favores para logo depois arrefecerem a gentileza sob a indiferença mórbida em que terminam por deixar-se intoxicar.

Há, no entanto, no esquema da ingratidão, uma forma que se faz mais brutal, caracterizada pela crueldades defluente da insensatez perversa: a dos filhos para com os pais!

A insolência do filho ingrato, que se atira sobre os pais indefesos que lhe sofrem a peçonha e a agressividade, é dos mais graves comprometimentos que o espírito encarnado assume para o futuro ressarcimento doloroso.

Arrojar na face dos genitores palavras de acusação e esbordoá-los com manoplas ígneas, constitui loucura em começo tomando curso para mais lamentáveis desequilíbrios.

A petulância e o atrevimento do filho ingrato, no desrespeito a quem lhe concedeu a forma física, o carinho, as horas insones como as da ansiedade durante os anos primeiros, ferem fundo, abrindo porém, os abismos em que mais tarde tombam esses desassisados.

Os filhos ingratos são o fruto doente da existência em que fracassam as esperanças deles próprios, porquanto, mesmo que triunfem na aparência, corroem-se na neurose interior de que se não conseguem libertar...

Pais sofridos e macerados por filhos ingratos, amai e orai mais por esses Espíritos doentes que se refugiaram no vosso coração, mediante formas que lhes emprestastes, e que eles não souberam valorizar.

A ingratidão que vos doam e por vós aceita sem mágoa nem rancor, será, mais tarde, a estrela polar do vosso caminho, quando vencido o trâmite carnal.

Prossegui confiantes e entregai-os, sem angústia, a Deus, Pai de todos nós, que, pacientemente nos tem esperado no curso dos milênios.

Autoria de Joanna de Ângelis (espírito)
Psicografia de Divaldo Franco Livro: Otimismo

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