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05 junho 2019

O Ser mais perfeito - Martins Peralva


Bloch, Carl (1834 - 1890) 
Gethsemane (Altarpiece)


O SER MAIS PERFEITO


É o ser mais perfeito que o mundo conheceu, em todos os tempos. Ser divino, transcende os mais avançados conceitos e sublimes definições, enleando gênios notáveis que transitaram e transitam pelas sendas humanas, tocados pelas luminosas e excelsas manifestações de sua incomparável personalidade, rica de bondade e sabedoria, luz e amor.

Ele foi e continua sendo, na verdade, o ser mais perfeito da história da humanidade, iluminando, com o seu amor sem limites, os sofridos e redentores caminhos da Terra, nossa abençoada moradia-escola, que governa dos altíssimos cimos siderais. Não era médico, mas curava cegos e paralíticos; restituía a saúde às vítimas de terríveis enfermidades; limpava e recompunha corpos que doenças cruéis dilaceravam.

Andava por estradas palmilhadas por sofredores de todas as dores, enviando-lhes mensagens de eterna e suave esperança. Deixou rastros de luz que os séculos não apagaram, perpetuando inigualáveis clarões que superam os mais encantadores luares... Amava todos os homens, nivelando-os na balança de seu coração, santuário de bênçãos. Antes dele, nas estruturas sociais, “escravo era escravo, senhor era senhor”. Por ações e palavras, igualou ricos e pobres, nobres e plebeus, tornando-os partícipes dos bens celestiais, integrando-os na família universal, em ato de consagração da legítima fraternidade.

O doce magnetismo de sua voz ecoa, serenamente, por toda a Terra: nos campos floridos e agrestes, nas encostas silentes, nos lagos poéticos, nos palácios e choupanas, dissipando a tristeza, enxugando lágrimas, lenindo aflições. A paz interior, à maneira de nota musical provinda de alturas inatingíveis, inundava de vida total a alma dos seres e das coisas, aquietando mares e florestas, compondo, em divina orquestração, a sinfonia da esperança, o cântico da imortalidade.

Sua palavra, ora mansa, ora enérgica, reavivava, em prodigiosa metamorfose, sonhos fugazes, anseios angustiosos. A túnica, de alvura ímpar, semelhante às nuves mais lindas e claras, parecia um pedaço de céu vestindo um corpo de luz diáfana. As modestas sandálias pisavam caminhos pedregosos, onde cresciam dilacerantes espinhos.

Ao longo de sinuosas veredas e aprazíveis sítios, que se confraternizavam no abraço das árvores, semeava, semeava, semeava... amparando enfermos que ele curava com palavras, gestos, e, às vezes, com um simples olhar, do qual fluíam compreensão e ternura. Vistosas cidades e aldeolas tranquilas, mansões e tugúrios absorviam-lhe, por igual, o verbo renovador.

Dos celeiros de Deus, recolhia os bens da vida perene, distribuindo-os com homens e mulheres, crianças e velhos, concitando-os à aquisição dos imarcescíveis dons da fé, dizendo-lhes, ternamente: “Não se turbe o vosso coração, credes em Deus, crede também em mim”.

O ser mais perfeito está aniversariando! Flores perfumadas, rosas coloridas enfeitam os jardins, na esplêndida antevisão da humanidade, pronunciando-lhe o nome querido: Jesus!

Martins Peralva

Jornal: Estado de Minas - 29 de dezembro de 1995
Livro: Evangelho Puro, Puro Evangelho – Na Direção do Infinito Martins Peralva, organização de Basílio Peralva. Vinha de Luz Serviço Editorial


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