INDIFERENTES
A indiferença, em qualquer situação em que se expresse, é morte da ação que induz a criatura ao progresso.
O
indiferente padece de um estado mórbido, que domina a pouco e pouco,
ameaçando-lhe o equilíbrio, anulando as motivações que o capacitam para a
luta.
Seja como for que se apresente, a indiferença denota ausência de vida, de ideal vitalizador.
Quem sofre de tal contingência, deambula em estado de transe, sem estímulos para liberar-se.
Guardadas as proporções, o aguerrido adversário de uma causa ou pessoa, é alguém que crê nos móveis da sua definição.
Comporta-se
de tal forma porque se apóia em valores que lhe parecem legítimos, e
muda de atuação quando, necessariamente esclarecido, se convence do erro
em que campeia.
A pessoa indiferente, no entanto, não ouve nem
quer ver, de alguma forma acomodando-se à situação mental e física em
que mergulha.
Os que assim procedem estão enfermos da alma.
Anelaram
por metas que não alcançaram; confiaram em excesso e sentiram-se
defraudados; aguardavam da vida mais do que lograram;
auto-valorizaram-se em demasia e não aceitam o conceito em que são
tidos.
Procuram refugiar-se na indiferença, antes de tentar mais
uma vez, mesmo que do esforço resulte o despertamento para uma nova
escala de valores humanos, em que voltarão a participar dos ideais que
enobrecem e dignificam a vida.
Os indiferentes são arredios.
Porque perderam a fé, negam-se a confiar em alguém.
Assumem atitudes cínicas como mecanismos de defesa.
Fazem-se irônicos.
Com
a vaidade pessoal ferida por motivações a que atribuíam desmedida
significação, são insensíveis aos apelos do sentimento, que anestesiam, e
da razão, que repelem.
Procuram realização pessoal através de
conquistas a que dão excessivo conteúdo, transferindo-se das frustrações
de que sentem objeto.
No campo das atividades espirituais, nestes dias, os encontrarás, em número surpreendente.
Não reagem favorável ou negativamente.
Estão em outra dimensão de interesse.
Não são neutros, sequer.
Negam-se, a si mesmos, a oportunidade de renovação.
Não te aflijas pela atitude deles.
Reencontrarão, mais tarde, o caminho correto que deverão percorrer.
A dor generosa ajuda-los-á no programa da redenção.
Também, em razão deles, não deixes de produzir com afinco e entusiasmo, no teu campo de ação, quando os defrontares.
Não
foram apenas os que odiavam e temiam a soberana força do amor de Jesus,
que O levaram à morte, e sim, os indiferentes: um sumo-sacerdote
negligente que preferia ignorá-lO, resolvendo por silenciar-Lhe a voz e
um governante frio, que lavou as mãos ante o Seu destino... Todavia,
apesar deles, o Senhor escreveu, através do sacrifício pessoal, na
história da Humanidade, a página mais comovedora e estóica de todos os
tempos, que até hoje atrai mentes e corações para a Sua doutrina, mesmo
havendo, ainda, muitos indiferentes que se recusam recebê-lO e
respeitá-lO.
Joanna de Ângelis
Médium: Divaldo P. Franco
Livro: Oferenda
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