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20 novembro 2016

Maturidade e Consciência - Joanna de Ângelis


MATURIDADE E CONSCIÊNCIA


A consciência atinge a plena conquista, quando o ser amadurece no seu processo psicológico de evolução. Esse amadurecimento é o resultado de um contínuo esforço em favor do auto-conhecimento e da coragem para enfrentar-se , trabalhando com esforço íntimo as limitações e os processos infantis que nele ainda predominam.

Não sabendo superar as frustrações, fixa-as no inconsciente e torna-se sua vitima, fugindo para os mecanismos da irresponsabilidade toda vez que se vê a braços com dificuldades e enfrentamentos.

A maturidade psicológica não se restringe ao período de desenvolvimento da infância , e sim , ás várias fases da vida, considerando-se que a aprendizagem e o crescimento não cessam nunca, tornando-se uma constante até o momento da individualização, no qual o espírito comanda a matéria e o mantém-se em harmonia com o físico.

Não seja de estranhar que indivíduos adultos mantenham comportamentos infantis e que jovens se apresentem com equilibrada maturidade.

Naturalmente , o espírito é o agente da vida e dele procedem os valores que são ou não considerados durante a existência corporal.

O mecanismo para o amadurecimento psicológico do ser expressa-se de maneira natural, aguardando que a vontade e o contínuo esforço, para o reconhecimento das debilidades físicas, emocionais e outras , facultem o ânimo para corrigi-las e superá-las.

As funções psíquicas , que Jung classificou em número de quatro - sensorial, sentimental, intelectual e intuitiva - devem constituir um todo harmônico , sem predominância de alguma em detrimento de outra, proporcionando o amadurecimento, portanto, a plena realização da consciência.

O amadurecimento psicológico se exterioriza quando se ama, quando se alcança esse sentimento ablativo, demonstrando a libertação da idade infantil.

Egocêntrica e ambiciosa , a criança apega-se à posse e não doa, exigindo ser protegida e jamais protegendo , amada sem saber amar , nem como expressá-lo. O seu amor é possessivo e sempre se revela no receber, no tomar.

O seu tempo é presente total.

O adulto , diferindo dela, compreende que o amor é a ciência e arte de doar, de proporcionar felicidade a outrem.

O seu tempo é o futuro, que o momento constrói etapa a etapa, à medida que lhe amadurecem a afetividade e o psiquismo.

Enquanto o amor não sente prazer em doar , experimenta o período infantil, caracterizando-se pelo ciúme, pela insegurança, pelas exigências descabidas, portanto, egocêntrico, impróprio.

Quem ama com amadurecimento, plenifica-se com a felicidade do ser amado e beneficia-se pelo prazer de amar.

Há nele uma compreensão de liberdade que alcança os patamares elevados da renúncia pessoal, em favor da ampla movimentação e alegria do ser amado.

O que hoje não consegue, semeia em esperança para o amanhã.

O idoso amadurecido realiza-se em constantes experiências de amor e vivência culturais, emocionais, sociais beneficentes, livres do passado, das reminiscências que lhe constituem prazer fruído, no entanto , sem sentido.

Como o crescimento do homem maduro não termina , a sua consciência promove-o à certeza de que , desvestido do corpo, ele prosseguirá evoluindo.

Sintetizando toda a sabedoria de que era portador , Jesus, na condição de Psicólogo Excelente, prescreveu para as criaturas humanas a necessidade de se amarem umas às outras.

Com esta lição ímpar, não somente reformulou as propostas egocêntricas da Lei Antiga, de reações cruéis, portanto, infantis, como abriu perspectivas extraordinárias para a integração da criatura com o seu Criador , o Amor Supremo.

Posteriormente, buscando propiciar o amadurecimento das criaturas , ALLAN KARDEC indagou aos Mensageiros da Luz, qual a mais meritória de todas as virtudes, e eles responderam, qual está registrado em O Livro dos Espíritos , na resposta de número 893 :

- Toda virtude tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na senda do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores. A sublimidade da virtude, porém , está no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento oculto. A mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade. Porquanto através do auto-conhecimento, o ser pensante descobre as próprias imperfeições, trabalha-as , e , levado pela necessidade gregária, sai da solidão e ama.



Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo P. Franco
Livro: Momentos de Consciência

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