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07 março 2022

Mundos Habitados - Martins Peralva


MUNDOS HABITADOS

LE 55: — São habitados todos os globos que se movem no Espaço?
R. — Sim e o homem terreno está longe de ser, como supõe, o primeiro em inteligência, em bondade e perfeição.

Temos, assim, no Espaço Incomensurável, mundos-berços e mundos-experiências, mundos-universidades e mundos-templos, mundos-oficinas e mundos-reformatórios, mundos-hospitais e mundos-prisões. - Emmanuel

O ensino dos Espíritos, ao ditarem a codificação do Espiritismo, confirma plenamente a referência de Nosso Senhor Jesus-Cristo, de que “na casa de meu Pai há muitas moradas”.

Podemos conceituar de três maneiras, para efeito de estudo, a palavra “moradas”, mencionada no Evangelho:

a) — Os mundos que formam o Universo, onde outras humanidades realizam a marcha evolutiva.

b) — As diversas zonas espirituais, superiores ou inferiores, além das fronteiras físicas, onde a vida palpita com a mesma intensidade das metrópoles humanas. 
 
c) — Os vários departamentos da Mente, onde se demoram pensamentos e reações, dramas e tragédias, anseios e realidades do Espírito.

A ciência moderna, evoluindo e reformulando conceitos clássicos, admite já, além do nosso, a existência de outros mundos, nos quais há possibilidades de vida, confirmando, assim, assertiva das entidades superiores na obra que é a pedra angular da filosofia espírita: “O Livro dos Espíritos”.

Ninguém poderá imaginar quantos mundos realmente existem, habitados; mas, nenhum espírita põe dúvida em que inúmeras humanidades vivem nesses mundos, felizes, uns, infelizes, outros.

Para que os adeptos do Espiritismo creiam na existência de outros orbes, nos incontáveis departamentos da Vida Universal, há razões de :
 
a) — Ordem científica.

b) — Ordem filosófica.

c) — Ordem religiosa ou evangélica.

No que se refere aos argumentos científicos, perguntaríamos: Por que haveria de ser a Terra o centro do Universo, quando nem o é do sistema planetário solar, pelo pouco ou quase nada que representa diante de milhões de fabulosos astros que navegam, equilibrados pela mecânica celeste, no Espaço Incomensurável?

Vejamos:
O Sol — centro do nosso sistema — é 1.300.000 vezes maior do que a Terra, mas é alguns milhões de vezes menor do que Antares.

O brilho de Canópus é 80.000 vezes superior ao brilho do Sol.

Urano é 70 vezes maior do que a Terra, pequenina laranja dentro de nosso sistema.

Capela é 5.800 vezes maior do que o Sol.

Júpiter, que maravilha — 12 satélites conhecidos!...

A Via-Láctea é um turbilhão fabuloso de sóis, de todas as dimensões e claridades, que a moderna astronomia não consegue contar, mas que avalia em mais de 200. 000. 000. . .

Assim, pelo exposto, os argumentos científicos sustentam-se nos seguintes fatores essenciais:

a) — Posição
b) — Volume
c) — e Constituição, em relação a outros mundos.

Por que, com semelhante insignificância dimensional, seria o nosso pequenino e desajeitado orbe a razão de ser da própria vida da humanidade e o núcleo polarizador de milhões de galáxias?!....

Sob o ponto de vista filosófico, transitam as almas por vários mundos, purificando-se, cada vez mais, e adquirindo a sabedoria que as tornará realmente perfeitas.

O espírito reencamado, hoje, na Terra, poderá, amanhã, estar em Marte ou Vênus, em Saturno ou Júpiter, para citar, apenas, quatro dos nove componentes do nosso sistema planetário.

O aprendizado, a colheita de experiências, o acúmulo dos valores eternos não se verificam tão-somente na Terra, mas em diversas “moradas do Pai”, conforme o ensino de Jesus quanto à pluralidade dos mundos habitados, ao qual plenamente se ajustaria a codificação espírita, em 1857, com base nos seguintes argumentos, nada lisonjeiros para o globo terrestre:

a) — Atraso moral dos terrícolas.

b) — Atraso científico.

c) — Atraso cultural em relação aos mundos habitados, onde os grandes homens da Terra se apresentariam na condição de alunos incipientes.

“Enquanto o homem se encaminha para a Lua, estudando-a de perto, comove-nos pensar que a Doutrina Espírita se referia à pluralidade dos mundos habitados precisamente há um século”, observa Emmanuel.

O argumento religioso, ou evangélico, ninguém desconhece e dispensa maiores comentários, eis que se apóia na palavra do Cristo: “Na casa de meu Pai há muitas moradas.”

E, ainda: “Tenho outras ovelhas que não são deste redil.”

Os departamentos da Mente são, a nosso ver, outras tantas “moradas individuais”, como repositório das reações mais ou menos felizes das inteligências encarnadas ou desencarnadas.

A “morada mental” do homem equilibrado apresenta aquela ordem, aquele asseio, aquela disciplina, aquele respeito encontrados nas residências bem cuidadas, no plano físico.

Serenidade interior.

Harmonia espiritual.

Consciência isenta de remorso.

Mente voltada para o Alto.

Trabalho incessante no Bem.

Ideações edificantes.

Resignação na dor.

Moderação na alegria.

Bom ânimo e submissão à Vontade Divina.

Tudo isso constitui a auspiciosa, a feliz arrumação da “morada mental” do homem espiritualizado.

Inquietude, desordem, íntima, consciência e coração culpados, pensamento centralizado na futilidade e na maledicência, excessos emocionais, inatividade psíquica e revolta no sofrimento, além de outras tantas infelicidades, representam a desarrumação dos departamentos mentais do homem espiritualmente adormecido.

No que toca às diversas regiões espirituais, sabemos que comunidades redimidas habitam zonas mais elevadas da Espiritualidade, às quais obreiros dedicados sâo periodicamente conduzidos em processo estimulante do esforço pessoal.

Em faixas vibratórias mais ligadas à Terra, estacionam, temporariamente, almas ainda vinculadas às sensações e problemas da vida física, uma vez que o peso específico de suas organizações perispiritais, apresentando certa densidade, lhes não permitem as grandes ascensões.

Emmanuel, no entanto, concitando-nos ao esforço renovador, em busca da felicidade que se não extingue, nem aqui, nem no mais Além, assegura-nos que, “trabalhando e servindo, aprendendo e amando, a nossa vida íntima se ilumina e se aperfeiçoa, entrando gradativamente em contato com os grandes gênios da imortalidade gloriosa”.

Martins Peralva
Livro: O Pensamento de Emmanuel - 1


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