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31 maio 2017

Fez-nos falíveis - Orson Peter Carrara



FEZ-NOS FALÍVEIS


Não é difícil constatar a realidade das imperfeições morais que todos carregamos. Ainda somos seduzidos pela vaidade, pela ganância, pela arrogância. Também sucumbimos às variadas paixões, pelos interesses egoísticos, pelo orgulho desvairado. Somos capazes de manipular nos bastidores, transitamos com malícia e libertinagens nos caminhos da mentira e da corrupção; mentimos, trapaceamos, enganamos, enganamos a própria consciência. Cobiçamos bens alheios, invejamos posições, ficamos enciumados e carregamos boa dose de prepotência e pretensões descabidas, sem qualquer sentido que as justifiquem.

A realidade atual do planeta é bem destacada demonstração da mediocridade interior que ainda caracteriza nossa condição humana. O Brasil, por sua vez, mostra o total desequilíbrio que fomos nos situar por força dessas imperfeições todas que nos faz discutir por bagatelas, perdendo-nos dos verdadeiros interesses do viver para aprender.

Desanimador? Não! Motivador, ao contrário.
A Sabedoria Divina nos fez falíveis. Criou seres ignorantes justamente para que aprendessem e amadurecessem pela experiência das vivências, nos enfrentamentos todos que todos os dias são verificáveis. Fazendo-nos falíveis, passíveis de equívocos variados, dominados e seduzidos por paixões e interesses diferentes, sabia desses salutares enfrentamentos e equívocos que nos permitiríamos por ignorância e principalmente por ILUSÃO. Sim, iludidos pelo poder, pela autoridade, pela ganância, por pretensa superioridade.

Mas aí está o grande “x” da questão. Justamente por sermos falíveis e tais equívocos nos encaminharem às colheitas da semeadura – mais cedo ou mais tarde –, somos levados igualmente às reavaliações de posturas e comportamentos, amadurecendo a consciência e elevando o sentimento.

Convenhamos! Em quantas ilusões nos apegamos! Quanta bobagem, quanta ilusão com valores perecíveis! Observemos as lutas de interesse do país. A que isso levará? A curto e médio prazo, a aflições que poderiam ser dispensadas. A longo prazo a experiência constatadora do quanto tempo perdemos com bagatelas.

A realidade é, pois, altamente motivadora aos aprendizados. Retirar dessas situações todas experiências reflexivas para sermos melhor. Melhorar o padrão moral, o comportamento, o palavreado, sublimar os interesses, desenvolver a fraternidade.

Estamos ainda muito iludidos pelo TER, esquecendo a principal finalidade de viver; o SER. O ser que ama, que respeita, que aprende, que reconhece sua pequenez e movimenta forças para viver solidário. Iludidos, ficamos nas infindáveis discussões, esquecendo o principal.

Verifique-se as esferas de poder. Retrato fiel do império do materialismo, total desconhecimento de nossa realidade imortal. Mas busque-se também a esfera individual, na própria consciência. Como estamos? O que estamos sentido? O que buscamos? Quais nossos verdadeiros interesses? Há um sentido para tudo isso: é o Divino Convite do Supremo Doador da Vida para que assumamos nossa condição de dignidade, saindo da esfera dos falíveis para a envergadura dos que se esforçam para a libertação dessa autêntica prisão da ignorância. Fazer-nos falíveis é Sabedoria que convida à permanente busca da perfeição, ainda que relativa. Em outras palavras, para síntese conclusiva: educação de nós mesmos, especialmente no sentir e viver a dignidade de nossa condição de filhos de Deus! Preconceitos e ilusões só levam a doloridos tropeções... melhor a disciplina do aprendiz que supera gradativamente a condição de falíveis. 


Por Orson Peter Carrara

30 maio 2017

O conflito da mentira - Jane Maiolo


O CONFLITO DA MENTIRA

Não lhes escrevo porque não conhecem a verdade, mas porque vocês a conhecem e porque nenhuma mentira procede da verdade. Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? (1 João 2:21-22)

O médico Sigmund Freud, nascido em maio de 1856, criador da psicanálise, afiançava que a causa da histeria era de fundo psicológico, e não orgânico. Sua hipótese servia de base para os demais conceitos que desenvolvia, sobretudo sobre a estratificação do inconsciente.

Um ano após o nascimento de Freud, em 1857, nascia a Doutrina Espírita, consubstanciada pelas pesquisas e observações fecundas de Allan Kardec, pseudônimo do professor Rivail, um exímio pensador francês, que apresentava ao mundo, à época, um novo e instigante princípio: a de que o espírito sobrevive ao túmulo e se comunica com os homens oferecendo novas revelações.

A imensa necessidade de reflexões que cogitavam um sentido maior para a vida começavam a ganhar espaço nas conversas entre os pensadores, educadores e cientistas da época.

A humanidade ainda carregava o ranço deixado pelos materialistas sistemáticos e niilistas.

O ser humano diante de inúmeras angústias, correspondentes aos períodos de aferição de valores morais, buscava respostas na ciência para suas anedônicas vidas, visto que estava desiludido com a religião oferecida pelos sacerdotes de todas as designações religiosas.

Ciência e a Filosofia encetam seus marcos ante ao homem afoito em encontrar respostas para os crescentes problemas existenciais. O “mundo espiritual” providenciava naquela conjuntura, a reencarnação de espíritos que colaborariam com as reflexões propiciando o avanço dos conceitos humanos sobre o ser espiritual e a vida real.

A Verdade sempre produz obras que edificam. E o Cristo sempre à frente das conquistas humanas.

A advertência joanina ainda ecoa na psicosfera planetária: “Não lhes escrevo porque não conhecem a verdade, mas porque vocês a conhecem e porque nenhuma mentira procede da verdade. Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo?”

Freud traz ao conhecimento acadêmico a teoria da consciência humana que subdivide-se em três níveis: Consciente, Subconsciente e Inconsciente – o primeiro contém o material perceptível; o segundo, o material latente, mas passível de emergir à consciência com certa facilidade; e o terceiro contém o material de difícil acesso, isto é, o conteúdo mais profundo da mente, que está ligado aos instintos primitivos do homem.

As teses psicanalíticas não se inteiraram da verdade sobre a imortalidade da alma e a conservação de suas memórias emocionais, contudo desconfiava que nem tudo pertencia ao cérebro. Freud mostrou a psique e Kardec o espírito e sua imortalidade. Ambos mudaram o conceito do Soma. Isto é, existe algo além dele. Não era a finalidade de Freud provar ou comprovar a existência do espírito, porém contribuiu com as ideias espiritualistas, indiretamente, mostrando o outro lado das doenças.

O Espiritismo comtempla e integra os seres humanos em suas três dimensões: física (orgânica), mental (psicológica) e espiritual. Desde que o homem atingiu as faculdades da razão ele busca caminhos para suavizar a sua performance ou soluções para minimizar os impactos indesejáveis nas suas relações com o outro, com o mundo e com a divindade. O consciente, o pré-consciente e o inconsciente compõem as estruturas do homem eterno.

A convivência com o próximo nem sempre é fator sereno e os conflitos de opiniões tendem a surgir nas experiências cotidianas. A neurociência afirma que os comportamentos mentais que se repetem constroem “pontes” de fácil acesso para que se estabeleçam os hábitos.

A rede neural é composta de uma capacidade plástica espantosa. Dizemos que uma rede neural "aprende" quando uma ação (repetidas vezes) alimenta os circuitos de tal forma que, em situações futuras análogas, o conjunto alcance resultados melhores e mais rapidamente.

As sinapses disparada vão construindo pontes a fim de encurtar a distância e quando se dá conta o comportamento mental fora modelado surgindo o hábito. Mentir, dissimular ou enganar passa-se a ser hábito dos fracos. O conflito sobre mentir ou não surge quando o homem jaz sob confusão de valores e adota o caminho da mentira, a partir de então, o indivíduo passa a ter o comportamento mentiroso, blindando o sentimento de culpa.

O hábito da mentira é danoso ao homem pois que este perde a referência de si mesmo.

A deformidade do caráter do indivíduo surge diante de pequenos episódios que por pusilanimidade e imaturidade moral não soube contornar.

A transparência, a autenticidade nas relações humanas constituiu um princípio ético a se conquistar.

Em que pese Sigmund Freud ter analisado os distúrbios de personalidade asseverando que muitos transtornos ofereciam um fator meramente psicológico e não necessariamente orgânicos, o Espiritismo vai além, pois aprecia a interação mente e corpo. Assim sendo, explica que os transtornos psíquicos e a saúde orgânica são espelhos de escolhas que fazemos, razão pelo qual urge moldarmos na mente sadia as obras da verdade, apresentando o Cristo nas obras diárias, edificando assim a verdade na interação com o semelhante.



Referência bibliográfica:

1 João 2:21-22

29 maio 2017

Espiritismo e Traição - Morel Felipe Wilkon



ESPIRITISMO E TRAIÇÃO



Como já é de se esperar, a traição é extremamente negativa, tanto para a pessoa que trai mas também por quem é traído. A traição é a essência da quebra de confiança entre duas pessoas. Mas o que tem a ver a traição e o espiritismo? Vamos mostrar alguns exemplos das consequências desses atos.

Antes de tudo é preciso esclarecer que existem diversas formas de traição. É possível trair um marido ou uma esposa, uma namorada, um pai, um filho ou até mesmo um colega de trabalho. Como falamos acima, a traição é a quebra de confiança entre duas pessoas, ou até entre um grupo de pessoas, no caso de um ambiente familiar ou de trabalho. Para este texto, vamos ficar somente no caso da infidelidade conjugal.

Normalmente a pessoa que traí o conjugue considera esse ato um pequeno deslize, um tropeço, mas é muito difícil para a pessoa traída superar este acontecimento.

O Espiritismo, através da literatura, nos apresenta vários de casos de traição que ocasionaram grandes tragédias, perseguições além-túmulo que perduram por muito tempo.

Talvez nenhum ato gere tanto sofrimento quanto a traição. Sei que pode haver traição em qualquer relação; Judas traiu Jesus, Dalila traiu Sansão, Brutus traiu César, Silvério traiu Tiradentes, Hitler traiu Stalin.

Mas eu me refiro à traição conjugal, à quebra de confiança entre duas pessoas que se relacionam amorosamente. Não sei se há maior motivo de mágoa e rancor do que o sentimento gerado pela traição. 

Vários gêneros musicais retratam a traição; o tango e a música sertaneja são exemplos. Há pessoas que se notabilizam por traírem ou serem traídos.

A traição abala estruturas emocionais frágeis. É um ato que atinge vários pontos fracos de uma vez só. O orgulho ferido, o amor-próprio despedaçado, o sentimento de posse desrespeitado, o sentimento desconsiderado, a decepção com alguém importante e, provavelmente, amado.

Conheci dezenas de casos de traição. Todos eles dolorosos. Poucos os traídos que superam a situação com facilidade, sem dar ao caso mais importância do que realmente tem. Porque se analisarmos friamente, o que mais gera dor é o orgulho, o sentimento de posse e a crença na própria importância.

Quando nos relacionamos seriamente ou nos casamos, nos sentimos de posse da pessoa amada. Queremos seus passos sob controle. 

Mesmo nas relações onde reina a confiança mútua e onde há mais liberdade, há códigos de proibições. Tem aquelas coisas, lugares, pessoas ou atividades que são proibidas de comum acordo. Uma dessas coisas, quase sempre, é o sexo fora da relação. É proibido. A cultura milenar monogâmica não admite a possibilidade de que uma pessoa estranha à relação possa se envolver, mesmo que só sexualmente, com um dos cônjuges.

Recebo relatos de pessoas que traíram ou foram traídas. Pedem conselhos, orientações. O que dizer, que já não seja dito para todo mundo? Perdoar, pedir perdão, orar, aprender com o erro e não repeti-lo. Não há orientação que resolva os conflitos gerados pela traição. Mesmo que haja o perdão, é difícil manter a relação. Como recobrar a confiança? Como não lembrar?

A traição conjugal deixa claro nossa condição moral precária, nosso acanhamento espiritual. Perdoar é conceder nova chance. Se a distância ou a separação for uma condição para o perdão, talvez não seja perdão verdadeiro…

A traição é um erro dos mais graves e deve ser evitada a qualquer custo. O preço de alguns momentos de prazer (que talvez nem sejam compensadores) é muito alto. É dor para quem trai, para quem é traído e para as demais pessoas envolvidas. No caso de adultério entre pessoas casadas, são famílias inteiras pagando o preço de uma irresponsabilidade nascida de um desejo carnal… Sem contar as consequências futuras. É muito provável que a traição deixe sequelas a serem sanadas depois do desencarne.

A dor da traição é tão forte nas pessoas que ela pode perdurar mais de uma encarnação, gerando prejuízos de longo alcance. A literatura espírita está repleta de casos sobre o assunto, quando a dor e o prejuízo da traição ultrapassa a vida do infiel e impacta sua vida, e a da pessoa que foi traída, nas encarnações que estão por vir.

A chave para superar uma traição é o perdão, seja ele sucedido por uma nova chance ou pelo fim da relação. Perdoar é o primeiro passo para superar e seguir em frente.


Morel Felipe Wilkon
Espírito Imortal

28 maio 2017

Sobre a liberdade e a obsessão - Antônio Carlos Navarro



SOBRE A LIBERDADE E A OBSESSÃO



Em se tratando de obsessão e liberdade sempre haverá o que reavaliar.

O livro Roteiro, ditado por Emmanuel ao grande médium Francisco Cândido Xavier, traz lições altamente esclarecedoras a respeito do intercâmbio mental entre as criaturas humanas, estejam elas encarnadas ou desencarnadas.

No capítulo vinte e cinco da referida obra, intitulado “Ante a vida Mental”, entre outras coisas, encontramos:

“A mente é manancial vivo de energias criadoras.

O pensamento é substância, coisa mensurável.

Encarnados e desencarnados povoam o Planeta, na condição de habitantes dum imenso palácio de vários andares, em posições diversas, produzindo pensamentos múltiplos que se combinam, que se repelem ou que se neutralizam.

Correspondem-se as ideias, segundo o tipo em que se expressam, projetando raios de força que alimentam ou deprimem, sublimam ou arruínam, integram ou desintegram, arrojados sutilmente do campo das causas para a região dos efeitos.

Quem mais pensa, dando corpo ao que idealiza, mais apto se faz à recepção das correntes mentais invisíveis, nas obras do bem ou do mal.

E, em razão dessa lei que preside à vida cósmica, quantos se adaptarem, ao reto pensamento e à ação enobrecedora, se fazem preciosos canais da energia divina, que, em efusão constante, banha a Humanidade em todos os ângulos do Globo, buscando as almas evoluídas e dedicadas ao serviço de santificação, convertendo-as em médiuns ou instrumentos vivos de sua exteriorização, para benefício das criaturas e erguimento da Terra ao concerto dos mundos de alegria celestial.”

E no capítulo seguinte, o de número vinte e seis, intitulado “Afinidade”, esclarece o Grande Benfeitor como que a complementar o acima transcrito:

“O homem permanece envolto em largo oceano de pensamentos, nutrindo-se de substância mental, em grande proporção.

Toda criatura absorve, sem perceber, a influência alheia nos recursos imponderáveis que lhe equilibram a existência. Em forma de impulsos e estímulos, a alma recolhe, nos pensamentos que atrai, as forças de sustentação que lhe garantem as tarefas no lugar em que se coloca.

De modo imperceptível, “ingerimos pensamentos”, a cada instante, projetando, em torno de nossa individualidade, as forças que acalentamos em nós mesmos.

Por isso, quem não se habilite a conhecimentos mais altos, quem não exercite a vontade para sobrepor-se às circunstâncias de ordem inferior, padecerá, invariavelmente, a imposição do meio em que se localiza.

Se nos confiamos às impressões alheias de enfermidade e amargura, apressadamente se nos altera o “tônus mental”, inclinando-nos à franca receptividade de moléstias indefiníveis.

Se nos devotamos ao convívio com pessoas operosas e dinâmicas, encontramos valioso sustentáculo aos nossos propósitos de trabalho e realização.

Falamos sempre ou sempre agimos pelo grupo de espíritos a que nos ligamos.

Somos obsidiados por amigos desencarnados ou não e auxiliados por benfeitores, em qualquer plano da vida, de conformidade com a nossa condição mental.

Daí o imperativo de nossa constante renovação para o bem infinito.

Trabalhar incessantemente é dever.

Servir é elevar-se.

Aprender é conquistar novos horizontes.

Amar é engrandecer-se.

Trabalhando e servindo, aprendendo e amando, a nossa vida íntima se ilumina e se aperfeiçoa, entrando gradativamente em contato com os grandes gênios da imortalidade gloriosa.”

Estas informações são claríssimas, e seria de muito valor revisarmos os referidos capítulos integralmente, quando não o livro todo, para que possamos entender, definitivamente, que os processos obsessivos, ou a experiência da liberdade espiritual, começam em nosso próprio mundo mental, e consequentemente nas ações que perpetramos, porque estas sempre serão construções assentadas sobre o alicerce chamado pensamento.

Pensemos nisso.



Antônio Carlos Navarro

27 maio 2017

Consciência Reencarnatória - Richard Simonetti

 
CONSCIÊNCIA REENCARNATÓRIA


Avançam as pesquisas sobre a reencarnação. Há incontáveis livros publicados, particularmente na Europa e nos Estados Unidos.

Envolvem aspectos variados, com destaque para as reminiscências espontâneas.

É significativo o número de pessoas que se recordam de vidas passadas. Algo ponderável, principalmente por envolver, geralmente, crianças sem nenhum interesse ou capacidade para forjar histórias fantásticas. Por outro lado, a Terapia das Vivências Passadas (TVP) coloca médicos e psicólogos em contato com vidas anteriores dos pacientes, acumulando evidências e farto material para pesquisa.

Dizia-nos um psicólogo:

– Já não tenho dúvidas sobre a Reencarnação. Eu a vejo, clara, inconfundível, nas reminiscências induzidas, em que meus pacientes descobrem, surpresos, acontecimentos de ontem que estão repercutindo hoje em seu psiquismo, originando males variados. Eles superam muitos problemas a partir dessas experiências. Passam a lidar melhor com fobias e desajustes diretamente relacionados.

Não há como negar o peso da reencarnação na balança de nossa economia psíquica. Freud estava no caminho certo quando concebeu que nossos males guardam relação com experiências traumáticas do passado. Infelizmente, por não aceitar a reencarnação, resvalou para a fantasia em suas conclusões.

Para nós, espíritas, o avanço das pesquisas sobre a reencarnação constitui motivo de satisfação. Gratificante ver nossa crença disseminada, nossos princípios evidenciados, influenciando os profissionais de saúde, a caminho de uma medicina psicossomática, interessada em desvendar os mistérios do Espírito imortal para resolver os problemas do homem perecível.

Consideremos, entretanto: Não basta constatar uma realidade. Imperioso que repercuta em nossa vida. Não basta admitir ideias. É preciso cultivar ideais.

A reencarnação não é apenas um princípio lógico e racional, que explica as diferenças humanas. Fundamental ver nela um precioso estímulo, ajudando-nos a superar nossas próprias limitações.

Para tanto, é preciso formar uma consciência reencarnatória, a convicção de que estamos em trânsito pela Terra, numa viagem que se iniciou há milênios antes do berço, e se estenderá rumo ao infinito, além-túmulo.

Não podemos nos limitar aos interesses materiais, à satisfação de nossos desejos em relação ao imediatismo terrestre, visando sucesso, conforto, riqueza, prazer… Acima de tudo, cogitemos da edificação de nossas almas, o empenho em superar imperfeições, valorizando o ensejo de aprendizado da jornada humana.

Oportuno indagar, diariamente, a nós mesmos:

O que cultivo – iniciativas, desejos, interesses, atividades – diz respeito a minha condição de Espírito imortal?

Estou crescendo em conhecimento, responsabilidade e discernimento? Ou tenho privilegiado o homem perecível, a perseguir ilusões?

Fundamental essa análise introspectiva. Há algo de vital importância em jogo: O nosso futuro!


Richard Simonetti

26 maio 2017

Conselhos Úteis - Joanna de Ângelis

 

CONSELHOS ÚTEIS


Utilize as horas com moderação,realizando cada tarefa por sua vez,sem interrupção.

Trabalho continuado-rendimento virtuoso.

Modifique sem mais tardança o conceito negativo a respeito de quem você conheceu num momento infeliz.

A opinião má que se renova não contribui para a sementeira da fraternidade.

Antes que os labores diurnos o surpreendam,realize no leito a comunhão com o Senhor,através da meditação.

O homem mantém a comunicação com o Pai celeste pelos invisíveis fios do pensamento.

Resguarda-te da enfermidade cultivando a higiene mental.

Mente asseada,corpo equilibrado.

Recolha em cada dificuldade a mensagem oculta de advertência para a vida.

Obstáculo vencido,aprendizagem inesquecível.

Acomode-se ao temperamento alheio,vencendo as imposições de instinto,quando a serviço do auxílio.

Quem relaciona dificuldades,não dispõe de tempo para ajudar

Receba o intrujão com delicadeza,expondo-lhe a verdade sem arrogância deliberada.

Todo usurpador se transforma em algoz de si mesmo.

Precavenha-se da agressão do ódio pelo exercício do amor.

A constância no bem imuniza o homem contra o contágio das misérias morais.

Aceite o sofrimento como fenômeno natural da experiência evolutiva.

A infibratura moral,consolida-se no fragor das batalhas diária.

Repare a terra submissa e boa,sulcada pelo arado para a dádiva do pão.

Aprenda com ela a lição de humildade e deixe que o agricultor compassivo transforme sua vida num seminário de amor para o bem de todos.

Harmoniza-te com a vida,adquirindo o tesouro valioso da paciência e use-a como instrumento de luta.

Nas competições destrutivas,aguarda a tua vez.

Nas lutas de predomínios,espera o teu lugar.

Nos choques da ambição,permanece em paz.

Não te desequilibre quando os múltiplos convites ao desespero estiverem assolando as tuas resistências.

Cada experiência te brindara maior capacidades para outros cometimentos,preparando os seus sentimentos para vitórias mais amplas. Assim fica alerta e paciente,conhecendo a lei de justiça,compreendendo que tudo acontece para a necessidade da sua evolução,não fique aflito,nem te apresses,sem tardança,porém com paciência tenha atitudes dignas,sempre aguardando o correto resultado das tuas realizações.

Com paciência conquistaras tudo,conquistaras a si mesmo para o bem e para a paz.

Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo P.Franco

25 maio 2017

Em relação ao próximo - Momento Espírita


EM RELAÇÃO AO PRÓXIMO

Conviver, relacionar-se é inerente à condição humana.

Para bem vivermos em sociedade, desenvolvemos, ao longo dos séculos, conquistas civilizatórias capazes de tornar a convivência mútua mais suave, mais agradável.

Assim, hoje não é mais aceitável que dejetos sejam jogados em via pública. Na Idade Média, no entanto, isso era corriqueiro. Considerado comportamento comum.

Na atualidade, faz parte da educação respeitar os locais públicos, tais como prédios, jardins, parques, o transporte coletivo, a escola.

Esse é nosso primeiro movimento positivo em relação ao próximo: a educação.

Agimos educadamente quando cedemos o lugar à pessoa idosa no transporte, assim como quando respeitamos a fila e a vez das pessoas, em qualquer lugar.

Porém, pensando no próximo, podemos ir um pouco mais além.

Por exemplo, além de educados, podemos ser simpáticos.

Assim, se somos educados ao cumprimentar o caixa do supermercado, poderemos ser simpáticos se o cumprimentarmos com um sorriso.

Somos simpáticos quando perguntamos ao porteiro Como vai?, extrapolando a educação que nos pede simplesmente para saudá-lo.

A simpatia gera laços de relação com nosso próximo, o que a mera educação não exige e a civilização não obriga.

Entretanto, podemos não nos limitar a sermos simpáticos, agradáveis. Em alguns momentos, a vida nos sugere que sejamos mais que isso.

É o convite para nos servirmos da empatia, esse exercício de nos colocarmos no lugar do outro para compreendermos suas dificuldades.

A empatia nasce, justamente, da compreensão emocional das dificuldades e problemas alheios.

Com empatia, julgamos menos e compreendemos mais porque entendemos as limitações e circunstâncias do próximo. Como consequência, teremos um olhar mais doce para ele.

Até mesmo as reações mais desagradáveis do outro nos atingirão de forma mais amena, com menor intensidade.

E, além da empatia, é possível estreitar ainda mais os nossos laços, em relação ao próximo.

Nesse sentido, o movimento mais nobre que podemos exercitar é o da compaixão. Se a empatia é a compreensão, a compaixão é a ação. Tomados de compaixão, somos capazes de extrapolar nossos interesses a fim de agir em benefício do outro, sem nenhum ganho pessoal.

Na compaixão nosso movimento é o de minimizar as dores de quem padece, física ou moralmente.

A compaixão é a dinâmica do amor colocada em ação.

Educação, simpatia, empatia e compaixão são movimentos amorosos.

Ao exercitá-los, lembremos que há sempre um patamar acima, onde podemos avançar nas conquistas íntimas de nossa alma.

Se somos educados, adicionemos ao nosso comportamento a simpatia.

Se a simpatia já é nossa conquista, avancemos pelos degraus da empatia.

Se já compreendemos o outro nas suas dificuldades, avancemos tentando minimizá-las, tomados de compaixão.

Dessa forma, a pouco e pouco, avançaremos, no grande desafio que nos propõe Jesus, de amar ao próximo como a nós mesmos.


Redação do Momento Espírita

24 maio 2017

Porque as vezes nos sentimos mal após beber água na casa de outras pessoas - Hugo Lapa

 
PORQUE AS VEZES NOS SENTIMOS MAL APÓS BEBER ÁGUA NA CASA DE OUTRAS PESSOAS


A água é um dos quatro elementos da natureza. Assim como todos os elementos, ela possui propriedades simbólicas e energéticas. A água é um diluidor e armazenador universal de energias e vibrações. Algumas pessoas têm o costume de colocarem um copo de água ao lado da cama para que o líquido absorva todas as energias densas que entramos em contato durante o sono. Quem pratica esse exercício sabe que não se deve beber esta água de toda uma noite, pois ela possui uma alta concentração de energias que podem não ser benéficas para nós.

A água movimentada tem menos possibilidade de acumular vibrações, pois o movimento a faz acumular e liberar ao mesmo tempo essas energias. Um exemplo disso é a água dos rios e mares, que sempre fica circulando, e por isso não são o receptáculo de energias que nelas se depositam. Na medida em que a água circula, flui, ela vai retendo e liberando, o que a torna uma excelente fonte de energias puras, como as águas de nascentes e rios, obviamente desde que estejam livres de qualquer poluição provocada pelo homem.

O que ocorre em nascentes e rios já não ocorre com a água encanada e guardada em geladeiras ou depósitos. A água que fica parada num ponto tende a absorver do meio externo toda a sorte de impurezas que permeiam o ar. Por isso se diz que a água é um excelente fator para se avaliar a qualidade das vibrações de um determinado ambiente. Se a água desse ambiente contiver vibrações positivas, então o local tem a prevalência de energias boas e elevadas. Se, ao contrário, o local possui energias negativas, densas, deletérias, naturalmente a água vai armazenar tudo isso, e reter por um tempo.

Algumas pessoas que visitam casas de parentes, amigos ou mesmo desconhecidos podem sentir sede e optarem em beber a água da residência. Acontece muitas vezes dessas pessoas, ao ingerirem essa água, passarem mal, sentirem tontura, mal estar, dores, e outros efeitos e sintomas desagradáveis. Isso ocorre por conta das energias que a água acumula, que nada mais é do que um medidor das vibrações do ambiente e das pessoas que moram nessa residência, assim como de suas companhias espirituais.

Dessa forma, há um experimento simples para se purificar essa água em seu nível vibratório e liberar essas energias ruins. O experimento consiste no seguinte:

– Pegue o recipiente com a água.

– Faça uma oração e coloque a sua mão sobre o recipiente com a água.

– Mentalize que as energias elevadas de seu centro cardíaco vão se encaminhando para a água, e que todo o líquido vai se limpando de todas as impurezas de vibrações, pensamentos e sentimentos.

– Após essa mentalização, beba a água sabendo que ela está pura, e sinta-se interiormente puro tal como a água que acabou de beber.

Algumas pessoas mais sensíveis às vibrações podem nem mesmo sentir vontade de beber água, tal é a quantidade de vibrações que sentem estar armazenadas. Com esse experimento simples, elas provavelmente vão sentir mais vontade de beber água.

Vale lembrar que água é vida, e que sem água o ser humano jamais poderia se perpetuar na Terra. Façamos todos os esforços para manter nossas águas, rios, mares, lagoas, etc, sempre livres de poluição. Não suje os mares e rios. Muitas pessoas desconhecem esse fato, mas um rio é um ser vivo, tal como as plantas e os animais. Vamos respeitar a natureza naquilo que ela tem de mais sagrado.

Cuidando de nosso lar planetário, cuidamos de nós mesmos e asseguramos a harmonia de todos os níveis e aspectos, externo e interno.

Autor: Hugo Lapa

23 maio 2017

“Mediúnica” aberta ou fechada? - Jorge Hensen

 

"MEDIÚNICA" ABERTA OU FECHADA?


Um leitor levanta um tema conveniente para elucidarmos. Descreve que frequenta várias casas com reuniões mediúnicas “abertas” (públicas). Acredita ser o modo correto. Embora com o passar dos anos tenha conhecido outras casas com as reuniões mediúnicas “fechadas” (privativas).

Em face dele ler muito e observar, analisar, colher opiniões, sobretudo as que escrevemos para o Movimento Espírita Brasileiro, resolveu fazer a seguinte afirmativa: a quantidade de pessoas que passam a frequentar as casas espíritas após assistirem a comunicações do além “abertas” ao público é mais expressiva.

Obviamente, sob o imperium da racionalidade espírita, não podemos concordar com a afirmativa desse nosso leitor, embora reconheçamos que ocorrem montões de convites às pessoas recém-chegadas ao centro para assistir e/ou frequentar as reuniões mediúnicas, o que representa uma extraordinária leviandade. Aliás, isso seria transformar o grupo mediúnico numa estranha sala de espetáculos de picadeiro espiritual.

As sessões mediúnicas devem merecer dos dirigentes espíritas uma maior atenção. Não se compreende, pois, que uma sessão mediúnica, seja ela aberta a pessoas com pouca formação teórica do Espiritismo ou a curiosos e/ou a neófitos, contrariando as orientações dos Benfeitores. Allan Kardec abordou o tema quando respondeu aos leitores que lhe propunham abrisse ao público as sessões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, medida com a qual não concordava em absoluto. [1]

Kardec sugere além disso grupos pequenos, em face das potências mentais heterogêneas que há nos “grupões”. Uma reunião mediúnica “aberta ao público” é uma imponderação dispensável, porque tem acesso pessoas carregadas de anseios diversificados, que irão embaraçar, invariavelmente, o exercício espontâneo da mediunidade.

Os Instrutores do além afiançam que uma reunião mediúnica é um grave trabalho, que se desenvolve na estrutura perispirítica, e se a equipe é inábil, é compreensível que muitos embaraços psíquicos sucedam por negligência da mesma. Em face disso, o intercâmbio com o além não deve ser aberto ao público porque, conforme proferimos acima, transformaria-se numa arena circense com feição especulativa, exibicionista, destituída de intuito elevado, costumes tais que ferem mortalmente os postulados reveladores da Doutrina Espírita.

Mesmo nas reuniões mediúnicas privativas deve-se manter um número ideal de membros, não excedente a 20 pessoas, para que se evitem essas perturbações naturais nos grupamentos massivos. É óbvio que quaisquer argumentos utilizados para defender as reuniões mediúnicas “fechadas ao público” não isentam os grupos “fechados” das influências, pensamentos, desequilíbrios e desarmonias. Contudo, isso é dificuldade moral do grupo e não da especificidade privativa da mesma.

Não podemos e nem devemos esquecer que o Espírito de Verdade nos recomenda: “Espiritas, amai-vos uns aos outros, eis o primeiro ensinamento, instrui-vos eis o segundo”. [2] Este alerta nos conscientiza do tamanho da responsabilidade que nos pesa sobre os ombros. Grupos mediúnicos sérios fazem reuniões periódicas de avaliação das atividades e assim todos os integrantes da equipe possam se afinizar e conversar, eliminando algum conflito doutrinário que possa haver entre si.

Ademais, para que não se abra espaço para a teatralização de “psicofonias” (quase sempre anímicas – “tipo Bezerra/Divaldo”) e “psicografias” em público, lembremos que não há médiuns especiais e ninguém é melhor que ninguém, devendo todos estarem abertos ao aprendizado permanente e seu devido aperfeiçoamento. Dizem que Divaldo recebe Bezerra em público e Chico psicografava em público. Sim, é verdade, mas será que temos novos Chicos e Divaldos? Exceto os imitadores!

Ah!, para concluir nossos esclarecimentos, recomendamos que se algum confrade quiser frequentar uma reunião mediúnica para ouvir e instruir-se (ao vivo) as supostas “mensagens do além”, que trate de estudar as Obras codificadas por Allan Kardec.


Jorge Hessen


Referências bibliográficas:

[1] KARDEC. Allan. Revista Espírita, maio 1861, pág. 140, Brasília: Ed Edicel, 2002.

[2] KARDEC. Allan O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VI, item 5, RJ: Ed. FEB, 2002

22 maio 2017

Cemitérios são energicamente perigosos? - O Estudante Espírita



CEMITÉRIOS SÃO ENERGETICAMENTE PERIGOSOS?


Sempre que me deparo com esta pergunta, minha cabeça começa a fervilhar de tanto que os próprios espíritas divergem sobre o tema. Uma coisa é certa e unânime entre todos:

– Os cemitérios são, nada mais/nada menos que o lugar onde se guardam as vestimentas carnais, porém isso não quer dizer que não devemos ter o devido respeito pelo o lugar e pelos túmulos que foram, ao longo do tempo, preenchendo o local.

O centro o qual frequento, aqui no interior do Rio Grande do Norte, somos aconselhados a não frequentar e evitarmos a entrada no local. Foi-nos ensinado que lá, além dos restos mortais, obviamente estão os espíritos dos nossos irmãos desencarnados ainda em estado de perturbação (pois alguns deles sentem a ligação ainda muito forte pelos trajes carnais), revolta (pois alguns não aceitam o fato do desencarne) e ainda por cima teriam os zombeteiros. Portanto, os cemitérios seriam lugares muito movimentados no plano astral.

Mas daí eu mesmo me pergunto:

– Mas qualquer lugar é passível de ser um local agitado no plano astral, pois estas mesmas classes de espíritos estariam por toda parte, ou estou errado?

Está certíssimo! Porém os cemitérios detém aquela atmosfera mais densa, que junta tristeza, melancolia e outros sentimentos deletérios que prefiro nem citar.

De fato, onde eu quero chegar é…

Existem aquelas pessoas que entram e saem dos cemitérios sem sentir nada. Outros, sentem um desconforto considerável. Tal desconforto pode estar relacionado com a mediunidade ainda em desenvolvimento, que por sua vez torna uma pessoa desse tipo um alvo fácil de vampirizar. É justamente por isso, que no estudo lá no centro onde eu frequento somos aconselhados a evitar passear por estes locais. Até porque ainda falta-nos um controle mais apurado das vibrações.

– Imagine um médium em desenvolvimento adentrando nesse lugar e, ainda por cima, invigilante com sua vibração. É tenso!

Para outras pessoas (que não são médiuns ostensivas em desenvolvimento), o que acaba pesando mesmo é o fator psicológico/sentimental. Sendo o cemitério, na cultura mundial, considerado um lugar de dor e sofrimento, as pessoas desse tipo acabam sofrendo um bocado ao adentrarem.

Por fim, respondendo a pergunta no geral: “cemitérios são lugares energeticamente perigosos?”. A minha conclusão é: “Em certos casos, sim. Em outros nem tanto.”





21 maio 2017

Esclarecimentos Oportunos - Manoel Philomeno de Miranda



ESCLARECIMENTOS OPORTUNOS


''A onda de tentativa de moralização dos governantes incapazes e protegidos por negociações partidárias, demonstrando-lhes os vícios e extravagâncias administrativas com os furtos ultramilionários, é também obra dos honoráveis Espíritos encarregados de trabalhar nesse mister, inclusive com o renascimento na carne de muitos deles especialmente capacitados para tanto... ''

As autoridades, mais do que os outros indivíduos, têm o dever de comportar-se de maneira honrada, tornando-se modelos para aqueles que se lhes estão submetidos.

Para isso, são muito bem remunerados, não necessitando dos expedientes reprocháveis que se permitem. Quando há corrupção nos altos escalões do mundo, os demais segmentos da sociedade contaminam-se e seguem-lhes os exemplos nefastos. "Por essa razão, os mentores da Humanidade preocupam-se com o atual estado do planeta e estão vigilantes, em constantes tentativas de alterar essa viciosa conduta, que se fez responsável pela decadência e desaparecimento de muitos Impérios e civilizações do passado, após o apogeu que atingiram...

''A mácula permanece, mas providências transcendentais estão sendo tomadas para que haja radical mudança dos hábitos criminosos, para a vivência dos códigos de respeito aos deveres sumidos." 

"Na atual conjuntura, equipes especializadas estão trabalhando com vigor, para que sejam extirpados os velhos cânceres que têm devorado o patrimônio público das nações, tornando mais difícil o prosseguimento da leviandade ultrajante e, logo mais, surgirão os primeiros frutos desta impar sementeira."

Novamente silenciou, e tentando penetrar em nossas interrogações, adiu

- O atendimento especial que fizemos ao adversário do nosso irmão perturbado e perturbador, irá influir significativamente na sua conduta. O paciente despertará com algumas reminiscências da comunicação e resolverá, ainda sob inspiração superior, afastar-se do grupo para não mais criar embaraços, enquanto os seus pensamentos e atos definirão se prefere libertar-se da injunção obsessiva ou prosseguir submetido.

''A sociedade carrega muitos fardos onerosos sobre os ombros, em face da sua imaturidade espiritual e da predominância das paixões primárias. A grande maioria dos seus sicários e exploradores renasce forrada de propósitos elevados, mas, em contato com os comparsas e os antigos esquemas de crueldade, não tem tido as resistências necessárias para redimir-se, reincidindo nos desvios ultrajantes. Por sua vez, a Divindade os reenvia em expiações muito inquietantes, encarcerando-os no corpo, em silenciosas aflições e limitações aberrantes, a fim de que aprendam a valorizar a oportunidade de agir no bem. Nunca houve tanto desenvolvimento das ciências vinculadas à saúde, nem tantas problemáticas genéticas irrecuperáveis, agindo nas mentes, nas emoções e nos corpos dos calcetas e renitentes.

"O que denominamos como civilização está muito distante dos padrões do respeito à Natureza e à vida em todas as suas expressões, particularmente em relação ao ser humano nas suas multifárias tentativas de auto-iluminação, de crescimento moral interior."

"Cabe-nos manter, no entanto, uma atitude otimista, porque Jesus comanda a grande nave terrestre, conduzindo-a ao porto de segurança, e espera que façamos a nossa parte, na condição de cooperadores por Ele convidados ao exercício do amor e da compaixão."

''Aprendamos, pois, a servir sem murmurar, compreendendo que o inimigo é alguém que perdeu o próprio endereço e projeta as suas angústias e aflições no outro, naquele de quem se torna adversário, seja por heranças reencarnacionistas ou por injunção do progresso moral."

Fonte: Livro Perturbações Espirituais, Divaldo Pereira Franco/ Manoel Philomeno de Miranda, Cap. 15 - Esclarecimentos Oportunos, pág. 206

Vida inteligente só existe na Terra? - Jorge Hessen,


VIDA INTELIGENTE SÓ EXISTE NA TERRA?


Há dois mil anos, Jesus anunciou que “há muitas moradas na Casa do meu Pai”. (1) Presentemente, não é difícil compreendermos que Deus criou Sua Casa (Universo), em cuja moradas estão os incontáveis planetas. Astrônomos detectaram atmosfera ao redor de GJ 1132b, um exoplaneta rochoso de um tamanho próximo ao da Terra, o que representa um passo significativo na busca de vida fora do nosso Sistema Solar.

É a primeira vez que se detecta uma atmosfera ao redor de um planeta com uma massa e um raio semelhantes aos da Terra”, disseram os cientistas, cuja descoberta foi publicada na revista Astronomical Journal. (2) Esta detecção faz do planeta GJ 1132b um alvo prioritário de observações para o telescópio espacial Hubble, o telescópio gigante europeu de Observação Austral (ESO), que está no Chile, assim como para o futuro James Webb Space Telescope, cujo lançamento está previsto para 2018. (3)

Há duas décadas, a Astronomia tem registrado a descoberta de centenas de novos planetas, pertencentes a outros sistemas planetários. Na conferência anual da Sociedade Astronômica Norte-Americana, em cada descoberta, envolvendo os planetas de fora do nosso Sistema Solar (exoplanetas), apontam para a mesma conclusão: orbes, como a Terra, são, provavelmente, abundantes, apesar do violento Universo de estrelas explosivas, buracos negros esmagadores e galáxias em colisão.

O Sistema Solar possui 9 planetas com 57 satélites. No total, são 68 corpos celestes. E, para que tenhamos noção de sua insignificância, diante do restante do Universo, “nosso Sistema compõe um minúsculo espaço da pequena da Via Láctea” (4), ou seja, um aglomerado de, aproximadamente, 100 bilhões de estrelas, com, pelo menos, cem milhões de planetas, que, segundo Carl Seagan, no mínimo, 100 mil deles com vida inteligente e mil com civilizações mais evoluídas que a nossa. (5)

Segundo Allan Kardec , “repugna à razão crer que esses inumeráveis globos que circulam no espaço não são senão massas inertes e improdutivas.”(6) A Ciência vem descobrindo, incessantemente, planetas situados em outros sistemas estelares. No campo das pesquisas científicas “o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrarem estar em erro, acerca de um ponto qualquer, ele se modificará nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará.” (7)

Aqueles seres, explica o mentor de Chico Xavier: “angustiados e aflitos, que deixavam, atrás de si, todo um mundo de afetos, não obstante os seus corações empedernidos na prática do mal, seriam degredados na face obscura do planeta terrestre; andariam desprezados na noite dos milênios da saudade e da amargura; reencarnariam no seio das raças ignorantes e primitivas, a lembrarem o paraíso perdido nos firmamentos distantes. Por muitos séculos, não veriam a suave luz da Capela, mas trabalhariam na Terra acariciados por Jesus e confortados na sua imensa misericórdia.”(8) Sobre isso Agostinho afirmou no século XIX que “não avançar é recuar, e, se o espirito não se houver firmado bastante na senda do bem, pode recair nos mundos de expiação, onde, então, novas e mais terríveis provas o aguardam”.(9)

Na Revista Espírita de Agosto/1858, publicou um desenho psicopictografado (desenho mediúnico) e assinado pelo Espírito Bernard Palissy, célebre oleiro do século XVI, referente “a uma habitação em Júpiter, que seria a casa de Mozart. Somos também informados de que Cervantes seria vizinho de Mozart e que por lá também viveria Zoroastro.” (10)

Em 1938 o Espírito Emmanuel informou que na “Constelação do Cocheiro, cerca de 42 anos luz distante de nós, há o sistema de Capela, de onde milhares de anos atrás alguns milhões de Espíritos rebeldes que lá existiam, foram deportados para o nosso planeta. Aqui aprenderiam a realizar, na dor e nos trabalhos penosos, as grandes conquistas do coração, impulsionando simultaneamente o progresso dos seres terrestres.”. (11)

Na questão 172 de O Livro dos Espíritos, Kardec perguntou: “As nossas diversas existências corporais se verificam todas na Terra?”, ao que os Espíritos responderam: “Não; vivemo-las em diferentes mundos. As que aqui passamos não são as primeiras, nem as últimas; são, porém, das mais materiais e das mais distantes da perfeição.”. (12)

Sabe-se hoje em dia existirem, pelo Universo observável, pelo menos 10 bilhões de galáxias. Em 1991, em Greenwich, na Inglaterra, o observatório localizou um quasar (possível ninho de galáxias) com a luminosidade correspondente a 1 quatrilhão de sóis [isso mesmo, 1 quatrilhão!]. Acreditar que somente a Terra tenha vida é supor que todo esse imensurável Universo tenha sido criado sem utilidade alguma, e seria uma impossibilidade matemática que num Universo tão inimaginável não se tivesse desenvolvido vida inteligente, senão neste pequeno planeta. Aliás, seria um incompreensível desperdício de espaço.


Referências bibliográficas:



[1] João 14:2



[4] As últimas observações do telescópio Hubble (em órbita), mostram o número de galáxias conhecidas de 50 milhões.

[5] XAVIER, Francisco Cândido. Carta de uma morta, ditado pelo Espirito Maria João de Deus, São Paulo: LAKE, 1999.

[6] XAVIER, Francisco Cândido. Novas Mensagens, ditado pelo espírito Humberto de Campos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1940

[7] FLAMMARION Nicolas Camille. Urânia, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1990.

[8]KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, perg. 55 


[10] KARDEC, Allan. Na Revista Espírita de Agosto/1858, Brasília: Editora EDICEL, 2002 

[11] XAVIER, Francisco Cândido. A Caminho da Luz, RJ: Ed. FEB, 2002 

[12] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, questão 172, RJ: Ed FEB, 2002


20 maio 2017

As Crianças Abandonadas Na Visão Espírita - Marcus de Mario



AS CRIANÇAS ABANDONADAS NÃO VISÃO ESPÍRITA


Um novo fenômeno social chama a atenção do Ministério Público: o crescente abandono de bebês em locais públicos. Esse fenômeno é mais acentuado nas grandes cidades e o motivo, segundo pesquisas, não é a pobreza da população, pois com o advento dos programas sociais governamentais de distribuição de renda, praticamente 100% das mães consideradas pobres ficam e cuidam dos seus filhos. Os pais que abandonam seus filhos, deixando-os em lixeiras, praças, terrenos baldios, em boa parte estão envolvidos com transtornos mentais, alcoolismo e drogas.

Devemos esclarecer os pais, e principalmente as mães, que muitas vezes ficam sozinhas após a constatação da gravidez, que o abandono da criança pode acarretar para os pais a perda da guarda da criança, além de outras implicações perante a lei, por isso fazemos um apelo: seja qual for o motivo, você não puder cuidar do seu filho recém-nascido, procure, ainda na gravidez, o juizado da infância para formalizar o processo de encaminhamento à adoção dessa criança, que é uma alma necessitada de carinho, proteção e educação.

Sobre o assunto a espiritualidade manifestou-se em 1860, conforme mensagem assinada por “Um Espírito Familiar”, e publicada por Allan Kardec no item 18 do capítulo 13 de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, sob o título “Os Órfãos”. É uma mensagem que sensibiliza, que faz vibrar as cordas íntimas do nosso coração e que, diante das notícias sobre o abandono de bebês, nos leva às lágrimas e ao sentir profundo desse drama.

Realmente, como deve ser triste ser só e abandonado na infância! Olhos pequeninos que vagueiam pela imensidão, vazios de emoções e repletos de solidão, incertos do futuro, desconhecendo a afetividade. Pobres almas que carregam a tortura do desamor de seus pais e dos semelhantes, que as abandonam em abrigos. Como única referência humanitária, as “tias” e “tios” que se dedicam a cuidá-las e orientá-las.

E exclamamos: por que Deus permite a orfandade do abandono materno/paterno? E explica-nos o espírito que assina a mensagem: “Deus permite que haja órfãos, para exortar-nos a servir-lhes de pais”. E completa o ensino com esta lapidar imagem: “Que divina caridade amparar uma pobre criaturinha abandonada, evitar que sofra fome e frio, dirigir-lhe a alma, a fim de que não desgarre para o vício!”.

Se não podemos, neste mundo ainda de provas e expiações, evitar o abandono de bebês, podemos trabalhar a sensibilidade nos corações para a solidariedade da adoção. Sim, porque “agrada a Deus quem estende a mão a uma criança abandonada”, afirma o instrutor espiritual.

Imaginamos quanta dor se esvai do coração da criança ao ser recolhida por braços amigos, ou ser aconchegada por corações interessados em amá-la. Como o acaso não existe, os pais adotivos podem estar, com esse gesto, corrigindo um ato de desamor em alguma vida passada e, com certeza, permitindo, nesta existência, que esse espírito, agora filho adotivo, possa crescer intelectual e moralmente e, quem sabe, quando jovem ou adulto, reencontrar seus pais biológicos para o exercício da compreensão e do perdão. É assim que a lei de Deus se faz plena e compreendemos que basta uma ação de amor para que séculos de dores e aflições desapareçam.

Nesse entendimento encontramos na mensagem espiritual que nos serve de apoio o seguinte comentário: “Ponderai também que muitas vezes a criança que socorreis vos foi cara noutra encarnação, caso em que, se pudésseis lembrar-vos, já não estaríeis praticando a caridade, mas cumprindo um dever”. Por isso bendizemos a lei do esquecimento, para que possamos utilizar o livre arbítrio sem entraves, recebendo de Deus o mérito de nossas boas ações.

Agora, reconhecemos que a adoção e o amparo sócio-educativo governamental à criança abandonada não são soluções para o grave fenômeno social. Se existem crianças abandonadas, existem pais que abandonam. Se existem crianças abandonadas, existem homens e mulheres que, indiferentes, as deixam abandonadas pelas ruas das cidades. Sim, exigimos das autoridades públicas providências justas e necessárias, mas fazemos o que nos compete? Amamos as crianças como deveríamos amar? Auxiliamos os pais que passam por dificuldades? Orientamos a juventude para os compromissos da união afetiva? Participamos efetivamente do ser coletivo que é a sociedade?

“Assim, pois, meus amigos, todo sofredor é vosso irmão e tem direito a vossa caridade”. São palavras do espírito que assina a mensagem, recordando o grande ensino do Mestre Jesus: “amai-vos uns aos outros”. E devemos nos amar pela condição de sermos filhos de Deus, e, portanto, sermos irmãos.

Somente o amor pode corrigir o desvio social do abandono dos filhos, pois somente o amor tem o poder de abrandar o egoísmo e sensibilizar o coração. Somente o amor tem o poder de cicatrizar feridas pretéritas e germinar vida rica em alegrias.

Todos os esforços devem ser feitos para o estudo, a compreensão e a prática do amor entre os homens, e isso acontecerá quando colocarmos o amor como base de todos os esforços educacionais do homem; quando o amor for a bandeira sinalizadora de nossa caminhada; quando o amor for a meta a ser alcançada.

Amemo-nos e não teremos a degradação dos vícios do álcool e das drogas. Amemo-nos e não teremos os desvios dos transtornos mentais. Amemo-nos e não teremos crianças abandonadas. Deus sabe que não faremos isso da noite para o dia, mas confere-nos o sagrado tesouro do tempo… O tempo necessário para compreender o amor e amar sem distinções… Por todo o sempre!


Marcus de Mario