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02 outubro 2006

Abrindo a Porta da Prisão - Amilcar Del Chiaro Filho

Abrindo a Porta da Prisão

Allan Kardec afirmou que a Doutrina Espírita alarga os horizontes da humanidade. Só tomamos conhecimento dessa verdade aos poucos, quando, num dado momento, percebemos que tudo aquilo que pensávamos ser a nossa liberdade, não passava de uma prisão dourada.

Por muitos e muitos anos vivemos prisioneiros, mas isso não nos espantava, porque convivíamos com outros prisioneiros, e todos aparentávamos estar livres. O corpo era nossa prisão. As convenções humanas e as ilusões eram outras tantas prisões. Na verdade, para muitos, é uma prisão dourada, porque ilude com o brilho das posses, da fama, da glória. Era uma prisão palácio, pintado com as cores do arco-íris.

Vivemos a individualidade, e enriquecemos a prisão-corpo com a inteligência, e orgulhamo-nos da nossa cidadania terrestre, esquecidos que a nossa destinação é a cidadania cósmica.

O que nos tirou dessa ilusão foi uma voz que soava, a princípio, estranhamente, falando de coisas estranhas, como Deus, preexistência da alma, imortalidade dinâmica, comunicação entre vivos e mortos, reencarnação, influência dos espíritos em nossas vidas...

Essa voz estranha veio alargar os horizontes humanos. Essa voz, incute em nossas mentes, que somos espíritos imortais, destinados a perfeição, livres como a brisa que traz em seu bojo o perfume do campo, isentos do pecado original, invenção humana para encobrir a nossa ignorância. É a voz da verdade que liberta. É a voz da vida em abundância.

Não se espante! Se você ainda não ouviu essa voz, faça silêncio e apure o sentido da audição, mas não dos ouvidos convencionais, mas daquele outro, o de ouvir, conforme ensinou Jesus de Nazaré.

Essa mensagem que amplia os horizontes se chama espiritismo. Ele tem a grande mensagem, a mais bela e libertadora, a mais pura e profunda. Ao entendê-la, passamos a ter um enorme respeito pela prisão em que vivemos. Percebemos o seu valor e a sua beleza, mas já não existem mais paredes ou grades que possam nos deter. Viajamos pela amplidão do cosmos em busca de realizações maiores, como poder dizer um dia, como Jesus de Nazaré: EU E O PAI SOMOS UM.

Assim como as trombetas de Josué derrubaram as muralhas de Jericó, o cântico sublime da imortalidade, dinâmica porque nos conduz a perfeição, derrubaram para sempre as grades das nossas prisões emocionais. Mas com ela aprendemos, que somos mais livres, quando nos algemamos aos deveres, e muito mais livres, quando o dever é motivado pelo nosso querer.

Amílcar Del Chiaro Filho

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