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07 outubro 2007

Mãe Sozinha - Irene de Souza Pinto

MÃE SOZINHA

Dizem ¨mulher da alegria¨, quando ela passa na rua;

A pobre mãe continua, os olhos fitos no chão!...

Quanto fel, quanta agonia nessa mulher que condenas!...

Ninguém lhe conhece as penas cravadas no coração.

Tristeza no desconforto, sem palavra que a revele, trapos dourados na pele, trás angústia por dever.

Viúva de um vivo morto, ei-la que segue sozinha, tem ao longe, a pobrezinha um filho quase a morrer.

Já bateu a tanta porta, já pediu a tanta gente!...

Dói-lhe a ferida pungente de ter sido mãe sem lar.

Abatida, semi-morta, apenas vê no caminho a febre e a dor do filhinho que a morte lhe quer roubar.

Tu que cresceste na estrada, desde o berço de ouro e rendas, entre mimos e oferenda de paz, segurança e luz, fita essa mãe desolada, na penúria que a consome.....

Talvez que ela tenha fome ao peso da própria cruz.

Não lhe zombes da amargura, também foi criança, um dia, brincava, estudava e ria rosa ao fulgor da manhã;

Também foi bela e foi pura, hoje, nas mágoas que trilha, poderia ser nossa filha assim como é nossa irmã.

Mãe na dor!...

Bendita seja!...

Escrava de toda hora, honra as lágrimas que chora, nas dores por onde vai!...

Sem esposo que a proteja, sem arrimo, sem tutela, encontra a benção do Pai.

Ditado por Irene de Souza Pinto
Psicologia Chico Xavier

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