Tema sempre novo em Doutrina Espírita: os médiuns.
São comparáveis às árvores na criteriosa definição de Allan Kardec, entretanto, a fim de conservarmos árvores úteis, é imperioso saibamos proporcionar-lhes a necessária irrigação e a defesa justa, de modo a que aventureiros do caminho não lhes colham os frutos em regime de espancamento.
Recorramos a outros símbolos.
Imaginemo-los por violinos, através dos quais os amigos domiciliados no Mais Além conseguem executar a melodia das mensagens que lhes são próprias; contudo é natural se nos constitua um dever colaborar para que se lhes mantenham as cordas, harmoniosamente afinadas.
Serão pontes de ligação entre duas vidas, no entanto, essas pontes não nos suportarão o trânsito indispensável se lhes retiramos os pontos de apoio.
Teremos neles o socorro semelhante aos das fontes de água, em que nos dessedentamos, em matéria de reconforto e encorajamento, mas é preciso não lhes agite o fundo terroso, se quisermos recolher água limpa.
Entre os homens, não existem médiuns que não sejam humanos.
Por isso mesmo, ante a criatura de boa vontade que desempenha, em nosso favor, a tarefa dos medianeiros da alma, é forçoso nela vejamos pessoa tão humana, quanto nós, os espíritos ainda vinculados à Terra, muito longa da condição dos anjos.
Somos daqueles que preferem a crítica construtiva para quaisquer tarefas mediúnicas e não cultivamos paternalismo ou mimos impróprios, junto dos instrumentos medianímicos de nosso convívio, em vista de reconhecermos que nenhum bem se fará sem trabalho disciplinado, entretanto, não podemos esquecer que muitos companheiros se marginalizam nas tarefas mediúnicas por não conseguirem suportar o malho da injúria, o frio da desconsideração e do abandono, a supressão de meios justos para o exercício das funções a que foram chamados e as lutas enormes, decorrentes das armadilhas de sombra, de que muitos não conseguem escapar, hipnotizados pelos empreiteiros da obsessão.
Se tens algum médium de boa vontade, no campo das próprias relações, auxilia-o com bondade e compreensão, segurança e respeito.
Se o medianeiro cai em desequilíbrio, usa a caridade para reajustá-lo.
Se prosseguires em caminho certo, ajuda-o igualmente para que não desfaleça.
Ante as leis de Deus, qualquer médium no mundo, por mais opere e coopere com a Espiritualidade Superior, na divulgação da verdade e da luz é sempre uma criatura humana e, na maioria das vezes, uma criatura frágil, qual ocorre a muitos de nós.
Livro: Companheiro - Emmanuel - Psicografia: Francisco Cândido Xavier
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