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20 maio 2014

Enfermos da Alma - Joanna de Ângelis


ENFERMOS DA ALMA

Suas opiniões primam pela contundência.

Dizem-se sinceros, expondo o que pensam, conforme pensam, com violência.

Creem-se possuidores do conhecimento integral.

Combatem os demais com acrimônia.

Desejam reformar o mundo, embora tenham dificuldade em melhorar-se.

Primam-se pelas colocações pessoais, não facultando que outros disponham do mesmo direito.

Aceitos, fazem-se gentis.

Não admitidos, tornam-se agressivos, ferrenhos adversários.

Defendem a liberdade do comportamento franco. Em relação, porém, ao que gostam de expor, não de ouvir.

Evitam examinar o com que não estão de acordo, porque receiam o contágio da realidade, que lhes contraria os “pontos de vista”.

Anatematizam com facilidade, mesmo quando não conhecem, satisfatoriamente, o com que discordam.

Extrovertidos ou silenciosos, não abdicam dos seus conceitos, mesmo que a evidência seja diversa.

Extenuam os que lhes padecem a algaravia com o excesso de argumentação. Palavras vigorosas e conteúdo frágil.

Tornam-se extremistas e pressupõem que o Sol apenas brilha para eles.

Estão enfermos da alma, esses irmãos impetuosos.

Ignoram que, mesmo a verdade, deve ser lecionada com equilíbrio.

Atitude excessiva em qualquer cometimento expressa desajuste.

A gema preciosa arrojada com cólera, fere, provocando reação compatível de ira em quem lhe sofre o golpe.

Afirmam não necessitar de ajuda, porque são carentes dela.

Recusam-se a humildade por preferirem o autodeslumbramento em que se alucinam.

-x-

Respeita-os sem os temer.

Sê leal para contigo mesmo e gentil para com eles.

Apesar de os deveres considerar, expressa a sã doutrina, não os valorizando o quanto se atribuem.

Dá testemunho do Cristo em tuas palavras e obras, quando e onde estejas, sem te impressionares com o verbalismo fluente e vazio de que se fazem portadores.

As cigarras cantam e nada realizam, enquanto zumbem as abelhas e produzem abundância, tornando-se úteis e necessárias à vida.

Desobriga-te dos teus compromissos de esclarecer consciências e confortar corações sem alarde, porém, sem timidez.

Quando se faz o que se pode, sempre se faz o melhor e o máximo.

Assim agindo, estarás, sem dar-te conta, ajudando os irmãos enfermos da alma, que encontrarão em teu verbo e ação, a psicoterapia e o estímulo para lograrem a cura de que necessitam e não o percebem.

De “Oferenda”
De Divaldo P. Franco
Pelo Espírito Joanna de Ângelis


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