Eis o que nos diz Emmanuel sobre sua morte:
“Minha agonia não foi prolongada, apesar da moléstia física que me prostrou o organismo combalido na luta, por muitos dias; sacerdote católico que fui em minha derradeira existência, tive a felicidade de conservar integérrimos os meus sentimentos de fé, até o supremo minuto.
A princípio experimentei a paralisia parcial dos meus órgãos, que se sentiam avassalados por uma onda de frio, e os meus padecimentos corporais localizavam-se em diversos pontos orgânicos, recrudescendo assustadoramente.
Sentia que todas as minhas vísceras, todos os meus nervos desenvolviam uma atividade exortante para que se não apagasse a derradeira centelha de vida que os mantinha coesos, evitando assim a fuga de minh’alma.
Notei porém que uma nuvem esbranquiçada ia-se formando ao meu lado, justaposta ao meu corpo e quando orava fervorosamente via aumentar-se com fragmentos da mesma matéria fluídica que me era desconhecida e que se me afigurava composta de infinitésimos átomos luminosos, distendendo-se aqueles fragmentos fantásticos que os meus olhos divisavam estupefatos, sem poder articular mais um vocábulo sentindo a glote coberta de intumescências, experimentei-me na posse de uma visão e audição extraordinárias, como se me encontrasse dentro de outra vida, perdurando este estado com intermitências; senti, porém, que se passava em mim algo de super ordinário.
Uma sensação intraduzível de sofrimento me subjugava, todavia, simultaneamente, afigurava-se-me que muitas mãos pousavam sobre a minha epiderme como se me submetessem a operações mesméricas.”
Mais adiante, dando-nos a entender que, no Além, a alma atravessa uma fase durante a qual espíritos protetores, no sentido talvez de lhe evitar um choque, a preparam, habilmente, para a revelação da sua morte terrena, diz-nos Emmanuel:
“Adormeci numa noite sem visões e sem sonhos; passada, porém, uma fração de tempo que não me é possível precisar, acordei-me sobre um leito alvíssimo como se fora obrigado a repousar em uma cama higiênica de hospital; rajadas de ar puro sutilíssimo inundavam o meu aposento, onde eu experimentava um inexprimível bem-estar. Curado? Como se operara o milagre? Sentia-me restabelecido, com a minha saúde integral, com serenidade invejável aliada a uma ótima disposição para a vida e para a atividade.
Onde estariam os meus familiares que não se abeiravam do meu leito para me felicitar pela obtenção de tão preciosa dádiva divina? Chamei-os nominalmente, empolgado pelo júbilo que fazia vibrar todas as fibras de minh’alma. Eis que se me apresentou alguém, trajado como se fosse um médico vulgar e aconselhou-me repouso absoluto e absoluta serenidade de ânimo.
Inquiri-o sobre os seus miraculosos processos de tratamento; todavia o interpelado, alçando a destra para o Alto, respondeu com paciência e brandura: - “Tende calma. Não estais sendo tratado segundo a nosologia clássica”.
Prescreveu-me conselhos morais e salutares advertências. Aí permaneci ainda por algum tempo e tive oportunidade de notar, com admiração justificável, a atuação da minha vontade sobre todos os elementos que me cercavam; recordo-me firmemente do meu crucifixo de prata pendido constantemente sobre a minha cabeceira e eis que no local de minha preferência, atendendo ao meu desejo veemente, apareceu-me esse objeto de estima.
Tomei-o admirado em minhas mãos, apalpando-lhe os contornos e inquirindo se não era vítima de um fenômeno alucinatório e, como inúmeros fatos semelhantes ocorreram, eles me obrigavam a meditar sobre a influência do meu pensamento nos fluidos e matérias circunstantes.
Pouco a pouco, entidades zelosas e protetoras encaminharam-me para o conhecimento do meu próprio “eu” no “post-mortem”, até que cheguei a compreender essa transformação da existência corporal como uma bênção divina.
Pude então gozar de afetos ilibados que jamais deixara sob o pó do esquecimento, revendo seres bem amados e almas queridas”.
A mensagem de que tiramos esses trechos tem a data de 15 de maio de 1934, recebida por Chico Xavier, à noite, em sua casa, antes de entrar no período de seu repouso normal.
A reportagem foi feita pelo jornalista Clementino de Alencar em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, especialmente para o jornal “O Globo”, editado na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, e publicada na edição de 4 de junho de 1934. Trata-se de um documento histórico dos primeiros tempos da missão mediúnica do médium Chico Xavier, transcrito do livro “Notáveis Reportagens com Chico Xavier”, 1ªedição em dezembro/2002 – Instituto de Difusão Espírita – IDE, Caixa Postal, 110 – 13602-970 – Araras SP – SITE www,ide.org.br – E-mail: vendas@ide.org.br ou info@ide.org.br
“Minha agonia não foi prolongada, apesar da moléstia física que me prostrou o organismo combalido na luta, por muitos dias; sacerdote católico que fui em minha derradeira existência, tive a felicidade de conservar integérrimos os meus sentimentos de fé, até o supremo minuto.
A princípio experimentei a paralisia parcial dos meus órgãos, que se sentiam avassalados por uma onda de frio, e os meus padecimentos corporais localizavam-se em diversos pontos orgânicos, recrudescendo assustadoramente.
Afigurava-se-me que todas as glândulas, mormente, as sudoríferas trabalhavam com excesso para eliminar algo de intoxicante e destruidor que se apossava dos meus centros de força; minha vontade dominadora enviava as suas últimas mensagens ao sistema nervoso e a fé, nesses martirizantes segundos, constituiu para mim uma alavanca prodigiosa de amparo e controle.
Sentia que todas as minhas vísceras, todos os meus nervos desenvolviam uma atividade exortante para que se não apagasse a derradeira centelha de vida que os mantinha coesos, evitando assim a fuga de minh’alma.
Notei porém que uma nuvem esbranquiçada ia-se formando ao meu lado, justaposta ao meu corpo e quando orava fervorosamente via aumentar-se com fragmentos da mesma matéria fluídica que me era desconhecida e que se me afigurava composta de infinitésimos átomos luminosos, distendendo-se aqueles fragmentos fantásticos que os meus olhos divisavam estupefatos, sem poder articular mais um vocábulo sentindo a glote coberta de intumescências, experimentei-me na posse de uma visão e audição extraordinárias, como se me encontrasse dentro de outra vida, perdurando este estado com intermitências; senti, porém, que se passava em mim algo de super ordinário.
Uma sensação intraduzível de sofrimento me subjugava, todavia, simultaneamente, afigurava-se-me que muitas mãos pousavam sobre a minha epiderme como se me submetessem a operações mesméricas.”
Mais adiante, dando-nos a entender que, no Além, a alma atravessa uma fase durante a qual espíritos protetores, no sentido talvez de lhe evitar um choque, a preparam, habilmente, para a revelação da sua morte terrena, diz-nos Emmanuel:
“Adormeci numa noite sem visões e sem sonhos; passada, porém, uma fração de tempo que não me é possível precisar, acordei-me sobre um leito alvíssimo como se fora obrigado a repousar em uma cama higiênica de hospital; rajadas de ar puro sutilíssimo inundavam o meu aposento, onde eu experimentava um inexprimível bem-estar. Curado? Como se operara o milagre? Sentia-me restabelecido, com a minha saúde integral, com serenidade invejável aliada a uma ótima disposição para a vida e para a atividade.
Onde estariam os meus familiares que não se abeiravam do meu leito para me felicitar pela obtenção de tão preciosa dádiva divina? Chamei-os nominalmente, empolgado pelo júbilo que fazia vibrar todas as fibras de minh’alma. Eis que se me apresentou alguém, trajado como se fosse um médico vulgar e aconselhou-me repouso absoluto e absoluta serenidade de ânimo.
Inquiri-o sobre os seus miraculosos processos de tratamento; todavia o interpelado, alçando a destra para o Alto, respondeu com paciência e brandura: - “Tende calma. Não estais sendo tratado segundo a nosologia clássica”.
Prescreveu-me conselhos morais e salutares advertências. Aí permaneci ainda por algum tempo e tive oportunidade de notar, com admiração justificável, a atuação da minha vontade sobre todos os elementos que me cercavam; recordo-me firmemente do meu crucifixo de prata pendido constantemente sobre a minha cabeceira e eis que no local de minha preferência, atendendo ao meu desejo veemente, apareceu-me esse objeto de estima.
Tomei-o admirado em minhas mãos, apalpando-lhe os contornos e inquirindo se não era vítima de um fenômeno alucinatório e, como inúmeros fatos semelhantes ocorreram, eles me obrigavam a meditar sobre a influência do meu pensamento nos fluidos e matérias circunstantes.
Pouco a pouco, entidades zelosas e protetoras encaminharam-me para o conhecimento do meu próprio “eu” no “post-mortem”, até que cheguei a compreender essa transformação da existência corporal como uma bênção divina.
Pude então gozar de afetos ilibados que jamais deixara sob o pó do esquecimento, revendo seres bem amados e almas queridas”.
A mensagem de que tiramos esses trechos tem a data de 15 de maio de 1934, recebida por Chico Xavier, à noite, em sua casa, antes de entrar no período de seu repouso normal.
A reportagem foi feita pelo jornalista Clementino de Alencar em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, especialmente para o jornal “O Globo”, editado na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, e publicada na edição de 4 de junho de 1934. Trata-se de um documento histórico dos primeiros tempos da missão mediúnica do médium Chico Xavier, transcrito do livro “Notáveis Reportagens com Chico Xavier”, 1ªedição em dezembro/2002 – Instituto de Difusão Espírita – IDE, Caixa Postal, 110 – 13602-970 – Araras SP – SITE www,ide.org.br – E-mail: vendas@ide.org.br ou info@ide.org.br
Luz do Evangelho. 1ª de Agosto de 2003
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