Mas todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.” - Tiago, 1:19 (1)
Embora
não demonstrando claramente a intenção de mágoa, muita gente, diante do
mal que recebe de outrem, aguarda silenciosamente a oportunidade de
desforrar-se e, enquanto não executam os planos devidamente
arquitetados, armazenam e convivem internamente com os tóxicos
perniciosos e doentios que ela transmite aos seus portadores, muitas das
vezes por tanto tempo, que não se dão conta de que estão enfermos da
mente, perturbada, com a ansiedade de vingança.
Está comprovada
cientificamente que os desregramentos seja de que ordem forem conduzem
os homens ao despenhadeiro dos processos doentios, causando o
enfraquecimento do sistema de autodefesa do organismo humano, levando a
criatura também ao enfraquecimento dos valores morais e causando-lhe
sérias perturbações psíquicas, que podem levá-la até mesmo à morte
física.
Dessa forma, é prudente e aconselhável todo o cuidado e
atenção para não deixar que os processos venenosos do ódio entorpeçam
nosso discernimento, invadindo os recessos de nossa alma, incendiando-a
com a chama maléfica da vingança destrutiva e condenável em todos os
seus aspectos, pois, se não for logo detectada, tornar-se-á insaciável
prejudicando primeiramente aquele que a cultiva.
Com todo o seu
poder de contágio, o ódio comanda as emoções descontroladas,
prejudicando completamente o discernimento e a razão da vítima de seus
efeitos maléficos, e, mais, tem o poder de se alastrar como uma doença
contagiosa, produzindo milhões de desgraças em todas as partes do globo
terrestre.
Por ser o homem ainda portador de farta bagagem de
natureza primitiva, onde acumulou as práticas de atitudes inadequadas
para a sua atual situação de homem “civilizado”, todos estamos sujeitos,
dessa forma, a quedas lamentáveis nas teias do ódio, o que nos torna
carentes de muita vigilância e oração.
“Certo, o caminho humano
oferece, diariamente, variados motivos à ação enérgica; entretanto,
sempre que possível, é útil adiar a expressão colérica para o dia
seguinte, porquanto, por vezes, surge a ocasião de exame mais sensato e a
razão da ira desaparece.” (2)
Assim sendo, necessário se faz
toda atenção às nascentes do coração, de onde brotam nossos sentimentos,
procurando evitar a todo custos os perigosos processos da animosidade,
que nascem das discordâncias de algum ponto de vista de alguém em
contraposição aos nossos, e geram as pequeninas discussões que devem ser
bem esclarecidas de forma séria e respeitosa, a fim de se evitar as
tolas querelas desnecessárias e condenáveis, que podem levar até mesmo
às agressões verbais ou físicas, de conseqüências imprevisíveis.
Em
qualquer situação, é conveniente manter sempre uma atitude equilibrada e
pacífica, até mesmo quando provocado, evitando o revide, não se
deixando envolver pelas vibrações de baixo teor moral, que só serviriam
para fortalecer o mal com energia equivalente, colocando mais
combustível na tocha já acesa.
“(...) É que toda palavra ofensiva
exprime um sentimento contrário à lei do amor e da caridade que deve
presidir às relações entre os homens e manter entre eles a concórdia e a
união; é que constitui um golpe desferido na benevolência recíproca e
na fraternidade que entretém o ódio e a animosidade; é' enfim, que,
depois da humildade para com Deus, a caridade para com o próximo é a lei
primeira de todo cristão.” (3)
Diante de uma situação
embaraçosa, se soubermos nos utilizar da força magnética do amor,
mantendo-nos em equilíbrio, poderemos até mesmo transformar o inimigo de
hoje em companheiro de amanhã.
Que o mestre de Nazaré nos guarde em sua doce paz.
Francisco Rebouças
Bibliografia:
(1) Epístola de Tiago, 1:19.
(2) Xavier, Francisco Cândido - Caminho Verdade e Vida, FEB, 1ª edição especial, cap. 77.
(3) Kardec, Allan – E.S.E. – FEB, 112ª edição, cap. IX, item 4.
(1) Epístola de Tiago, 1:19.
(2) Xavier, Francisco Cândido - Caminho Verdade e Vida, FEB, 1ª edição especial, cap. 77.
(3) Kardec, Allan – E.S.E. – FEB, 112ª edição, cap. IX, item 4.
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