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12 dezembro 2017

Ansiedade - Divaldo P.Franco



ANSIEDADE


O nobre psiquiatra Emílio Mira y Lopez analisa, em sua obra monumental Os Quatro Gigantes da Alma, esses adversários do equilíbrio emocional da criatura humana, responsáveis por terríveis dramas do comportamento.

Parafraseando o emitente estudioso da psique, apresentamos a ansiedade como um aflitivo gigante que os tempos modernos acrescentaram ao mapa existencial e que domina expressivo número de indivíduos que jornadeiam aturdidos, sem a capacidade de fruírem paz.

A dinâmica dos dias atuais exige grande mobilidade, apurada atenção em torno dos acontecimentos, em face da rapidez com a qual as notícias são apresentadas, proporcionando incontrolável ansiedade nos menos resistentes e nos sentimentos da sociedade como um todo.

A falsa necessidade de estar-se informado a respeito de tudo quanto acontece no mundo impõe tormentosa inquietação emocional quanto insegurança pessoal, de modo a poder-se precatar das ciladas e desastres morais que surgem e são manchetes a cada momento.

Por outro lado, há uma inquietante ambição para ser-se visto, comentado, invejado nas redes sociais, que desequilibra completamente a conduta pessoal dos menos equipados de valores ético-morais.

Tudo ocorre com desastrosa rapidez no Facebook, tornando-se imperioso manter-se rico, famoso, motivo de comentários, especialmente em razão das extravagâncias cometidas.

Sempre estão onde não se encontram, porquanto a mente vive buscando a seguinte informação, aplicando valioso tempo na visita aos sites incontáveis e às notícias frívolas que lhes adquirem importância fundamental.

O paciente que tomba nessa armadilha logo se descobre insatisfeito e ansioso.

A ansiedade que decorre da expectativa de uma ocorrência que se espera, defluente de um fato de grande significado, é perfeitamente normal. Entretanto, quando produz taquicardia, sudorese, insônia já é patológica, tornando-se necessários cuidados especializados.

O ansioso deixa de viver o que sucede para encontrar-se aguardando o que espera acontecer. As suas expectativas, quando se tornam fatos, produzem um certo amargor, em razão de não haver fruído a alegria que pensava suceder. Isto porque futuros desejos tornaram-se primordiais em seu pensamento.

Na condição de Psicoterapeuta especial, Jesus prescreveu que vivêssemos cada dia, cada hora intensamente porque cada ocasião vale pelo que sucede. Propôs que fosse vivenciada cada experiência no seu momento próprio, mantendo-se irrestrita confiança em Deus.

Para que se possa viver em paz, faz-se imprescindível o trabalho de reflexão e análise dos significados existenciais, reservando-se momentos para pensar em torno da imortalidade e compreender-se o sentido da veste carnal, que é a felicidade.


Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 30.11.2017


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