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13 outubro 2007

Inimizades - Joanna de Ângelis

INIMIZADES

Herança preponderante em a natureza humana,que procede do primarismo ancestral, a inimizade é expressão inferior que ergastula a sua vitima à selvageria da qual se deveria libertar.

A conquista da paz e do amor, que leva à saúde integral, faz-se lentamente, através da superação dos impulsos violentos dos instintos dominadores, que insistem em permanecer.

A inimizade é o fenômeno perturbador que instala cizânia e turbulência onde medra e em quem se instala.

Irradia-se como um morbo pestífero, contaminando todos quantos a enfrentam, porque se utiliza da mentira a da calúnia para dominar as mentes e envenenar os corações.

Apóia-se em argumentos doentios quanto falsos, pretendendo defender falsamente a dignidade que se lhe apresenta ferida e exige reparação do que considera como ofensa, desconsideração ou afronta...

Essa conduta é filha predileta do egoísmo, que se expressa como prepotência ou jactância que o orgulho intoxica.

À medida, porém, que o Espírito se liberta das injunções penosas dos atavismos primários, a inimizade cede passo à tolerância e à compreensão das ocorrências que afetam todas criaturas.

Em passo relativamente próximo, a cultura hedonista, extravagante e perversa utilizava-se do duelo para reparar aparentes ou reais danos morais, afrontar adversários legítimos ou pressupostos, transferindo os ódios para futuro espiritual, infelizmente programando renascimento dolorosos, obsessões cruéis até o momento em que o amor em forma de perdão venha libertar os atormentados litigantes.

Um inimigo desencarnado é mais perturbador e virulento do que mergulhado no corpo físico.

Hoje, no entanto, é quase igual a conduta humana em relação aos inimigos.

O progresso moral dos povos eliminou esse tipo de homicídio legal em nome da honra.

No entanto, o processo de evolução individual não conseguiu modificar as paisagens íntimas das criaturas, nas quais o duelo mental permanece hediondo, engendrando combates e vinganças terríveis, em nome da alucinação de que se fazem vítimas.

As inimizades, geradas pelos embates e incompreensões do inter-relacionamento pessoal, ou resultante das antipatias que medram insensatamente, devem ser enfrentadas mediante

Reflexões de paz através de orações em favor daqueles cujas vibrações de rancor buscam encontrar campo mental e emocional naqueles contra os quais são direcionadas.

Inimigos repontam, inevitavelmente, em todo lugar, confirmando o estágio de evolução do planeta terrestre, que ainda hospeda incontáveis Espíritos em fase de desenvolvimento evolutivo inferior.

Encontram-se abençoados certamente pela oportunidade para crescer e libertar-se das faixas constritoras do primitivismo no qual estorcegam..

Comprazem-se, no entanto, em perseguir, em malsinar, em descarregar as energias mórbidas naqueles com os quais antipatizam.

Não são necessariamente vítimas solicitando reparação, cobrando dívidas espirituais, mas criaturas estúrdias, invejosas, que necessitam de compaixão e de fraternidade, nunca de revide ou combate.

Implicam com facilidade e voltam-se contra as demais com ferocidade estranha e insistente, que lhes constitui estímulo e motivação para continuarem a viver...

Não sabem caminhar ao lado, preferindo estar contra, ao invés de cooperando, dificultando o acesso ao progresso.

Insistem em permanecer na conjuntura perturbadora, que lhes parece fazer bem, embora os danos morais profundos, fechando os sentimentos e a razão a qualquer possibilidade de mudança de conduta.

Desde que não as podes evitar, porquanto sempre as defrontarás pelo caminho de ascensão,

não lhes sintonizes com os pensamentos deletérios, nem lhes dês ocasião de debater, explicando-te ou procurando parlamentar fraternalmente.

Nada que justifique a inimizade sob o ponto de vista moral e racional.

Trata-se de uma quase irracionalidade.

Segue, porém, adiante, sem te fixares nesses irmãos infelizes da retaguarda espiritual. Nunca revides por palavras, atos ou sequer pensamentos.

Eles necessitam de socorro e da terapia da misericórdia que dimana do amor.

Tenta entendê-los e não lhes comentes a enfermidade espiritual, ampliando o campo de ação perturbadora.

Faze silêncio em torno das suas agressões e não dês maior importância aos ultrajes que te dirigem.

O tempo, esse grande educador, e as Soberanas Leis despertá-los-ão conforme a ti mesmo aconteceu.

Aprende com eles paciência e humildade.

Fazendo-se teus algozes, constituirão teus mestres, porque te ensinarão bondade sob perseguições e amor em situações penosas.

O diamante que brilha experimentou o buril e o cinzel que lhe retiram a ganga, oferecendo-lhe beleza e majestade.

Jesus, o Amigo por excelência, não obstante a dedicação total à Humanidade, não passou incólume entre esses pobres e infelizes membros da comunidade humana.

Uns odiaram-nO por inveja; outros o detestaram pela impossibilidade de fazerem o que Ele realizava; mais outros, vitimados pelo despeito e amargurados pela própria pequenez perseguiram-nO; todos, no entanto, porque se não amavam a si mesmos, soberbos e egoístas, por detectarem a grandeza dEle e a inferioridade pessoal.

Urdiram tramas hediondas, disseminaram calúnias, perseguiram-nO, crucificaram-nO, e Ele, não obstante, retornou para erguê-los do paul moral onde se encontravam na direção do Reino, em gloriosa ascensão reparadora.

Faze o mesmo. Mas se te faltarem os valores hábeis para esse cometimento libertador, perdoa-os e segue em paz, não sendo inimigo de ninguém, embora haja aqueles que preferiram ser teus inimigos.

Ditado por Joanna de Ângelis
Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco,
na reunião mediúnica da noite de 26 de junho de 2000,
no
Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador,
Bahia
A Luz de Damasco – Outubro de 2000

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