FINADOS NA VISÃO ESPÍRITA
Todos os anos, na época em que se aproxima o
dia de finados, muitas pessoas questionam nós espírita, querendo saber
se devem ou não ir ao cemitério?o Espiritismo é uma doutrina educadora e
libertária. Ela não nos proíbe e nem exige nada de ninguém, apenas nos
informa em relação as leis da vida e seus mecanismos, para que, depois,
cada um faz aquilo que sua consciência permitir ou determinar.
Nesse sentido, o Espiritismo esclarece-nos quanto aos aspectos mais
profundos do entendimento existencial. Considera com muita propriedade
que no túmulo não é o lugar que os espíritos moram ou ficam. Dependendo
da data do sepultamento, às vezes, nem corpo existe mais ali.
Sabemos com nossa doutrina e com os posicionamentos dos Benfeitores
Espirituais, que os espíritos de nossos entes queridos e amigos, assim
como todos os demais espíritos, estão muito vivos e ficam, geralmente, à
nossa volta com os quais nos acotovelamos todos os momentos. Ninguém
morre. Deus não tem nenhum filho(a) morto(a). Todos vivem e se não estão
materializados conosco estão vivendo em algum lugar nesse imenso
Universo, que é a casa do Pai, onde, segundo Jesus, existem muitas
moradas.
Cabe a nós
espiritualistas, nos libertarmos dos atavismos firmados no período do
entendimento da fé cega e, agora, sabedores das verdades espirituais
novas, assimilarmos esses conhecimentos e criar novos hábitos para
exaltarmos a vida e não a morte das pessoas que amamos e por elas somos
amados.
Racionalmente,
chegamos a conclusão que o cemitério não é o melhor lugar para os
espíritos nos reencontrar e serem homenageados, sobretudo se tiverem
recém-desencarnados. A aproximação deles junto do lugar onde estão os
seus despojos carnais ainda trarão a eles um desconforto e
constrangimento muito grande. Muitos nem suportam ficar ali por perto
por muito tempo.
Existe uma
maneira muito singela, amorosa, fraterna que podemos habituar a fazer
para que os espíritos familiares e amigos possam sentir lembrados e
homenageados por nós, não só em finados, mas todos os dias: uma prece
sincera em favor da harmonia, paz e de que estejam felizes ao lado da
família espiritual deles.
Podemos também colocar em nossos lares e/ou local de seu antigo
trabalho, um recadinho do coração, uma flor perto de um porta retrato
com a foto do desencarnado. Assim sentirão lembrados, amados e
fortalecidos por ver que estamos exaltando a vida e não a morte.
Sempre virão ao nosso encontro os espíritos dos nossos parentes e
amigos desencarnados? Não! Muitos deles demoram para aproximar dos entes
queridos que ficaram na Terra, pois isso depende das condições
espirituais em que se encontram e das possibilidades de vir junto dos
familiares e amigos. Outros nem querem vir, pois muitas vezes nossos
sentimentos não são sinceros, e o Espírito não se interessa por essa
hipocrisia, eles vem muito mais pelo pensamento e sentimento puro.
Sabemos que tudo o que se faz no cemitério, não passa em muitos
casos de demonstração de posses materiais. Seja para demonstrar para a
sociedade uma atitude de respeito, às vezes desprovida até de
sinceridade.
Portanto, todos
são livres para fazer o que acham que devem, principalmente sendo de
coração aberto e sincero, numa legitima demonstração de amor.
Então. Que tal aprendermos a referendar os nossos mortos-vivos em
nossa casa recolhidos com a família e em prece proferida com sentimento?
Aproveitar a oportunidade de amor e carinho entre os que ainda estão
encarnados para mostrar a harmonia e a fraternidade dos descendentes que
possibilitam um sentimento mais elevado ao desencarnado.
Preciso ainda lembrar que muitos espíritos que se encontram no
Mundo Espiritual não ligam a mínima para certos fatos que a nós
encarnados enche de orgulho, pois, muitos deles, estão acima das nossas
conveniências e ilusões terrenas.
Uma pergunta para encerrar nossa reflexão. Quando você partir desse
mundo, onde você gostaria de ser lembrado e reencontrar com os seus
amigos e familiares, no cemitério ou em um lugar que só te inspira boas
lembranças?
Então vamos lembrar de nossas almas queridas, exaltando a vida e não a morte.
Ismael Batista da Silva
Ismael é da cidade Guaxupé, estado de Minas Gerais.
De berço espírita, aposentado em escola particular,
ex-vereador de São José do Rio Pardo - SP, é palestrante motivacional,
capacitador de cursos e treinamentos em Vendas, Oratória, Liderança,
dentre outros.
Como expositor espírita atua há vinte e seis anos e tem
dado expressivo destaque no campo do relacionamento humano. Seus
trabalhos tornaram-se muito apreciados, pois são bem humorados,
recheados de alegria e exemplos práticos do cotidiano, motivando, desta
forma, grandes públicos a aproveitarem bem a existência física atual.
É autor de dois livros: Vencendo Dificuldades de Relacionamento e Um Perfume Inesquecível (romance do Espírito Otília). Está lançando Coração Mineiro – Uma Reencarnação em Busca da Humildade (também um romance do Espírito Otília).
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