Evita discussões insensatas, genealogias, contendas, e debates sobre a lei; porque não têm utilidade e são inúteis." - Tito, cap. 3 - v.9
A mediunidade, seja qual for a maneira por que se expresse, há de ter uma finalidade útil. Sinceramente, é de pouca valia o cultivo da faculdade medianímica que não se aproveita em benefício do próximo.
A mediunidade que não esclarece, não consola e nada edifica, a nosso ver, respeitosamente, deve ser posta de lado, porquanto são muitos os tarefeiros espírita que se anulam, em sua capacidade de trabalho, absorvendo quase todo o seu tempo disponível com práticas mediúnicas improdutivas.
Não raro, o pr ocesso de desenvolvimento mediúnico carece de ser repensado e retomado em outros níveis.
O medianeiro de bom senso, que se auto-analisa, sabe detectar quando a sua produção está deixando a desejar e não tem receio algum de permutar a sua lida ostensiva na mediunidade por uma outra ocupação de natureza espiritual mais discreta.
Em mediunidade, é necessário saber discernir quando se deve continuar insistindo ou não.
Alguns médiuns seriam bem mais úteis à Doutrina, se canalizassem os seus recursos para atividades que o libertassem do anseio de se equipararem a companheiros com tarefa definida no campo da mediunidade.
Não é necessário que a mediunidade se manifeste ostensivamente em alguém, para que ele seja considerado médium. Quanto mais ostensiva a mediunidade, mais características tem de obsessão.
Torna-se indispensável que o médium não se conflite com os seus dons. De sua harmonização com eles, depende todo o processo de seu aprimoramento.
Quando falamos e insistimos em perseverança na mediunidade, evidentemente que não estamos excluindo a lógica. Se não houver, digamos, vocação para a mediunidade, melhor não prosseguir. E - coisa curiosa -: quando, por vezes, o médium abre mão de ser médium, então é que a mediunidade se manifesta com espontaneidade.
A faculdade mediúnica conta com muitos entraves psicológicos a partir do próprio medianeiro.
A opção correta, que deve nortear o médium em seu desenvolvimento, é aquela que o motive à prática do bem incondicional - veja a mediunidade como se fosse uma árvores, cujos frutos produzidos por ela a transcendem em importância e significado.
Técnicas de sintonia mediúnica, de concentração, de relaxamento psíquico, de harmonização vibratória, de introspecção, convenhamos, são excessivamente místicas e teóricas, tendendo ao fanatismo e ao desequilíbrio.
Em mediunidade, a técnica não funciona. Nenhum campo de atividades espirituais demanda maior conhecimento prático do que teórico, quanto o da mediunidade. Isto não quer dizer de maneira alguma - repetimos em alto e bom som - que o estudo deve ser desconsiderado. Não depreendam isto de nossas palavras.
O que combatemos é a teoria em detrimento da vivência.
Paulo falou a Tito com base em sua experiência de vida. Ele sabia que "contendas e debates sobre a lei" eram fúteis. Os malabaristas da palavra nem sempre sabem o que fazer com as mãos...
Se a árvore boa é a que produz bons frutos, mediunidade boa é a que oferece resultados práticos no consolo e no esclarecimento.
De "No mundo da mediunidade",
de Carlos A. Baccelli,
pelo Espírito Odilon Fernandes
de Carlos A. Baccelli,
pelo Espírito Odilon Fernandes
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