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30 setembro 2010

A Lente e o Espelho do Espiritismo - Rita Foelker

A LENTE E O ESPELHO DO ESPIRITISMO

Nossa vida é resultado dos nossos pensamentos. Para comprovar isto, basta que observemos nossos pensamentos habituais e quanto eles se relacionam ao modo como trabalhamos, como estudamos, como resolvemos nossos problemas, como tratamos as pessoas e, consequentemente, ao modo como somos tratados.

Mas há dois pensamentos que realmente moldam a nossa vida: nosso conceito de Deus e nosso conceito de nós mesmos.

Em todas as sociedades é assim. Por exemplo: a maneira como os muçulmanos concebem Alá define seu viver e não lhes permite imaginar um outro tipo de vida, sem deixarem de ser o que são. E é importante observar como acontece numa cultura diferente da nossa, porque a nossa ideia sobre Deus está tão entranhada em nossas vidas, que perceber isto fica difícil.

Muitas de nossas decisões são tomadas a partir do que imaginamos que agrada ou desagrada Deus, por mais que pareçam nascer exclusivamente de nosso livre-arbítrio.

Somos muito mais condicionadas pelos nossos pensamentos do que gostaríamos de admitir.

E o que pensamos do Criador se transmite ao que pensamos de suas criaturas, que somos nós. O sistema que criamos internamente (para entender a razão de havermos sido criados por um Deus com as características que lhe atribuímos) confere-nos um papel, uma função na vida e no Universo, a qual tratamos de cumprir tanto melhor, quanto maior seja a nossa fé.

O poder transformador da Doutrina Espírita está em nos fazer olhar novamente para estes dois conceitos, o conceito de Deus e o conceito de nós mesmos, com olhos amadurecidos e preparados pelos ensinamentos de Kardec e dos Espíritos Superiores.

O Espiritismo é uma lente para se ver o mundo, os fatos e a vida com mais nitidez e profundidade. Não há nenhum tema para o qual ele não ofereça uma perspectiva e uma compreensão racional quando, ao invés de nos determos na leitura superficial dos livros, estudamos e seguimos seus princípios norteadores.

O Espiritismo é um espelho a revelar quem somos, quem são as pessoas em torno de nós, sustentando nossas ações morais em sólidas bases filosóficas.

E não é possível olhar através dessa lente e desse espelho, sem que mudanças fundamentais aconteçam dentro de nós.

De "Força Interior"
De Rita Foelker

29 setembro 2010

Reforma Íntima em Seis Perguntas - Ney Pietro Peres

REFORMA ÍNTIMA EM SEIS PERGUNTAS

1. O QUE É A REFORMA ÍNTIMA?
A Reforma Íntima é um processo contínuo de autoconhecimento, de conhecimento da nossa intimidade espiritual, modelando-nos progressivamente na vivência evangélica, em todos os sentidos da nossa existência. É a transformação do homem velho, carregado de tendências e erros seculares, no homem novo, atuante na implantação dos ensinamentos do Divino Mestre, dentro e fora de si.

2. PORQUE A REFORMA ÍNTIMA?
Porque é o meio de nos libertarmos das imperfeições e de fazermos objetivamente o trabalho de burilamento dentro de nós, conduzindo-nos compativelmente com as aspirações que nos levam ao aprimoramento do nosso espírito.

3. PARA QUE A REFORMA ÍNTIMA?
Para transformar o homem e a partir dele, toda a humanidade, ainda tão distante das vivências evangélicas. Urge enfileirarmo-nos ao lado dos batalhadores das últimas horas, pelos nossos testemunhos, respondendo aos apelos do Plano Espiritual e integrando-nos na preparação cíclica do Terceiro Milênio.

4. ONDE FAZER A REFORMA ÍNTIMA?
Primeiramente dentro de nós mesmos, cujas transformações se refletirão depois em todos os campos de nossa existência, no nosso relacionamento com familiares, colegas de trabalho, amigos e inimigos e, ainda, nos meios em que colaborarmos desinteressadamente com serviço ao próximo.

5. QUANDO FAZER A REFORMA ÍNTIMA?
O momento é agora e já; não há mais o que esperar. O tempo passa e todos os minutos são preciosos para as conquistas que precisamos fazer no nosso íntimo.

6. COMO FAZER A REFORMA ÍNTIMA?
Ao decidirmos iniciar o trabalho de melhorar a nós mesmos, um dos meios mais efetivos é o ingresso numa Escola de Aprendizes do Evangelho, cujo objetivo central é exatamente esse. Com a orientação dos dirigentes, num regime disciplinar, apoiados pelo próprio grupo e pela cobertura do Plano Espiritual, conseguimos vencer as naturais dificuldades de tão nobre empreendimento, e transpomos as nossas barreiras. Daí em diante o trabalho continua de modo progressivo, porém com mais entusiasmo e maior disposição. Mas, também, até sozinhos podemos fazer nossa Reforma Íntima, desde que nos empenhemos com afinco e denodo, vivendo coerentemente com os ensinamentos de Jesus.

Do "Manual Prático do Espírita"
De Ney Prieto Peres


28 setembro 2010

A Sós com os Outros - Joanna de Ângelis

A SÓS COM OS OUTROS

Não te creias a sós, embrulhando os sonhos que acalentavas nos pesados tecidos da revolta.

Há tantos solitários que não se resolvem a arrebentar as amarras do egoísmo para serem úteis a alguém!...

Sê tudo quem consiga esse fanal.

O lago plácido e sonhador, que reflete o céu de astros pulverizado qual espelho precioso, desfaz-se ante o batráquio que nele se arremessa, apagando a ilusão da beleza.

Desejarias felicidade contemplativa cercado de carinhos, inútil, refletindo sonhos impossíveis.

No entanto, enquanto te crês solitário e triste, frustrado nos anseios que acalentavas, perdes os olhos nas tintas carregadas do pessimismo e não vês aqueles olhos que te fitam inquietos, desejando acercar-se de ti, sem oportunidade de fazê-lo.

A semente, que se sente desventurada numa arca de mogno e bronze valiosos, desdobra-se em bênçãos para muitos quando acolhida pelo solo que lhe oferece destino.

A água morta entre sombras alimenta a vida, se vai depurada.

O monturo desprezível enriquece-se de perfume quando agasalho os bulbos do lírio.

O coração ao teu lado, na vida diária, é a sublime meta da tua oportunidade no corpo.

Mata a solidão, asfixiando-a nos tecidos leves da cordialidade para com os outros.

Não creias que haja um abismo entre ti e os outros.

Se o vês ou o sentes, lança a ponte da afabilidade e atapeta-a da doçura.
Escorregarão muitos seres imersos no personalismo atormentado das vacuidades da Terra, que se aconchegarão ao país da tua alma, sedentos, necessitados e amigos teus, dando carinho também.

Compreenderás que o receber é efeito do dar, tanto quanto o colher é o resultado do plantar.

A lagarta que teme a metamorfose jamais plainará como borboleta leve, no azul do ar.

A flor que receia o desgaste nunca atingirá a semente que a perpetua.

O amor que se enclausura não amadurecerá em dádivas renovadoras.


Aparecendo à pecadora de Magdala, após a Ressurreição, o Mestre premiou o esforço de quem tanto deu à causa da Mensagem Viva da Fé, a ponto de, vencendo-se a si mesma, oferecer-se entre tormentos íntimos de paixões sem nome que sublimou, para renascer dos escombros qual Circe de luz... E Maria o mereceu, pois que, esquecida do próprio eu, cindiu a casca da autopiedade e da falsa solidão a que muitos a si se impõe, para atirar-se à glória do serviço ao próximo sem fronteira nem limite por amor a Ele.

Pelo Espírito Joanna de Ângelis
Do livro: Dimensões da Verdade
Médium: Divaldo Pereira Franco - Editora Leal

27 setembro 2010

Amas? - Camilo

AMAS?

Por toda a parte o horror se patenteia nas rotas do crime, da defecção, da indiferença para com o bem.

Pelo mundo parece que o coração humano já não crê no restabelecimento da ordem divina, que orienta para a saúde geral, para a beleza total, para o amor.

E tu, como te movimentas pelas estradas desse orbe em conflito, que se vê a braços com tormentosos dilemas?

Tens considerado a mensagem enlouquecedora do caos? Ou buscas apoiar-te nos alicerces do amor ensinado pelo Venturoso Guia da Cruz?

Amas, enfim?

Se amas, não é preciso explicar-te os motivos dos perturbadores episódios do mundo, pois compreendes que, em sendo espíritos renascidos para retomar a conquista do progresso, estão se corrigindo das distorções dos caracteres próprios.

Se amas, já identificaste a ação de Deus na Terra, localizando os indivíduos que se encontram nos aprendizados do bem, muito próximos daqueles outros que ainda mantêm vínculos com as grotescas ou sombrias aberrações, a fim de que os primeiros tenham chances de exercitar o bom e o bem que apregoam e dizem seguir, junto aos que são baldos de qualquer sentido de vida superior.

Se amas, não te deixarás consumir pela rebeldia, ou pela ira, ou pela violência, ao perceberes os infaustos arroubos de despudorados e atormentados irmãos da estrada terrena, tendo em vista que, com base nos ensinos da reencarnação, tu te dás conta de que não és inocente, tampouco te está experimentando o Criador. Sabes que o que hoje te desassossega no mundo, está vinculado ao campo dos teus desatinos pretéritos, o que te permitirá a realização por te superares, cooperando como podes para que o mundo e os seus habitantes sejam melhorados.

Se amas, estarás sempre nutrindo-te na Fonte do Amor na Terra, que é a Mensagem de Jesus. E, por essa razão, terás sempre a visão aclarada para o fato de que, nesse momento desencontrado da humanidade, a orientação de Cima é no sentido de trabalhar incansavelmente, servir alegremente, cooperar com a Luz onde reine a sombra, ensinar onde a ignorância campeie, compreender a quem não te assimila as orientações, firmar-te na oração e na vigilância que pôr-te-ão à cavaleiro dessas influências nefastas que cavalgam sobre o planeta.

Se amas, enfim, és alguém amigo do equilíbrio e aconselha-te com as lições felizes que o Celeste Amigo deixou, para quem desejasse seguir após os Seus passos.

Assim, então, se de fato amas, sabes que deves tomar sobre os ombros a cruz dos teus compromissos, dos teus deveres; renunciar às forças do egocentrismo, esquecendo-te de ti mesmo, e seguir o Bom Amigo para sempre.

Se amas, antegozas as formosuras do mundo novo, que já se instala em teu âmago, e que fazem luzir tua existência desde agora.

Pelo Espírito Camilo
Do livro: Revelações da Luz
Médium: J. Raul Teixeira

26 setembro 2010

Do Lar para o Mundo - Isabel Cintra

DO LAR PARA O MUNDO

O jardim do mundo continua repleto de possibilidades divinas, mas nem sempre conseguimos colher as rosas de nossa plantação.

Comumente, é imprescindível saber aguardar.


A Terra da experiência é sempre a mesma, onde nossas esperanças foram semeadas um dia, para recebermos, hoje, a fé que nos revigora os corações.
Tenhamos paciência e bom ânimo.

A mais santa qualidade do amor é a de saber esperar sem desesperar.

Nossos filhos são sempre os mais lindos rebentos da árvore de nosso ideal.

Entretanto, não lhe formamos a vida terrestre para nós...

A maneira do escultor que alça a argila informe à condição de vaso inapreciável para servir no mundo, pela graça de Deus, assumimos o papel de mães, na vida que nos pede os filhos do coração; para que integrem as legiões de sua glória.

Maria não recebeu Jesus para dele orgulhar-se, qual se fora o nosso Divino Mestre uma orquídea celestial, a nutrir-se, invariavelmente, da seiva de sua alma sublime. Alentou-o e preparou-o para a Humanidade, entregando, aos homens, um berço de luz na manjedoura e recebendo, em retribuição, o madeiro escuro da morte.

Saibamos, pois, superar nossas mágoas e indecisões com a certeza de que a união imperecível nos aguarda, além de todos os espinheiros da separação.

O Espiritismo, felizmente, não nos plasma o ideal religioso para a imobilidade dogmática.

Confere-nos o conhecimento superior, habilitando-nos ao serviço da comunidade. Com ele descobrimos, finalmente, que a nossa família não está circunscrita às fronteiras do templo doméstico. Somos a esposa de um companheiro de luta e a mãe de nossos filhinhos; mas, igualmente, a irmã e a serva do progresso, do progresso geral, em cujas linhas encontramos as nossas ocupações de fraternidade redentora.

Religião, para nós, significa atividade e diligência no bem, de vez que sabemos o Mestre Divino à nossa espera na pessoa de nossos semelhantes necessitados. Em razão disso, a morte do corpo, para nós outras, constitui abençoada porta de libertação para o trabalho maior.

Realmente, os nossos continuam sendo o canteiro perfumado de nosso carinho, o oásis fechado de nossa devoção particular; mas a Terra se nos afigura a bendita lavoura de nosso enriquecimento novo e o trabalho, exigente, luminoso e fecundo, nos arrebata a novos horizontes, em que a nossa mente cresce, feliz, no rumo dos mais altos interesses de nosso espírito.

Nesse critério, louvemos, agora, as dificuldades que nos distanciam de certos círculos de ternura...

Exaltemos as dores que nos renovam, agradeçamos a Deus os açoites invisíveis que nos vergastam a alma sensível. Com semelhante auxílio, erguer-nos-emos, sem tropeços, para a vida superior.

Do livro "Relicário de Luz" Pelo Espírito Emmanuel, Médium: Francisco C. Xavier, Autores Diversos

25 setembro 2010

Religiões - Emmanuel

RELIGIÕES

As religiões são degraus de ascensão à verdade divina.

Cada uma retém nossa alma transitoriamente, em determinados aspectos da revelação do Além, conclamando-nos à comunhão com a Espiritualidade Santificante.

Através de todos os campos agrestes da animalidade primeva, a idéia de Deus refulgiu nas sombras de nossa longa estrada evolutiva, descortinando-nos a visão religiosa sempre mais alta, mais enobrecida e mais pura.

Assim é que todos os condutores dos povos antigos constituíram-se pregoeiros da Luz Magna, que deveria clarear todos os séculos da Terra.

Escritores chineses, profetas judeus, filósofos indus, sacerdotes egípcios, artistas gregos e pensadores romanos, todos, sem exceção, foram gloriosos precursores do Cristo que, sem dúvida, é a Estrela Resplandecente, nos cimos da sabedoria e do amor, gerando, através do Evangelho, a Nova Humanidade.

Assim, pois, em qualquer das escolas cristãs em que estejamos jornadeando, à maneira de aprendizes em cursos diversos, destinados ao aperfeiçoamento moral gradativo, busquemos em Jesus a meta que nos cabe atingir.

Nele temos a resposta divina a todas as velhas indagações terrestres...

Mas para que nos integremos com a claridade regeneradora, que dimana dos seus ensinamentos de humildade e abnegação no bem – alicerces inamovíveis da verdadeira paz e da verdadeira felicidade – é imprescindível aceitá-lo, não só como salvador distante, mas, acima de tudo, na condição de Mestre presente, a cujas lições devemos afeiçoar nossa alma imperecível.

Conduzamos ao Cristo Vivo, Augusto e Soberano, o nosso coração, porque é do coração que procedem as fontes de nossa vida, e, então, nosso sentimento aprimorado Nele, com Ele e por Ele reestruturará os quadros de nossa inteligência e purificar-nos-á os raciocínios, a fim de que, através dos nossos pensamentos, das nossas palavras, das nossas atitudes e dos nossos braços, seja a nossa existência, um sublime instrumento para a exteriorização de Sua vontade justa e misericordiosa.

Todas as religiões são educandários do Espírito, em processo de crescimento para a vida eterna.

Procuremos, desse modo, a nossa posição de trabalhadores leais de Jesus, onde estivermos, fugindo à expectação inoperante, e o Espiritismo representará para nós, realmente, o degrau mais próximo da comunhão com o Supremo Senhor, em razão de constranger-nos sem violência ao serviço da compreensão e da bondade, em favor da Humanidade inteira.
Pelo Espírito Emmanuel
Do livro: Escrínio de Luz
Médium: Francisco Cândido Xavier

24 setembro 2010

Aptidão e Habilitação - Emmanuel

APTIDÃO E HABILITAÇÃO

Aptidão é a capacidade do espírito para executar essa ou aquela tarefa no plano evolutivo em que se vê situado.

Por isso mesmo, aptidão aplicada é acesso do homem a níveis mais altos, de conformidade com a Lei Divina que retribui a cada um, segundo as obras que realiza.

A Terra é vasto campo de oportunidades ao desenvolvimento de nossos recursos potenciais.

Com o fim de aperfeiçoá-los, distribui a Bondade Eterna as habilitações humanas, de acordo com as nossas petições e desejos.

Entretanto, não bastará obtê-las para que a alma se honorifique com o triunfo indispensável nesse ou naquele círculo de ação.

Deus concede os títulos, cabendo ao homem o justo dever de usá-los e enobrecê-los.

Aqui vemos um médico, dignamente formado para o sacerdócio da cura, no entanto, se o esculápio, com diploma de mérito, não suporta os enfermos, debalde receberá beneplácito da escola de medicina.

Além, anotamos um professor devidamente preparado à frente do magistério, mas se lhe falta amor para com os aprendizes, em vão terá recolhido as bênçãos da cultura.

E, em toda parte, vemos operários convocados ao trabalho, desprezando a oficina que os acolheu; mães que se ausentam do templo doméstico, hostilizando a nobre missão que o Céu lhes conferiu, e pais que desertam do lar. Fugindo deliberadamente ao apostolado afetivo que lhes poderia preparar no presente de trabalho e futuro iluminado de amor.

Segundo é fácil perceber, somos depositórios felizes de preciosas habilitações na Terra que muitas vezes menosprezamos em prejuízo próprio, esquecendo que todos possuímos aptidões para concretizar o melhor em nosso próprio caminho.

Se já podes compreender a verdade, aproveita os títulos que te foram emprestados pelo Senhor na pauta das convenções terrestre, na certeza de que, com eles, deténs contigo as mais amplas oportunidades de servir aos semelhantes e crescer para Deus.

Recorda que a enxada mais rica é simples candidata à ferrugem quando não atende à habilitação a que se destina e, fazendo da própria vida o teu instrumento de trabalho e de estudo, sem que percebas, o mundo conferir-te-á outros talentos e outros valores, armando-te de novos recursos para a conquista de novas e mais belas experiências.

Do livro "Família"
Pelo Espírito Emmanuel
Médium: Francisco C. Xavier

23 setembro 2010

Prêmio - Neio Lúcio

PRÊMIO

Na semana última, terminei o primeiro ano de minha permanência no Parque e devo assinalar que recebi valioso prêmio de grata significação para mim.

Trabalhei, esforçando-me quando que possível para ser disciplinado, com aproveitamento das lições.

Nos dez últimos meses, gastei as horas de recreio em serviços de proteção aos animais, que passaram a querer-me bem, com amizade e simpatia; realizei estudos espirituais de muita importância para o meu futuro, e participei, algumas vezes, de comissões de auxílio fraternal, enviadas a companheiros de luta. Alegre tranquilidade banhava-me a consciência.

Muitos meninos de minha classe foram promovidos a curso mais elevado, entre os quais tive o júbilo de ser incluído.

Houve uma festa, cheia de alegria e beleza, em que recebi o distintivo da “Boa-Vontade”, uma linda medalha, esculturada numa substância semelhante a prata e luminosa, apresentando essas duas palavras escritas, em alto relevo, com uma tinta dourada.

Nesse dia venturoso, o professor abraçou-me comovidamente e declarou-me que eu poderia solicitar alguma coisa, alguma concessão nos trabalhos finalistas.

No fundo de meu coração, estava o desejo de ir a casa. Queria abraçar mamãe, papai e ver você. Tinha a idéia de que me encontrava distante há muitos anos e, por isso mesmo, recebi a notificação com imensa alegria.

Respondi, ansioso, que, se me fosse permitido rogar algum contentamento maior que o de ser promovido à categoria superior, pediria para visitar o lar terreno, a fim de abraçar os entes amados de meu coração.

O instrutor, porém, afagando-me delicadamente, ponderou que eu ainda não possuía as forças precisas para semelhante cometimento. Ave frágil, não dispunha de penas para vôo tão arrojado. Mas acrescentou que o meu desejo seria atendido em parte.

No dia seguinte, fui notificado de que veria mamãe, apenas mamãe, por alguns momentos, numa instituição piedosa situada nas regiões mais próximas daí.

Logo após, numa linda noite, acompanhado de tia Eunice, a cujos cuidados me deixou o orientador, fui ao encontro de nossa mãezinha, numa casa grande e bonita, onde havia intensa movimentação de Espíritos amigos já distanciados do corpo carnal.

O que foi essa hora divina, não poderei descrever. Mamãe foi trazida por uma senhora iluminada e bela. Parecia mergulhada numa indefinível admiração que a tornava perplexa. Parecia não ver a senhora que a amparava, maternalmente, e, ao aproximar-se de nós, não percebeu a presença de nossa tia, ao meu lado. Quando pousou os olhos sobre mim, reconheceu-me e gritou meu nome muitas vezes. Atirei-me, chorando de júbilo, aos seus braços e estivemos assim, unidos e em lágrimas, durante todos os minutos reservados ao reencontro.

Por fim, a generosa mensageira que a trouxera aproximou-se de mim e falou:

- Basta, meu filho! A alegria também pode prejudicar os que ainda se encontram no corpo.

- Em seguida, retirou mamãe, devagarinho, como quem cuida de uma pessoa doente.

Voltei, então, ao Parque, junto de tia Eunice, com uma esperança nova a banhar-me o coração.

A Bondade de Deus não nos separa as almas para sempre.

Pelo Espírito Neio Lúcio
Do livro: Mensagens do Pequeno Morto
Médium: Francisco Cândido Xavier

22 setembro 2010

Propaganda Espírita - Manuel Vianna de Carvalho

PROPAGANDA ESPÍRITA

Irmãos!

A Terra de hoje, com suas injunções de dor e renovação, é o abençoado solo a que fostes chamados pela reencarnação para ajudar.

Embora as aflições e os descobrimentos notáveis, todos os labores oferecem resultados inesperados.

Em cada coração humano estiolado pelas vicissitudes, surpreendemos os que apregoam justiça mancomunados com o crime, e os que falam em paz armando cidadãos e fortalecendo fronteiras.

Por outro lado, a corrida armamentista, em nome da supremacia política ou da denominação econômica, transforma o mundo num grande palco, em que as personagens mudam, mas a peça tragicômica da guerra prossegue implacável.

Estômago e sensualidade, abraçados, jornadeiam devorando conquistas nobres do saber, qual Moloch hodierno, conduzindo às entranhas, sem saciar-se, os que repontam em seu caminho...

Os veículos da imprensa falada e escrita apresentam, em manchetes lamentáveis, as contradições do século, pervertendo consciências e afligindo sentimentos. O ultraje ao pudor e o atentado à integridade física ou moral atestam o desequilíbrio emocional do mundo moderno.

A propaganda mercenária, escrava dos interesses de grupos minoritários ou serva de objetivos subalternos, ameaça inquietante.

Por que, até o momento, a imprensa tem sido, quase sempre, veículo de destruição guerreira e de morte?

Ontem, era o panfleto ironizando e ferindo.

No passado, era o folhetim como veículo da perversão dos costumes, registrando anedotário soez e perversor.

No presente, é o livro obsceno e comercial, incendiando mentes embrutecidas nas noites orgíacas e corações sacudidos por emoções selvagens.

A princípio, eram o jogral e o segrel visitando propriedades para deleitar feudos e senhores, misturando divertimento com infâmias e veleidades em nome da corrupção.

Agora, é o rádio repetindo as expressões da indignidade humana em caracteres apaixonados.

Antes, era o desenho escabroso jornadeando de mão em mão, adquirido a peso de ouro.

No momento, é a cinematografia indigna, aviltando a moral em nome de um realismo cultural que se expressa pela apresentação do crime e do vício, arrancados aos antros de degradação onde reinam...

O sistema audiovisual de televisão, enfeixando as aspirações argentárias dos patrocinadores, faz-se porta-voz das sugestões que estimulam os sentimentos vulgares, como se o homem moderno estivesse resumido a um feixe de sensações expressas no prazer da luxúria e da sexualidade pervertida.

E a propaganda, que tem a força descomunal dos grandes deslocamentos atmosféricos, é utilizada como arma impiedosa e inconsciente.

Ao brilho das luzes da cultura atual o homem surge como um desajustado, procurando, através da Psiquiatria respeitável, solucionar os problemas que o desequilíbrio lhe tem criado e desenvolvido.

O índice de criminalidade fala das psicopatias atuais...

... Porque o homem moderno "perdeu o endereço de Deus".

O Cristianismo, que lhe chegou ao conhecimento desfigurado e tíbio, não pôde resistir ao impacto das novas e desordenadas paixões...

***

Com o nascimento da Doutrina Espírita, porém, há pouco mais de um século, paulatinamente o Cristo que o mundo olvidou retorna à tela mental e aos corações da Humanidade, renovando as concepções da vida.

Não mais o "crê ou morre" das velhas e superadas dominações religiosas.

Não mais a cruz da aflição em nome da fé.

Não mais aparatos impostos e ritos supostamente pertencentes a Jesus Cristo.

Agora fulgura a nova luz, semelhante àquela que brilhava nas lições primitivas do Divino Vidente, o legítimo Embaixador do Celeste Pai.

Não basta, pois, simplesmente aceitar as experiências evangélicas de comunhão com as Esferas Espirituais. É imprescindível propagá-las para conhecimento de todos.

A mensagem de alento, a revelação que esclarece, o ensino consolador, o roteiro seguro, a lição que norteia, ajudando o homem a vencer-se, equilibrado e livre, são oportunidades de propaganda honesta que não podemos descurar.

A experiência cristã começou no estábulo, mas não terminou na cruz...

A mensagem espírita surgiu com Allan Kardec e jamais desaparecerá...

Vexilários da renovação cristã ao impositivo das leis de amor expressas na reencarnação, desdobremos os recursos e avancemos no campo onde nos encontramos para servir.

E dilatando a claridade do sol espírita conscientemente, através da exposição e da narrativa, falando ou escrevendo, vivamos a mensagem excelente que reflete o amor de Deus a todas as criaturas, porquanto, se até ontem recebemos uma fé desfigurada, enigmática e simbólica, com o Espiritismo, nos moldes com que Allan Kardec, no-lo ofereceu, ressurge a verdadeira religião, apresentando o Senhor Jesus desvelado e simples, fazendo-se conhecer e amar em nós e conosco, até o fim dos tempos!

Mensagem, psicografia de Divaldo P. Franco
Pelo Espírito Manuel Vianna de Carvalho
Livro: À Luz do Espiritismo

21 setembro 2010

Recordando o Filósofo - Irmão X

RECORDANDO O FILÓSOFO

Conta-se que Epicteto, o escravo filósofo, visitado por Lisandro, liberto de Epafrodita, que lhe apresentava despedidas, em razão de mudança precipitada para Roma, entrou em fundo silêncio, diante do amigo íntimo.

– Pois não te regozijas? – exclamou o amigo, exonerado do cativeiro – não sentirás comigo o júbilo da transferência feliz?

O interpelado fixou-o, de frente, e indagou:

– Que pretendes?

– Uma viagem maravilhosa, o ambiente diverso, a modificação da vida, o esplendor da cidade imperial, a honra de ouvir os tribunos célebres, a contemplação dos espetáculos faustosos e, quem sabe, talvez o destaque entre os patrícios dominadores.

O filósofo escutava o companheiro sem o mais leve movimento.

Terminada a breve exposição, objetou, imperturbável:

– Empreendes longa e perigosa jornada, em busca de importância pessoal que te satisfaça a ambição. No entanto, que viagem já fizeste para modificar opiniões e melhorar sentimento?

O amigo surpreendido não conseguiu responder.

– Procuras ambiente diverso – prosseguiu o sábio sem alterar-se –; todavia, em que idade tentaste a própria renovação? Odeias sempre que te ferem, reages quando te insultam, justificas-te apressadamente quando te acusam de alguma falta... Que novidades poderás encontrar no caminho da vida? Desejas o esplendor da cidade dos Césares, mas não acendeste ainda a mais humilde candeia dentro de ti. Queres o júbilo de escutar os oradores famosos; porém, jamais consultaste alguém sobre os recursos que te façam melhor. Buscas espetáculos extravagantes para os olhos de carne, esquecido de que há prisioneiros contemplando festas loucas das grades do cárcere. Sonhas figurar entre os que dominam, mas não tens ainda o comando da própria existência.

O amigo corou ante as palavras serenas, mas exclamou irritadiço:

– No entanto, eu agora sou livre...

Epicteto sorriu e terminou :

– Tens a liberdade, mas não fugirás de ti mesmo...

O episódio recorda-nos a própria vida.

Na juventude, cheia de sonhos, à velhice coroada de desilusões, convida-nos a verdade ao campo consciencial para os serviços de iluminação íntima. A maneira do amigo de Epicteto, contudo, repousamos à sombra das árvores floridas de mentiras deliciosas, na floresta inextricável das emoções humanas. Procuramos melodias que nos embalem os ouvidos e decorações de luxo que nos magnetizem o olhar, colhemos botões de flores e inutilizamos frutos verdes, ciosos de nossa independência, permanecera sempre os mesmos joguetes da reação inferior, quando a luta nos visita de leve.

Desejamos e realizamos no plano exterior, penetrando, em seguida, os caminhos do tédio mortal.

Esgotamos a taça de vinho embriagador para encontrarmos, no fundo, o vinagre do desalento.

Terminadas as decepções da natureza física, conservamos o derradeiro e mais terrível engano. Esperamos na morte a revelação de um paraíso maravilhoso de ambrosias e cânticos angélicos. Sonhamos atravessar sublimes pórticos de misteriosos palácios, repletos de tesouros augustos e láureas imortais.

É a viagem difícil do liberto a uma Roma diferente, aureolada de púrpuras e riquezas.

Entretanto, à frente do castelo celestial, resplendente de luzes, estacamos, defrontados por nós mesmos, em amargosas sombras do coração. Intentamos avançar, ébrios de esperança, gritando nosso júbilo diante da “terra nova”. Todavia, pesadas algemas agrilhoam-nos o espírito ao que somos, fazendo-nos reconhecer que a semeadura da indiferença, produz abundante colheita de remorsos e lágrimas.

Reclamamos, choramos, suplicamos...

A consciência retilínea, porém, responde calma.

- Que realizaste senão repetir, até hoje, o que fazias há séculos? Odeias, quando te perseguem; reages, quando te apedrejam; defendes-te, apressado, quando te acusam... Não compreendeste, não ajudaste, não amaste.

Ansiosos pela fuga, contemplamos o plano infinito que se desdobra, convidando-nos à maravilhosa aventura, no limiar da Eternidade, e, tentando último esforço, para nos desvencilharmos das próprias obras, exclamamos, também:

- No entanto, eu agora sou livre...

E a consciência, divina e irrepreensível, replica-nos com a serenidade imperturbável do sábio cativo:

E a consciência, divina e irrepreensível, replica-nos com a serenidade imperturbável do sábio cativo:

– Tens a liberdade, mas não fugirás de ti mesmo.

Pelo Espírito Irmão X
Do livro: Luz Acima
Médium: Francisco Cândido Xavier

20 setembro 2010

Ante o Evangelho - Emmanuel

ANTE O EVANGELHO

Realmente, por séculos sucessivos, temos realizado a transliteração do Evangelho em todos os climas culturais.

Na senda de todos os povos, as Boas Novas de Salvação surgem por florilégio religioso, revelando sentenças inimitáveis pelo seu conteúdo de beleza e sabedoria.

Indubitavelmente, não possuímos na Terra outra forma de plantação primária do conhecimento, que não essa, através da letra que constitui a base da instrução clareando o pensamento.

Contudo não basta nos detenhamos na fraseologia brilhante, no gesto sutil ou nas aparências elogiáveis para demonstrar assimilação do ensinamento transformador.

Cristianismo não é somente a forma da civilização que nos propomos construir com Jesus.

É, acima de tudo, essência dela mesma, com que devemos plasmar o mundo novo em que as relações humanas representem o alicerce do Reino de Deus.

Urge, pois, configurar a revelação não apenas no tesouro verbalístico que nos lastreia as conquistas filosóficas e artísticas de quase dois milênios.

É indispensável que o apelo do Grande Renovador encontre resposta na consciência e no coração, em nossas idéias e em nossos sentimentos, a fim de que a fé se exprima em trabalho incessante na extensão do bem.

Até hoje, a maioria das escolas cristãs tem adorado santos e apóstolos nos altares de pedra, mas, como nunca, necessitamos presentemente dos heróis do cristianismo nos tribunais e nas escolas, nos templos e nos hospitais, nos lares e nas oficinas, nos escritórios e nos campos, nos divertimentos e nas ruas.

Almas valorosas e decididas que disponham a romper com os impedimentos do próprio egoísmo e da própria vaidade, entusiasmadas com a visão do porvir e libertas do pessimismo que negreja, na volúpia da destruição por onde passa ...

Considerando, qual aconteceu à mulher sofredora na praça pública, somos passíveis de condenação pela ociosidade com que vimos congelando as nossas melhores oportunidades de serviço.

Todos nos encontramos à face do julgamento, pelo delito de lesaconsciência, de vez que temos adulterado a mensagem do Divino Benfeitor de mil modos, em cada romagem no mundo.

Jesus, porém, tolera-nos compassivo e reforma-nos o empréstimo de tempo e de valores novos ...

Mas, se é verdade que nenhum de nós está em condições de atirar a primeira pedra no irmão de caminho, cabe-nos a todos ouvir o Mestre Inesquecível em sua amorosa e segura advertência: - “ Vai e não peques mais”.

Renovemo-nos oferecendo ao mundo e à vida o que possuamos de melhor, porquanto se a ignorância era a nossa furna de sombra até ontem, pelo conhecimento de agora, podemos avanças para futuro, em companhia de Jesus, desde hoje.

Pelo Espírito Emmanuel
Do livro: Construção Do Amor
Médium: Francisco Cândido Xavier

19 setembro 2010

A Lição do Esquecimento - Emmanuel

A LIÇÃO DO ESQUECIMENTO

Não fosse o olvido temporário que assegura o refazimento da alma, na reencarnação, segundo a misericórdia do Senhor que lhe orienta a reta justiça, decerto teríamos no mundo, ao invés da escola redentora, a jaula escura e extensa, onde os homens se converteriam em feras a se digladiarem indefinidamente.

Não fosse o dom do esquecimento que envolve o berço terrestre, o ódio viveria eternizado transformando a Terra em purgatório angustioso e terrível, onde nada mais faríamos que chorar e lamentar, acusar e gemer.

A Divina Bondade, contudo, em cada romagem do espírito no campo do mundo, confere-lhe no corpo físico o arado novo suscetível de valorizar-lhe a replantação do destino, no rumo do porvir.
De existência a existência, o Senhor vela-nos caridosamente a memória, a fim de que saibamos metamorfosear espinhos em flores e aversões em laços divinos.

O Pai, no entanto, com semelhante medida, não somente nos ampara com a providencial anestesia das chagas anteriores, em favor do nosso êxito em novos compromissos.

Com essa dádiva, Ele que nos reforma o empréstimo do ensejo de trabalho, de experiência à experiência, nos induz à verdadeira fraternidade, para o esquecimento de nossas recíprocas, dia à dia.

Aprendamos a olvidar as úlceras e as cicatrizes, as deformidades e os defeitos do irmão de jornada, se nos propomos efetivamente a avançar para diante, em busca de renovadores caminhos.

Cada dia é como que a “reencarnação da oportunidade”, em que nos cabe aprender com o bem, redimindo o passado e elevando o presente, para que o nosso futuro não mais se obscureça.

Nas tarefas de redenção, mais vale esquecer que lembrar, a fim de que saibamos mentalizar com segurança e eficiência a sublimação pessoal que nos cabe atingir.

O Senhor nos avaliza os débitos, para que possamos adquirir os recursos destinados ao nosso próprio reajustamento à frente da Lei.

Recordemos o exemplo do Céu, destruindo os resíduos de sombra que, em forma de lamentação e de queixas, emergem ainda à tona de nossa personalidade, derramando-se em angústia e doença, através do pensamento e da palavra, da voz e da atitude.

Exaltemos o bem, dilatemo-lo e consagremo-lo nos menores gestos e em nossas mínimas tarefas, a cada instante da vida, e, somente assim, aprenderemos com o Senhor a olvidar a noite do pretérito, no rumo da alvorada que nos espera no fulgor do amanhã.

Do livro "Família"
Espírito de Emmanuel
Médium: Francisco Cândido Xavier

18 setembro 2010

O Amor não Morre - Momento Espírita

O Amor Não Morre

Um compositor brasileiro teve oportunidade de se expressar quanto ao amor, dizendo que O amor é eterno enquanto dure.

É, com certeza, uma visão parcial do amor. Talvez a visão de um amor não verdadeiro. Uma tênue aparência de amor.

A vida nos mostra exemplos inúmeros de que o amor não fenece, não se extingue. Nem o tempo, nem as circunstâncias mais adversas o apagam.

Foi por essa razão que Ida Brown escreveu para o editor de um jornal, dizendo de sua fidelidade à sua coluna. E pedindo um favor.

Ela dizia ter oitenta anos, ser viúva e se encontrar em uma casa de repouso. Contava que, aos dezessete anos, se apaixonara por um rapaz.

Ele era pobre e sua família recém-chegada do Leste Europeu. Ela era rica, de família influente, quarta geração de americanos vindos da Alemanha.

Ele tinha vinte e três anos. Amavam-se. A família de Ida, contudo, não desejando, de forma alguma, aquele consórcio, a levara para a Europa por quase um ano.

Quando ela retornara, seu grande amor não estava mais na cidade. Parecia ter desaparecido da face da Terra. Ninguém sabia para onde ele fora.

Ela acabara por se casar, mais tarde, com um homem maravilhoso com o qual vivera por cinquenta anos. Mas, ele morrera há um ano e agora, ela não conseguia senão pensar no antigo amor.

Desejo encontrar Harry, é o que ela escrevia. A única pista que lhe posso fornecer é o nome dele completo e o antigo endereço.

E concluía a carta com um Aguardo com fé e ansiedade a sua resposta.

O homem, embora cheio de afazeres, se emocionou com a carta e prometeu a si mesmo ajudá-la.

Várias semanas depois, ele fez uma viagem e foi até a Casa de Repouso.

Foi ao sexto andar e falou com um cavalheiro idoso, mas elegante, com os olhos brilhando de inteligência e energia.

Depois, o tomou pelo braço e o levou até o elevador. Desceram ao terceiro andar, onde Ida estava esperando.

O encontro foi dos mais emocionantes. Sem que soubessem, os dois estavam morando na mesma Casa de Repouso, há cinco meses, a três andares de distância.

Algumas semanas mais e o editor do jornal retornou à mesma Casa de Repouso.

Desta vez, para assistir ao casamento de Ida e Harry, com mais de cinquenta anos de atraso.

* * *

Você pode pensar que esta é mais uma história ideal para um filme hollywoodiano. Pode ser. Mas a arte imita a vida, se serve de exemplos de amor para os imortalizar nas telas.

O amor existe. Aí estão milhares de casais a dizer que ele é verdadeiro. E nada o arrefece.

O verdadeiro amor é profundo como o mar, infinito como o céu.

Cultivemo-lo!

Redação do Momento Espírita, com base em história do livro Pequenos milagres, v. II, de Yitta Halberstam e Judith Leventhal, ed. Sextante e penúltima frase colhida no cap. XLIV, do livro Depois da morte, de Léon Denis, ed. Feb

17 setembro 2010

Veículo Poderoso - Momento Espírita

VEÍCULO PODEROSO

Veículo poderoso é a palavra que reflete, de forma segura, o nível moral em que nos encontramos.

Com a palavra se propagam as boas obras e se acende a esperança. Pode-se fortalecer a fé vacilante e sustentar-se a paz. Também serve para alimentar o vício e a delinquência.

Falando, o professor eleva a mente dos seus aprendizes às culminâncias do saber. Usando do verbo, o malfeitor arroja muitos para o fosso do crime.

Conversando, a mãe educa o filho, apontando-lhe os caminhos da honra e do dever.

Usando da palavra, maus líderes conduzem os povos às guerras cruentas, permitindo que a boca escancarada da morte ceife vidas preciosas.

Bons governantes, preocupados com os seus comandados, sua responsabilidade, elaboram discursos de paz e se esforçam por concedê-la.

Jesus falou e o Evangelho surgiu como a Boa Nova que todos aguardavam, sofridos e desalentados.

Antes Dele, a fim de preparar os caminhos, uma voz se ergueu desde o deserto até as margens do rio Jordão, pregando um novo tempo.

Um tempo em que as veredas do Senhor seriam aplainadas e os homens poderiam ouvir o doce cântico de um Rabi.

Nas tardes quentes, nas noites amenas, Jesus serviu-Se da palavra para ensinar as verdades do Pai que está nos céus, para manifestar a Sua vontade generosa e curar enfermos.

Com Seu verbo, salvou da morte por apedrejamento uma mulher que se equivocara, esquecendo dos seus deveres de esposa. E a outra ofereceu a água viva que mata a sede de saber espiritual.

Serviu-Se da palavra e pediu perdão ao Pai para os que O crucificaram e com a palavra da fé entregou-Se a Deus.

O apóstolo Paulo, pela palavra consciente e esclarecedora, levou as boas novas do Reino de Deus a muitos lugares.

De tal forma deixava-se inflamar pela inspiração dos céus, que seu verbo convertia multidões. Tão bem se expressava e com tal fervor que chegaram a confundi-lo com o próprio Deus.

Gandhi serviu-se da palavra para convidar a todos os seus irmãos da Índia a se unirem pelo mesmo ideal. Martin Luther King Jr. discursou em nome da paz, desejando que brancos e negros se sentissem irmãos.

Quando a guerra civil devastava o solo americano, o Presidente Lincoln usou da palavra de bom ânimo para levantar a moral dos soldados abatidos pelas derrotas e pelo abandono que acreditavam sofrer.

O verbo é sempre a manifestação da inteligência sadia ou enferma. É a base da escrita.

E, toda vez que utilizamos a palavra, semeamos bênçãos ou espalhamos tempestades.

Desse modo, ainda que trevas e espinheiros se alonguem junto a nós, governemos a emoção, e pronunciemos sempre a palavra que instrua ou console, que ajude ou santifique.

Mesmo que a provocação do mal nos convide à desordem, a condenar e a ferir, abençoemos a vida, onde estivermos.

Aprendamos a calar toda frase que destrua porque toda palavra que agride é moeda falsa no tesouro do coração.

* * *

Existem três coisas que não têm volta: a flecha lançada, a palavra falada e a oportunidade perdida. Uma vez que a palavra é pronunciada, não há maneira de fazer com que ela retorne.
Lembremo-nos de que uma vez dita a palavra, ela foge ao nosso controle.

Pensemos bem antes de falar, porque mesmo que não possamos fazer com que a palavra volte, teremos que responder por ela.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Palavra, do livro Seara dos médiuns, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb e no cap. 14, do livro
A carta de Tiago, de L. Palhano Jr., ed. Fráter.

16 setembro 2010

No Meu Tempo é Que Era Bom - Momento Espírita

No Meu Tempo é Que Era Bom

Quantas vezes você já ouviu alguém afirmar: “No meu tempo é que era bom... Na minha infância tal coisa era melhor” ou “Não se fazem mais as coisas como antigamente...?”

Possivelmente, tenha reagido com dúvida quanto às maravilhas ou excelências desse “tempo passado”, tão diferente, tão melhor.

Por outro lado, pode ter-se mostrado com dúvidas diante de tanta coisa boa “do passado”, quando depara com criaturas tão difíceis, complicadas ou negativas no presente.

O que é importante para se refletir é que todo o tempo traz coisas grandiosas e maravilhosas em seu seio, tanto quanto apresenta coisas negativas e lamentáveis.

Assim, não há porque enaltecer o passado e menosprezar o presente, quando encontramos belezas e feiúras num e noutro tempo.

O que caracteriza determinada época são os indivíduos nela renascidos, o que eles realizam e como suas realizações influenciam as sociedades em que vivem, ou mesmo o mundo.

O tempo de Jesus também foi o de Herodes, de Pilatos e de Barrabás.

Enquanto o Divino Mestre semeou luz, amor e paz, a criminalidade foi o legado dos demais: o homicídio, a viciação e a covardia moral.

A época em que viveu Adolfo Hitler, também foi o tempo de Mohandas Gandhi e de Madre Teresa.

Uma determinada coisa não é boa por ser antiga, nem é má por ser atual.

Bom é que saibamos aproveitar as coisas boas, sejam do passado ou do presente.

Aprendamos a rechaçar a impostura negativa de ontem como a de agora, evitando apegos indevidos a tradições retrógradas e perturbadoras, ou a inovações descabidas e às vezes criminosas.

* * *

A nostalgia descreve uma sensação de saudades de um tempo vivido, frequentemente idealizado e irreal.

Ela surge a partir do sentimento de não poder mais reviver certos momentos da vida.

Quando ela se desenvolve como um relembrar feliz, otimista, que coloca luz no coração, ela será sempre saudável.

Porém, quando ela descamba para o estado depressivo, negativo, de não conseguir mais voltar no tempo e viver aquele momento de novo, ela passa a ser nociva.

As pessoas que vivem no passado são comumente tristes e deixam de aproveitar o que a vida tem a oferecer agora, no tempo presente.

Reviver o passado é bom quando se tem o objetivo de aprender com os erros e com os acertos.

Reviver o passado é ruim quando a intenção é a fuga da realidade.

Assim, reflitamos muito antes de voltar a dizer: No meu tempo é que era bom.

Qual é o nosso tempo? O de ontem, que não volta? Ou o de agora, quando ainda temos chances de transformar, de refazer, de mudar?

Passado não existe mais. Futuro não existe ainda. Entre a inexistência desses dois tempos, o que nos resta, senão bem viver o agora?

Pensemos nisso já.

Redação do Momento Espírita com base no cap. 9, do livro Ações corajosas para viver em paz, pelo Espírito Benedita Maria, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter

15 setembro 2010

Causas das Aflições - Momento Espírita

Causas das Aflições

A Terra é uma grande escola, na qual os homens são matriculados pela divindade, a fim de que aprendam a viver.

Mas o aprendizado sempre exige algum esforço para efetivar-se.

Nos colégios da Terra, o aluno não aprende a lição a menos que dedique algumas horas ao estudo.

Também na esfera profissional toda nova tarefa demanda alguma dedicação, até ser desempenhada a contento.

No contexto maior da vida, a situação não é diferente.

Somos chamados ao burilamento de nosso ser, mediante o enfrentamento de inúmeras situações.

As dificuldades são inerentes a nossa posição de aprendizes.

Se já fôssemos mestres na arte de viver, à semelhança de Jesus, tudo nos seria fácil.

O Amigo divino é nosso maior exemplo de alguém que sabe viver.

Ele transitou entre seres rudes e cruéis, mas não gastou seu tempo em contendas.

Ao invés de isolar-se das criaturas, amou-as ternamente.

Acolheu os equivocados, embora não aprovasse seus equívocos.

Jesus foi doação, trabalho, compreensão e perdão, em todas as circunstâncias.

Ele jamais titubeou em sua condição de mestre.

O Cristo é o modelo que nos foi enviado por Deus.

A distância que separa nosso comportamento do dele bem evidencia o longo caminho que temos a percorrer.

É justamente a ignorância que nos dificulta o viver.

Afinal, para quem já domina determinado assunto, este parece fácil, ainda que guarde grande complexidade.

Esse raciocínio demonstra o papel que as dificuldades cumprem em nossa vida.

Elas constituem nossos desafios, revelam as lições que necessitamos aprender.

Por vezes revestem-se de caráter aflitivo, justamente para nos incitar ao esforço necessário para vencê-las.

Desse modo, fica claro que a principal causa das aflições que nos atingem, reside em nosso estado de ignorância.

Essa ignorância tanto se traduz pela falta de conhecimento, como pela má vontade de viver o que sabemos ser correto.

Quando nos esclarecermos, quando formos plenos de virtudes, não mais necessitaremos de experiências dolorosas.

Na verdade, as falhas morais das criaturas constituem a origem imediata da maioria absoluta de suas dores.

Não são raros os protestos contra a providência divina, quando o próprio sofredor deu causa as suas agruras.

Muitas enfermidades decorrem da falta de equilíbrio no beber e no comer.

Quantos pais reclamam dos filhos, mas não gastaram tempo orientando os próprios rebentos.

Inúmeras pessoas entregam-se ao vício da maledicência e depois se surpreendem por conviver com desafetos.

Há quem reclame pela ausência de carinho no núcleo familiar, mas jamais se preocupou em estreitar laços de afeto com os seus.

Incontáveis gastam seus recursos com futilidades e depois reclamam da falta de dinheiro.

Outros não se dispõem ao estudo e se afirmam injustiçados, por falta de oportunidades na vida.

Em tudo isso vê-se a presença de inúmeros vícios que infelicitam a humanidade.

O homem sensato e operoso, por certo enfrenta menores obstáculos do que o leviano.

É impossível colher uvas de espinheiros.

Quem não joga boas sementes no solo da vida não pode reclamar pela ausência de boa colheita.

Assim, é importante refletir sobre a forma como estamos gastando nosso tempo na terra.

Demonstramos esforço sincero no aprendizado do ofício de viver ou parecemos crianças teimosas, clamando por corrigenda?

Se queremos paz, se desejamos a libertação do sofrimento, não há muitas alternativas.

Somente o abandono da ignorância e dos vícios, pela vontade firme de conquistar virtudes, possui o condão de nos libertar.

Pensemos nisso.

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita

14 setembro 2010

Virtudes e Defeitos - Momento Espírita

Virtudes e Defeitos

É notável como conseguimos ver, todos os dias, a todos os instantes, os defeitos alheios.

Dificilmente encontraremos alguém que não se mostre propenso a apontar erros e absurdos dos outros.

Muitos casamentos acabam porque marido e mulher passam a ver tanto os defeitos um do outro, que se esquecem que se uniram porque acreditavam se amar.

Amigos de infância, certo dia, se surpreendem a descobrir falhas de caráter um no outro. Desencantados se afastam, perdendo o tesouro precioso da amizade.

Colegas de trabalho culpam o outro por falhas que, em verdade, em muitos casos, é da equipe como um todo.

Foi observando esse quadro que alguém escreveu que os homens caminham pela face da Terra em fila indiana, cada um carregando uma sacola na frente e outra atrás.

Na sacola da frente, estão colocadas as qualidades positivas, as virtudes de cada um. Na sacola de trás são guardados todos os defeitos, as paixões, as más qualidades do Espírito.

Por isso, durante a jornada pela vida, mantemos os olhos fixos nas virtudes que possuímos presas em nosso peito.

Ao mesmo tempo, reparamos de forma impiedosa, nas costas do companheiro que está à frente, todos os defeitos que ele possui.

Assim nos julgamos melhores que ele, sem perceber que a pessoa andando atrás de nós, está pensando a mesma coisa a nosso respeito.

A imagem é significativa e nos remete à reflexão. Talvez seja muito importante que saiamos da fila indiana e passemos a andar ao lado do outro.

E, no relacionamento familiar, profissional, social em geral, que nos coloquemos de frente um para o outro. Aí veremos as virtudes nossas, que devem ser trabalhadas, para crescerem mais e também as virtudes do outro.

Com certeza nos surpreenderemos com as descobertas que faremos.

Haveremos de encontrar colegas de trabalho que supúnhamos orgulhosos, como profissionais conscientes, dispostos a estender as mãos e laborar em equipe.

Irmãos que acreditávamos extremamente egoístas, com capacidade de ceder o que possuam, a bem dos demais membros da família.

Pais e mães que eram tidos como distantes, em verdade estarem ávidos por um diálogo aberto e amigo.

Esposos e esposas que cultivavam amarguras, encontrarem um novo motivo para estarem juntos, redescobrindo os encantos dos dias primeiros do namoro.

* * *

A crítica só é válida quando serve para demonstrar erros graves que possam causar prejuízo para os outros ou quando sirva para auxiliar aquele a quem criticamos.

Portanto, resistir ao impulso de ressaltar as falhas dos outros, exercitando-nos em perceber o que eles tenham de positivo, é a meta que devemos alcançar.

Não esqueçamos de que se desejamos que o bem cresça e apareça, devemos divulgá-lo sempre.

Falar bem é fazer o bem. Apontar o belo é auxiliar outros a verem a beleza.

Redação do Momento Espírita,
com base no texto Sem olhar para trás,
de Gilberto Nucci

13 setembro 2010

Hoje e Nós - Emmanuel

HOJE E NÓS

Tempo e nós, vida e alma. Nós e hoje, alma e vida.

Tempo, capital inesgotável ao nosso dispor. Hoje, cheque em branco que podemos emitir, sacando recursos, conforme a nossa vontade.

Comparemos a Providência Divina a estabelecimento bancário, operando com reservas ilimitadas, em todos os domínios do mundo. Pela Bolsa de Causa e Efeito, cada criatura retém depósito particular, com especificação de débitos e haveres, nitidamente diversos, mas, pela Carteira do Tempo, todas as concessões são iguais para todos.

Para sábios e ignorantes, felizes ou menos felizes, a hora se constitui do valor matemático e invariável de sessenta minutos.

HOJE é a partícula de crédito que possuis, em condomínio perfeito com todos aqueles que conheces e desconheces, que estimas ou desestimas, dom que te cabe, a fim de angariares novos dons.

Aproveita, assim, o AGORA, em renovação e promoção. Renovação é progresso, promoção é serviço.

Não te prendas ao passado por aquilo que o passado de apresenta de cadeias e sombras e nem te transtornes pelo futuro por aquilo que o futuro encerre de fantasia ou de incerteza.

Pelas forças do espírito, estamos enredados aos pensamentos do pretérito, à feição do corpo físico que permanece saturado de agentes da hereditariedade. Conquanto vinculados aos nossos ancestrais, nenhum de nós é chamado à Terra para reproduzir a existência deles, e, por muito devamos as idéias dos instrutores que nos estenderam auxílio, estamos convocados a expressar as nossas.

Respeitemos quantos nos ajudaram e dignifiquemos os pioneiros do bem que nos prepararam caminho; no entanto, sejamos nós próprios.

Espíritos eternos, saibamos construir a nossa felicidade pelo atendimento às leis de amor e justiça. Esquecer o mal e fazer o bem, estudar e realizar, trabalhar e servir,renovar e aperfeiçoar sempre e infatigavelmente. Para isso, reflitamos: o ONTEM ter-nos-á trazido a luz da experiência e o AMANHÃ decerto que nos sugere luminosa esperança. A melhor oportunidade, entretanto, não se chama ontem nem amanhã. Chama-se HOJE. Hoje é o dia.

Pelo Espírito de Emmanuel (Chico Xavier)
De "Estude e Viva"
De Chico Xavier e Waldo Vieira
Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz

12 setembro 2010

Oração e Atenção - Emmanuel

ORAÇÃO E ATENÇÃO

Oraste, pediste. Desfaze-te, porém, de quaisquer inquietações e asserena-te para recolher as respostas da Divina Providência.

Desnecessário aguardar demonstrações espetaculosas para que te certifiques quanto às indicações do Alto.

Qual ocorre ao Sol que não precisa descer ao campo para atender ao talo de erva que lhe roga calor, de vez que lhe basta, para isso, a mobilização dos próprios raios, Deus conta com milhões de mensageiros que Lhe executam os Excelsos Desígnios.

Ora e pede. Em seguida, presta atenção. Algo virá por alguém ou por intermédio de alguma coisa, doando-te, na essência, as informações ou os avisos que solicites.

Em muitas circunstâncias, a advertência ou o conselho, a frase orientadora ou a palavra de bênção te alcançarão a alma, no verbo de um amigo, na página de um livro, numa nota singela de imprensa e até mesmo num simples cartaz que te cruze o caminho. Mais que isso. As respostas do Senhor, às tuas necessidades e petições, muitas vezes te buscam através dos próprios sentimentos a te subirem do coração ou dos próprios raciocínios e a descerem do cérebro ao coração.

Deus responde sempre, seja pelas vozes da estrada, pela pregação ou pelo esclarecimento da tua casa de fé, no diálogo com a pessoa que se te afigura providencial para a troca de confidências, nas palavras escritas, nas mensagens inarticuladas da natureza, nas emoções que te desabrocham da alma ou nas ideias imprevistas que te fulgem no pensamento, a te convidarem o espírito para a observância do Bem Eterno.

O próprio Jesus, o Mensageiro Divino por excelência, guiou-nos à procura do Amor Supremo, quando nos ensinou a suplicar: "Pai Nosso, que estás no Céu, santificado seja o Teu nome, venha a nós o Teu reino, seja feita Tua vontade, assim na Terra como nos Céus..." E, dando ênfase ao problema da atenção, recomendou-nos a escolher um lugar íntimo para o serviço da prece, enquanto Ele mesmo demandava a solidão para comungar com a Infinita Sabedoria.

Recordemos o Divino Mestre e estejamos convencidos de que Deus nos atende constantemente; imprescindível, entretanto, fazer silêncio no mundo de nós mesmos, esquecendo exigências e desejos, não só para ouvirmos as respostas de Deus, mas também a fim de aceitá-las, reconhecendo que as respostas do Alto são sempre em nosso favor, conquanto, às vezes, de momento, pareçam contra nós.


Pelo Espírito de Emmanuel
De "À luz da oração",
De Francisco Cândido Xavier - Espíritos diversos

11 setembro 2010

Vinte Serviços que o Espiritismo faz por Você - André Luiz

Vinte Serviços que o Espiritismo faz por Você

01 Integra você no conhecimento de sua posição e criatura eterna e responsável, diante da vida.

02 Expõe o sentido real das lições do Cristo e de todos os outros mentores espirituais da Humanidade, nas diversas regiões do Planeta.

03 Suprime-lhe as preocupações originárias do medo da morte provando que ela não existe.

04 Revela-lhe o princípio da reencarnação, determinando o porquê da dor e das aparentes desigualdades sociais.

05 Confere-lhe forças para suportar as maiores vicissitudes do corpo, mostrando a você que no instrumento físico nos reflete as condições ou necessidades do espírito.

06 Tranqüiliza você com respeito aos desajustes da parentela, esclarecendo que o lar recebe não somente os afetos, mas também os desafetos de existências passadas, para a necessária regeneração.

07 Demonstra-lhe que o seu principal templo para o culto da Presença Divina é a consciência.

08 Liberta-lhe a mente de todos os tabus em matéria de crença religiosa.

09 Elimina a maior parte das suas preocupações acerca do futuro além da morte.

10 Dá-lhe o conforto do intercâmbio com os entes queridos, depois de desencarnados.

11 Entrega-lhe o conhecimento da mediunidade.

12 Traça-lhe providências para o combate ou para a cura da obsessão.

13 Concede-lhe o direito à fé raciocinada.

14 Destaca-lhe o imperativo da caridade por dever.

15 Auxilia você a revisar e revalorizar os conceitos de trabalho e tempo.

16 Concede-lhe a certeza natural de que, se beneficiamos ou prejudicamos alguém, estamos beneficiando ou prejudicando a nós próprios.

17 Garante-lhe serenidade e paz diante da calúnia ou da crítica.

18 Ensina você a considerar adversários por instrutores.

19 Explica-lhe que, por maiores sejam as suas dificuldades exteriores, intimamente você é livre para melhorar ou agravar a própria situação.

20 Patenteia-lhe que a fé ilumina o caminho, mas ninguém fugirá da lei que manda atribuir a cada qual segundo as obras pessoais.


Essas são vinte das muitas bênçãos que o Espiritismo realiza em nosso favor. Será curioso que cada de nós pergunte a si mesmo o que estamos nós a fazer por ele.

Autor: André Luiz (espírito)
Psicografia de Waldo Vieira, em 22-10-65, em Uberaba, Minas Gerais

10 setembro 2010

Considerações no Plano Físico - Emmanuel

CONSIDERAÇÕES NO PLANO FÍSICO

Conscientes quanto ao caráter educativo e reeducativo da reencarnação, o empenho a menor esforço é sempre estranhável naqueles que amadureceram para a aceitação da verdade.

Afinal, que procuramos quando internados no berço terrestre?

Se tomamos o corpo físico, claramente sujeito a leis que o transformam incessantemente, a fim de que sejamos impulsionados à renovação, porque fugir das dificuldades que nos conduzem à percepção mais alta da vida?

Se estamos na espiritualidade – criaturas imortais que somos – na posição de consciências endividadas, ante as culpas adquiridas, renascendo no mundo para o necessário reajustamento, de que modo solucionar os problemas que se nos fazem característicos, se nos deixam atravessar a infância absolutamente entregues aos pendores infelizes, sob o pretexto de que devemos crescer livres?

Se nos achamos num corpo francamente desmontável, a qualquer hora, na feição de aprendizes transportando consigo a carteira de lições, no educandário em que provisoriamente se encontra, que proveito retirar dessa medida, se somos relegados aos próprios enganos, como barco à deriva?

Se abominamos o obstáculo, interpretando-o por instrumento de prova, como efetuar a aquisição das qualidades de que não prescindimos para o trabalho de elevação?

Se nos revoltamos contra as circunstâncias difíceis, como extrair delas o ensinamento e a providência que nos burilarão sentimentos e raciocínios para a Vida Superior?

Que liberdade de escolher teremos nós, se a válvula da responsabilidade não estiver controlando a nossa independência, já que a independência desorientada quase sempre nos leva à destruição?
Que espécie de direito nos favorecerá na justiça da vida, se menosprezarmos o dever que estabelece o merecimento?

Que gênero de existência surgirá para nós, se desertarmos da lição que melhora ou da disciplina que ajuda a construir?

Com semelhantes perguntas não buscamos louvar o chicote, exaltar a servidão, reviver a palmatória ou forjar novos grilhões para os nossos irmãos do mundo, mas sim procuramos ponderar com os amigos encarnados da Terra, quanto aos nossos impositivos de entendimento em nossas necessidades de educação.

Do livro "Caminhos de Volta"
Espírito de Emmanuel
Médium: Francisco C. Xavier

09 setembro 2010

Aborto - Emmanuel

A B O R T O

Pergunta - Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período de gestação?
Resposta - Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando. - Item n° 358, de "O Livro dos espíritos".

Falamos naturalmente acerca de relações internacionais, sociais, públicas, comerciais, clareando as obrigações que elas envolvem; no entanto, muito freqüentemente marginalizamos as relações sexuais - aquelas em que se fundamentam quase todas as estruturas da ação comunitária.

Esquece-se, habitualmente, de que o homem e a mulher, via de regra, experimentam instintivo horror à solidão e que, à vista disso, a comunhão sexual reclama segurança e duração para que se mostre assentada nas garantias necessárias.

Impraticável, sem dúvida, impor a continuidade da ligação entre duas criaturas, a preço de violência; no entanto, à face das contingências e contratempos pelos quais o carro da união esponsalícia deve passar pelas estradas do mundo, as leis da vida, muito sabiamente, estabelecem nos filhos os elos da comunhão entre os cônjuges, atribuindo-lhes a função de fixadores da organização familiar; com a colaboração deles, os deveres do companheiro e da companheira, no campo da assistência recíproca, se revelam mais claramente perceptíveis e o lar se alteia por escola de aperfeiçoamento e de evolução, em marcha para a aquisição de mais amplos valores do espírito, no Mundo Maior.

De todos os institutos sociais existentes na Terra, a família é o mais importante, do ponto de vista dos alicerces morais que regem a vida.

É pela conjunção sexual entre o homem e a mulher que a Humanidade se perpetua no Planeta; em virtude disso, entre pais e filhos residem os mecanismos da sobrevivência humana, quanto à forma física, na face do orbe.

Fácil entender que é assim justamente que nós, os espíritos eternos, atendendo aos impositivos do progresso, nos revezamos na arena do mundo, ora envergando a posição de pais, ora desempenhando o papel de filhos, aprendendo, gradativamente, na carteira do corpo carnal, as lições profundas do amor - do amor que nos soerguerá, um dia, em definitivo, da Terra para os Céus.

Com semelhantes notas, objetivamos tão-só destacar a expressão calamitosa do aborto criminoso, praticado exclusivamente pela fuga ao dever.

Habitualmente - nunca sempre – somos nós mesmos quem planifica a formação da família, antes do renascimento terrestre, com o amparo e a supervisão de instrutores beneméritos, à maneira da casa que levantamos no mundo, com o apoio de arquitetos e técnicos distintos.

Comumente chamamos a nós antigos companheiros de aventuras infelizes, programando-lhes a volta em nosso convívio, a prometer-lhes socorro e oportunidade, em que se lhes reedifique a esperança de elevação e resgate, burilamento e melhoria.

Criamos projetos, aventamos sugestões, articulamos providências e externamos votos respeitáveis, englobando-nos com eles em salutares compromissos que, se observados, redundarão em bênçãos substanciais para todo o grupo de corações a que se nos vincula a existência.

Se, porém, quando instalados na Terra, anestesiamos a consciência, expulsando-os de nossa companhia, a pretexto de resguardar o próprio conforto, não lhes podemos prever as reações negativas e, então, muitos dos associados de nossos erros de outras épocas, ontem convertidos, no Plano Espiritual, em amigos potenciais, à custa das nossas promessas de compreensão e de auxílio, fazem-se hoje - e isso ocorre bastas vezes, em todas as comunidades da Terra - inimigos recalcados que se nos entranham à vida íntima com tal expressão de desencanto e azedume que, a rigor, nos infundem mais sofrimento e aflição que se estivessem conosco em plena experiência física, na condição de filhos-problemas, impondo-nos trabalho e inquietação.

Admitimos seja suficiente breve meditação, em torno do aborto delituoso, para reconhecermos nele um dos grandes fornecedores das moléstias de etiologia obscura e das obsessões catalogáveis na patologia da mente, ocupando vastos departamentos de hospitais e prisões.

Do livro "Vida e Sexo "
Capítulo 17
Pelo Espírito Emmanuel,
Médium: Francisco C. Xavier