A LUTA CONTRA O ORGULHO E O ESGOÍSMO
Dentre todos os desafios do ser humano, as lutas contra o orgulho e o egoísmo são as mais ferozes e as que sempre contaram com o menor número de vitoriosos. Sendo a matriz de, praticamente, todos os outros defeitos de caráter, estes dois defeitos costumam ser estimulados em uma sociedade que os cultiva desde muitos séculos, transportando-os de geração a geração através dos ensinamentos e exemplos dos mais velhos.
Poder-se-ia dizer que os males da Humanidade são decorrência da existência dessas duas debilidades da personalidade que, na equivocada interpretação de seus defensores, são vistos, o primeiro, como virtude própria de quem é superior e o segundo, como imposição da sobrevivência. Na sucessão das gerações, os mais antigos transmitem aos mais novos tais conceitos, enraizados desde a convivência da família, passando por todas as áreas do relacionamento humano nas relações sociais, nas competições profissionais, nas realizações do personalismo, na conquista de posições de realce ou bens graças a condutas ególatras que garantam a ascensão do indivíduo no contexto da comunidade, tornando-o falsamente superior e alimentando seu orgulho.
Irmãos siameses, orgulho e egoísmo se ligam um ao outro e ambos lutam para que nada os ameace.
Por isso, o orgulho pede o respeito dos outros, e o egoísmo trabalha para conquistar as coisas materiais, esquecendo o direito e as necessidades dos demais. O orgulhoso encara a derrocada material como algo inaceitável, tudo fazendo para que mantenha a pose, o realce e a importância diante das pessoas. Quando o orgulho é atacado ou se vê abatido pelas circunstâncias, o egoísmo entra em campo no esforço de tudo fazer para sustentar e reerguer o “irmão” desconsiderado. Cega o humano invigilante e o transforma numa máquina agressiva, determinada a reconquistar o antigo brilho para, logo a seguir, vingar-se dos que o ridicularizaram, aos quais passa a tomar por inimigos.
Então, em uma sociedade onde tais defeitos são parte da cultura de seus membros, encarados mais como virtudes, a procura por pessoas que os combatesse no dia-a-dia é tarefa bastante árdua.
Livro Herdeiros do Novo Mundo, cap. 34, Espírito Lúcius – psicografia de André Luiz Ruiz.
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