Total de visualizações de página

15 fevereiro 2018

Livre Arbítrio - Luiz Sérgio

LIVRE ARBÍTRIO




Nós, os Espíritos desencarnados, não temos o direito de nos intrometer na vida dos encarnados, a não ser para colaborar no sentido de não deixar que cometam enganos que os prejudiquem. Por esse motivo, também sou bastante cuidadoso em relação aos meus familiares. Ninguém deve mover-se exclusivamente sob a ação de outro. Todos nós possuímos livre arbítrio e raciocínio, baseados no aprendizado que fizemos. Além disso, nossa vontade é imperiosa e necessária para imprimir direção aos nossos atos. Só assim eles terão valor. Nós podemos esclarecer e indicar os melhores caminhos que conhecemos, mas a escolha é do interessado.


Bem, esse preâmbulo é para explicar que a pessoa não precisa condicionar suas atitudes à atuação dos Espíritos. Freqüentemente, ouve-se dizer que praticam bons atos, ou proferem uma bela oração, porque estavam intuídos. Desejo explicar bem como agem os Espi ritos.


Nos trabalhos dos Centros, em reuniões de doutrinação, é comum haver um mentor encarregado da distribuição de doutrinadores espirituais, cada qual se incumbindo de um setor. O doutrinador espiritual responsável se acerca do doutrinador encarnado para ajudar no encadeamento dos argumentos que poderão ser mais apropriados ao caso. Isso acontece porque o encarnado precisa saber qual o mal que aflige o doente espiritual, para poder ser-lhe útil. Então, a doutrinação é feita por intuição.


Cabe, aqui, uma pergunta bastante lógica: porque o mentor não faz a doutrinação diretamente ao espírito necessitado?


Então, vou responder.


Sim, grande parte do trabalho é feita pelos mentores diretamente com os Espíritos sofredores. Mas são inúmeros os casos especiais que têm de ser trazidos para as sessões mediante a cooperação dos médiuns encarnados. Todos os que freqüentam Centros e assistem a reuniões conhecem de sobejo a necessidade que se tem de atender os Espíritos doentes, revoltados, indecisos. 
Os motivos são muitos:


a) doentes que precisam da força do médium para iniciar seu tratamento;


b) defeituosos da fala e da visão que necessitam da impressão de um corpo para relembrarem a maneira de exercer a faculdade física da qual se viram privados na última encarnação;


c) incrédulos que se surpreendem quando um encarnado lhes explica o mesmo que nós tentamos dizer-lhes sem que nos dessem atenção;


d) Espíritos indóceis que, ao atentarem para o que dizemos, precisam estar ligados a um corpo;


e) Espíritos que não se aperceberam de que estão desencarnados e continuam na sua faina costumeira, muitas vezes ocasionando distúrbios na vida das pessoas com quem teimam em conviver.



Uma infinidade de casos formariam uma longa lista, desde os débeis e suicidas até os maus e rancorosos. Há Espíritos que, embora sem o corpo, só vêem e ouvem o que procede do mundo físico.


Por tudo isso é que são necessárias as reuniões espíritas. É uma grande caridade que se presta ao próximo, orientando grande número de espíritos, aliviando os encarnados de uma grande carga negativa, representada pelos maldosos e sofredores que permanecem vivendo na Crosta, confundindo-se com os homens e os influenciando de forma maléfica.


Quando aparece, em uma reunião, um Espírito necessitado, o dirigente do trabalho precisa inteirar-se do mal que o aflige, de quem se trata, qual o seu grau de compreensão em relação ao seu novo estado. Os conselhos, as palavras aplicáveis ao caso, podem ser sugeridas pelo mentor ou partir da mente do próprio dirigente, principalmente se ele já é tarimbado no serviço e possui dotes mediúnicos que permitam captar as deficiências, males e intenções do desencarnado. Só no caso de ser absolutamente necessário é que se pode influir no sentimento ou pensamento de um irmão.


Os grandes e luminosos Espíritos, quando desejam auxiliar, aproximam-se das pessoas e as envolvem com sua aura brilhante. Em conseqüência, a paz e a tranqüilidade tomam a criatura assim envolvida e tornam mais livre sua mente, que pode exprimir melhor seus sentimentos mais puros e agir em consonância com eles. Cria-se o ambiente espiritual para o Espírito agir livremente. Isso, é claro, só dá resultado em pessoas que já possuem algum conhecimento e aprimoramento moral.


Infelizmente, os Espíritos malévolos também usam essa técnica, com uma agravante: após haverem envolvido o encarnado, usam a força da mente para influir em sua vontade, tentando obrigá-lo a agir de forma diversa da habitual. Esses são os obssessores.


Quando a pessoa não possui aprimoramento moral nem conhecimento, cede aos impulsos sugeridos e apresenta um comportamento anormal.


Como se pode observar, todas as técnicas que aprendemos com o intuito de ajudar, de colaborar, quando postas em prática por mãos maldosas, transformam-se em ação destruidora. é igualzinho ao que acontece no mundo físico. Um homem inventa uma máquina de voar para encurtar distâncias — o outro usa a máquina para destruir mais rapidamente e seu semelhante. Descobrem-se inúmeras drogas que auxiliam o tratamento dos doentes — outros usam as mesmas drogas para perverter as pessoas e a si próprios.


Cada criatura, imbuída do desejo de divinizar os espíritos humanos, deve, primeiramente, procurar enlevar a si próprio. Após contar com respeitáveis conquistas, aí, então, poderá tentar auxiliar outros Espíritos carentes de atendimento e esclarecimento.


Assim, termino minha mensagem, que se resume em dois pontos principais: ninguém deve agir sob a influência exclusiva de outro e, em questões morais devemos iniciar auxiliando a nós próprios para depois cuidar do alheio.


Livro Intercâmbio, cap. Livre Arbítrio, Espírito Luiz Sérgio – psicografia de Alayde Assunção e Silva, Lucia Maria Secron Pinto.

Nenhum comentário: