Por que, historicamente, a mulher vem sendo discriminada em relação ao homem, como se fosse mera coadjuvante deste, um ser inferior, ou menos inteligente?
Algumas metáforas bíblicas, entre elas a da criação da mulher a partir da costela do homem, parecem reforçar esse preconceito absurdo. Não vai longe o tempo em que a Igreja – liderada até os presentes dias pelo clã masculino – colocou em deliberação num Concílio se a mulher tinha ou não alma, pelo fato de que Deus não lhe soprou nas narinas o fôlego da vida, como teria feito com o homem.1
Em suas raízes etimológicas, a palavra homem designa a espécie humana (mulher ou homem), mas que, talvez por falta de outro termo específico mais adequado, vem sendo utilizada também para representar o gênero masculino, o que leva a algumas confusões de interpretação, pois, dependendo do contexto, ora expressa uma coisa, ora outra.
O Espiritismo, em harmonia com as leis da natureza, projeta luz sobre essa tormentosa questão, esvaziando de uma vez por todas a chamada guerra dos sexos, pois revela que o ser humano é um Espírito encarnado, que ora habita um corpo masculino, ora um corpo feminino.
Essa descoberta nos remete a uma outra interpretação mais coerente da metáfora bíblica: Deus criou o Espírito simples e ignorante que, ao encarnar, toma a forma de mulher ou de homem, conforme as circunstâncias e as necessidades, o qual, no corpo correspondente à sua sexualidade, assume funções diferentes em complementaridade, para que se processe o desenvolvimento antropológico, que permite a evolução intelecto-moral da Humanidade, sem que com isso perca a igualdade essencial de filho de Deus.
Assim, tanto Eva quanto Adão, emblemas dos sexos, têm a mesma origem, pois representam a espécie humana, saídos, simbolicamente, um do outro: o osso da costela sugere a igualdade entre ambos, visto que pertence a uma parte do corpo ao lado, nem inferior nem superior, que protege o coração, símbolo da vida e do sentimento.
O movimento feminista teve seu auge e em alguns momentos perdeu seu foco, quando foi ao duelo, como se homem e mulher fossem cópias um do outro e que tivessem de fazer coisas exatamente iguais.
Passados esses momentos iniciais de reação quase mórbida à opressão masculina, a mulher, entrando no mercado de trabalho e conquistando direitos básicos como o de votar e de ser votada, de ascender nas carreiras profissionais, sem renunciar à vocação que o papel feminino lhe outorga, começou a descobrir que a sua força estava exatamente onde se pensava ser mais frágil:
O papel da mulher é imenso na vida dos povos. Irmã, esposa ou mãe, é a grande consoladora e a carinhosa conselheira. Pelo filho é seu o porvir e prepara o homem futuro. Por isso, as sociedades que a deprimem, deprimem-se a si mesmas. A mulher respeitada, honrada, de entendimento esclarecido, é que faz a família forte e a sociedade grande, moral, unida!2
Os pesquisadores da Medicina de Gênero, ramo que nasceu em meados da década de 90, descobriram, surpresos, que as diferenças fisiológicas entre homens e mulheres vão muito além da aparência dos órgãos reprodutores. Só para exemplificar, o cérebro dos homens é, em média, 15% maior e 10% mais pesado, mas, no cérebro das mulheres, as conexões entre os neurônios são mais numerosas.
Nos últimos vinte anos, as investigações científicas revelaram que homens e mulheres pensam, agem e sentem de modo completamente distinto. Eles e elas enxergam, fazem a digestão, sentem cheiros, respiram e transpiram de forma diferente. O coração deles bate de um jeito e o delas de outro. O pulmão, o sistema imunológico, a audição, o paladar, a pele…3, diferenças que recomendam condutas específicas para cada um, tanto na prevenção como no tratamento de diversos males.
Essas diferenças físicas que influenciam o comportamento psicológico da mulher são indícios de que há um planejamento superior, a respaldar o amor feminino, considerado uma das forças mais respeitáveis na Criação divina.4
Kardec, consolidando os ensinamentos de Jesus, resgatou o valor da mulher sob a luz da revelação espírita, alertando que o princípio da igualdade entre ela e ele está assentado nas leis da Natureza, igualdade essa que é de essência espiritual e não de natureza externa, tendo em vista o papel social que cada um é chamado a desempenhar no processo evolutivo da Humanidade:
Os Espíritos encarnam como homens ou como mulheres, porque não têm sexo. Como devem progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhes oferece provações, deveres especiais e novas oportunidades de adquirir experiência. Aquele que fosse sempre homem só saberia o que sabem os homens.5
Portanto, a desigualdade que existe entre homem e mulher é de funções e não de direitos. A própria legislação brasileira reconhece essa distinção de funções, quando, por exemplo, leva em conta a organização física dos trabalhadores de sexos diferentes, estabelecendo o limite de peso que a mulher deve suportar, em relação ao homem, bem como quando estabelece idade distinta para aposentadoria, em razão do sexo, isso sem falar no período de licença-maternidade, por motivos óbvios.
A maternidade é uma das missões sublimes concedida à mulher, a qual tem grande poder no papel de educadora, pois gera em seu próprio seio e sustenta a infância dos homens do amanhã. Todavia, muitas vezes por falta de autoconhecimento, esse poder ainda é utilizado de forma precária, ou algumas vezes empregado indevidamente.
O fato de se despontar na vida profissional, nos estudos, na ciência ou em qualquer ramo do saber, decorrência natural da liberdade e da dignidade a que também faz jus, não significa que a mulher deva descurar de seu apostolado de guardiã do instituto da família e da sua elevada tarefa na condução das almas trazidas ao renascimento físico.6
É claro que a emancipação acarreta-lhe maiores responsabilidades, submetendo-a a estafantes jornadas de trabalho, em detrimento dos filhos, fazendo-se indispensável conciliar, com bom senso, suas atividades profissionais com o papel de mãe, pelo que merece o apoio não só de leis que a amparem em suas necessidades específicas, mas também do consorte, no sentido de dividirem responsabilidades comuns ao casal.
Enfim, perante as leis de Deus, não se justifica que o homem ostente privilégios ou falsa superioridade em relação à mulher, como ainda acontece na atualidade. Deus outorgou a ambos a inteligência e a faculdade de progredir: a emancipação da mulher acompanha o progresso da civilização; sua escravização marcha para a barbárie.7
Ao que parece, a discriminação da mulher repousa principalmente na visão reducionista da vida. O desconhecimento das leis espirituais, especialmente da reencarnação, favorece os abusos cometidos pelo homem, que se prevalece de sua força física e do exercício da razão sem o tempero do sentimento e do amor. Não raro, essa conduta contribui para arrojar a parceira indefesa nos vícios da corrupção moral, entre eles a sensualidade exacerbada e a prática do sexo sem responsabilidade, que muitas vezes descamba para o nefando crime do aborto.
O escritor e poeta francês Victor Hugo (1802-1885) gravou em letras indeléveis um belo poema, que enaltece, em perfeito equilíbrio, os parceiros de evolução, no qual inicia dizendo que o homem é a mais elevada das criaturas, enquanto a mulher é o mais sublime dos ideais, e encerra afirmando que ele está colocado onde termina a Terra e ela onde começa o céu.
A ciência médica, por meio de alguns setores da comunidade científica, bafejada pelos ensinos espíritas, começa a dar seus primeiros passos, no sentido de investigar também os ascendentes espirituais que ditam a marcha da mulher para a realização plena de sua missão na Terra: a de mediadora da vida, função maior do que aquela conferida ao homem, pois é ela quem lhe dá as primeiras noções de vida.8 Ampará-la nessa sublime missão é um dever e também uma missão dos Espíritos temporariamente encarnados no sexo masculino.
Algumas metáforas bíblicas, entre elas a da criação da mulher a partir da costela do homem, parecem reforçar esse preconceito absurdo. Não vai longe o tempo em que a Igreja – liderada até os presentes dias pelo clã masculino – colocou em deliberação num Concílio se a mulher tinha ou não alma, pelo fato de que Deus não lhe soprou nas narinas o fôlego da vida, como teria feito com o homem.1
Em suas raízes etimológicas, a palavra homem designa a espécie humana (mulher ou homem), mas que, talvez por falta de outro termo específico mais adequado, vem sendo utilizada também para representar o gênero masculino, o que leva a algumas confusões de interpretação, pois, dependendo do contexto, ora expressa uma coisa, ora outra.
O Espiritismo, em harmonia com as leis da natureza, projeta luz sobre essa tormentosa questão, esvaziando de uma vez por todas a chamada guerra dos sexos, pois revela que o ser humano é um Espírito encarnado, que ora habita um corpo masculino, ora um corpo feminino.
Essa descoberta nos remete a uma outra interpretação mais coerente da metáfora bíblica: Deus criou o Espírito simples e ignorante que, ao encarnar, toma a forma de mulher ou de homem, conforme as circunstâncias e as necessidades, o qual, no corpo correspondente à sua sexualidade, assume funções diferentes em complementaridade, para que se processe o desenvolvimento antropológico, que permite a evolução intelecto-moral da Humanidade, sem que com isso perca a igualdade essencial de filho de Deus.
Assim, tanto Eva quanto Adão, emblemas dos sexos, têm a mesma origem, pois representam a espécie humana, saídos, simbolicamente, um do outro: o osso da costela sugere a igualdade entre ambos, visto que pertence a uma parte do corpo ao lado, nem inferior nem superior, que protege o coração, símbolo da vida e do sentimento.
O movimento feminista teve seu auge e em alguns momentos perdeu seu foco, quando foi ao duelo, como se homem e mulher fossem cópias um do outro e que tivessem de fazer coisas exatamente iguais.
Passados esses momentos iniciais de reação quase mórbida à opressão masculina, a mulher, entrando no mercado de trabalho e conquistando direitos básicos como o de votar e de ser votada, de ascender nas carreiras profissionais, sem renunciar à vocação que o papel feminino lhe outorga, começou a descobrir que a sua força estava exatamente onde se pensava ser mais frágil:
O papel da mulher é imenso na vida dos povos. Irmã, esposa ou mãe, é a grande consoladora e a carinhosa conselheira. Pelo filho é seu o porvir e prepara o homem futuro. Por isso, as sociedades que a deprimem, deprimem-se a si mesmas. A mulher respeitada, honrada, de entendimento esclarecido, é que faz a família forte e a sociedade grande, moral, unida!2
Os pesquisadores da Medicina de Gênero, ramo que nasceu em meados da década de 90, descobriram, surpresos, que as diferenças fisiológicas entre homens e mulheres vão muito além da aparência dos órgãos reprodutores. Só para exemplificar, o cérebro dos homens é, em média, 15% maior e 10% mais pesado, mas, no cérebro das mulheres, as conexões entre os neurônios são mais numerosas.
Nos últimos vinte anos, as investigações científicas revelaram que homens e mulheres pensam, agem e sentem de modo completamente distinto. Eles e elas enxergam, fazem a digestão, sentem cheiros, respiram e transpiram de forma diferente. O coração deles bate de um jeito e o delas de outro. O pulmão, o sistema imunológico, a audição, o paladar, a pele…3, diferenças que recomendam condutas específicas para cada um, tanto na prevenção como no tratamento de diversos males.
Essas diferenças físicas que influenciam o comportamento psicológico da mulher são indícios de que há um planejamento superior, a respaldar o amor feminino, considerado uma das forças mais respeitáveis na Criação divina.4
Kardec, consolidando os ensinamentos de Jesus, resgatou o valor da mulher sob a luz da revelação espírita, alertando que o princípio da igualdade entre ela e ele está assentado nas leis da Natureza, igualdade essa que é de essência espiritual e não de natureza externa, tendo em vista o papel social que cada um é chamado a desempenhar no processo evolutivo da Humanidade:
Os Espíritos encarnam como homens ou como mulheres, porque não têm sexo. Como devem progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhes oferece provações, deveres especiais e novas oportunidades de adquirir experiência. Aquele que fosse sempre homem só saberia o que sabem os homens.5
Portanto, a desigualdade que existe entre homem e mulher é de funções e não de direitos. A própria legislação brasileira reconhece essa distinção de funções, quando, por exemplo, leva em conta a organização física dos trabalhadores de sexos diferentes, estabelecendo o limite de peso que a mulher deve suportar, em relação ao homem, bem como quando estabelece idade distinta para aposentadoria, em razão do sexo, isso sem falar no período de licença-maternidade, por motivos óbvios.
A maternidade é uma das missões sublimes concedida à mulher, a qual tem grande poder no papel de educadora, pois gera em seu próprio seio e sustenta a infância dos homens do amanhã. Todavia, muitas vezes por falta de autoconhecimento, esse poder ainda é utilizado de forma precária, ou algumas vezes empregado indevidamente.
O fato de se despontar na vida profissional, nos estudos, na ciência ou em qualquer ramo do saber, decorrência natural da liberdade e da dignidade a que também faz jus, não significa que a mulher deva descurar de seu apostolado de guardiã do instituto da família e da sua elevada tarefa na condução das almas trazidas ao renascimento físico.6
É claro que a emancipação acarreta-lhe maiores responsabilidades, submetendo-a a estafantes jornadas de trabalho, em detrimento dos filhos, fazendo-se indispensável conciliar, com bom senso, suas atividades profissionais com o papel de mãe, pelo que merece o apoio não só de leis que a amparem em suas necessidades específicas, mas também do consorte, no sentido de dividirem responsabilidades comuns ao casal.
Enfim, perante as leis de Deus, não se justifica que o homem ostente privilégios ou falsa superioridade em relação à mulher, como ainda acontece na atualidade. Deus outorgou a ambos a inteligência e a faculdade de progredir: a emancipação da mulher acompanha o progresso da civilização; sua escravização marcha para a barbárie.7
Ao que parece, a discriminação da mulher repousa principalmente na visão reducionista da vida. O desconhecimento das leis espirituais, especialmente da reencarnação, favorece os abusos cometidos pelo homem, que se prevalece de sua força física e do exercício da razão sem o tempero do sentimento e do amor. Não raro, essa conduta contribui para arrojar a parceira indefesa nos vícios da corrupção moral, entre eles a sensualidade exacerbada e a prática do sexo sem responsabilidade, que muitas vezes descamba para o nefando crime do aborto.
O escritor e poeta francês Victor Hugo (1802-1885) gravou em letras indeléveis um belo poema, que enaltece, em perfeito equilíbrio, os parceiros de evolução, no qual inicia dizendo que o homem é a mais elevada das criaturas, enquanto a mulher é o mais sublime dos ideais, e encerra afirmando que ele está colocado onde termina a Terra e ela onde começa o céu.
A ciência médica, por meio de alguns setores da comunidade científica, bafejada pelos ensinos espíritas, começa a dar seus primeiros passos, no sentido de investigar também os ascendentes espirituais que ditam a marcha da mulher para a realização plena de sua missão na Terra: a de mediadora da vida, função maior do que aquela conferida ao homem, pois é ela quem lhe dá as primeiras noções de vida.8 Ampará-la nessa sublime missão é um dever e também uma missão dos Espíritos temporariamente encarnados no sexo masculino.
Christiano Torchi
Fonte: FEP
Fonte: Luz Espírita - Espiritismo em Movimento
Fonte: FEP
Fonte: Luz Espírita - Espiritismo em Movimento
Referências:
1. BÍBLIA, N. T. Gênesis. Português. Bíblia sagrada. Tradução de Antônio Pereira de Figueiredo. São Paulo: Paumape, 1979. 2:7.
2.DENIS, Léon. O problema do ser, do destino e da dor. 16. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1991. pt. 2, cap. XIII, As vidas sucessivas. A reencarnação e suas leis, p. 178.
3. A MEDICINA revela a mulher de verdade. Revista VEJA, São Paulo, Abril, n. 1.998, p. 79, mar. 2007.
4. XAVIER, Francisco C. Ação e reação. Pelo Espírito André Luiz. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1980. cap. 12, Dívida agravada, p. 167.
5. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 83. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. q. 202.
6. VIEIRA, Waldo. Conduta espírita. Pelo Espírito André Luiz. 15. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1991. cap. 1, Da mulher, p. 17.
7. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 83. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. q. 822-a.
2.DENIS, Léon. O problema do ser, do destino e da dor. 16. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1991. pt. 2, cap. XIII, As vidas sucessivas. A reencarnação e suas leis, p. 178.
3. A MEDICINA revela a mulher de verdade. Revista VEJA, São Paulo, Abril, n. 1.998, p. 79, mar. 2007.
4. XAVIER, Francisco C. Ação e reação. Pelo Espírito André Luiz. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1980. cap. 12, Dívida agravada, p. 167.
5. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 83. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. q. 202.
6. VIEIRA, Waldo. Conduta espírita. Pelo Espírito André Luiz. 15. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1991. cap. 1, Da mulher, p. 17.
7. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 83. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. q. 822-a.
8. Op. cit. q. 821.
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