DESARMAMENTO ÍNTIMO
Aclaras, que reagiste com ira descontrolada, porque já aguardavas a agressão do outro.
Explicas que, informando das ciladas que estavam armadas contra ti não tiveste tempo de refletir, desferindo, então, o primeiro golpe.
Justificas que, ferido mil vezes pela impetuosidade dos desequilíbrios que desgovernam a Terra, foste forçado à decisão infeliz.
Conjecturas que, em verdade, poderias ter sido mais brando. No entanto, saturado pela recidiva dos problemas afligentes, não tiveste outra alternativa, senão a do gesto tresloucado.
Informas que, a fim de não seres esmagado pelas circunstâncias, preferiste tomar a dianteira, na ação indébita.
De fato, como constatas, embora sob justificativas não justificáveis, estás armado intimamente contra os outros.
Feres, pensando, assim, evitar a tentativa do outro.
Acossas, na suposição de que te poupas à perturbação nefasta do outro.
Esmagas, considerando ser a forma eficaz de poupar-te à sanha do outro que se compraz em afligir e malsinar.
Todavia, convenhamos, o outro é o teu irmão.
Violento, inditoso, agressivo, vingador porque, infelizmente, não tem encontrado entendimento e ajuda, fraternidade e afeição...
Tu que és amigo do Cristo, que tens dado à família sofrida da Terra, aos desorientados do caminho, em nome d'Ele?
Desarma-te interiormente e agirás melhor.
Agridem-te, porque também agrides, se a oportunidade é tua.
Magoam-te, porquanto farias o mesmo, fosse-te o ensejo propício.
Somente modificarás as tristes paisagens morais do Orbe, se exteriorizares pacificação e beleza, ternura e confiança que deves manter gravadas nos recessos do espírito.
Não sejas tu, sob motivo algum, o violador, o agente do mal.
Propõe-te à harmonia, e dá oportunidade ao teu irmão, mesmo que sejas convidado a pagar o tributo desse gesto de socorro.
Quem ama sempre se transforma em mártir do amor.E o amor somente é autêntico, quando imola quem ama.
Não fora essa grandiosa realidade, e Jesus não se teria permitido imolar por amor a nós todos, comprovando que, se nos não despojarmos das armas morais interiores que engendram aguerra, não triunfará o Bem de que Ele se fez ímpar vexilário, que te propões restaurar e manter na atualidade.
De "Leis morais da vida", de Divaldo Pereira Franco,
pelo Espírito Joanna de Ângelis
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