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31 março 2019

Pedagogia do silêncio ou talking cure? - Jane Maiolo



PEDAGOGIA DO SILÊNCIO OU TALKING CURE?


E ele lhes disse: Que palavras são essas que,  caminhando, trocais entre vós, e por que estais tristes?
Lucas 24:17

Realmente, atingíramos um momento singular na história da sociedade contemporânea. Todos temos vozes.

O homem do século 21, além de portador da voz, tem pressa. Tem desejos. Tem anseios. Tem sentimentos contraditórios que o promove a um status de “ser” singular, ativo, participativo, atuante e conectado. Entretanto, é notável que falamos demais e não dizemos nada. Opinamos a respeito de tudo e não fundamentamos nossos argumentos. Damos publicidade de nossos atos, gostos e opções, como se fôssemos celebridades, porém, somos incógnitos.

De tanto falar, quase não nos escutamos, afinal, barulho demais incita-nos à irritabilidade. Estamos no ponto alto para um colapso no campo das relações sociais, sobejamente virtuais.

Na contramão desse ambíguo comportamento social contemporâneo sabemos que existem realidades e situações que precisariam ter sido denunciadas, escancaradas, divulgadas, todavia, o silêncio fez-se e, ainda se faz presente, abundante e sádico.

A pedagogia do silêncio é prática comum e recomendada em muitos ambientes, principalmente religiosos. O silêncio, egóico, não é, nunca foi ou será salutar. De tanto silenciar, as pessoas desistem dos sonhos, das lutas, das realizações, dos ideais e perdem-se em suas noites mudas e cruciantes. Enfraquecem-se.

Numa ocasião ou noutra, defende-se o pressuposto mandatório do jargão: “O silêncio é uma prece”. Urge, porém, uma reflexão: a pedagogia do silêncio infligido interessa a quem e para quê?

De tanto emudecer, o homem de bem jaz sem voz, taciturno, abatido e invisível. De tanto silenciar, fatos como “O Horror de Abadiânia”, perpetuaram-se, sob inúmeras vistas e empedrados lábios. Pela prática do silêncio, muitas instituições submetem-se a dirigentes manipuladores e dirigidos mudos. De tanto silenciar, o homem adoece, somatiza traumas, cristaliza emoções, materializa a enfermidade e extenua a vida física até a morte.

A proposta terapêutica do Ancestral Amigo é contemporânea: “Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós, e por que estais tristes?”.

É importante, nas horas apropriadas, dispormos de ombros amigos para verbalizarmos nossas contrariedades, angústias, tristezas e insatisfações. Nós que sabemos articular a voz, precisamos aprender a expressar nossas emoções, senão adoeceremos por intoxicações afásicas. Nossas angústias precisam ser verbalizadas, caso contrário não haverá cura!

Jesus, nas anotações de Lucas, na passagem contida no capítulo 24, versículo 17, intitulado A caminho de Emaús, posiciona-se como o Sublime Terapeuta, aquele que extrairia da boca dos discípulos as angústias, fazendo-os falar e, posteriormente, consolando-os e libertando-os de tais sentimentos.

É tempo de falar, é tempo de curar, fale daquilo que te magoou, que te sufocou, que te oprimiu, visto que, quando não encontramos palavras para aparelhar nosso anseio, possivelmente, caminharemos para adoecer, pois a tristeza realimentada não é boa conselheira. É a cronificação da tristeza que extingue toda a configuração de vida e o alento que há nas criaturas. É a tristeza mórbida e continuada que nos mata. Não estamos mencionando aqui sobre as eventuais tristezas, ou seja, as temporárias, que todos experimentamos.

É inegável que existe em nós uma intensa, constante e vigorosa atividade inconsciente. Calar as angústias não significa que essas foram assentadas, porém, sabemos hoje que, nossas memórias são arquivos das experiências que se alojam nas estratificações da consciência, movimentando-nos fluxos e refluxos de emersões e submersões determinando nossas escolhas.

Que saibamos dar vozes as nossas reais percepções e optemos por construir uma consciência mais lúcida para espelhar as nossas reais necessidades ante os desafios da vida.


Jane Maiolo


30 março 2019

Em torno do sexo - Emmanuel



EM TORNO DO SEXO


Pergunta - O Espírito que animou o corpo de um homem pode animar o de uma mulher, numa nova existência, e vice-versa? 

Resposta - Sim, pois são os mesmos os Espíritos que animam os homens e as mulheres. Item nº 201 de "O livro dos espíritos".

Ante os problemas do sexo, é forçoso lembrar que toda criatura traz os seus temas particulares, com referência ao assunto.

Atendendo à soma das qualidades adquiridas, na fieira das próprias reencarnações, o Espírito se revela, no Plano Físico, pelas tendências que registra nos recessos do ser, tipificando-se na condição de homem ou de mulher, conforme as tarefas que lhe cabe realizar.

Além disso a individualidade, muitas vezes, independentemente dos sinais morfológicos, encerra em si extensa problemática, em se tratando de vinculações e inclinações de caráter múltiplo. Cada pessoa se distingue por determinadas peculiaridades no mundo emotivo.

O sexo se define, desse modo, por atributo não apenas respeitável mas profundamente santo da Natureza, exigindo educação e controle. Através dele dimanam forças criativas, às quais devemos, na Terra, o instituto da reencarnação, o templo do lar, as bênçãos da família, as alegrias revitalizadoras do afeto e o tesouro inapreciável dos estímulos espirituais.

Desarrazoado subtrair-lhe as manifestações aos seres humanos, a pretexto de elevação compulsória, de vez que as sugestões da erótica se entranham na estrutura da alma, ao mesmo tempo que seria absurdo deslocá-lo de sua posição venerável, a fim de arremessá-lo ao campo da aventura menos digna, com a desculpa de se lhe garantir a libertação. Sexo é espírito e vida, a serviço da felicidade e da harmonia do Universo.

Conseguintemente, reclama responsabilidade e discernimento, onde e quando se expresse. Por isso mesmo, nossos irmãos e nossas irmãs precisam e devem saber o que fazem com as energias genésicas, observando como, com quem e para que se utilizam de semelhantes recursos, entendendo-se que todos os compromissos na vida sexual estão igualmente subordinados à Lei de Causa e Efeito; e, segundo esse exato princípio, de tudo o que dermos a outrem, no mundo afetivo, outrem também nos dará.


Pelo Espírito Emmanuel
Do livro: Vida e Sexo
Médium: Francisco Cândido Xavier

29 março 2019

O álcool matou minha vida - Maristela



O ÁLCOOL MATOU MINHA VIDA


Viver! Eu sempre amei viver! Sempre fui muito cuidadosa com o meu corpo. Saúde em primeiro lugar, atividade física e alimentação saudável; enfim, achava que iria viver por muitos anos. Eu acordava e tinha pressa em viver aquele dia intensamente sem perder um segundo sequer. Eu queria viver intensamente, ser feliz, fazer tudo que me era permitido e não deixava que o desânimo ou a preguiça diminuíssem minha energia e o meu gostar de viver.

Sempre fazia meus exames periódicos e, com moderação, eu bebia com meus amigos uma cerveja, outros dias uma vodka e assim eu passava os finais de semanas, tudo muito regrado e moderado.

Não havia exageros de minha parte e policiava as minhas amigas, sempre fui muito observadora e nada passava sem que eu não visse. Numa noite de sábado eu abusei do álcool e senti uma alegria que me contagiou e eu gostei, eu queria ficar com aquela leveza e sem timidez.

Foi muito bom, mas não percebi que aquele dia eu estava colocando minha vida em perigo por conta do vício.

Eu me achava superior a essas fraquezas pobres dos homens e sempre falava: “Sou superior, eu sei do meu limite, não se preocupe comigo.”

Doce e triste ilusão. Fui pega pelo maldito vício do álcool, e fui acabando com tudo que eu e minha família possuíamos, moral e financeiramente.

Fiquei hospitalizada em clínicas caríssimas de luxo, fugia e, em outras clínicas, fui colocada, mas, infelizmente, o vício era tão fulminante e cruel que foi cada vez mais levando o meu gosto de viver, a minha alegria. Veio a preguiça e o desânimo. Eu já não tinha forças para lutar e, quando cansada, eu só tinha um pensamento: quero vodka. Cheguei a beber coisas que me nego a dizer neste momento, pois não sei quem vai ter acesso a esta carta, não quero contaminar ninguém.

Hoje estou aqui para relatar o que vivi, para alertar os jovens como eu para o perigo da bebida. Ficar alerta quanto ao momento de parar e não deixar que a euforia do álcool seja maior que sua alegria natural de ser. Tudo que passa do normal é perigoso, é falso, é cruel e é o seu fim inconsciente.

Eu sou Maristela..., uma jovem de 23 anos, que amava viver e que deixou uma dose a mais levar a alegria de viver por uma falsa alegria de sobreviver.

Desencarnei de um modo muito triste e de forma lamentável, fui encontrada em uma viela, sufocada pelos meus vômitos, como uma moça qualquer e sem família. Ainda com vida, pedi perdão a Deus e aos meus familiares por não ter dado valor à vida que o Criador havia me proporcionado.

O vício me venceu, mas não quero que outros se percam como eu; em apenas uma noite de sábado, eu deixei o vício acordar dentro de mim, pois trazia esta tendência de outras vidas.

E chegando aqui, percebi que fui vitima de suicídio indireto.

Não deixem que os seus jovens caiam nesse perigo. O álcool mata a vida terrena, pois a vida continua além-túmulo.

Fiquem em paz.


Maristela
Médium: M. Nicodemos
Fonte: Grupo Socorrista Obreiros do Senhor Jerônimo Mendonça


28 março 2019

[Alerta aos Pais] Pais ausentes, Momo presente - Adeilson Salles



[ALERTA AOS PAIS] PAIS AUSENTES, MOMO PRESENTE


Não resta dúvida que estamos vivendo um tempo de grandes transformações no campo sociológico.

O avanço tecnológico influencia o comportamento de todos atingindo as crianças, que têm acesso a smartphones e tablets e outros recursos modernos.

Com a popularização desses recursos os “psicopatas cibernéticos” entram em nossos lares também se utilizando desses canais.

Por isso, precisamos estar atentos.

Algumas crianças que têm contato frequente com vídeos populares infantis vêm sendo vítimas da aparição da boneca Momo, que surge aleatoriamente durante desenhos como a Pepa, tão adorada pelos pequenos.

Em suas aparições a personagem sinistra faz desafios as crianças ensinando-as práticas suicidas.

É a ação das mentes doentias que promovem situações dolorosas como essa, que muitas vezes ocorre pelo espaço que a família vem cedendo para as distrações eletrônicas.

Por isso, peço aos pais que ocupem seus lugares, onde a família está presente com livros e brincadeiras esses instrumentos de perturbação e morte não lograrão influenciar.

Revistas especializadas em educação alertam para o perigo de deixar as crianças em companhia de celulares e outros instrumentos tecnológicos.

A permanência excessiva em companhia de vídeos trará em breve tempo novas enfermidades psicológicas, que podemos evitar adiando o contato das crianças com os celulares, que certamente são também responsáveis pela instauração dos vícios cibernéticos.

Pais e livros presentes, Momo ausente.

Não deixe seu filho assistir sozinho esses vídeos populares nos canais de internet.

Esteja presente na vida do seu filho!


Adeilson Salles
Fonte: Intelítera


27 março 2019

Onde o mal aparreça - Orson Peter Carrara



ONDE O MAL APAREÇA


Ler, pensar e refletir sobre os textos de Emmanuel é sempre oportunidade renovada de aprender continuamente. A capacidade de síntese desse notável benfeitor que se utilizou das mãos abençoadas de Chico Xavier para nos orientar através de seus textos é admirável. Suas linhas compactas, seus parágrafos e textos lúcidos ensinam muito. Daí a importância de nos debruçarmos sobre seus livros para saciar a sede de conhecimento e aprender muito. Seus romances clássicos ou seus livros de mensagens que comentam o Evangelho ou os livros da Codificação são preciosos.

No livro Rumo Certo, editado pela FEB, no capítulo 49, encontramos a importante reflexão: Não censures, de onde nos permitimos refletir sobre os ensinos ali contidos.

Ao convidar à não censura, Emmanuel já traz valioso ensino no início de sua abordagem: Onde o mal apareça, retifiquemos amando, empreendendo semelhante trabalho a partir de nós mesmos.

Note o leitor que diante de mal de qualquer origem, ela pede que nos retifiquemos amando, ao invés de apenas censurar, a partir de nós mesmos e na sequência relaciona exemplos do artista e do cirurgião que, utilizando atenção, carinho, paciência, retifica os quadros a que se dedicam ou se lhes apresentam, alcançando resultados em suas áreas específicas.

É que em tudo, como indica a sequência do texto que sugiro ao leitor conhecer na íntegra, ele destaca a importância da paciência para se alcançar resultados. Isso porque o progresso, a luz, a felicidade nasce da construção lenta do tempo. Citando Deus com sua esperança e paciência infinitas, coloca o exemplo magnífico da semente que se transforma para gerar os frutos de sua essência, através do tempo…

Parece-nos que o objetivo maior da linda mensagem é destacar que, diante das adversidades a que estamos expostos, nunca devemos nos desesperar ou desanimar. É preciso mesmo muita paciência para transformar as ocorrências em bênçãos de aprendizado e orientação.

É que Deus está em toda parte, opera por caminhos que desconhecemos e transforma tudo em aprendizado para que amadureçamos nas experiências. Isto é amor Divino. A experiência do próprio autor espiritual faz com que conclua a reflexão com a sabedoria que lhe é própria em linda frase: sempre que nos vejamos defrontados por dificuldades e incompreensões, saibamos servir com paciência e aprenderemos que, à frente dos problemas da vida, sejam eles quais forem, não existem razões para que venhamos a esmorecer ou desesperar.

Sim, porque Deus sempre permanece agindo através da sabedoria de suas leis e se usarmos a paciência nas dificuldades, superaremos os problemas e desafios e com uma grande vantagem: aprendemos algo mais, saímos amadurecidos. Afinal, tudo passa.


Por Orson Peter Carrara



26 março 2019

Ide e vivei o Evangelho - Bezerra de Menezes




IDE E VIVEI O EVANGELHO



É muito difícil a travessia do abismo sem a ponte do amor.

A grande noite de estrelas luminíferas vai cedendo lugar à estrela máxima do dia.

É a noite que precede o amanhecer da Nova Era.


Jesus, filhas e filhos do coração, espera que cumpramos o nosso dever, e este dever é o de nos darmos uns aos outros com fidelidade, com ternura.

Não vos preocupeis com os espinhos da estrada, nem com as dores.

Se não tivesse havido a morte não existiria a ressurreição.


Então, é necessário que morram as paixões inferiores para que resplandeça a luz da verdade em nossos corações.


Este é o momento de festival do ego, e as forças tenebrosas de ontem, de hoje e um pouco de amanhã enfrentam Aquele que é o Caminho da Verdade, que é a Vida pelos caminhos da luta.


Exultai porque conheceis Jesus, e exultai mais ainda porque Ele está anotando os vossos nomes no Livro do Reino dos Céus!


Não vos deixeis aturdir pelo tumulto, mantendo-vos na paz a qualquer preço.


Não vos preocupeis com aqueles que se vos fazem inimigos. Que vós cuideis de não ter inimigos, não ser, porque muitos outros passarão pelo caminho para vos esbordoar em nome dAquele que recebeu a bofetada tendo as mãos atadas às costas, porque o Evangelho é o renascer da vida que nos chega na segunda volta de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Ide e vivei o Evangelho!

Avançai no rumo certo da verdade e amai a qualquer preço.

Não há outra alternativa senão o amor para este momento de total integração no espírito da vida.


Que nos abençoe o Mestre de todos nós e recebei o abraço afetuoso dos Espíritos-espíritas que aqui estamos convosco nestes dias de conquista da plenitude espiritual. Muita paz, meus amigos, e o carinho do servidor humílimo e paternal de sempre.

Bezerra
Psicofonia do médium Divaldo Pereira Franco, ao término da sua conferência, na manhã de 17 de março de 2019, em Pinhais, na realização do programa da XXI Conferência Estadual Espírita promovida pela Federação Espírita do Paraná

25 março 2019

Tragédia Suzano (O espírito Luiz Sérgio fala dos bastidores espirituais dos jogos violentos) - Luiz Sérgio



TRAGÉDIA SUZANO
(O espírito Luiz Sérgio fala dos bastidores espirituais dos jogos violentos)


A vida humana vem sendo tratada banalmente feito um jogo qualquer. A competitividade entre as crianças e os jovens torna-se a cada dia uma prática rotineira revelando que o importante é vencer, é ser o melhor sempre.

O mundo infantojuvenil também é beneficiado pelas inovações tecnológicas de toda ordem. Por meio de computadores, telefones celulares e todo tipo de equipamento que interliga a mente ao mundo virtual, a conexão do pensamento acontece de maneira natural.

Toda essa modernidade, vinculada a uma educação muitas vezes omissa e permissiva, desencadeia os mais variados dramas na sociedade moderna.

Nesses dias de intensas lutas e grandes dores, as crianças e os jovens vêm sendo bombardeados emocionalmente pelos interesses materialistas.

Grande parte da humanidade não percebe que a tecnologia que deveria servir para diversão e educação do público infantojuvenil, na realidade, é poderoso instrumento e porta aberta para muitos dos males vivenciados nesses tempos.

Paralelamente a tudo isso, os espíritos seguem agindo, consoante os pensamentos e sentimentos das crianças e dos jovens. Não raras vezes, à medida que as crianças e jovens alienam-se por meio de jogos violentos e viciosos, espíritos obsessores aproveitam-se da fragilidade emocional desse público para insuflar a ideia suicida e promover suas ações de vingança.

O número de suicídios entre crianças e jovens cresce a cada dia.

A violência está se tornando um hábito comum, e a indiferença e a desvalorização da vida humana estão se transformando em verdadeira pandemia.

Alguns jogos eletrônicos, depois de praticados por muito tempo, têm o poder de promover a insensibilização de crianças e jovens.

São muitos os crimes praticados em todo mundo, que são plasmados e planejados no mundo espiritual, e incitados a se materializar pelos joysticks, aparentemente inofensivos.

Em um tempo em que os valores éticos morais são postos de lado e as referências positivas escasseiam, as mentes em formação ficam à deriva.

Estou de volta, para narrar minhas experiências e estudos, a respeito do que o mundo virtual pode promover na vida de crianças e jovens, principalmente daqueles que não recebem uma educação que imponha limites à permanência excessiva na vida virtual.

O fácil acesso às armas e os processos obsessivos deflagrados por mentes invisíveis atormentadas estão arrebatando a vida de muita gente.

Não inicio aqui uma campanha deliberada contra o mundo virtual, que isso seja compreendido.

Os games eletrônicos, quando utilizados com a devida disciplina, beneficiam positivamente as mentes em formação.

Nosso foco são os jogos violentos, visto que despertam os espíritos violentos de outras oportunidades reencarnatórias.

O endeusamento de esportes e jogos em que a agressão e o aniquilamento do outro garantem status social e simbolizam felicidade, precisa ser avaliado com mais cuidado.

A educação é um conjunto de ações no campo intelecto espiritual, que visa ao progresso do ser integral.

No retorno à dimensão espiritual, muitos games maníacos juvenis trazem em seu campo mental os personagens dos jogos eletrônicos aos quais se afeiçoaram, demandando tratamento e esforço de nossa parte, para que o equilíbrio seja restabelecido.

Mais do que nunca precisamos estar atentos à necessidade da educação integral do ser.

Quem acredita que a vida seja um game, lidando com ela de maneira displicente, terá de recolher as consequências e resultados dos games que escolheu.

Nosso desejo, ao apresentar os casos aqui narrados, é alertar os pais, educadores e jovens, que a mente infantojuvenil é um campo fértil, que necessita ser cuidado com responsabilidade e amor.

A vida não é um game, em que no final da disputa se pode apertar uma tecla e reiniciar o jogo, ela tem consequências, pois o espírito é imortal.

A vida na Terra não tem reset, restart. O recomeço pela reencarnação é sempre mais difícil e complicado, e o retorno não se dá pelo nosso bel-prazer.

Existem condições regidas pela Misericórdia Divina para que possamos retomar à vida na carne.

Se os homens soubessem verdadeiramente a logística que envolve um projeto reencarnatório, não tratariam a vida feito um jogo, uma brincadeira de vontades.

Para o espírito imortal não existe “Game Over”, mas as fases mal vividas de uma vida real, que podem trazer muitas dores e lágrimas.


Luiz Sérgio
Prefácio do livro "Game Over" do espírito Luiz Sérgio 
Pelo médium Adeilson Salles
Fonte: Intelítera

24 março 2019

Diante da Cólera - Cláudio Fajardo

 


DIANTE DA CÓLERA


“Vai, pois, povo meu, entra nos teus aposentos e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te por um pouco de tempo até que a cólera tenha passado.” (Isaías, 26: 20)

Um dos grandes segredos para que mantenhamos o equilíbrio e possamos alcançar a paz e a harmonia está no gerenciamento correto de nossas emoções.BR>
Somos os construtores do nosso destino, e assim, de bom ou de mau, o que nos ocorre foi semeado por nós mesmos, tendo na base de todo foco de tensão uma administração indevida de nossos anseios, e, consequentemente, dos pensamentos e ações.

Só podemos controlar o resultado de um sentimento se ele não for exteriorizado, pois a partir de então perdemos o domínio por entrar em ação forças que independem de nossa vontade. Resulta daí a importância que temos de dar à máxima: “vigiai e orai”.

Assim, se algo nos aborrece, se alguém nos irrita, ou se temos qualquer emoção em desequilíbrio, lembremos que somos nós quem comanda a reação; e se a carne é por vezes fraca, o espírito é sempre forte e é ele quem dirige as ações podendo muito bem ser controlada a emotividade e assim ajustado o comportamento à ordem natural.

Em momentos onde os transtornos imperam lembremos do poder “mágico” da oração e aquietemos em Deus o nosso coração. Jamais, se buscarmos com consciência, fé e amadurecimento, o auxílio do Eterno, ele faltará com Sua presença, a nos aquietar.

O aconselhamento do Profeta é sábio, e toda sabedoria deve ser praticada já, por tratar-se da Ciência de Deus: entra nos teus aposentos e fecha as tuas portas sobre ti, ou seja, vivencie propostas de auto-conhecimento, e reflita se na origem do aborrecimento não estivemos nós a lançar a primeira pedra. Esconde-te …, isto é, deixemos de lado fatores ligados ao personalismo, pois é essa a chaga dos tempos atuais a desencadear tantas enfermidades, basta um pouco de tempo de sintonia Superior para que possamos alcançar momentos indizíveis de paz e equilíbrio.

Quando tiver passado a cólera, que nada mais é do que uma superestimação de si mesmo, estaremos mais preparados para avaliar e agir; porquanto, com os pés no chão e o coração voltado ao Alto, aí sim poderemos nos manifestar, porque só quando nossas ações forem alicerçadas em sentimentos que encontrem sonoridade em Deus, teremos a convicção de não arrependermos diante das conseqüências que virão, com toda certeza.

Observa, pois, os mandamentos, os estatutos e as normas que eu hoje te ordeno cumprir. Se ouvirdes estas normas e as puserdes em prática, o Senhor teu Deus também, manterá a Aliança (…) ele te amará, te abençoará, e te multiplicará… (Deuteronômio, 7: 11 a 13).


Cláudio Fajardo de Castro


23 março 2019

Dependência psicológica da ajuda dos espíritos - Rita Foelker



DEPENDÊNCIA PSICOLÓGICA DA AJUDA DOS ESPÍRITOS


O espiritismo desencoraja formalismos e automatismos. Nenhum ritual mecanizado, nenhuma repetição de gestos e palavras pode substituir a energia da vontade e do sentimento. Como fé esclarecida por princípios racionais, o espiritismo solicita de seus adeptos reflexão em seus atos e compreensão da natureza das forças que agem além da matéria.

Muitos de nós, contudo, ainda precisamos de muletas psicológicas. Precisamos de noções e atos simples, freqüentemente automáticos, que nos dêem a sensação de estarmos amparados, ainda que não se sustentem perante uma análise mais aprofundada de seus mecanismos.

Refiro-me a práticas comuns como anotar os nomes das pessoas conhecidas no caderno de vibrações da casa. Ou receber o passe, obrigatoriamente, toda vez que se vai ao centro espírita, independente observarmos se estamos realmente necessitados ou não. Ou tomar a água fluida sempre que se chega ou que se sai, sentindo como se algo estivesse faltando quando não o fazemos.

Uma das coisas que sempre me chamou a atenção em Calunga , meu querido amigo espiritual, é sua constante orientação para que abandonemos esse tipo de atitude.

Com muita razão, ele pede para sermos responsáveis por nossos pensamentos, sentimentos e ações, pois quando, por exemplo, pegamos o caderno de vibrações e relacionamos os nomes de nossos familiares, amigos, vizinhos ou conhecidos, muitas vezes não sabemos se o caso de cada uma dessas pessoas necessita de um atendimento espiritual específico. Fazemo-lo por hábito, simplesmente.

Pensando melhor: será que já buscamos dialogar com cada um, ver se nós podemos ser úteis de alguma forma ao auxílio daquela criatura? Ou simplesmente delegamos a tarefa aos amigos espirituais e nos sentimos livres do encargo e, simultaneamente, com a consciência tranqüila por termos feito "algo"?

O passe é um recurso oferecido por todos os grupos espíritas de forma ampla e generosa. Mas não é por isso que precisamos abusar deste recurso. Antes de entrar na fila do passe como sempre, perguntemos a nós mesmos: sentimos que precisamos receber aquele tipo de ajuda naquele momento?

Será que já pensamos que além de receber o auxílio, é importante comparecer à casa espírita igualmente para doar algo de nós mesmos, sejam bons pensamentos, preces, amizade, companheirismo ou algumas horas de colaboração na manutenção do prédio, por exemplo?

Certamente, o Pai conhece nossas necessidades, bem como nosso carinho por aquelas pessoas de nosso círculo de relações que entendemos estar em sofrimento. Creio que isto seja levado em conta em cada caso particular. Entendo que nossas preces sinceras, todas elas, recebem um tipo de atendimento, não segundo nossos pedidos e inquietações, mas segundo a sabedoria presente nas leis divinas que governam nossos destinos.

Contudo, isso não nos exime do dever de amadurecer, de agir com consciência ao escrever um nome, ao fazer um pedido por qualquer pessoa ou ao sentarmo-nos para receber os eflúvios do passe.

Quanto às muletas psicológicas, se ainda precisamos, talvez já seja tempo de abandoná-las. Lembremo-nos da orientação do Mestre ao paciente recém-curado: "Levanta-te, toma o teu leito e anda" (Jo 5, 8).

Quando nos sentimos mais fortalecidos, tanto pela amorosa receptividade dos responsáveis pelo atendimento fraterno, quanto pelas energias do passe e pelas leituras e palestras que ouvimos, é o momento de pensar em abandonar hábitos antigos e caminhar com nossas próprias pernas.


Rita Foelker


22 março 2019

Nascer de Novo - Manoel Fernandes Neto



NASCER DE NOVO


Não lute contra os fatos; um dia você vai nascer de novo. Não pense que este nascimento será sereno. Na maioria das vezes, ele é dolorido, impiedoso, com poderes para nos tirar da harmonia. Mas você vai perceber, com o passar dos renascimentos, que foi a melhor coisa que poderia ter ocorrido com você. “Crescer dói” – você viverá isto na prática.

Nascer de novo não significa que você vai perder tudo que apreendeu em outras vivências. Não; isto, não seria justo, não é mesmo? Tantas dificuldades para nada? Isto não é coerente com a arquitetura cósmica. Você vai saber o que aprendeu, vai aplicar no novo cotidiano; os ensinamentos estarão integrados à sua natureza. Mas você não vai precisar lembrar como foi a lição. Isto é remoer aulas difíceis. Basta, de fato, saber o que foi apreendido.

Nascer de novo é olhar ao redor e ter um novo sentimento em relação a tudo. Desafetos antigos transformam-se em companheiros de jornada. Chateações aparentemente indissolúveis metamorfoseiam-se em equações a ser solucionadas. Amores e amizades ficarão mais fortes.

Este novo olhar não ocorre somente em relação a você. Chuva e sol vão parecer novos e diferentes para quem nasce de novo. Mexer na terra, ouvir um idoso, brincar com uma criança podem ser experiências indescritíveis em uma nova vida. O dia terá um sabor todo especial. Cada momento terá a divindade em relação ao número de vidas que você sabe que já acumulou. De repente, em um piscar de olhos, você percebe que nasceu de novo e tudo mais vira passado.

No entanto, nascer de novo é neutro. Pode ser bom, ou pode ser mais difícil. Depende de como você encara este fato novo, após os primeiros momentos do renascimento, quando, inevitavelmente, tudo parece tão espetacular que achamos que somos capazes de nunca mais cometer erros. Mas eles acontecem mesmo nesta nova vida. E depende de você a intensidade dos velhos enganos, ou a sabedoria dos novos aprendizados.

Nascer de novo é infinito como o Universo. Uma vida pode durar 10 décadas ou três segundos. Às vezes, as fronteiras entre o “velho” e o “novo” podem se entrelaçar durando um bom tempo, quando suas atitudes é que vão determinar quais desses estágios prevalecerão. Um novo parto, com suas alegrias e dores; ou um envelhecimento desprovido de respostas e recomeços.

Nascer de novo, acima de tudo, é um ato de Amor. Amor em relação a você mesmo e à sua jornada. Para nascer de novo, muitas vezes bastam novas decisões. Atitudes que tão covardemente adiamos em nome de hábitos arraigados de antigas existências. Fazer diferente, sem medos e culpas, tem se mostrado semente de novas vidas.

Assim, você vai aceitar, com naturalidade, que a qualquer momento você pode nascer de novo.

Manoel Fernandes Neto


21 março 2019

Os estranhos desejos da gestante - Ricardo Di Bernardi



OS ESTRANHOS DESEJOS DA GESTANTE



As aparentes extravagâncias da mulher grávida teriam como causas influências do espírito reencarnante. Não estamos aqui excluindo de maneira alguma o componente fisiológico. As profundas alterações hormonais, sob o comando da hipófise, a maestrina do concerto endócrino, são sem dúvida cofatores que interferem no psiquismo da gestante determinando tendências na esfera alimentar. Tendo sido feito esse alerta, cumpre-nos estudar a outra face da moeda.

Estando a estrutura do corpo espiritual da entidade reencarnante unida ao Chakra Genésico materno, passa a sofrer a influência de fortes correntes eletromagnéticas que lhe impõem a redução volumétrica já comentada. Ocorre a redução dos espaços intermoleculares da matéria perispiritual. Além dessa redução, toda a matéria excedente que não serve ao trabalho fundamental da refundição da forma é devolvida ao plano espiritual e reintegrada ao fluido cósmico universal.

No organismo materno, mais especificamente no Chakra Genésico, há uma função que lembra o trabalho de um exaustor de cozinha. Nesse aparelho doméstico se processa a absorção da gordura excedente, eliminando-a do ambiente. Conforme encontramos na obra Entre a Terra o Céu, capítulo XXX, o autor André Luiz se expressa da seguinte forma: O organismo materno, absorvendo as emanações da entidade reencarnante, funciona como um exaustor de fluidos em desintegração, fluidos estes que nem sempre são aprazíveis ou facilmente suportáveis pela sensibilidade feminina.

Há espíritos que por se acharem zoantropizados ou licantropizados (formas específicas de deformidades), portanto com a morfologia bastante alterada e acrescida de fluidos prejudiciais, sofrerão intenso processo de reabsorção fluídica por parte do psicossoma materno, gerando intensas e frequentes sensações psíquicas na gestante.

Essas sensações não têm tradução lógica em valores conhecidos aos sentidos físicos. Como são sensações, o cérebro decodifica em algo material que se expressa como: desejo de comer ou cheirar alguma coisa, fazer algo diferente etc. Portanto, embora seja inverdade que desejos insatisfeitos possam determinar defeitos físicos no bebê, mera crendice, os desejos existem e, quando não são tão absurdos como comer sabonete com cebola, não custa nada (às vezes) satisfazer a pobre da gestante...

Mas não exageremos...



Ricardo Di Bernardi
Obra: Gestação Sublime Intercâmbio
Fonte: Intelítera

20 março 2019

Algumas Considerações sobre a chacina na escola de Suzano - Fernando Rossit



CONSIDERAÇÕES SOBRE A CHACINA NA ESCOLA DE SUZANO


Uma sociedade doente produz pessoas doentes.

É preciso, em situações tão complexas como a chacina em Suzano, evitarmos explicações simplistas.

A família é a célula da sociedade, estamos exaustos de ouvir isso. Ora, célula doente, corpo (sociedade) doente.

Ainda não vi, até esse momento, a mídia buscar as opiniões de profissionais qualificados como psicólogos, pedagogos, sociólogos, psiquiatras para ajudarem a compreender esse tipo de tragédia.

Fácil entender por que: a sociedade é a responsável por tudo aquilo que cria. E isso é muito indigesto para as pessoas.

Preferível e muito mais cômodo excluir toda dissonância comportamental atribuindo à loucura e demência dos autores, como se extirpa um tumor do nosso corpo.

Ora, mas não fazemos todos nós parte da mesma família (sociedade)?

Na questão 813 de O Livro dos Espíritos, os mestres espirituais nos esclarecem que a sociedade tem que velar pela educação moral de seus membros.

Essa reflexão é, quase sempre, sumariamente rejeitada pelo simples fato de colocar cada um de nós como co-responsáveis pelos acontecimentos.

E isso não queremos admitir.

Preferível, então, eliminar o tumor maligno do corpo social a ter que aceitar que ele foi criado pela nossa própria incúria.

O garoto de 17 anos não tinha pai nem mãe. Não sabemos ainda se foi rejeitado ou não por eles. O fato é que foi criado e morava com a avó. Nada se falou sobre isso. Preferível o linchamento a assumir culpas e responsabilidades.

O ódio cega e impede a visão da realidade.

E na esteira desse ódio, vemos publicações de apoio a políticos que o incentivam por meio de propostas populistas como armamento da população e pena de morte.

O jornalista Josias de Souza alerta, em publicação no seu blog (13/03/19), “que uma das crises em que o Brasil está metido é uma crise de civilidade. A chacina na escola de Suzano (SP) é sintoma dessa crise. Isso era coisa de filme enlatado, era coisa de maluco norte-americano. E vai se incorporando à nossa realidade como mais uma anormalidade rotineira. Aos pouquinhos, a violência invade as últimas reservas ambientais urbanas: escolas, creches, igrejas…

A banalização da violência é coisa muito velha no Brasil. Mas os mortos não tinham rosto. Escondiam-se atrás de estatísticas que a rotina confinava nos rodapés das páginas de jornal. Só de raro em raro a imagem da penúltima chacina na periferia das grandes cidades pegava o país desprevenido no Jornal Nacional, entre uma novela e outra. De cadáver em cadáver, construímos uma ruína típica de guerra.

Nos últimos 11 anos, 553 mil pessoas foram assassinadas no Brasil. Na Síria, que convive com um conflito armado há mais de sete anos, morreram 500 mil no mesmo período. “

No Capítulo X do livro “Devassando o Invisível”, da extraordinária médium Ivonne Pereira, encontramos seríssimas advertências a respeito de nossa responsabilidade com a criminalidade, quando desdobrada se vê num local onde se situavam inúmeros homens que foram bandidos na Terra. O mentor explica para Ivonne que esses Espíritos, mesmo desencarnados, continuam a praticar crimes:

“A estes e a seus congêneres deve a sociedade do Rio de Janeiro grande percentagem dos acidentes que ocorrem diariamente nas vias públicas e domicílios: atropelamentos, quedas, quebraduras de braços e pernas, queimaduras, suicídios, homicídios, brigas….E’ a atmosfera em que vivem e se agitam, porque já eram afins com ela antes de passarem para a vida invisível. E’ o que constantemente inspiram, sugerem e incitam, encontrando no homem um colaborador passivo, que facilmente se deixa dominar por suas terríveis seduções.”

Ivonne Pereira pergunta então ao Mentor por que é permitido ocorrer tais monstruosidades. A resposta do Mentor é firme e muito precisa em argumentos:

– “Minha querida irmã! – explicou, veemente -, será oportuno considerar que, da mesma forma, monstruosidade será a sociedade deixar um órfão, ou um filho de pais miseráveis ou delinquentes, criar-se ao abandono pelas ruas… E a sociedade o faz, agora, e o fez com estes mesmos que estás vendo aqui (desencarnados). Monstruosidade será também omitir providência humanitária para que o jovem abandonado, ou o pobre, se instrua, eduque e habilite de modo a furtar-se à humilhação da ignorância, prendando-se na escola do dever e da honestidade…

No entanto, estes que aqui vemos (desencarnados) foram banidos pela sociedade, que lhes não facilitou escola, nem educação, nem exemplos bons, senão a dureza de coração com que os tratou… Não se instruíram porque não tiveram meios de remunerar professores, e as escolas públicas nem sempre são acessíveis aos deserdados, como estes foram.

Não puderam educar-se porque o lar é que modela os caracteres… Tal como os vemos, são ainda frutos da sociedade.

Tornaram-se criminosos inveterados na Terra e no Além, porque foram vítimas do crime delinquente do egoísmo da sociedade…”(g,n) Se pudéssemos resumir assunto tão complexo, assim faríamos: falta amor, a única saída para a violência e a dor.


Fernando Rossit


19 março 2019

Eu protesto - Divaldo P.Franco



EU PROTESTO


Lamentavelmente, a liberdade é uma conquista que nem todos os seres humanos compreendem. Alguns setores da sociedade confundem-na com a libertinagem, a permissão que lhes faculta o direito ao desrespeito a tudo quanto lhes perturba ou lhes impõe disciplina moral. Cada dia acompanhamos a perversão dos costumes e os atentados de vária ordem, utilizados insensatamente por esses libertinos escudados no direito que negam aos outros.

Não há muito, em nome da cultura, vimos exibir-se despido um homem no Museu de Arte Moderna de São Paulo, que se dispôs permitir-se apalpar por crianças em nome da liberdade. Outras exposições perversas foram apresentadas em Porto Alegre e em Belo Horizonte, em nome da arte, em espetáculos chulos e de baixo padrão moral, numa apresentação psicopatológica, exaltada pelos mesmos representantes do chamado progresso cultural. Há poucos dias, em São Paulo, no desfile do Carnaval, a Escola de Samba Gaviões da Fiel exibiu um quadro horripilante, ironizando Jesus, que era apresentado semidespido, surrado por Satanás, que o martirizava com um tridente, matando-O, enquanto caveiras sambavam em Sua volta. O espetáculo vulgar e agressivo mereceu a revolta de muitos foliões e pessoas outras que não puderam compreender a razão pela qual esse extraordinário vulto, considerado o maior da humanidade, cujo berço dividiu a História, naquela situação profundamente vexatória e agressiva não somente à Sua memória, assim como a todos aqueles que O respeitamos e cultuamos em nosso comportamento.

Com que direito esses sambistas arbitrários se permitiram denegrir a figura do Homem de Nazaré, respeitado mesmo por aqueles que não Lhe seguem as diretrizes filosóficas e religiosas? Esse comportamento viola todos os valores morais que a liberdade concede, naturalmente exigindo consideração ao direito dos outros. Sou espírita-cristão que aprendi com Ele a respeitar todas criaturas, credos e ateísmo, impositivos sociais e morais, não me podendo calar ante a afronta vil e zombeteira dos carnavalescos embriagados pelas paixões subalternas… Não é a primeira vez que a crueldade ateísta de alguns indivíduos tenta macular a figura incorruptível de Jesus. Incomodados com a grandeza e excelência dos Seus ensinamentos, que eles não têm valor moral para vivenciar, dominados por conflitos sexuais e de outra ordem, buscam desacreditar o incomparável pensador e Mestre, que vem iluminando a consciência da sociedade desde há dois mil anos.

Tem-se insistido em informar que Jesus era gay, em tentativa de diminuir-lhe a dignidade, e advogam, ao mesmo tempo, que os gays merecem todo respeito e consideração. Claro que os gays são credores de nosso respeito, pois que são pessoas normais e dignas, mas aqueles que assim procedem visam diminuir-Lhe o conceito de honradez, o que não deixa de ser um paradoxo. Espero que outros cristãos decididos apresentem a sua recusa e protesto a esses adversários da dignidade humana, demonstrando-lhes que as suas demências não servirão de modelo moral à sociedade em construção neste momento quando iniciamos uma Era Nova de justiça e amor. Jesus não é apenas um símbolo do Mundo melhor, mas o exemplo que é guia para a conquista da plenitude.


Divaldo P.Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, de 7 de março de 2019.
Fonte: Intelítera


18 março 2019

O que significa tanta violência ao nosso redor? - Adriana Machado



O QUE SIGNIFICA TANTA VIOLENCIA AO NOSSO REDOR?


Mais uma chacina! Agora, foi em uma escola em Suzano, no Estado de São Paulo. Jovens e adultos mortos após um ato de violência de dois adolescentes que, ao final, estavam mortos também.

A maioria de nós ficou se perguntando o que levou esses jovens a tomar essa atitude, porque, em nossa mente, há uma necessidade de entendermos o que leva alguém a atentar contra a vida alheia ou a sua própria, sem qualquer hesitação.

É possível que consigamos saber a resposta algum dia, mas, neste artigo, tendo como base essa tragédia, gostaria de não me apegar ao motivo, mas sim a descoberta de quem estamos segundo as posturas que adotamos frente a ela.

COMO REAGIMOS A SITUAÇÕES QUE NOS ESCANDALIZAM

  • Diante desta situação tão estarrecedora, qual foi ou está sendo a nossa postura? Como estão as nossas emoções e sentimentos?
  • Diante de tanta violência no mundo, como podemos viver tranquilos? Como podemos acreditar que dá para sair de casa e nos arriscar nas ruas onde parece que estamos totalmente desprotegidos?
Numa resposta singela, eu acredito que tentamos não pensar em nada disso, buscando acreditar que nada acontecerá conosco ou com quem a gente ama; que estamos entregando nas mãos de Deus e seguindo em frente, porque não temos muitas alternativas ou, se as temos, tomamos todas as providências que conhecemos para que essa violência não nos atinja.

E NOSSAS REFLEXÕES CONTINUAM...


Além destes questionamentos acima, cujas respostas não devem ser esquecidas, outros se fazem necessários para termos luz onde parece que há somente desesperança:


  • Porque estamos encarnados neste momento e neste país tão inseguro? 
  •   Porque estamos tendo que passar por isso?   
  • Se não retroagimos, porque parece que estamos dando passos para trás, quando antes pensávamos que estávamos mais adiantados espiritualmente?
 
PENSANDO ALÉM DO SER MATERIAL


Começo o meu raciocínio afirmando: eu acredito que não retroagimos jamais em nossa evolução, mas também acredito que podemos nos iludir diante de nosso próprio progresso moral. Quando pensamos que já aprendemos algo plenamente, vem a vida e nos traz várias oportunidades para nos enxergar agindo e reagindo às circunstâncias e nos desnudando frente à nossa própria consciência.

Sendo recorrente esse processo, podemos afirmar que ele deve ser o método que a vida entende ser verdadeiramente eficaz para nos fazer enxergar como realmente estamos, porque, infelizmente, em algumas experiências, ainda não sabemos diferençar quando estamos somente entendendo ou quando já aprendemos.

Em razão deste desconhecimento, nos surpreendemos quando, vivenciando alguma circunstância, nos vemos reagindo em contradição ao que dizemos acreditar ser o mais correto ética e moralmente.

Sejamos honestos:
  • Qual a nossa reação, emocional e racional, em circunstâncias como da chacina de Suzano? 
  • Em nosso pensar ou agir, somos superficial ou verdadeiramente cristãos? 
  • Se somos verdadeiramente cristãos, valorizamos o nosso aprendizado? 
  • Se somos superficialmente cristãos, quais os motivos que nos levam a acreditar que seria certo pensar ou agir diferentemente dos ensinamentos de nosso Mestre Nazareno[1]

As perguntas são muitas, não são? Mas, quero deixar claro que elas são necessárias para abraçarmos uma futura mudança porque serão as respostas delas que nos mostrarão o porquê de estarmos encarnados, cada um em um local do mundo, tendo que vivenciar os problemas nele existentes. Quanto a nós, brasileiros, vivemos em um país em desenvolvimento e a violência ainda faz parte de nosso cotidiano, infelizmente. Sobre este pormenor, quero expressar, dentre tantos, dois pontos de vista:
  • primeiro, se estou vivendo em um país violento, algo ainda preciso aprender. Se a violência está em mim, seja ela qual for, necessito dos bons exemplos da passividade, mas também de me deparar com uma violência semelhante ou maior do que a minha para perceber que ela não deveria ser tolerada, tampouco justificada quando é executada; 
  •  segundo, se hoje não vivo em um local violento, mas sinto que ainda há violência em mim apesar do ambiente que me cerca, posso somente ter tido a oportunidade de uma existência mais branda, onde não deixarei de aprender outras vertentes, ficando para outro momento a lapidação profunda do meu “Eu selvagem”.
Se assim é, conseguiremos encarar a atitude daqueles jovens com mais caridade? Conseguimos enxergá-los em nós, mas que, em razão de nossa busca em nos melhorar, já demos início o nosso aprimoramento?

Se vocês estão respondendo que não, eu trago outra pergunta: será que jamais mataríamos alguém, se nos deparássemos com aquele que colocou em perigo ou maltratou um amor de nosso coração?

COMO AGIR


A espiritualidade nos ensina, a cada texto psicografado, a sua visão ética e moral de amparo e auxílio aos irmãos que estão perdidos e que se encontram nas trevas. Não importa os débitos contraídos por eles, o auxílio e o amor empregado pelos “obreiros do senhor” serão sempre os mesmos.

Imagino que alguns de vocês já estão quase desistindo de ler porque estão pensando que, desta vez, eu estou “delirando” e que eu não sei o que digo, mas, isso não é verdade.

Tivemos muitos exemplos entre nós de pessoas comuns que superaram suas próprias dificuldades e nos mostraram que era possível serem melhores.

Claro que, se temos dificuldades ainda em aplicar alguns dos ensinamentos do Cristo, não será de um dia para o outro que os absorveremos. Eu mesma não sei o que faria se alguém fizesse mal a uma pessoa por mim amada, mas, o que eu sei é que tento todos os dias melhorar o meu Eu e enxergar o mundo com olhos mais sábios.

Para isso preciso acreditar que existe uma razão justa para todos nós estarmos aqui e nos depararmos com pessoas que parecem estar mais evoluídas ou mais atrasadas ética e moralmente que nós.

FINALIZANDO


Concluo, portanto, que o que nos dará a chance de não termos de voltar a repetir este “ano letivo” é aprendermos as lições que a vida nos oferece, sempre lembrando que o nosso professor é O melhor, O mais Misericordioso e O mais Justo.

Diante de tanta violência, de tantas dores, de tantas dificuldades, tentemos mudar o nosso pensar para compreendermos que as experiências (boas ou não tão boas) vivenciadas são úteis e necessárias para o nosso crescer; que com fé e/ou otimismo conseguiremos superá-las; e, compreendendo-as, passaremos com louvor para outros níveis de aprendizado.

Ao meu ver, o resultado prático dessa ação (= mudança de como encaramos a nossa realidade) já seria sentido por ficarmos de luto pelo sofrimento de pessoas que nos são desconhecidas (as famílias que tiveram os seus amados arrancados de suas vidas), mas, também ficarmos de luto pelos dois jovens assassinos que, apesar de poderem nos entristecer com as suas ações, não deixariam de ser vistos como nossos irmãos em Cristo e merecedores de outras oportunidades de crescimento[2].

[1] Ou outro mestre que vocês possuem como referência de luz e consolo para as suas almas.

[2] Em nenhum momento, estou defendendo a ideia que eles ou quaisquer outros não sejam responsabilizados pelos seus atos. Mas, que não os vejamos como monstros, porque estaríamos refletindo neles toda as nossas mazelas.

17 março 2019

Morte e Desligamento do Corpo Físico – Richard Simonetti



MORTE E DESLIGAMENTO DO CORPO FÍSICO


Morte física e desencarne não ocorrem simultaneamente. A morte física se dá com a morte cerebral. O Espírito desencarna quando se completa o desligamento, o que demanda algumas horas ou alguns dias.

Basicamente o Espírito permanece ligado ao corpo enquanto são muito fortes nele as impressões da existência física.

Indivíduos materialistas, que fazem da jornada humana um fim em si, que não cogitam de objetivos superiores, que cultivam vícios e paixões, ficam retidos por mais tempo, até que a impregnação fluídica animalizada de que se revestem seja reduzida a níveis compatíveis com o desligamento.

Certamente os benfeitores espirituais podem fazê-lo de imediato, tão logo se dê o colapso do corpo. No entanto, não é aconselhável, porquanto o desencarnante teria dificuldades maiores para ajustar-se às realidades espirituais. O que aparentemente sugere um castigo para o indivíduo que não viveu existência condizente com os princípios da moral e da virtude, é apenas manifestação de misericórdia. Não obstante o constrangimento e as sensações desagradáveis que venha a enfrentar, na contemplação de seus despojes carnais em decomposição, tal circunstância é menos traumatizante do que o desligamento extemporâneo.

Há, a respeito da morte, concepções totalmente distanciadas da realidade. Quando alguém morre fulminado por um enfarte violento, costuma-se dizer:

“Que morte maravilhosa! Não sofreu nada!”

No entanto, é uma morte indesejável.

Falecendo em plena vitalidade, salvo se altamente espiritualizado, ele terá problemas de desligamento e adaptação, pois serão muito fortes nele as impressões e interesses relacionados com a existência física.

Se a causa da morte é o câncer, após prolongados sofrimentos, em dores atrozes, com o paciente definhando lentamente, decompondo-se em vida, fala-se:

“Que morte horrível! Quanto sofrimento!”

Paradoxalmente, é uma boa morte.

Doença prolongada é tratamento de beleza para o Espírito. As dores físicas atuam como inestimável recurso terapêutico, ajudando-o a superar as ilusões do Mundo, além de depurá-lo como válvulas de escoamento das impurezas morais. Destaque-se que o progressivo agravamento de sua condição torna o doente mais receptivo aos apelos da religião, aos benefícios da prece, às meditações sobre o destino humano. Por isso, quando a morte chega, ele está preparado e até a espera, sem apegos, sem temores.

Algo semelhante ocorre com as pessoas que desencarnam em idade avançada, cumpridos os prazos concedidos pela Providência Divina, e que mantiveram um comportamento disciplinado e virtuoso. Nelas a vida física extingue-se mansamente, como uma vela que bruxuleia e apaga, inteiramente gasta, proporcionando-lhes um retomo tranquilo, sem maiores percalços.


Richard Simonetti
Livro: Quem tem medo da Morte