ENFERMOS DA ALMA
Suas opiniões primam pela contundência.
Dizem-se sinceros, expondo o que pensam, conforme pensam, com violência.
Creem-se possuidores do conhecimento integral.
Combatem os demais com acrimônia.
Desejam reformar o mundo, embora tenham dificuldade em melhorar-se.
Primam-se pelas colocações pessoais, não facultando que outros disponham do mesmo direito.
Aceitos, fazem-se gentis.
Não admitidos, tornam-se agressivos, ferrenhos adversários.
Defendem a liberdade do comportamento franco. Em relação, porém, ao que gostam de expor, não de ouvir.
Evitam examinar o com que não estão de acordo, porque receiam o contágio da realidade, que lhes contraria os “pontos de vista”.
Anatematizam com facilidade, mesmo quando não conhecem, satisfatoriamente, o com que discordam.
Extrovertidos ou silenciosos, não abdicam dos seus conceitos, mesmo que a evidência seja diversa.
Extenuam os que lhes padecem a algaravia com o excesso de argumentação. Palavras vigorosas e conteúdo frágil.
Tornam-se extremistas e pressupõem que o Sol apenas brilha para eles.
Estão enfermos da alma, esses irmãos impetuosos.
Ignoram que, mesmo a verdade, deve ser lecionada com equilíbrio.
Atitude excessiva em qualquer cometimento expressa desajuste.
A gema preciosa arrojada com cólera, fere, provocando reação compatível de ira em quem lhe sofre o golpe.
Afirmam não necessitar de ajuda, porque são carentes dela.
Recusam-se a humildade por preferirem o autodeslumbramento em que se alucinam.
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Respeita-os sem os temer.
Sê leal para contigo mesmo e gentil para com eles.
Apesar de os deveres considerar, expressa a sã doutrina, não os valorizando o quanto se atribuem.
Dá testemunho do Cristo em tuas palavras e obras, quando e onde estejas, sem te impressionares com o verbalismo fluente e vazio
de que se fazem portadores.
As cigarras cantam e nada realizam, enquanto zumbem as abelhas e produzem abundância, tornando-se úteis e necessárias à vida.
Desobriga-te dos teus compromissos de esclarecer consciências e confortar corações sem alarde, porém, sem timidez.
Quando se faz o que se pode, sempre se faz o melhor e o máximo.
Assim agindo, estarás, sem dar-te conta, ajudando os irmãos enfermos da alma, que encontrarão em teu verbo e ação, a psicoterapia
e o estímulo para lograrem a cura de que necessitam e não o percebem.
De “Oferenda”
De Divaldo P. Franco
Pelo Espírito Joanna de Ângelis
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