E SE UM DIA O MUNDO ACABAR?
Muitos se referem ao mundo como sendo o Universo, quando na verdade o nosso mundo é apenas este pequeno planeta. E como cada um tem sua própria humanidade, não acontecerá o mesmo nos diferentes mundos. A cada um segundo suas obras, sua destinação e sua era!
Mas se o nosso planeta acabar? O que vai acontecer conosco? Imaginemos que uma guerra nuclear destrua a vida na terra. Vamos todos morrer, evidentemente. Mas o que é morrer? Os espíritos dizem que é desencarnar, ou seja, morre o corpo, mas o espírito, eterno e imortal, continua vivendo. Não há força bélica que possa destruir as almas.
E o que vai ser de nós, espíritos, se a vida na Terra terminar? Ficaremos na erraticidade (o plano espiritual) aguardando transferência para outro planeta similar ao nosso, já que existem inúmeros, a fim de lá reencarnarmos e continuar nossa espiritualização. A ciência já os está descobrindo e dizendo até onde estão alguns deles. Nunca vamos desaparecer nem ficar órfãos de oportunidades de aprimoramento. Além disso, não nos esqueçamos de que também evoluímos no plano imaterial. Já diz o Livro dos Espíritos que o mundo material é secundário e nem precisaria existir (questão 86). Serve apenas para apressar nosso progresso.
E para o planeta quais seriam as consequências? Ficaria um tempo impróprio para a vida humana devido à radiação, águas poluídas, impossibilidade de nascer alimento, ar impróprio, como já aconteceu no início da sua criação. Mas com o tempo também se renovaria e ficaria adequado para receber novamente corpos similares aos nossos para a vida de espíritos em processo evolutivo. Jesus, o Governador da Terra, que a administra com tanto carinho e tudo oferece aos seus irmãos, ficaria certamente decepcionado com a ingratidão da humanidade terráquea porque, mesmo em se considerando que a tragédia seria da autoria de uns poucos fanáticos, traria consequências para todos os continentes.
Depois de mais de quatro bilhões de anos para chegar a este estágio, quando se prepara para progredir e ser um mundo de regeneração, voltaria à estaca zero; retrocederia aos tempos da formação quando a vida era impossível como a conhecemos na condição atual. Mas nós, seus atuais habitantes conservaríamos a nossa individualidade e o conhecimento que já acumulamos. Nada perderíamos do que conquistamos com nosso esforço. Seria como se mudássemos de um bairro, escola, emprego, cidade ou país; continuaríamos nós mesmos com tudo o que já aprendemos. Ou como se saíssemos de uma região que é alagada para a construção de uma represa e fôssemos transferidos para um novo local, onde ocuparíamos novas casas. O espírito nunca perde o que conquistou e não retrograda. Nesse sentido, já aprendemos com o Espiritismo no comentário da pergunta 194 a.
Há uma apreensão na espiritualidade quanto a esta possibilidade e os auxiliares de Jesus empenham-se em aconselhar os homens, inspirando-os a pensar de maneira menos egoística e mais fraterna, mostrando-lhes que se matam pelos supérfluos e se esquecem de crescer como almas. Pena que andemos meio surdos. Mas algo de bom já está acontecendo. Quando vemos depois de tanto tempo os Estados Unidos e Cuba entendendo-se, concluímos que já houve algum despertar.
O entendimento e a aceitação do que foi dito neste texto, dá-nos mais esperanças e leva-nos a uma serenidade que não poderíamos ter sem conhecer os desígnios de Deus em relação aos seus diletos filhos. Como podemos nos imaginar abandonados por um Pai misericordioso como esse que nos criou como a sua obra suprema?
Ninguém se aflija, pois o caos não existe e o fim de tudo representa o começo de algo. É um constante vir a ser. Depois da escuridão da noite só nos resta aguardar um novo amanhecer e contemplar a beleza dessa nova alvorada. Depois da tempestade vem a bonança. Quando o sol se deita e lua vem clarear-nos. Nunca estamos na escuridão; a menos que a nossa alma esteja em trevas.
Queremos crer que ainda reste um pouco de bom senso na nossa equivocada humanidade e ela já se deu conta de que é preciso rever valores para que o mundo tenha mais harmonia. Mas jamais percamos a fé.
Octávio Caúmo Serrano
Tribuna Espírita - janeiro fevereiro 2017
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