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16 janeiro 2019

Compromisso com a Fé Espírita - Bezerra de Menezes



COMPROMISSO COM A FÉ ESPÍRITA


Meus filhos,

Que Jesus nos abençoe!

Vivemos nos dias tormentosos anunciados pelas Escrituras. Experimentamos as glórias da Ciência e da Tecnologia, do pensamento e da arte. No entanto, caminhamos pela senda de espinhos que assinalam sofrimentos, reduzindo a criatura humana à violência, ao despautério, à loucura. Sem dúvida, as conquistas que anotamos em todo lugar, não lograram tornar a criatura humana interior mais feliz nem mais tranquila, salvadas algumas exceções. São os instantes em que os cristãos novos estamos convocados a profundas reflexões. De todo lado, a angústia espreita, a perversidade agride e o desalinho conduz as massas. Homens e mulheres, sitiados no castelo do eu, desvairam, por que perderam contacto com o amor.

O amor é a resposta da Vida para o momento truanesco que atravessamos. Vivenciá-lo na grandiosidade do pensamento cristão é um convite que a imortalidade nos faz através das vozes do céu, restaurando o pensamento de Jesus, que tem permanecido vestido de dogmas, de cerimônias e de fantasias.

Torna-se indispensável romper de maneira positiva com o ergástulo no qual ainda nos encontramos vitimados. Jesus é o libertador, e a Sua mensagem, quando aceita pela mente, será vivida pelo sentimento livre de toda e qualquer manifestação dogmatista e de delinquência. Projetá-la de maneira consciente, para que a Ciência a exteriorize através do pensamento são, da palavra lúcida e das ações enobrecidas, é dever que não nos cabe postergar. Nesses conflitos, que nos desafiam a capacidade de discernimento e nos provocam tomadas de decisões, às vezes, apressadas, há convites para desvio da finalidade que abraçamos, do compromisso que temos para com a Doutrina dos Espíritos. Se é verdade que o espiritista não se pode marginalizar em torno dos acontecimentos que sacodem a sociedade, o planeta, não menos verdade é que, comprometido com o ideal espírita, possui, nos conteúdos doutrinários, os instrumentos hábeis para mudar a situação que vivemos, por intermédio da educação das gerações novas, da autoeducação, mediante a transformação moral que se deve impor e também dos esclarecimentos que, libertando a criatura humana das suas paixões primitivas, tornam-na capaz de mudar as estruturas perturbadoras da sociedade.

É necessário que tenhamos muito cuidado para não nos desviarmos dos objetivos essenciais da Doutrina, que se coloca acima das questões inquietadoras deste momento.

Viver espiriticamente é trabalhar sem desfalecimento pela construção de uma era nova sim, que deve começar no próprio indivíduo, na sua transformação interior.

Adversários de ontem que ressumam em forma de atavismos cruéis e as ações de hoje que nos convocam ao prazer com o desalinho do nosso comportamento constituem perigos muito graves. Aprendemos com Jesus, que muitas vezes é necessário perder em determinado momento para poder estar em paz a partir daí e de triunfar na glória desenhada pela verdade. A nossa preocupação de mudar o mundo não pode abandonar o compromisso da nossa mudança interior. O nosso compromisso com a fé espírita é de urgência e todos os esforços devem ser envidados para conseguirmos esta meta.

Não nos enganemos, evitando enganarmos aos outros. Jesus é o nosso líder insuperável e Allan Kardec tem-Lhe sido discípulo de escol, que nos pôde trazer a Sua palavra vestida de luz para clarear os caminhos do futuro.

Outros apóstolos que lhes foram fiéis desincumbiram-se a contento do ministério abraçado por que não negacearam, não negligenciaram com o dever, não se permitiram abraçar as propostas fascinantes que se constituem desvios dos objetivos essenciais, a fim de receber o aplauso do mundo e permanecer no pódio das considerações terrestres.

Nunca nos esqueçamos que o Mestre recebeu como tributo de gratidão da massa beneficiada a cruz de ignomínia que transformou em asas de luz.

Não fazemos apologia do masoquismo perturbador nem estabelecemos como fundamental o sofrimento, nada obstante, nele reconheçamos o melhor amigo do Espírito em processo de autoburilamento.

Sucede que a nossa proposta, pelas suas características de transformar a Terra, fere interesses individuais e coletivos, agride sistemas e organizações ultramontanos que têm permanecido na condição de dirigentes dos povos. E é natural que as reações individuais e coletivas se façam de imediato assustando-nos ou intimidando-nos.

Não temamos nunca aqueles que nada nos podem fazer ao Espírito, embora momentaneamente cerceiem-nos os passos e gerem dificuldades para a execução dos nossos programas iluminativos. Evitemos compactuar com as suas propostas muito bem estabelecidas na forma, guardando a animosidade contra os objetivos que abraçamos.

O apoio de personalidades proeminentes e de organizações poderosas agrada-nos muito, mas não esqueçamos que o nosso trabalho-desafio é de demolir aquilo que se encontra ultrapassado, destruir as ideias esclerosadas, substituindo-as pelas novas que vieram do Mais Além e receberam a contribuição lúcida de homens e mulheres que se reencarnaram sob a égide do Espírito de Verdade para que o Paracleto pudesse expandir a palavra de Jesus de polo a polo.

Em nossas reuniões verdadeiramente cristãs, nas quais podemos expender as nossas ideias, apresentar os nossos pensamentos, discordar, mas não derrapar nas discrepâncias que nos afastem uns dos outros, gerando animosidades, mantenhamos o nosso objetivo que é servir a Jesus, sem outro e qualquer interesse.

Trabalhemos, então, unificados, amando-nos cada vez mais, para lograrmos alcançar o momento de plenitude com que o Amigo Incomparável de todos nós nos acena desde agora.

Permanecei fiéis, obreiros da última hora, que está assinalada pelas glórias e conquistas, pelas dores e hecatombes, construindo o Reino de Deus na grande transição que aguarda o Mundo de Regeneração.

Muita paz, meus filhos.

Que o Senhor nos abençoe, são os votos do companheiro amigo e paternal de sempre,


Bezerra
Psicofonia de Divaldo Pereira Franco, no encerramento da Reunião do Conselho Federativo Nacional, na sede da FEB, em Brasília, no dia 10 de novembro de 2002


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