Existe um ditado que diz: “As palavras
convencem e os exemplos arrastam”. Os pais são referências para os
filhos, por isso devem ter muito cuidado com o que falam e com o que
fazem. É importante que aproximemos, ao máximo, o nosso discurso da
nossa prática, pois nossos filhos estão sempre a nos observar. O exemplo
é algo fundamental no aprendizado. Pais que fumam e bebem sempre terão
muita dificuldade em exigir que os filhos não fumem e não bebam. A
melhor mensagem será aquela baseada nos próprios exemplos. Um antigo
ditado popular, muito sabiamente, vem nos alertar: “Não há ladainha que
sobreviva a um bom exemplo.” Então, antes de sairmos buscando normas de
conduta para os nossos pequenos, que tal observarmos melhor nossas
atitudes?
No periódico católico Êxodo,
número 22, da Paróquia de São Silvestre, em Viçosa, Minas Gerais,
encontramos essa interessante publicação intitulada “ Um bode
expiatório”: “O senhor prefeito tinha um filho de 19 anos, inteligente,
alegre, estudioso e com várias outras qualidades, e isso deixava o pai
muito feliz. Um dia, esse pai foi chamado a um hospital porque seu único
filho sofrera um grave acidente de carro. Lá chegando, foi informado de
que ele havia falecido, porque, ao dirigir embriagado, havia batido em
alta velocidade contra um poste.O pai, legitimamente revoltado, dizia
chorando: “Eu quero saber quem foi esse miserável que vendeu bebida para
meu filho! Ele era tão bom e tinha uma vida cheia de possibilidades
pela frente! Esse assassino tem de morrer também! Eu mato esse cara”.
Chegando em casa, desesperado,
encontrou um bilhete: “Meu pai. Passei no vestibular e vou sair de carro
para comemorar com os amigos. Como não tenho dinheiro, peguei uma de
suas garrafas de uísque. Depois ponho outra no lugar.” O pai,
abaladíssimo, ficou com um enorme problema de consciência pois, ao
buscar um “bode expiatório” para a tragédia ocorrida com seu filho,
verificou que o suposto causador residia na intimidade do seu lar. Como
sempre, em quase todas as tragédias nas quais nos envolvemos, a maioria é
provocada por nossa própria incúria. O senhor prefeito desejava matar o
culpado pela embriaguês e morte de seu adorado filho e verificou que
com o seu mal exemplo de estocador de bebidas estimulou o desejo de seu
descendente, que também, inadvertidamente, se esqueceu de que bebida não
combina com velocidade automobilística. Muito comumente, assistimos a
esse tipo de tragédia no seio de nossas famílias, pois os jovens de
nossa sociedade ainda, infelizmente, não sabem comemorar as conquistas
sem que seja por meio da comilança e da bebedeira.
Os Espíritos Superiores, respondendo a Allan Kardec, na questão 685, de O Livro dos Espíritos,
assim se pronunciaram: “...Os pais nunca deverão descuidar do elemento
educação. Não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos
referimos, porém, a educação moral pelos livros, e sim à que consiste na
arte de formar caracteres, a que incute hábitos, porquanto a educação é
o conjunto de hábitos adquiridos...” Há, pois, enorme diferença entre
instrução e educação. Instrução refere-se ao intelecto e quase sempre é
recebida na escola. Já a educação moral, a recebemos no aconchego de
nosso lar.
O Evangelho é o grande código moral que
todo pai espírita deve seguir para bem educar seus filhos. Em nosso lar,
a melhor e mais segura orientação moral de nossa família será,
inegavelmente, a Pedagogia do Evangelho.
Entretanto, temos que convir que é
impossível ensinar sem antes ter aprendido. É o educar-se para educar.
Diferentemente de algumas correntes religiosas que têm caráter
salvacionista, a Doutrina Espírita nos ensina e esclarece que somente
acontecerá a evolução do homem pela educação do Espírito, portanto, a
Doutrina Espírita tem caráter pedagógico. A educação do Espírito é,
pois, o cerne da proposta espírita. Ser espírita é, na acepção plena da
palavra, engajar-se num processo de auto-educação.
Artigo de autoria de: Sergito de Souza Cavalcanti
E-mail: sergitocavalcanti@hotmail.com
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