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21 setembro 2021

Como explicar o suicídio? - Donizete Pinheiro

 
COMO EXPLICAR O SUICÍDIO?

A pergunta é de relevância para a Humanidade. Anualmente, milhares de pessoas deixam este mundo pelas portas falsas do suicídio. Os motivos variam: desgosto sentimental, falência financeira, miséria, solidão ou doenças incuráveis, que levam ao desespero e à perturbação.

No fundo, porém, a causa verdadeira do suicídio é a falta de uma fé forte em Deus e o desconhecimento da realidade espiritual. O materialista acha que sua existência é um acaso da natureza. Ele existe e daqui a pouco vai deixar de existir. Se a vida não lhe parece boa, se não teve sorte, não há razão para continuar vivendo. Já o incrédulo acredita em Deus, mas duvida de sua misericórdia e de sua justiça, achando que alguns foram privilegiados e outros relegados ao sofrimento. Não vê justificativa para tanta dor e miséria, considera-se uma vítima e, sem perspectivas de mudanças, resolve abandonar a vida e matar-se.

Como a fé não é sentimento que se consiga transferir de uma criatura para outra, as religiões não têm oferecido argumentos suficientes para baixar a taxa de suicídios, o que poderá acontecer quando as pessoas tiverem o conhecimento de como a vida continua depois da morte. Até pouco tempo, havia para a Humanidade três alternativas: o céu, o purgatório ou o inferno. Acredita-se ainda no céu beatífico, porque satisfaz o nosso ego. Mas muita gente já não pensa num inferno onde o pecador – a grande maioria – vai arder para sempre. O ser humano moderno, que avançou na inteligência, precisa de informações mais lógicas quanto à Espiritualidade, pois senão descamba mesmo para a incredulidade ou até para o materialismo. É preciso que a nossa fé seja robustecida pela razão.

E a mediunidade é instrumento eficaz na luta contra o suicídio. Por mais que se combata, ninguém vai conseguir evitar a manifestação dos Espíritos, porque eles estão por todos os lados. Nossos decretos não os atingem. Dê-se aos Espíritos o nome que se quiser – anjo, demônio, espírito imundo, espírito-santo –, não deixarão de ser o que são: as próprias pessoas, mas sem o corpo morto.

E são as almas dos chamados “mortos” que nos relatam o que acontece com o suicida na Espiritualidade. A primeira grande decepção é saber que não morreu, que não deixou de existir ou que não dormirá para sempre. A segunda é que não conseguiu pôr fim à dor que o atormentava, mas, pelo contrário, a centuplicou. Além do mal que atingia o físico, e que com a morte é transferido para o corpo espiritual, é atormentado por outras dores e perturbações em decorrência do tipo de morte que escolheu: por exemplo, se foi enforcamento ou afogamento, carregará por onde for a asfixia, a falta de ar, a dor no pescoço ou no peito. A terceira decepção, causa de grande dor, é a solidão, a separação das pessoas que amava e que poderiam lhe ajudar; e a convivência com estranhos, almas no mesmo sofrimento ou Espíritos inferiores que dele se aproveitam.

Embora inevitável o sofrimento, a forma como o Espírito suicida chega no mundo espiritual é sempre muito variada, porque Deus leva em conta a intenção e a maturidade da criatura. Por isso, uma jovem desesperada e depressiva poderá ser socorrida pelos mentores espirituais e conduzida a hospitais, ao passo que um criminoso egoísta e descrente será deixado à própria sorte, até que se arrependa e suplique por socorro.

O princípio da salvação para esses irmãos infelizes é sempre aceitar Deus e suas leis; após, terão ainda que retornar à Terra em outros corpos, possivelmente, em condições de sofrimento, para o reequilíbrio, e só depois recomeçarão as provas que interromperam com o ato insano.

Por esses motivos, valorizemos a nossa vida, confiemos que Deus nos ampara nos momentos difíceis, suportemos as nossas dores com resignação ativa e aguardemos os bons frutos que nos estão reservados. Suicídio jamais!


Donizete Pinheiro*
Fonte: Agenda Espírita Brasil
 
*Escritor, editor do periódico Ação Espírita, diretor de doutrina do Grupo Espírita Jesus de Nazaré, em Marília, SP.

Nota do Autor:  Texto do capítulo 22 de livro do autor.


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