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31 dezembro 2006

Reencarnação - Emmanuel

(Esta imagem representa o ciclo da reencarnação)

Reencarnação

Sem a chave da reencarnação, a vida inteira reduzir-se-ia a escuro labirinto.

De existência a existência, no mundo, nossa individualidade imperecível sofre o desgaste da imperfeição, assim como o aprendiz, de curso a curso, na escola, perde o fardo da ignorância.

Compreendendo semelhante verdade, saibamos valorizar o tempo, no espaço terrestre, realizando integral aproveitamento da oportunidade que o Senhor nos concede, entre as criaturas, acumulando em nós as riquezas do Conhecimento Superior e os tesouros da sublimação pelo aprimoramento de nossas qualidades morais.

Lembremo-nos de que nunca iludiremos a vigilância da Lei.

Na Terra, a organização judiciária corrige tão somente os erros espetaculares, expressos nos crimes ou nos desregramentos que compelem os missionários da ordem a drásticas atitudes, segregando a delinqüência na penitenciária ou no hospital, derradeiros limites do desequilíbrio a que se acolhem os trânsfugas sociais.

Todavia, é imperioso reconhecer que todas as nossas falhas são registradas em nós mesmos, constrangendo a Justiça Eterna a providências de reajuste em nosso favor, no instituto universal da reencarnação, que dispõe de infinitos recursos para o trabalho regenerativo.

De mil modos, ilaqueamos no corpo físico a atenção dos juízes humanos, nos delitos ocultos, exercitando a perversidade com inteligência, oprimindo os outros mm suposta humildade, ferindo o próximo com virtudes fictícias, estragando o equipamento corpóreo sem qualquer consideração para com os empréstimos divinos e, sobretudo, explorando os irmãos de luta com manifesto abuso de nossos poderes intelectuais...

No entanto, por isso mesmo também, renascemos sob doloroso regime de sanções, dilacerados por nós mesmos, nas possibilidades que outrora desfrutávamos e que passam a sofrer frustrações aflitivas.

Moléstias do corpo e impedimentos do sangue, mutilações e defeitos, inquietações e deformidades, fobias complexas e deficiências inúmeras constituem pontos de corrigenda do nosso passado que hoje nos restauram à frente do futuro.

Cultivemos, desse modo, o coração nobre no vaso da consciência reta para que a planta de nossa vida se levante para o Hálito de Deus, porquanto basta a boa vontade na sementeira do amor que o Mestre nos legou para que a multidão de nossos débitos seja coberta e esquecida pela Divina Misericórdia, possibilitando o soerguimento de nosso espírito, até agora arrojado ao lodo de velhos compromissos com a sombra, na subida vitoriosa para a Luz Imortal.

Livro: Indulgência - Emmanuel - Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

30 dezembro 2006

Atitudes de Urgência - Emmanuel

Atitudes de Urgência

Em favor da paz em ti e em torno de ti, não te esqueças das atitudes de urgência.

Cultiva a fé em Deus para que não te falte a tranqüilidade do espírito.

Age sempre, buscando servir.

Lembra-te de que outros farão a ti o que fizeres dos outros e com os outros.

Espalha o bem que puderes, onde puderes e quanto puderes.

Não cobres tributos de gratidão.

Abstém-te de procurar defeitos no próximo, recordando que todos nós - os espíritos ainda vinculados à evolução da Terra - temos ainda o lado escuro do próprio ser por iluminar.

Evita o ressentimento para que o ódio não se te faça veneno na vida e no coração.

Esquece as ofensas, incondicionalmente, na certeza de que as agressões pertencem aos agressores.

Já que nem sempre será possível viver sem adversários, não olvides o respeito que lhes é devido.

Se erraste, apressa-te a corrigir-te.

Na hipótese de haveres ferido a alguém, solicita desculpa a quem prejudicaste, reparando essa ou aquela falta cometida.

Cumpre o dever a que te empenhaste.

Não descarregues em ombros alheios as obrigações que te competem.

Guarda fidelidade aos compromissos assumidos para que os teus companheiros se te mantenham fiéis.

Não acredites em facilidades sem preço.

Conserva correção nas tarefas pequenas, para que essa mesma correção não se te faça pesada nas grandes tarefas.

Nos instantes de crise, não te suponhas a única pessoa em provação sobre a Terra para que a tua dor não se converta em perturbação.

Trabalha sempre e sê útil, sem transitar nos labirintos do tempo perdido, ainda mesmo quando te reconheças sem a necessidade de trabalhar.

Usa criteriosamente a vida e os bens da vida, reconhecendo que tudo pertence a Deus que, por amor, te empresta semelhantes recursos e a Quem, no momento oportuno, tudo precisarás restituir.

Nessas diretrizes, seguiremos tranqüilos, estrada adiante, e, conquanto as imperfeições de que ainda sejamos portadores, estaremos, com a Bênção de Deus, na condição de obreiros da paz.

Livro: Urgência - Emmanuel - Psicografia de Francisco Cândido Xavier

29 dezembro 2006

Cooperação Encadeada - Batuíra

 
COOPERAÇÃO ENCADEADA

No tema do aperfeiçoamento, imaginai a Terra na condição de grande pirâmide.

Os conhecimentos edificantes descem do ápice para a base, espalhando-se a benefício de todos.

Se já aceitastes a imortalidade da vida e se percebeis a Presença Divina, em todos os recantos da Natureza, propiciando-vos os ingredientes que se vos fazem necessários à evolução, sois chamados a disseminar os valores espirituais a que nos referimos.

Nomeados para auxiliar aos nossos companheiros que ainda se desorientam nas sombras da retaguarda, aceitai os vossos encargos com alegria.

Sendo nós, – amigos desencarnados, – os trabalhadores que recolhem do Mais Alto os ensinamentos que nos são confiados, sois naturalmente os intérpretes da nossa tarefa, com a obrigação de comunicar aos outros, especialmente aos irmãos que se demoram em cegueira espiritual, os conhecimentos que nos impulsionarão para os cimos da vida.

Somos filtros das idéias e lições dos missionários de revelações maiores, enquanto sois os filtros, ao nosso dispor, na obra do auxílio espiritual a milhões de criaturas.

Não vos surpreendais, nem vos assusteis, porque o servidor fiel será sempre digno da assistência que necessite receber.

Iniciai a vossa realização, alijando da própria alma os resquícios de quaisquer sentimentos que vos desunam, entendendo que a união ser-vos-á de harmonia e força.

Não se vos pede sacrifícios para os quais já se sabe que não sois capazes.

Sobretudo, compreendei e amai sempre, transmitindo os vossos recursos de amor a todos os seres da Criação.

Inútil esperar milagres que a lei de sequência não sanciona.

Tantos quanto nós, os companheiros desencarnados que vos assistem, estamos encarregados de abrir caminho para a sublimação, todos estais convocados para o serviço de auxílio aos irmãos que nos acompanham a trajetória à busca do conhecimento libertador.

Convencei-vos, quanto a isso e trabalhai amando, quanto puderdes, sabendo sempre que os anjos não virão ao mundo para servir em nosso lugar.

Livro: Escultores de almas - Batuíra 
Psicografia de Francisco Cândido Xavier

28 dezembro 2006

Perdão e Vida - Emmanuel

Perdão e Vida

Perdão é requisito essencial no erguimento da libertação e da paz.

Habituamo-nos a pensar que Jesus nos teria impulsionado a desculpar “setenta vezes sete vezes” unicamente nos casos de ofensa à dignidade pessoal ou nas ocorrências do delito culposo, entretanto, o apelo do Evangelho nos alcança em áreas muito mais extensas da vida.

Se somarmos as inquietações e sofrimentos que infligimos a nós mesmos por não perdoarmos aos entes amados pelo fato de não serem eles as pessoas que imaginávamos ou desejávamos fossem, surpreenderemos conosco volumosa carga de ressentimento que nada mais é senão peso morto, a impelir-nos para o fogo inútil do desespero.

Isso ocorre em todas as posições da vida.

Esquecemo-nos de que nenhum ser existe imobilizado, que todos experimentamos alterações no curso do tempo e não relevamos facilmente os amigos que se modificam, sem refletir que também nós estamos a modificar-nos diante deles.

Casamento, companheirismo, equipe, agrupamento e sociedade são instituições nas quais é forçoso que o verbo amar seja conjugado todos os dias.

Na Terra, esposamos alguém e verificamos, muitas vezes, que esse alguém não é a criatura que aguardávamos; entregamo-nos a determinados amigos e observamos que não correspondem ao retrato espiritual que fazíamos deles; ou abraçamos parentes e colegas para a execução de certos empreendimentos e notamos, por fim, que não Se harmonizam Com Os nossos planos de trabalho e passamos a sofrer ela incapacidade de tolerar as condições e pelas realidades que lhes são próprias.

Reflitamos, no entanto, que os outros se alteram à nossa frente, quase sempre na medida em que nos alteramos para com eles.

Necessário compreender que se todos somos capazes de auxiliar a alguém, ninguém, pode mudar ninguém, através de atitudes compulsórias, porquanto cada criatura é uma criação original do Criador.

Aceitemos quantos convivam conosco, tais quais são, reconhecendo que para manter a bênção do amor, entre nós, não nos compete exigir a sublimação alheia e sim trabalhar incessantemente e quanto nos seja possível pela própria sublimação.

Livro: Indulgência - Emmanuel - Psicografia de Francisco Cândido Xavier

27 dezembro 2006

Cantigas de Perdão - Maria Dolores



CANTIGAS DE PERDÃO

Não te iludas, amigo,
Por mais se expandam lágrimas contigo,

Todo lamento é vão...

Tudo o que tende para a perfeição,
Todo o bem que aparece e persiste no mundo
Vive do entendimento harmônico e profundo,

Através do perdão...

Perdão que lembre o sol no firmamento,
Sem se fazer pagar pelo foco opulento,
A vencer, dia-a-dia,
A escuridão da noite insondável e fria
E a nutrir, no seu longo itinerário,
O verme e a flor, o charco e o pó, o ninho e a fonte,
De horizonte a horizonte,
Quanto for necessário;
Perdão que nos destaque a lição recebida

Na humildade da rosa,

Bênção do céu, estrela cetinosa,
Que, ao invés de pousar sobre o diamante,
Desabrocha no espinho,
Como a dizer que a vida,
De caminho a caminho,
Não despreza ninguém,
E bela, generosa, alta e fecunda,
Quer que toda maldade se transfunda

Na grandeza do bem...

Perdão que se reporte
À brandura da terra pisoteada,
Esquecida heroína de paciência,
Que acolhe, em toda parte, os detritos da morte
E sustenta os recursos da existência,
Mãe e escrava sublime de amor mudo,

Que preside, em silêncio, ao progresso de tudo!...

Amigo, onde estiveres,
Assegura a certeza

De que o perdão é lei da Natureza,

Segurança de todos os misteres.
Perdoa e seguirás em liberdade

No rumo certo da felicidade.

Nas menores tarefas que realizes,

Para lembrar sem sombra os instantes felizes,

Na seara da luz,
Na qual a Luz de Deus se insinua e reflete,
É forçoso exercer o ensino de Jesus
Que nos manda perdoar
Setenta vezes sete
Cada ofensa que venha perturbar
O nosso coração;
Isso vale afirmar,
Na senda de ascensão,
Que, em favor da vitória,
A que aspiras na luta transitória,
É mais do que importante, é essencial!
Que te esqueças, por fim, de todo mal!...
E que, em tudo, no bem a que te dês,
Seja aqui, mais além, seja agora ou depois,
Deus espera que ajudes e abençoes,

Compreendendo, amparando e servindo outra vez!...

Livro: Poetas Redivivos - Maria Dolores
Psicografia de: Francisco C. Xavier

26 dezembro 2006

Ação da Amizade - Joanna de Ângelis


AÇÃO DA AMIZADE

A amizade é o sentimento que imanta as almas unas às outras, gerando alegria e bem-estar.

A amizade é suave expressão do ser humano que necessita intercambiar as forças da emoção sob os estímulos do entendimento fraternal.

Inspiradora de coragem e de abnegação. a amizade enfloresce as almas, abençoando-as com resistências para as lutas.

Há, no mundo moderno, muita falta de amizade!

O egoísmo afasta as pessoas e as isola.

A amizade as aproxima e irmana.

O medo agride as almas e infelicita.

A amizade apazigua e alegra os indivíduos.

A desconfiança desarmoniza as vidas e a amizade equilibra as mentes, dulcificando os corações.

Na área dos amores de profundidade, a presença da amizade é fundamental.

Ela nasce de uma expressão de simpatia, e firma-se com as raízes do afeto seguro, fincadas nas terras da alma.

Quando outras emoções se estiolam no vaivém dos choques, a amizade perdura, companheira devotada dos homens que se estimam.

Se a amizade fugisse da Terra, a vida espiritual dos seres se esfacelaria.

Ela é meiga e paciente, vigilante e ativa.

Discreta, apaga-se, para que brilhe aquele a quem se afeiçoa.

Sustenta na fraqueza e liberta nos momentos de dor.

A amizade é fácil de ser vitalizada.

Cultivá-la, constitui um dever de todo aquele que pensa e aspira, porquanto, ninguém logra êxito, se avança com aridez na alam ou indiferente ao elevo da sua fluidez.

Quando os impulsos sexuais do amor, nos nubentes, passam, a amizade fica.

Quando a desilusão apaga o fogo dos desejos nos grandes romances, se existe amizade, não se rompem os liames da união.

A amizade de Jesus pelos discípulos e pelas multidões dá-nos, até hoje, a dimensão do que é o amor na sua essência mais pura, demonstrando que ela é o passo inicial para essa conquista superior que é meta de todas as vidas e mandamento maior da Lei Divina.

Da obra: Momentos de Esperança - Psicografia de Divaldo Pereira Franco Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.

25 dezembro 2006

Convite de Natal - Maria Dolores

Convite de Natal

Enquanto a glória do natal se expande
Aqui, ali, além
Toda a Terra se veste de esperança
Para a festa do bem !

Natal ! ... Refaz-se a vida, alguém ressurge
Nos clarões com que o céu te anuncia ....
É Jesus pedir-te que repartas do teu pão de Alegria.

Para louvar-lhe os dons da presença Divina,
Não digas, alma irmã, que nada tens;
A riqueza do amor, no coração fraterno,
É o maior de teus bens...

Quando o dia se esvai e a noite desce
Ao comando da sombra que a domina,
Para varrer a escuridão da estrada
Basta a luz de uma vela pequenina.

O deserto se esfalfa em longa sede,
Na solidão em que se configura ...
Se chega simples fonte,
Ei-lo mudado em flórida espessura! ....

Ninguém sabe tão bem, senão aquele
Que a penúria desgasta ou desconforta,
O valor de uma veste contra o frio,
O Tesouro de um prato dado à porta.

A migalha de força é a base do universo,
Desde a furna terrestre à estrela mais remota !...
Todo livro se escreve, letra a letra,
Compõe-se a melodia, nota a nota

Alma irmã, no serviço da bondade
Jamais te afirmes desfavorecida
Pobres sementes formam ricas messes !
Assim também na vida . . .

O cobertor, o pão, a prece, o abraço,
Uma frase de paz e compreensão
Podem criar prodígios de trabalho
De reconforto e de ressurreição

Natal ! ... dá de ti mesmo o quanto possuas,
No amparo à retaguarda padecente;
Toda bênção de auxílio é socorro celeste,
Que Deus amplia indefinidamente.

Natal ! recorda o Mestre da Bondade !
Ele, o cristo e Senhor
Acendeu sobre a Terra o sol do Novo Reino
Com migalhas de amor!

Maria Dolores

(Do livro "Antologia Mediúnica do Natal",
psicografado por Francisco Cândido Xavier, pág 136, 1ª ed.- FEB)

24 dezembro 2006

Algo Mais no Natal - Emmanuel


ALGO MAIS NO NATAL

Senhor Jesus!

Diante do Natal, que te Lembra a glória na manjedoura, nós te agradecemos:

A música da oração;

O regozijo da fé;

A mensagem de amor;

A alegria do lar;

O apelo à fraternidade;

O júbilo da esperança;

A benção do trabalho;

A confiança no bem;

O tesouro de tua paz;

A palavra da boa nova;

E a confiança no futuro!...

Entretanto, ó Divino Mestre! De corações voltados para o teu coração, Nós te suplicamos algo mais!... .

Conceda-nos, Senhor, o dom inefável da humildade para que tenhamos a precisa coragem de seguir-te os exemplos!


Livro: Antologia Mediúnica do Natal - Emmanuel - Psicografia de: Francisco C. Xavier

23 dezembro 2006

Espírita e sua Missão - Marco Tulio Michalick

Espírita e sua Missão

Quando estamos prestes a voltar ao mundo carnal, nosso compromisso reencarnatório é traçado minuciosamente, para que possamos reparar os erros próprios e os cometidos contra outras pessoas no passado. Vir com a incumbência de ser espírita ou de se tornar espírita durante nossa estada no Mundo Material é uma benção, pois teremos condições de estudar o espiritismo e, principalmente, colocá-la em prática.

Sendo assim, vários companheiros que estão no Mundo Espiritual prestes a reencarnar têm seu destino acoplado ao nosso. Neste mister, temos uma equipe espiritual preparada para nos oferecer o auxílio necessário, a fim de que suportemos os percalços que a vida terrestre nos coloca pela frente, não permitindo que caiamos nos momentos difíceis ou nos desvirtuemos do caminho traçado nas situações alegres.

Muitos de nós já nascemos em berço espírita, enquanto outros chegarão ao Espiritismo por meio da dor ou espontaneamente, a convite de algum conhecido, identificando-se com os ensinamentos cristãos deixados por Jesus. No entanto, todos terão tarefas de grande relevância, podendo socorrer muitos necessitados tanto no Mundo Material quanto no Espiritual. Trabalhar com passes, esclarecimento nos trabalhos de desobsessão, vidência, audiência, psicofonia, psicografia e intuição são apenas algumas das várias atividades mediúnicas que a espiritualidade superior nos oferece para auxiliar o próximo e, conseqüentemente, a nós mesmos. Dessa forma, estaremos estudando e evoluindo mental e moralmente, fazendo uma reforma íntima de suma importância para nós e para aqueles que estão conosco.

Com todo esse suporte espiritual preparado, passamos a ser acompanhados por nossos amigos e mentores nesta missão. Porém, a vigilância deve ser total, pois Espíritos perturbados, às vezes, desafetos de outras vidas que não desejarão nos dar trégua nos momentos que virão, farão convites para que nos entreguemos à queda. Vingança, rancor e mágoa, quando instalados na mente do ser para que desempenhe determinados papéis maléficos, são perigosos para qualquer pessoa que tenha baixa sintonia vibratória.

Tanto o espírita como o indivíduo exerce função religiosa de qualquer crença estão sujeitos à obsessão da mesma forma que qualquer outra pessoa, devido aos seus pensamentos. Assim, não podemos dar brechas para as trevas, pois esse é o momento que os obsessores esperam para começar sua ação sobre seus antigos algozes ou desafetos. É muito comum o individuo, após entrar para o Espiritismo e ver seu trabalho fluir, pensar que tudo é feito apenas por ele e que é o maior e melhor médium que existe naquela função. Acaba deixando a vaidade tomar conta de seu ser, entregando-se aos elogios e ao ego, além das paixões terrenas, materiais ou carnais.

No livro Tormentos da Obsessão, de Manoel Philomeno de Miranda, psicografado por Divaldo Pereira Franco, traz informações edificantes para nós, espíritas, sobre a importância de um bom desempenho de nossas funções determinadas ainda no Mundo Espiritual, uma vez que muitos estão desencarnando em situações deploráveis, recebendo socorro em sanatórios em virtude das péssimas condições morais e psíquicas em que se encontram. “As tendências inatas, que são reflexos dos compromissos vividos, impelem-nos para as condutas que lhes parecem mais agradáveis e que não lhes exigem esforços para superar. As conexões psíquicas, por afinidade, facilitam o intercâmbio com os desafetos da retaguarda, e sem o necessário empenho que, às vezes, impõe sacrifício e renúncia, faz com que tombemos nas urdiduras bem estabelecidas para vencê-los, derrotá-los no empreendimento que deveria ser libertador”, explica.

Sabemos das dificuldades a vencer e as renúncias a fazer, mas quando nos prontificamos a realizar esse trabalho com amor e carinho, com certeza, teremos o auxílio da espiritualidade amiga. Da mesma forma, quando executamos essa tarefa como uma obrigação, não por satisfação, deixamos-nos tomar pelas queixas costumeiras, atraindo Espíritos com a mesma sintonia vibratória, que terão o imenso prazer em nos desviar do caminho traçado. Assim, devemos ter a consciência de que somos instrumentos do trabalho executado pela espiritualidade, o que não diminui nossa tarefa em nenhum momento, já que, com isso, estaremos auxiliando vários encarnados e desencarnados, construindo nossas obras, como Jesus ensinou.

“Eis por que o Espiritismo, representando o retorno de Jesus à Terra através de O Consolador, desempenha a missão sublime de despertar as consciências adormecidas, facultando o intercâmbio direto com o mundo de origem, onde se haurem as energias indispensáveis ao cumprimento da tarefa e se dispõem das lembranças para o prosseguimento dos compromissos. É também durante a vilegiatura carnal que têm curso os combates iluminativos, quando se devem reunir e confraternizar os antigos adversários, a princípio sob o sufrágio da dor, porquanto defraudaram as leis, sem que delas se possam evadir, para depois se renderem ao amor, a fraternidade”, esclarece Manoel Philomeno de Miranda em Tormentos da Obsessão.

A espiritualidade superior nos auxilia mesmo quando nos desvirtuamos do caminho, porém, temos o livre-arbítrio para decidirmos que rumo tomar. A perseverança e a fé devem permanecer em nossos corações, principalmente nas horas difíceis, pois não podemos tombar ante os primeiros obstáculos que aparecem pelo caminho. Além disso, seria lamentável chegarmos ao Mundo Espiritual e vermos que havia tanta coisa a fazer, com amigos espirituais nos apoiando, mas deixamos que a vaidade e as paixões mundanas tomassem nosso ser, fazendo-nos trilhar um caminho contrário ao que nos propomos antes de reencarnar. Também seria bastante triste saber que muitos dependiam de nós para sua evolução e falhamos com eles, bem como ter consciência de que chegamos tão perto e pusemos tudo a perder por interesses pessoais.

Só o fato de sermos espíritas, trabalharmos na seara do bem em favor dos nossos semelhantes, de estudar a doutrina espírita e de termos conhecimentos importantes sobre assuntos que muitas crenças ainda não compreenderam ou não querem entender faz que sejamos pessoas privilegiadas. Ao mesmo tempo, porém, a responsabilidade de não errar aumenta, devido aos ensinamentos de que dispomos. Como estamos em um processo de evolução, o erro é comum, entretanto, não podemos permitir que ele se transforme em um hábito. Assim, devemos sempre pedir a Deus, nosso Pai, que nos ilumine, a fim de que possamos desempenhar satisfatoriamente nosso trabalho, sem ostentação, tendo em mente o que disse Jesus: “Todo aquele que se rebaixa será elevado e todo aquele que se eleva será rebaixado”.

Revista Cristã de Espiritismo, edição nº 18, ano 2002

22 dezembro 2006

Saúde e Enfermidade - Rogério Coelho



Saúde e Enfermidade

Equilíbrio interior é que garante a saúde

"Teu Espírito é tudo; teu corpo é simples veste que apodrece: eis tudo”
O Livro dos Espíritos” - questão 196a

A Doutrina Espírita nos oferece pa­noramas nunca dantes imaginados para velhas questões filosóficas até então irresolúveis... Onde se poderia imaginar, por exemplo, que a "dor" é processo te­rapêutico e que a "educação" é poção medicamentosa?

Passamos quase dois milênios rece­bendo as instruções da Boa Nova e nunca nos ensinaram ou sequer atinamos que o Evangelho de Jesus não é apenas roteiro de luz, mas receita de paz, de felicidade, de saúde e de alegria! ... Por isso a Dou­trina dos Espíritos apresenta-nos Jesus como o Sublime Médico das Almas.

Aprofundemos o "bisturi" do racio­cínio nas questões acima levantadas, com base nas informações passadas por Jesus, quando Ele disse: "Buscai primeiro o Reino de Deus e a Sua Justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” - Mateus, 6:33. 2 - Mateus, 6:25

Ora, com este mandamento o Mestre estava apontando o alvo para onde de­vemos concentrar o foco de interesses. Mas, refratários e calcetas, fizemos ouvidos moucos e pagamos o alto preço exigido pela negligência, tradu­zido em dores acerbas que sempre es­tiveram presentes em nossas experi­ências palingenésicas.

No excelente livro "Na Seara do Bem" *, encontramos:

"(...) A medicina espiritual considera a saúde como a exteriorização do equi­líbrio interior que alguém tenha alcan­çado, mediante a perfeita comunhão com as Leis Divinas; já a enfermidade repre­senta o extravasamento, o expurgo dos desequilíbrios mentais, por parte de quem ainda insiste em caminhar, de forma a con­trariar os sábios desígnios divinos. Este conceito a própria ciência terrestre já começa a compreender, afirmando que existem "doentes" e não "doenças".

Causas

Entendemos que as causas das en­fermidades têm suas raízes implantadas nas profundas raízes do Espírito, isto é, são de ordem espiritual. Por isso com­preendemos que o homem deve urgen­temente buscar os recursos de ordem espiritual visando o seu próprio bene­fício; e por recursos espirituais não nos referimos tão somente à fluidoterapia, que representa importante mecanismo de auxílio. Reportamo-nos à educação.

Sim, Educação. Se a causa das enfermidades estão nos deslizes que co­metemos ante as soberanas Leis da Vida, urge busquemos na educação, a ação dis­ciplinadora, sempre benéfica.

O homem precisa ser médico de si mesmo, analisando as próprias tendências e disposições mentais, renovando-se para melhor, trabalhando o psiquismo, corrigindo antigas viciações, esforçando-­se por ser alegre em vez de triste, otimista e não pessimista, ponderado, tranqüilo e confiante, em vez de desesperado.

Precisamos também considerar a dor como processo terapêutico.

A Sabedoria Divina permite-nos os equívocos, entretanto, retira dos nossos próprios erros, os necessários meios para a nossa recuperação. Nesse sentido, a dor se transforma em verdadeiro re­médio, pois colabora para o arrependi­mento sincero, propiciador das novas dis­posições mentais.

E Jesus?

Recordemo-nos que Jesus não curou todos os enfermos, embora pudesse fazê-­lo e se assim não agiu foi porque, naturalmente, nem todos estavam aptos a libertarem da enfermidade. Para a grande maioria a dor representava o processo terapêutico libertador, difícil e doloroso porém necessário. Entretanto, se o Mestre não curou a todos, ofertou, generoso, Humanidade inteira a sublime mensagem do Amor, caminho seguro para quantos desejem sinceramente a libertação dos erros, das enfermidades e do sofrimento com vistas a alcançarem a saúde espiritual, o equilíbrio, a paz sem mesclas (plenitude ...

(...) A tarefa de Jesus não era a , curar os corpos, mas sim a de salvar almas. Ele afirmou referindo-Se à importância dos valores espirituais: "Não é a Vida mais que o mantimento, e o corpo mais que o vestido? ...”

E, de conformidade com os seus ensinos, perguntamos por nossa vez: não é o Espírito mais que o corpo? Qual utilidade de curar o corpo e perder a alma? Não será melhor salvar a alma, mesmo que para tal mister o corpo venha a sofrer?

De igual maneira, a nossa tarefa nas Casas Espíritas não é realizar prodígios no campo da cura, nem tampouco a de atender às exigências dos que lá aportam desejando a solução rápida e eficaz para os seus males. Tão-somente devem, nos propor a colaborar com os companheiros encarnados no projeto do crescimento para Deus, auxiliando-os a superar as dificuldades criadas por eles, mesmos, mediante o uso inadequado do livre arbítrio. A medicina terrestre, assim como os recursos socorristas em nos esfera, representam a Misericórdia Divina; entretanto aprendemos com os nossos Maiores que não basta remediar e consolar, é imprescindível esclarecer e iluminar consciências.

(*) - Autoria do Espírito Antônio Carlos Tonini, psicografia de Luiz Antônio Ferraz, edição da Casa Editora "Pierre-Paul Didier" capitulo 2 onde o Dr. Cornelius (Espirito), ministra uma portentosa aula sobre tema em questão.


Nota:o autor é escritor e expositor espírita; atua e Muriaé -MG.
Revista Internacional de Espiritismo – Abril 2006

21 dezembro 2006

Recolherás como Pedires - Joanna de Ângelis

Recolherás como Pedires

“Numa palavra, qualquer que seja o caráter de uma reunião, haverá sempre Espíritos dispostos a secundar as tendências dos que a componham”. O Livro dos Médiuns 2ª parte, Capítulo 29º — Item 327.

Na abençoada Obra de Nosso Pai tudo são trocas. Receberás sempre consoante requereres. Desvairado, se te atiras ao coração querido, ferindo-lhe a sensibilidade, obterás somente reprimenda nascida no desgosto.

Inquieto, se buscas paz, afligindo os que te cercam no lar, recolherás azedume e animosidade.

Combalido, se procuras repouso, exigindo acomodação dos outros, receberás apenas repulsa e antagonismo.

Isto porque, a resposta procede dos termos da petição, de acordo com o merecimento da apresentação.

Não esqueças, entretanto, que o coração magoado é constrangido à aflição, os familiares atormentados escondem-se no desencanto e os outros, atacados por exigências, reagem, naturalmente.

Respeita a mão distendida ao alcance da tua mão e recebe-lhe a oferenda.

Nem ameaces o equilíbrio de quem se inclina a auxiliar-te.

Nem avances exigente para quem estugou o passo na caminhada, ao ouvir-te o apelo.

Aflição projetada traduz aflição que retornará.

Aversão espalhada pressagia antipatia para colheita futura.

Se desejas aspirar o aroma do amor, libertando-te das dificuldades pessoais com o auxilio alheio, não expresses confiança sob impropérios nem segurança de fé com chuvas de irritabilidade.

Favorece os meios simples para o trabalho eficiente e a obra crescerá em torno da tua planificação.

Ajuda para que te ajudem.

Ilumina para que te iluminem.

Coopera-servindo para que a inteligência ambiciosa não estiole a expressão do coração necessitado.

Pergunta-esclarecendo para que a inutilidade não te assinale a vida.

Fortalece o digno ideal da produção para que a produtividade te enriqueça.

Entende as dificuldades do próximo a fim de que ele te entenda, igualmente, a dificuldade.

Em qualquer dificuldade recorda o poder da oração e roga inspiração ao Céu, realizando sempre o melhor para que o melhor se faça em ti e através de ti sem olvidares que todo apelo encontra resposta, consoante o merecimento de quem pede e a forma como pede.

Livro: Espírito e Vida - Joanna de Ângelis - Psicografia de Divaldo Pereira Franco

20 dezembro 2006

Perispírito - Miramez

Perispírito

Assim como damos formas aos nossos pensamentos e, de certo modo, vida às nossas idéias, nós somos o produto dos pensamentos de Deus e recebemos vida pelo Seu poder magistral, pela arte que tem de criar. Somos filhos de Deus, como somos pais dos nossos pensamentos. Tudo que criamos povoa a nossa mente, a nos entregar os resultados das nossas intenções. Desde quando fomos criados pelo Senhor, começamos a viajar, do alfa ao ômega e do ômega ao alfa, porém, necessitamos de instrumentos para essa grande viagem, assim como na Terra precisa-se de roupas para vestir e de carros e outros instrumentos para viajar. Essa é a lei universal.

O espírito reveste-se de uma roupagem a que chamamos de perispírito, sem que esta seja definitiva. Ela é apurada, conforme a evolução do espírito, ou suprimida, de acordo com o mundo em que ele habita. Existem ainda variedades de corpos usados pelos espíritos de que muitas escolas espiritualistas igualmente dão notícias, pelas suas pesquisas. Compreendemos o caso de uma complexidade muito grande, mas fascinante, de modo a nos atrair a atenção para estudos mais sérios, dada a engenhosidade de sua formação.

Podes observar o fruto de uma árvore, o mais simples que seja: o seu líquido, a essência ou, se assim podemos o chamar, o néctar, sempre se encontra protegido por vários corpos, para que possa cumprir o seu dever de nutrir homens e animais, insetos e aves.

Verifiquemos o mel das abelhas, alimento salutar, fortificante incomparável para os homens, como vem sendo ele guardado pelas operárias de um apiário: é revestido por muitos processos, que os próprios homens não aprenderam ainda, por serem todos naturais, sem nenhuma perda da substância alimentícia e medicamentos, O espírito propriamente dito não foge a essa lei: se reveste de muitos corpos e destitui-se dos mesmos quando deles não precisa mais. Enquanto cresce, vai-se desvencilhando das roupagens, que são sempre grosseiras, e tornando-se livre, na liberdade de Deus, Nosso Pai e Criador.

O perispírito, para nós na Terra, é de grande valor: ele nos livra e nos protege de certos enervamentos ou contrações, que o es¬pírito poderia sofrer sem a sua proteção, ante o ambiente negativo e carregado de magnetismo inferior, O espírito reveste-se de corpos de acordo com o ambiente em que estagia, ou em que vai trabalhar, qual o vaqueiro que usa a roupa de couro, além da sua costumeira, para correr dentro do mato, como usa o cavalo que o protege e o ajuda no seu mandato. Eis aí o porquê da necessidade dos corpos usados pelos espíritos na sua jornada terrena.

O perispírito, para o espírito, ainda é uma veste grosseira, no entanto, para os homens, além de ser invisível é, uma substância delicada, com um poder ideoplástico extraordinário, obediente à vontade da alma que o usa como veste temporária. Ele se unifica em torno do Espírito por uma lei de atração criada pela chama divina que o sustenta e dirige, até quando lhe aprouver. Tem muitas funções, uma das quais é ser intermediário entre o corpo de carne e a alma. Por meio dele, o mundo físico é vitalizado, mantendo a coesão molecular, como a própria vida instintiva dos órgãos. Ainda existem outros pormenores que, com o passar dos tempos serão descobertos. Só temos a dizer que o perispírito é uma grande maravilha para os espíritos ainda em condições materiais.

Livro: Filosofia Espírita – volume 2 - Miramez - Psicografia de João Nunes Maia

19 dezembro 2006

Intuição Divina - Miramez

Intuição Divina

A telepatia entre os homens é um fato constatado. Constitui-se em experiências de todos os reinos do saber. Já se conhece as suas causas e seus efeitos, com largos exemplos, nos quatro cantos do mundo. Já se sabe que cada criatura pode transmitir as suas idéias aos seus semelhantes, por vezes sem estar consciente desse ato, comum a todos os seres. Muitos buscam a perfeição ou melhoramento nas transmissões dos seus pensamentos, através de escolas, ou exercícios específicos no silêncio das coisas que se operam na vida.

E é nessa verdade que encontramos outra mais sutil: se os encarnados podem se comunicar entre si, pelos fios dos pensamentos, os desencarnados igualmente o podem, e com mais propriedade, por se encontrarem livres das cadeias da carne. E, se os homens trocam suas idéias, na serenidade das vibrações, asseguradas por leis que sustentam a harmonia, e se esses mesmos homens desencarnados continuam esse processo de comunicação recíproca, como não pensar nas possibilidades de os desencarnados transmitirem seus pensamentos aos encarnados pelo mesmo mecanismo?

Eis aí a Mediunidade, que se estende em todas as direções, pelos caminhos da sensibilidade, na regência da lei do Amor, onde a fraternidade abriu caminhos por meios da Caridade. Os homens sensíveis, querendo, podem negar, pois têm livre escolha nas suas atitudes, porém, eles conhecem quando os pensamentos nascem da sua própria mente e quando procedem de fontes espirituais, dado o peso magnético das suas vibrações. A consciência registra todos os valores e dá a conhecer à mente instintiva e atuante a procedência da conversa mental.

Usamos as comparações acima citadas, para te dizer de algo excelente, para te dizer do avanço da razão, aprimorada na seqüência do tempo e pelas bênçãos de Deus: queremos falar da intuição, que será a faculdade comum do futuro, por enquanto latente em todos os seres. E ela o veículo divino capaz de orientar todas as criaturas e fazê-las felizes, filha do progresso espiritual, nascida no amanhecer das almas, ao despertarem para a luz, para o entendimento das leis espirituais. Essa intuição, no seu princípio se chamava instinto, dominando animais e homens nos seus primeiros passos. E se os homens primitivos já possuíam em suas consciências a idéia de Deus e viviam em tribos espalhadas pela Terra, sem condições de comunicação entre si, qual a origem dessa consciência de um Poder Supremo? E se não existe causa sem efeito, nem efeito sem causa, essa causa será, certamente, esse Deus que tanto amamos, que fala a tudo e a todos da sua existência, pelos processos compatíveis com os que devem e precisam escutar a sua voz dentro da alma.

A certeza da existência de Deus é a de que Ele existe. Não há outra lógica no mundo das deduções humanas e espirituais, e tudo que vive canta louvores ao Criador, na dimensão que lhe é própria; e nós, já na condição de Espírito humano, como sendo as flores da grande árvore plantada por Deus no jardim cósmico, cantemos juntos, encarnados e desencarnados, o hino de gratidão ao Supremo Senhor do Universo, pelo que somos e atingimos na escala da vida! Esse cântico deve ser manifestado pela vida reta, mesmo nas estradas tortuosas onde nos situamos. Busquemos a intuição divina, para que a Divina Intuição nos ampare e nos desperte para a verdade que nos fará livres!

Livro: Filosofia Espírita - Volume 1 - Miramez - Psicografia de João Nunes Maia

18 dezembro 2006

A Pena de Talião - Rodolfo Caligaris

A Pena de Talião

Pode parecer à primeira vista que justiça e misericórdia sejam virtudes antagônicas, que se excluam reciprocamente.

Daí a razão de muitos não compreenderem como possa Deus exercitá-las, sem que uma precise ser anulada para que a outra prevaleça.

Tudo, entretanto, se torna claro quando nos lembramos de que as boas qualidades morais são filhas do Amor e que este sentimento sublime sempre encontra meios de harmonizá-las.

Senão, vejamos.

A Justiça exige que toda infração à Lei seja punida e desde a origem dos tempos isso tem acontecido, infalivelmente.

Aliás, todos os grandes missionários religiosos que têm vindo à Terra, inspirados que foram pelo Alto, estabeleceram em seus códigos a pena de talião, ou seja, castigo igual à culpa.

O “olho por olho e dente por dente”, de Moisés, por exemplo, e o “quem com espada fere, com espada será ferido”, do Cristo, são preceitos que consagram esse princípio fundamental da Justiça.

Moisés, todavia, dava ao ofendido o direito de tirar desforra, pessoalmente e na proporção da ofensa recebida, enquanto o Cristo, surgindo entre nós quando era chegado o momento de os terrícolas darem início a uma fase mais avançada de sua evolução espiritual, trouxe como missão ensiná-los a quebrar as cadeias do mal a que se jungiam pela lei de ação e reação.

Introduziu nas relações humanas, então, uma nova ética: “amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos têm ódio e orai pelos que vos perseguem e caluniam”, exemplificando-a, ele mesmo, até às últimas consequências.

Não deixou, porém, de adverti-los, mui explicitamente: “Se perdoardes aos outros as faltas que cometerem contra vós, também vosso Pai celestial vos perdoará os pecados, mas, se não lhes perdoardes quando vos tenham ofendido, tão-pouco vosso Pai celestial vos perdoará os pecados.”

Analisando, a fundo, estas novas regras de conduta, percebe-se conterem elas a mesma justiça da pena de talião, com a diferença de que, ao invés de “castigo igual à culpa”, acenam com “premio igual ao merecimento”.

Reparemos bem:

Aquele que revida ao seu ofensor com igual ofensa, está exercendo a justiça, cobrando o que lhe devem, mas, por sua vez, terá de pagar na. mesma moeda toda injúria que fizer a outrem.

Já aquele que perdoa as ofensas recebidas, fica com um crédito do mesmo valor na contabilidade celeste, crédito esse que será levado em conta quando lhe aconteça cometer alguma falta. E quem não está sujeito a errar?

Por haver entendido perfeitamente esse mecanismo da Justiça Divina é que o colégio apostólico proclamava, amiúde: “suportai-vos uns aos outros”, “tende entre vós mútua caridade”, “o amor cobre uma multidão de pecados”, etc.

Talvez nos perguntem: no segundo caso, sendo o ofensor perdoado pelo ofendido, ficará sem a punição devida?

Absolutamente! A Providência cuidará disso e, seja na mesma existência ou em outra(s) posterior(es), ele “sofrerá o que tenha feito sofrer”, não porque apraza a Deus castigar os culpados, mas para que todos se corrijam, progridam e sejam felizes.

E é assim, deixando-nos experimentar os funestos resultados de nossas más ações, bem como nos ensejando a oportunidade de emendar-nos através das vidas sucessivas, que Deus se revela, a um só tempo, soberanamente justo e misericordioso, como convém Àquele que é o Santo do santos.

Quando transportarmos para a vida prática os luminosos ensinamentos do Cristo, preferindo perdoar a usar de represálias, retribuindo ao mal com o bem, a paz e a. alegria farão morada permanente em nossos corações, valendo isso dizer que já estaremos adentrando “o reino dos céus”.

(L.E.Capítulo 6º, questão 764)

Livro: As Leis Morais - Rodolfo Calligaris

17 dezembro 2006

Festa do Amigo Secreto da Casa do Caminho S.V

Festa do Amigo Secreto ocorrida no dia 09/12/06, com a participação dos membros da Casa do Caminho e alguns frequentadores.







O Mundo dos Espíritos - Miramez

O Mundo dos Espíritos

A razão nos diz que, se existem espíritos, haverá de existir o mundo onde eles habitam, que chamamos de o mundo dos espíritos. E é de senso comum entre os espiritualistas, que as dimensões de vida são inúmeras em todos os quadrantes do universo, caminhando com a Terra em torno do sol, e com este no espaço infinito.

Existem muitas faixas onde se organizam e se movimentam Espíritos com a mesma afinidade de vida. São levantados países, cidades e colônias sem conta, postos de socorro e variações de assistência por todos os lados, para o bem-estar de todas as almas que estagiam neste abençoado campo de vida. A Terra é uma cópia dessas construções, que podemos chamar fluídicas.

O mundo dos espíritos é mais real que o físico. A vida dos espíritos é semelhante à dos homens, porque estes, antes de reencarnarem, aprendem naquele plano o que devem fazer na Terra. Graças à Doutrina dos Espíritos, eles estão mais conscientes desta grande verdade. A missão das religiões de todo mundo deveria ser a de colocar a criatura mais próxima do mundo espiritual, possibilitando aos dois planos trabalharem juntos para a conquista do amor e da sabedoria.

A ciência dos homens está avançando para o espírito, por vezes sem o perceber. A qualquer hora, a bondade de Deus irá proporcionar o ambiente para o encontro, de sorte a alicerçar a fé, estendendo essa confiança pelas linhas da fraternidade. Hoje, já se sabe que a força mais poderosa se encontra oculta, e o estudo da personalidade humana está trazendo aos homens de ciência uma realidade mais profunda. Vive-se a era dos computadores em formas variáveis, mas que obedecem à programação da inteligência humana. Com toda a perfeição que possam ter, eles não raciocinam, pois lhes falta a inteligência, um dos atributos do espírito.

Muitos cérebros humanos têm sido dissecados e alguns setores da ciência, ao não encontrá-la, ainda perguntam: onde está a inteligência? A própria ciência está muda a essa pergunta. Os espíritos, pela mediunidade dos próprios homens, vêm dizer, respondendo à pergunta que inquieta a humanidade, que a inteligência é um atributo do espírito. Ela não foi gerada no corpo físico; é dom do espírito imortal. E é essa mesma inteligência que haverá de descobrir de onde ela veio e para onde vai, como muitos outros segredos da própria natureza, na gradação que é conveniente ao estado espiritual em que a criatura se encontra.

Agora já se sabe muito mais que antes, com o advento do espiritismo e outras filosofias que vêm surgindo, por misericórdia de Deus, para o esclarecimento dos homens. Não importa que neguem a existência de Deus e- a Sua magnânima bondade. Ele, sendo Pai, espera o crescimento do filho e o coloca na escola da vida, no mesmo caminho por que passaram os outros mais velhos. Somos todos iguais diante do Senhor.

Os conhecimentos sobre os fatos espirituais que existem na Terra são enormes. Basta buscarmos com humildade, que se acumularão celeiros de conhecimentos, por amor de Deus, para o despertar dos homens, de sorte que eles possam reconhecer a fonte de onde promanaram e para onde devem ir, para a glória da vida e para a felicidade que o Senhor nos prometeu no Seu seio de amor. Na verdade, assim como existe um mundo material, existe também o mundo espiritual, onde a vida será mais vida, quando amarmos da maneira que Jesus nos ensinou.

Livro: Filosofia Espírita – volume 2 - Miramez - Psicografia de João Nunes Maia

16 dezembro 2006

O Livre Arbítrio - Rodolfo Calligaris

O Livre Arbítrio

O livre arbítrio é definido como “a faculdade que tem o indivíduo de determinar a sua própria conduta”, ou, em outras palavras, a possibilidade que ele tem de, “entre duas ou mais razões suficientes de querer ou de agir, escolher uma delas e fazer que prevaleça sobre as outras”.

Problema fundamental da Filosofia ética e psicológica, vem sendo estudado e discutido acaloradamente desde os primeiros séculos de nossa era, dando ensejo a que se formulassem, a respeito, várias doutrinas díspares e antagônicas até.

Acham alguns que o livre arbítrio é absoluto, que os pensamentos, palavras e ações do homem são espontâneos e, pois, de sua inteira responsabilidade.

Evidentemente, laboram em erro, porquanto não há como deixar de reconhecer as inúmeras influências e constrangimentos a que, em maior ou menor escala, estamos sujeitos, capazes de condicionar e cercear a nossa liberdade.

No extremo oposto, três correntes filosóficas existem que negam peremptoriamente o livre arbítrio: o fatalismo, o predestinacionismo e o determinismo.

Os fatalistas acreditam que todos os acontecimentos estão previamente fixados por uma causa sobrenatural, cabendo ao homem apenas o regozijar-se, se favorecido com uma boa sorte, ou resignar-se, se o destino lhe for adverso.

Os predestinacionistas baseiam-se na soberania da graça divina, ensinando que desde toda a eternidade algumas almas foram predestinadas a uma vida de retidão e, depois da morte, à bem-aventurança celestial, enquanto outras foram de antemão marcadas para uma vida reprovável e, consequentemente, pré-condenadas às penas eternas do inferno. Se Deus regula, antecipadamente, todos os atos e todas as vontades de cada indivíduo — argumentam —, como pode este indivíduo ter liberdade para fazer ou deixar de fazer o que Deus terá decidido que ele venha a fazer?

Estas duas doutrinas, como se vê, reduzem o homem a simples autômato, sem mérito nem responsabilidade, ao mesmo tempo que rebaixam o conceito de Deus, apresentando-O afeição de um déspota injusto, a distribuir graças a uns e desgraças a outros, unicamente ao sabor de seu capricho. Ambas repugnam às consciências esclarecidas, tamanha a. sua aberração.

Os deterministas, a seu turno, sustentam que as ações e a conduta do indivíduo, longe de serem livres, dependem integralmente de uma série de contingências a que ele não pode furtar-se, como os costumes, o caráter e a índole da raça a que pertença; o clima, o solo e o meio social em que viva; a educação, os princípios religiosos e os exemplos que receba; além de outras circunstâncias não menos importantes, quais o regime alimentar, o sexo, as condições de saúde, etc.

Os fatores apontados acima são, de fato, incontestáveis e pesam bastante na maneira de pensar, de sentir e de proceder do homem.

Assim, por exemplo, diferenças climáticas, de alimentação e de filosofia, fazem de hindus e americanos do norte tipos humanos que se distinguem profundamente, tanto na complexão física, no estilo de vida, como nos ideais; via de regra, a fortuna nos torna soberbos, enquanto a necessidade nos faz humildes; um dia claro e ensolarado nos estimula e alegra, contrariamente a uma tarde sombria e chuvosa, que nos deprime e entristece; uma sonata romântica nos predispõe à ternura, ao passo que os acordes marciais nos despertam ímpetos belicosos; quando jovens e saudáveis, estamos sempre dispostos a cantar e a dançar, já na idade provecta, preferimos a meditação e a tranqüilidade, etc.

Daí, porém, a dogmatizar que somos completamente governados pelas células orgânicas, de parceria com as impressões, condicionamentos e sanções do ambiente que nos cerca, vai uma distância incomensurável.

Com efeito, há em nós uma força íntima e pessoal que sobre excede e transcende a tudo isso: nosso “eu” espiritual!

Esse “eu”, ser moral ou alma (como quer que lhe chamemos), numa criatura de pequena evolução espiritual, realmente pouca liberdade tem de escolher entre o bem o mal, visto que se rege mais pelos instintos do que pela inteligência ou pelo coração. Mas, à medida que se esclarece, que domina suas paixões e desenvolve sua vontade nos embates da Vida, adquire energias poderosíssimas que o tomam cada vez mais apto a franquear obstáculos e limitações, sejam de que natureza forem. Não é só. Habilita-se também a pesar as razões e medir conseqüências, para decidir sempre pelo mais justo, embora desatendendo, muitas vezes, aos seus próprios desejos e interesses.

Um dia, como o Cristo, poderá afirmar que já venceu o mundo, pois, mesmo faminto, terá a capacidade de, voluntariamente, abster-se de comer; conquanto rudemente ofendido, saberá refrear sua cólera e não revidar à ofensa; e, ainda que todos ao seu derredor estejam em pânico, manterá, imperturbável, sua paz interior.

(L.E.Capítulo 10º, questão 843 e seguintes)

Livro: As Leis Morais - Rodolfo Calligaris

15 dezembro 2006

Independência do Espírito - Miramez

Independência do Espírito

O Espírito não é uma propriedade da matéria. São duas coisas distintas, e a resposta de “O Livro dos Espíritos” revela um segredo de difícil compreensão para os homens, dizendo que o Espírito se serve da matéria para intelectualizá-la. Sem o Espírito, a matéria não alcançaria esse empuxo espiritual e essa dinâmica inenarrável. Compreende-se, pois, que o estímulo do Espírito no reino das coisas materiais a eleva, de sorte a colocá-la acima do estado de inércia.

O Espírito é luz que vibra em alta ressonância na purificação do próprio ambiente e, se ele intelectualiza a matéria, o seu atributo desperta nela algo que dormia na profundidade física. A morada divina é o agente direto da Divindade onde quer que seja, na missão elevada de acender luzes e despertar valores.

Se o Espírito fosse uma das propriedades da matéria, seria de menor valor que esta. E o contrário que ocorre: a matéria é serva do Espírito em todos os ângulos da criação, é um instrumento do qual ele se serve, como condição ao seu aprendizado.

As coisas físicas constituem, para a alma, um regime agressivo, de maneira a despertar qualidades quietas na intimidade do ser espiritual. Foi esta a vontade de Deus quando a criou. A matéria é energia concentrada e a energia é a matéria em estado rarefeito. Existem muitas coisas entre um estado e outro, que escapam às nossas sensibilidades. Não devemos comparar nem dizer que a alma é filha da matéria. Espírito é Espírito, matéria é matéria.

Nossa independência é que nos caracteriza como individualidades mais ou menos livres de determinadas peias, criadas pela falta de liberdade, como os conglomerados físicos.

No amanhã serão conhecidos outros valores do Espírito, acima dos que já conhecemos e que dormem ainda no imo dalma, no berço da consciência, esperando o chamado divino da Divina Luz, que desperta os talentos mais valiosos, que a excelência da vida proporciona aos seres que completaram o curso do amor na faculdade da Terra, para começarem outro em dimensão mais pura.

O Espírito vai ficando cada vez mais independente das coisas inferiores, e integrado na dependência de Deus, como médium da luz, com a missão de transformar as trevas por onde venha a passar, divulgando conceitos altamente espiritualizados e ensinando pelo exemplo, para a concretização da harmonia em todos os corações e em tudo o que existe.

O Espírito não perde a sua individualidade como muitos pensam, ele é cada vez mais ele, na ascensão que deve percorrer e, o que é seu, é intransferível. Todavia, o celeiro de tesouros armazenados no seu coração espiritual é como que fonte doadora de recursos em todas as direções, como um sol a ajudar a vida e a enriquecer o ambiente, para que as vidas da retaguarda se conscientizem dos seus valores e acordem com as suas próprias forças.

Tudo que temos é conquista na direção que a Luz Maior nos capacitou a caminhar, porém, nunca conquistamos algo sem Deus. Ele é, por lei, o nosso motivo de viver. A matéria é um dos corpos do Espírito, intermediária dos outros na sutileza das afinidades, para que se complete uma unidade com várias divisões independentes.

O Espírito deve ser Espírito na luz de todos os entendimentos, e cada um, encarnado e desencarnado, deve se colocar naquela esperança da felicidade individual como também no esplendor do amor coletivo. Roguemos a Deus que nos ajude a compreender cada vez mais a independência da alma, pelo menos no tamanho em que ela se encontra, referindo-se a nós mesmos.

Livro: Filosofia Espírita - Volume 1 - Miramez - Psicografia de João Nunes Maia

14 dezembro 2006

Igualdade dos Espíritos - Miramez

Igualdade dos Espíritos

Os espíritos são iguais na sua genealogia, mas, diferentes no que se refere ao despertamento espiritual. Cada um se situa no grau de evolução conquistado; cada alma é, pois, um mundo diferente em todos os aspectos que se possa conceber, nos seus vários níveis de saber. A igualdade no aprimoramento se perde na infinita pauta da sabedoria universal. E Deus, onisciente, criou leis justas e sábias, no sentido de dar a cada um o que esse realmente merece, de acordo com o que oferta.

A grandeza da criação está na variedade, e a natureza nos dá uma amostra dessa beleza na fauna e na flora. A diversidade em todos os reinos do mundo mostra-nos a mão de Deus na construção do belo, nas mudanças de formas de tudo que existe. Em cada uma nota-se uma força inteligente no comando, com toda a certeza do que está fazendo.

Os espíritos são de diferentes ordens, pelo grau alcançado por cada um, e certamente isso é uma hierarquia espiritual, não por imposição ou dádiva, mas, por conquista. É o próprio tempo que trabalha na maturidade do espírito. A superioridade alcançada pelo despertamento espiritual se faz onde quer que seja, sem afrontas, sem agressão e sem comércio; é uma luz que se irradia em todas as direções, abençoando e amando com um único impulso no coração, o da verdadeira fraternidade. No mundo físico pode-se observar como espelho, o corpo de carne de um simples camponês e o de um estadista, de uma doméstica e o de uma rainha. Os corpos são semelhantes sem que haja grandes diferenças, todavia, pelas conquistas alcançadas de uma faixa para outra, nota-se que cada qual se situa em um plano de vida diferente. Ao se verificar mais adiante, e observará que o corpo de um santo e o de um pecador são iguais nas suas estruturas. A formação biológica é a mesma, porém, a vida de um é diferente da do outro, mas Deus dá a ambos a mesma assistência. O que ocorre, é que o santo assimila mais as bênçãos do Senhor, compreende Suas leis e as respeita e o pecador ainda se encontra cego e surdo ao chamado de Deus. No mundo espiritual existem igualmente essas divisões, não por favorecimento, mas por justiça. Colhemos justamente o que plantamos na lavoura da consciência, e ela nos responde fielmente pelo que somos. Eis aIo amor dAquele que fez todas as leis, e assiste todas as criaturas, filhas do Seu magnânimo coração.

Nunca faltam escolas para todos, e cada um recebe o de que precisa na escala a que pertence, porém, o modo de ensinar de Deus é bem diferente do dos homens; Ele, o Senhor, ministra ensinamentos a cada um separadamente, atendendo suas necessidades com todo empenho de servir e todo o amor de Pai que nunca esquece Seus filhos. Nós outros é que somos, às vezes, rebeldes e custamos a aprender as lições, e em muitos casos aparece em nós a dor, para nos mostrar com mais energia os caminhos do aprendizado.

Estamos passando uma fase dolorosa na Terra, um fechamento de ciclo, de duras provações individuais e coletivas. É, pois, uma necessidade de limpeza cármica, como sendo a de um tumor na sociedade a que pertences. Não há outro recurso, a não ser o da própria dor, em formas variáveis, para despertar o coração da humanidade para o amor, aquele que Jesus viveu e ensinou. Um dia, certamente seremos todos iguais, mesmo em se falando daqueles espíritos que já atingiram a pureza: basta atingirmos a maturidade que eles já conquistaram!

Livro: Filosofia Espírita – volume 2 - Ditado por Miramez - Psicografia de João Nunes Maia

13 dezembro 2006

No Correio Fraterno - Irmão X

No Correio Fraterno

Meu amigo, diz você, em vernáculo precioso, que a crença nos Espíritos desencarnados é característico de miséria intelectual.

Em sua conceituação de garimpeiro da retórica, os problemas do Espiritualismo contemporâneo se resumem a uma exploração de baixa estirpe, alimentada por uma chusma de idiotas, nos quais o sofrimento ou a ignorância galvanizaram o complexo da fé inconsciente.

Com a maior sem-cerimônia deste mundo, assevera você que a convicção dos espiritistas de hoje é uma peste mental, surgida com Allan Kardec, no século passado, e acentua que o pensamento aristocrático da antiguidade jamais cogitou de semelhante movimentação idealística.

O seu noviciado no assunto é claro em demasia para que nos disponhamos a minuciosa escarificação do pretérito.

Se puder escutar-nos, no entanto, por alguns momentos, não nos meta a ridículo se lembrarmos que a idéia da imortalidade nasceu com a própria razão no cérebro humano.

Não sei se você já leu a história do Egito, mas, ainda mesmo sem a vocação de um Champollion, poderá informar-se de que, há milênios, a nobreza faraônica admitia, sem restrições, a sobrevivência dos mortos, que seriam julgados por um tribunal presidido por Osíris, dentro do mais elevado padrão de justiça.

Os grandes condutores hindus, há muitos séculos, chegavam a dividir o Céu em diversos andares e o Inferno em vários departamentos, segundo as Leis de Manu.

Os chineses, não menos atentos para com a suprema questão, declaravam que os mortos eram recebidos, além do túmulo, nos lugares agradáveis ou atormentados que haviam feito por merecer.

Os romanos viviam em torno dos oráculos e dos feiticeiros, consultando as vazes daqueles que haviam atravessado o leito escuro do rio da morte.

Narra Suetônio que o assassínio de Júlio César foi revelado em sonhos.

Nero, Calígula e Cômodo eram obsidiados célebres, perseguidos por fantasmas.

Marco Aurélio sente-se inspirado por entidades superiores, legando suas reflexões à posteridade.

Na Grécia, os gênios da Filosofia e da Ciência formulam perguntas aos mortos, no recinto dos santuários.

Tales ensina que o mundo é povoado por anjos e demônios.

Sócrates era acompanhado, de perto, por um Espírito-guia, a ditar-lhe conselhos pertinentes à missão que lhe cabia desempenhar.

Na Pérsia, o zoroastrismo acende a crença na lei de retribuição, depois do sepulcro, sob a liderança de Ormuzd e Arimã, os doadores do bem e do mal.

Em todos os círculos da cultura antiga e moderna, sentimos o sulco marcante da espiritualidade na evolução terrestre.

Acima de todas as referências, porém, invocamos o Evangelho, em cuja sublime autoridade você se baseia para menosprezar a verdade.

O Novo Testamento é manancial de Espiritismo divino.

O nascimento de Jesus é anunciado, por vias mediúnicas, não só à pureza de Maria, mas à preocupação de José e à esperança de Isabel, Ana e Simeão.

Em todos os ângulos da passagem do Mestre, há fenômenos de transubstanciação da matéria, de clariaudiência, de clarividência, de materialização, de cura, de incorporação, de levitação e de glória espiritual.

Em Caná, transforma-se a água em vinho; junto à corrente do Jordão, fazem-se ouvir as vazes diretas do Céu; no Tabor, corporificam-se Espíritos sublimados; em lugares diversos, entidades das trevas apossam-se de médiuns infelizes, entrando em contacto com o Senhor; no lago, o Cristo caminha sobre a massa líquida e, depois do Calvário, surge o Amigo Celeste, diante dos companheiros tomados de assombro, demonstrando a ressurreição individual, além da morte...

Tudo isto é realidade histórica, insofismável, mas você afirma que para crer em Espíritos será necessário trazer complicações na cabeça e chagas na pele.

Não serei eu, “homem-morto” há dezesseis anos, quem terá a coragem de contradizê-lo.

Naturalmente, se este correio de fraternidade chegar às suas mãos, um sorriso cor-de-rosa aparecerá triunfante em suas bochechas felizes; mas não se glorie, excessivamente, na madureza adornada de saúde e dinheiro, porque embora eu deseje a você uma existência no corpo de carne, tão longa quanto a de Matusalém, é provável que você venha para cá, em breves dias, ensaiando o sorriso amarelo do desencanto.

Livro: Pontos e Contos - Irmão X - Psicografia de Francisco Cândido Xavier

10 dezembro 2006

Sexo na Espiritualidade - Marco Tulio Michalick

Sexo na Espiritualidade

Quando desencarnamos e voltamos ao Mundo Espiritual, sentimos algumas necessidades habituais que tínhamos no Mundo Material e só poderão ser superadas com o tempo. A adaptação pode ser lenta ou rápida dependendo do grau de evolução de cada um. Fome, frio, dor, sono, higiene, sexo, são alguns destes casos em que o Espírito precisa se readaptar à nova morada. Com o tempo, ele saberá que pode substituir o alimento convencional da Terra pela água, o banho vai se tornando desnecessário à medida que o Espírito vai evoluindo, não sentirá sono como antes, o desejo sexual dará lugar ao amor recíproco; e aos poucos essas sensações são substituídas por outras, e algumas novas são acrescidas, como a volitação.

A literatura espírita revela que o sexo é algo divino, vazão de alegria e felicidade do homem e da mulher, mas ao mesmo tempo a porta sagrada e de entrada para nossa evolução. Ou seja, nada há de errado com o ato sexual desde que praticado de forma regular e respeitosa. Então como o sexo é tratado no Mundo Espiritual? Esse questionamento, à primeira vista, pode causar perplexidade porque muitos de nós pensávamos que o sexo não existisse no Mundo Espiritual. Talvez ele não apareça em colônias já em adiantado nível de evolução porque os Espíritos, que lá residem, vibrem em uma sintonia mais elevada. Essa vibração é alcançada pelo Espírito por meio da mentalização, estudo, trabalhos edificantes e proteção da espiritualidade Maior que forma uma espécie de escudo ao redor da colônia, não deixando que maus pensamentos e falanges do mal possam penetrá-la.

Próximo à crosta terrestre está localizado o Umbral que abriga os Espíritos com o teor vibratório muito baixo. Devido à sua condição de pouca evolução moral, no umbrífero eles mantêm relações sexuais com outros seres, em clima de vampirização. Por outro lado, há uma situação preocupante com os encarnados que têm o pensamento fixo em sexo. O que pode criar uma ligação entre os desencarnados que estão nesta sintonia.

Durante o sono, é comum os encarnados se desprenderem do corpo físico e irem para o Mundo Espiritual encontrarem-se com Espíritos afins, desencarnados ou encarnados, em lugares onde podem harmonizar suas mentes. No entanto, alguns encarnados vão à procura de sexo em esferas de mais baixa vibração. Isto acontece por meio de uma simples mentalização de encarnado para encarnado ou de encarnado para desencarnado, capaz de estabelecer uma faixa vibratória que os conduzirá para estes locais. Quando se trata de uma mentalização de desencarnado para encarnado, ela ocorre se estiverem na mesma faixa vibratória porque a pessoa mantendo uma conduta moral, cristã e mentalização elevada, onde prevalece o trabalho caridoso, essas entidades não conseguirão vampirizar o encarnado.

Esses Espíritos se encontram no Vale do Sexo do Mundo Espiritual ou em lugares do Mundo Material onde a prática da prostituição é intensa ou de vibração negativa. Nesse vale, o encarnado é diferenciado pelo desencarnado pelo cordão fluídico que o liga ao corpo físico. Quando a pessoa desperta de seu sono, não lembra dos acontecimentos, mas sua mente guarda o registro de uma sensação indefinido. Algo idêntico acontece com indivíduos que têm uma vida dupla, isto é, uma conduta social durante o dia, mas à noite para saciar os seus desejos carnais, freqüentam locais cuja energia é a mesma do vale do sexo.

Mesmo numa relação conjugal, em que deve haver uma cumplicidade que inclui o sexo, além do apoio mútuo, se uma das partes sentir-se rejeitada ou mal amada, acabará procurando satisfação em esferas mais baixas, que podem estar no campo material ou espiritual. Portanto o sexo deve ser visto como uma obra de Deus, e nós devemos saber utilizar essas energias como um bem divino e não como um desejo animalesco que nunca está satisfeito, à procura de novos encontros tanto em um Mundo quanto no outro. Ele é uma força poderosa que existe no organismo espiritual que, se liberada indiscriminadamente, pode levar o ser humano à desilusão, à loucura, provocando graves enfermidades.

O Espírito iluminado de Emmanuel, no livro Vida e Sexo, psicografado por Chico Xavier, escreve a seguinte mensagem: “A energia sexual, como recurso da lei de atração, na perpetuidade do Universo, é inerente à própria vida, gerando cargas magnéticas em todos os seres, à face das potencialidades criativas de que se reveste”.

André Luiz em Ação e Reação, também psicografado por Chico Xavier, escreve com sabedoria: “Examinando como força atuante da vida, à face da criação incessante, o sexo, a rigor, palpitará em tudo, desde a comunhão dos princípios subatômicos à atração dos astros porque, então, expressará força de amor, gerada pelo amor infinito de Deus”.

As mensagens acima revelam quanto o sexo é importante para nossas vidas e evolução espiritual. Trata-se de uma energia que dosada e centralizada, deve ser canalizada para uma vida em comunhão com o bem e psiquicamente tranqüila.

Pesquisa realizada pela Unesco e divulgada pela revista Veja, indica que os jovens, atualmente, começam a ter uma vida sexual precoce: as meninas aos 15 anos e os meninos 14. Outro dado relevante é que normalmente a primeira relação não foi com o namorado e sim com um “ficante”, ou seja, um desconhecido, praticamente. No que se refere à gravidez, um levantamento feito pela Universidade Federal de São Paulo revela que nascem cerca de um milhão de bebês, por ano, de mães solteiras entre 15 e 19 anos. E que de cada 100 adolescentes que engravidam sem um planejamento, 25 já têm pelo menos um filho.

Os números colocados acima são de vital importância porque nos dão uma visão da vida sexual dos jovens no planeta. Sabemos da importância dessa relação, daí a nossa preocupação de não vermos o ato sexual como uma necessidade carnal e sim como algo sublime que nos proporciona o amor sincero, a família, o prazer de viver, de sentir-se bem, de evoluir.

Texto original publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição nº 20, ano 2003

09 dezembro 2006

Os Limites do Livre-arbítrio - Elson de Souza Ribeiro

Os Limites do Livre-arbítrio

O que vem a ser um indivíduo livre? Segundo o dicionário, “livre é o sujeito que tem seus direitos civis e políticos, amparados por lei”.

Porém, as leis nos indicam que essa liberdade de agir e decidir é relativa. Tanto é que, quando o direito do outro é desrespeitado, mesmo que seja de forma precária, entra em cena o elemento punição. Se na Terra, que é um planeta atrasado, de provas e expiações, existe uma lei que limita a liberdade de agir, imagine nos planos superiores.

Na questão 121 do Livro dos Espíritos, Allan Kardec pergunta: "por que é que alguns espíritos seguiram o caminho do bem e outros o do mal"? E os espíritos respondem: "não têm eles o livre-arbítrio? Deus não os criou maus; criou-os simples e ignorantes, isto é, tendo tanta aptidão para o bem quanto para o mal. Os que são maus, assim se tornaram por vontade própria".

A resposta sábia dos espíritos para essa questão nos leva a fazer uma reflexão. Em que momento somos realmente livres? No momento em que fazemos o bem ou o mal? A liberdade para o bem está harmonizada com as leis da vida, com as leis eternas, enquanto que o mal tem muito mais vínculo com o desconhecimento delas.

Graças às obras complementares que vieram depois das obras de Kardec (especialmente de André Luiz), é possível perceber que o livre-arbítrio pode ser limitado. Aliás, isso é comprovado desde o planejamento que os Espíritos Superiores fazem para o reencarnante, quando este não tem condição para fazer sua escolha. Ou seja, ele vem pela via compulsória.

No capítulo 7 do livro No Mundo Maior, psicografado por Chico Xavier, André Luiz nos apresenta um caso de reencarnação compulsória. Um garoto de oito anos, conta Calderaro, “não fala, não anda, não chega a sentar-se, vê muito mal, quase nada ouve na esfera humana”. O que teria feito esse espírito no pretérito? Há quase dois séculos, decretara a morte de muitos compatriotas numa insurreição civil, semeando ódio e ruínas.

No capítulo 14, da mesma obra, temos mais um exemplo das limitações do livre-arbítrio. Dessa vez é o caso de Antídio, um velho conhecido de Calderaro que, a cada vez que recebe assistência espiritual, volta a cair nas tentações do alcoolismo. Diante da indisciplina de Antídio, os benfeitores espirituais vão ministrar o que eles chamaram de "recurso da enfermidade provisória". Trocando em miúdos, Antídio conhecerá a prisão do leito, durante alguns meses, graças a uma nefrose cardíaca, para harmonizar o cosmo psíquico. Neste período nada adiantaria apelar para medicamentos. Toda essa enfermidade provisória serviria para que o doente não esquecesse das obrigações sagradas e da nobreza do ato de viver.

Portanto, nos dois casos citados, nós podemos perceber as restrições que a justiça Divina faz com aqueles que não corresponderam à expectativa. Conseqüências? Aflição, desencanto, cansaço, tédio, sofrimento, cárcere etc.; a prisão regeneradora. Somos livres na escolha que fazemos. Mas já não somos livres das conseqüências desta escolha. Cada atitude (positiva ou negativa) gerará conseqüências. E uma das conseqüências poderá ser, até, a suspensão temporária do livre-arbítrio. O Plano Espiritual Superior estabelece para os devedores reincidentes algumas restrições no seu conforto para sanar seus débitos. Em razão disso, não poderão viver à farta, mas sim com abstinência e suor. Castigo de Deus? Não. Conseqüências das más escolhas, má utilização do livre-arbítrio. O inferno ou o céu é um problema de direção espiritual. Busquemos a adesão do Senhor, no entanto, saibamos que todos os problemas criados por nós serão resolvidos por nós mesmos.

Fonte: Revista Espírita Allan Kardec

08 dezembro 2006

A obsessão e suas Máscaras - Marlene R.S.Nobre

 
A OBESSÃO E SUAS MÁSCARAS


É comum no meio espírita, ouvirmos dizer que o espírito é o próprio pensamento. Creio que estamos diante de uma simplificação. Provavelmente, os confrades querem dizer que, através do pensamento, o espírito dá-se a conhecer, exterioriza a sua natureza intrínseca. Sem dúvida, através do pensamento, ele influencia o meio à sua volta, moldando o fluido cósmico universal, e produzindo matéria mental ou correntes de pensamento.

Quanto à natureza verdadeiramente intrínseca do espírito, estamos ainda longe de conhecer, assim como nada sabemos sobre a matéria mental. André Luiz diz em Evolução em Dois Mundos que, no mundo espiritual, os estudiosos já sabiam praticamente tudo sobre o perispírito e que se debruçavam, então, sobre o estudo da natureza do espírito.

Um dos fatos observados é que a obsessão pode ter início entre os desencarnados. Nos livros da coletânea André Luiz, isso fica claro através de inúmeros exemplos de perseguições entre os desencarnados, como se percebe no caso de Antônio Olímpio no livro Ação e Reação.

Os processos depressivos são muito complexos, porque vão desde estados de tristeza, mais leves e simples, até aos mais complicados de apatia e total abandono de si próprios. Estão radicados nos chamados processos de adinamia do corpo espiritual ou perispírito, os quais, por sua vez, se originam no complexo de culpa e na falta de cultivo da fé em Deus.

Como vemos, pode ser um processo obsessivo anímico (auto-obsessão), provocado por um acontecimento da existência em curso, como por exemplo, os casos de depressão que irrompem na menopausa, mas cuja origem pode estar ligada a abortos provocados na juventude.

Esse complexo de culpa pode também estar radicado nas vidas anteriores, provocando surtos de depressão periódica. Na maioria dos casos, porém, deve-se levar em conta o componente espiritual, porque quando a mente enferma, naturalmente atrai companhias que estejam na mesma sintonia, na mesma freqüência dos pensamentos emitidos.

Temos aí o fenômeno anímico-obsessivo, alimentando o processo. Como lembra Bozzano, é raro o fenômeno anímico isolado. Dada a facilidade de acoplamento das mentes em desajuste é mais certo falarmos em ocorrência anímico-espiritual. Nos casos de depressão, deve-se levar em conta a necessidade de evangelização coletiva de encarnados e desencarnados.

É preciso sempre lembrar que só o Bem anula o Mal.



Extraído da Revista Espírita Allan Kardec – nº 47

07 dezembro 2006

Espíritos inferiores - Miramez

Espíritos Inferiores

Essa é uma categoria de espíritos que nunca podemos determinar dentro de uma só espécie. Existe nela variedade de sentimentos, como de posição na escala de elevação espiritual, contudo, são almas ainda inferiores que desconhecem o valor do bem, e não sentem tendência alguma para a caridade, antes, procuram menosprezar o bem e mesmo atrapalhar quem começa a melhorar as suas condições de benevolência. São espíritos zombeteiros, brincalhões e muitas vezes, maus, mentirosos, egoístas e orgulhosos. Adoram discussões, por saberem que as irritações que fervem nas idéias incompatíveis desarmonizam o ambiente. Por esses sentimentos inferiores, os sensitivos passam a conhecer quem está se aproximando das suas faculdades e devem corrigir e desconfiar dos seus próprios procedimentos.

Os espíritos inferiores dominam grande parte dos homens na Terra, em todas as suas atividades; na política, na ciência e na religião são onde eles mais atuam, encontrando médiuns que com eles se afinam completamente, sem desconfiarem da existência dessas companhias indesejadas. São falanges espraiadas em todo o globo, e infelizmente encontramos muitos deles nos lares onde se vê muita discórdia e mesmo separações. É nesse sentido, de desativar essas falanges de espíritos inferiores e educá-los, que aconselhamos o Culto do Evangelho no Lar, força poderosa, capaz de devolver a paz entre os irmãos, que aceitaram viver juntos. As organizações de caridade são também muito atuadas por eles, que não têm outro serviço, a não ser perturbar os ambientes que desejam e trabalham para a paz. O melhor remédio para a defesa dessas entidades é a educação individual. Cada espírito, encarnado e desencarnado, deve praticar a auto-educação, não entrando em sintonia com essas entidades malfeitoras; é o Evangelho vivido, e não somente pregado, como se vê em todo o mundo.

Os nossos pensamentos podem ser um ninho de espíritos inferiores, como a boca depende do uso que fazemos das nossas faculdades. Os que querem ser enganados estão alimentando sentimentos inferiores, e os poucos que gostam da verdade, da honestidade, do perdão, da caridade e do amor na verdadeira acepção da palavra, trabalham para a sua própria paz íntima.

O quadro da Terra é algo triste, no que tange ao ambiente interior, não obstante, os recursos estão e vão ser usados para o devido saneamento espiritual. Cabe a nós outros, já despertados para o bem comum, fazer parte daqueles que saiam a semear com Jesus, sem reclamar, sem exigir e sem blasfemar, para que não percam as sementes de luz deitadas nas leiras dos corações. A última categoria dos espíritos não se compõe de almas totalmente más, no sentido da palavra expressa, mas que carregam consigo toda espécie de deturpação da verdade. O seu ambiente constitui um ninho de serpentes, de todas as más qualidades que se possa imaginar... Entretanto, são irmãos que precisam da nossa assistência, mas, ao dá-la, é sempre bom nos lembrar da advertência de nosso Senhor Jesus Cristo, quando nos fala: Vigiai e orai. Muitos deles confundem-se com os encarnados, pelas aparências de sentimentos, mas a Doutrina Espírita, na feição do Evangelho Redivivo, está no mundo para limpar a eira das nações e colocá-las à frente de todas as decisões que possam tomar a palavra e a vivência daquilo que conheces pelo nome de Amor.

Livro: Filosofia Espírita – volume 2 - Miramez - Psicografia de João Nunes Maia