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08 fevereiro 2010

Pais se Confundem na Transmissão de Valores - Jornal Boa Nova

PAIS SE CONFUNDEM NA TRANSMISSÃO DE VALORES

A dificuldade do ensinar o que é certo e errado para os filhos aumenta com a ambiguidade ética demonstrada pela sociedade brasileira. São vários os exemplos desta dubiedade com os quais convivemos. Castor de Andrade apesar de condenado pela justiça, era adorado no bairro onde viveu e convivia bem no meio político. O jogador Edmundo é ídolo e garoto propaganda, mesmo com o temperamento que lhe rendeu o apelido de "animal". O sequestrador Leonardo Pareja, quando vivo, recebia na prisão grande quantidade de cartas de admiradores. Diante destes fatos, somados a outros que presenciamos rotineiramente, transmitir valores morais aos filhos se transformou numa tarefa cada vez mais problemática para os pais. Quais as virtudes essenciais? O que pode ser considerado certo ou errado? Até onde deve se impor limites? Estes são questionamentos que podem gerar uma situação aflitiva, contudo refletem a conscientização dos pais sobre a existência do problema.

Santo Agostinho, no Evangelho Segundo o Espiritismo, orienta que: "Desde o berço a criança manifesta os instintos bons e maus que traz de sua existência anterior...". Constata que desde o berço os pais exercem um papel fundamental na formação moral da criança. E durante toda a infância continua a receber transmissão de conceitos dos progenitores, tornando muito importante que os adultos tenham clareza de pensamento e principalmente ajam de forma coerente. De nada adianta aos pais adotarem um determinado discurso quando mantêm um comportamento oposto. É o caso do pai que procura passar ideias pacifistas aos filhos, mas que, ao mesmo tempo, vive discutindo em casa.

Outra preocupação é transmitir conceitos que para os pais sejam verdadeiros, pois devido a experiência e maturidade que vamos adquirindo há uma revisão constantes de valores. Aquilo que nos parece importante hoje, amanhã pode não ter valor algum. Porém, é natural e até mesmo benéfico que o ser humano mude de opinião com o passar do tempo.

E mesmo que tenhamos posição definida dos valores éticos-morais que queremos ensinar a nossos filhos, inúmeras vezes entramos em confronto com que o mundo e a televisão têm mostrado, oferecido e exemplificado, sendo necessário firmeza e energia para convencê-los a agir corretamente e incutir em seu íntimo o que realmente seja o certo e o errado.

Contudo, apesar de todas essas dificuldades encontradas pelos pais que muitas vezes estão em dúvida com os próprios valores, algumas certezas existem: a disciplina, a noção de responsabilidade e a existência de limites são requisitos básicos para que os filhos possam se organizar durante a vida. A religião é uma base segura a norteá-los e confortá-los em qualquer situação e dificuldade.

É grande a responsabilidade dos progenitores na condução de seus filhos. Deixar de atuar em sua formação moral pela dificuldade de enfrentar o assunto é uma atitude perigosa cujas consequências podem ser muito desagradáveis, pois mesmo que não queiram, valores são sempre transmitidos, éticos ou não.

Fonte: Jornal Boa Nova - 13/08/1997
Autor: A Redação

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