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27 fevereiro 2018

Momento Espírita - Joanna de Ângelis



MOMENTO ESPÍRITA


"Vivemos, pensamos e operamos - eis o que é positivo. E que morremos, não é menos certo.

"Mas, deixando a Terra, para onde vamos? Que seremos após a morte? Estaremos melhor ou pior? Existiremos ou não? Ser ou não ser, tal a alternativa. Para sempre ou para nunca mais; ou tudo ou nada: Viveremos eternamente ou tudo se aniquila de vez? É uma tese, essa, que se impõe.

"Todo homem experimenta a necessidade de viver, de gozar, de amar e ser feliz. Dizei ao moribundo que ele viverá ainda; que a sua hora é retardada; dizei-lhe sobretudo que será mais feliz do que porventura o tenha sido, e o seu coração rejubilará!"

os conceitos acima pertencem a Allan Kardec, que os expressa no Capítulo I de "O Céu e o Inferno" donde os tomamos.

Todo homem que raciocina meditará, vez que outra, ao menos, nesta concisa sentença: "Vivemos, pensamos e operamos... E que morreremos, não é menos certo."

Assim fazendo, concluirá que duas alternativas se lhe apresentam: vida ou nada.

Buscando, através dos acontecimentos históricos, somente a vida lhe responderá a qualquer indagação.

A intuição lhe fala da vida.

Os fatos lhe atestam a vida.

A razão lhe confirma a vida.

A vida além-da-morte é, indubitavelmente, o coroamento do desgaste celular, no insondável do processo químico no sub-solo.

Cientificado dessa vida, faz-se mister preparar-se para enfrentá-la.

Sábios, pensadores, santos e cientistas, explicando-a, viveram de tal modo que atestaram a certeza de a encontrarem após.

Indispensável, portanto, cingir-se de valor para reservar no painel mental momentos espíritas de meditação, e na vivência diária momentos espíritas de ação.

Tito, que lamentava o dia como perdido, por falta de uma ação nobre, não trepidou em destruir Jerusalém.

Carlos Magno, lutando sob a inspiração da Cruz, deixou-se arrastar por crueldade criminosa.

Clóvis, após a batalha de Tolbiac, na qual impiedosamente aniquilou os alamanos, empunhando o cetro de rei franco, e dizendo-se cristão, prosseguiu, cruel, mesmo quando a velhice e a fé deveriam tê-lo modificado...

É indispensável transformar-se.

O bloco de gelo é água que mudou de estado e requisita temperatura adequada para manter-se.

A porcelana é barro cozido que não voltará à condição primitiva.

Um sofreu modificação aparente.

Outro se transformou realmente.

Este, o gelo, é estático; aquele, o barro, experimentou a dinâmica do calor.

O crente parado enregela-se, mas se derrete ante o ardor do testemunho.

O consciente do dever, através da crença, é atuante, lutador.

Para o crente morrer e repousar são a mesma coisa.

Para o consciente morrer é viver, crescendo em ação sem fim.

O momento espírita é o instante de exame quanto à conduta íntima - programa de felicidade.

O momento espírita é o ensejo de renovação espiritual - sanitarismo psíquico.

O momento espírita é treino, pré-vida - exercício para a vida diária e a vida eterna.

À hora da dor faze o teu momento espírita.

Chamado pelo desespero ou abandonado pela solidariedade, realiza o teu momento espírita.

Instado ao desequilíbrio, exercita o momento espírita.

De momento em momento chegarás à conduta espírita, à vida espírita, qual moribundo que vê a sua hora ampliada pela saúde, longe de toda dor, sendo mais ditoso do que sempre o foi com o coração prenhe de júbilos.


Texto extraído do Livro Espírito e Vida, espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco

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