(by DanyEid)
VIDAS VAZIAS
Segundo a Dr.ª Elisabeth Lukas, a nobre discípula do psiquiatra austríaco Viktor Frankl, a sociedade atual perdeu as tradições, abandonou os mitos e desorganizou a família, vindo a padecer as dolorosas circunstâncias psicológicas do vazio existencial. Suas vítimas caminham sem maiores aspirações, porque estão mais fixadas nos instintos primários – comer, dormir e praticar sexo – do que nos sentimentos de elevação que promovem o ser humano aos patamares da autoiluminação e da plenitude.
Ela sugere reflexões da sua experiência em logoterapia, muito valiosas para a aquisição da harmonia interior, nestes dias atribulados da existência humana. Por excelência, propõe: “Manterás a relação com a transcendência; conservarás tua receptividade aos valores; periodicamente recolher-te-ás para dialogar com a tua consciência”... e conclui: “Não aspirarás a ter, mas a ser”.
Numa síntese excelente, convida-nos a análises em torno da nossa transcendência, da vida exuberante, da imortalidade na qual nos encontramos mergulhados, mesmo que na investidura carnal, enquanto sugere o sentido psicológico existencial, a descoberta dos valores que enobrecem, propondo o diálogo com a consciência, de modo a serem superadas as más inclinações e ser impedida a instalação da culpa, cujos efeitos são perniciosos à estabilidade emocional.
Por fim, numa época de consumismo e individualismo voluptuosos, propõe o ser em vez do ter, que desarmoniza todos aqueles que se lhe entregam em caráter de devotamento. É necessário que o ser humano preencha o seu vazio existencial, voltando às origens espirituais de onde procede e, ao mesmo tempo, consiga estabelecer regras de comportamento saudável em relação à vida de todas as suas variadas expressões.
Ninguém consegue viver tranquilo e com saúde se não possui significados éticos, nem realiza tarefas que lhe valorizam a existência. Para alcançar tal resultado, o bem-estar, é necessário amar, sem a preocupação de ser amado.
Divaldo Franco
Professor, médium e conferencistaivaldo Franco escreve quinta-feira, quinzenalmente.
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 06-11-2014.
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